Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecanismos da ação dos antibióticos Pode provocar no agente microbiano dois tipos de efeitos: → Efeito Bactericida: Resulta na morte bacteriana → Efeito Bacteriostático: Age interrompendo o crescimento e reprodução da bactéria. → Esses efeitos são dependentes da concentração do antibiótico (ATB) e da sensibilidade do microorganismo. Esse mecanismo de ação é exercido essencialmente por: → Alterações na Síntese da Parede Celular; → Alterações na Permeabilidade da Membrana Citoplasmática; → Interferência na Replicação do Cromossomo; → Alteração na Síntese Protéica; → Inibição da Síntese de Ácidos Nucléicos; → Interferência em Processos Metabólicos. Antibioticos que atuam na parede celular das bactérias Antibióticos Betalactâmicos Beta-lactâmicos: Família de substâncias caracterizadas pela presença de um grupamento químico heterocíclico denominado ANEL BETA-LACTÂMICO. O anel beta-lactâmico é o responsável pela atividade antimicrobiana dessa família de antibióticos, e seu rompimento resulta na perda completa da ação antimicrobiana da droga. → Esses antibióticos englobam duas famílias diferentes: as penincilinas e as cefalosperinas → Mecanismo de ação: Esses antibióticos agem destruindo a parede celular das bactérias ao se ligarem ao peptideoglicano bloqueando a sua síntese e resultando na morte celular. → São antibióticos bactericidas Penicilinas A penicilina foi descoberta por Alexander Fleming, em 1928, ao observar a atividade antimicrobiana exercida por um fungo contaminante de uma cultura de S. aureus. O fungo era o Penicillium notatum (P. chrysogenum, hoje), e a substância com ação antimicrobiana por ele produzida foi denominada penicilina. “O acaso só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação.” Pasteur As penicilinas são divididas em dois grandes grupos: → Naturais: derivadas da fermentação do fungo. Ex.: São produzidas várias penicilinas como a penicilina F, G, K, O, X e V. Entretanto apenas as G e V são utilizadas na prática médica por serem mais ativas. → Semi-sintéticas: obtidas pela introdução de radicais na estrutura de penicilinas naturais, buscam uma melhoria das naturais. Penicilinas Naturais Penicilina G (benzilpenicilina ou cristalina) → É apresentada sob a forma de sal sódico ou potássico, na forma CRISTALINA; → É branco, inodoro, facilmente solúvel em água; → Solução deve ser preparada na hora. → Pode ser administrada pelas vias IV ou IM. → É rapidamente eliminada do organismo (cerca de 4 horas); VO não permite a absorção e utilização. → Quando á necessidade de ação mais prolongada da Penicilina G, ela deve ser associada à Procaína ou a Benzatina. Permitindo a administração IM. → ½ vida sérica: 30 minutos. → Principal indicação terapêutica: é indicada quando é necessário atingir, de forma rápida, elevadas concentrações séricas como nas: meningites, pericardite, endocardite, pneumonias graves e septicemias. Penicilinas G Procaína → Associação da procaína com a Penicilina G. → Intramuscular: a procaína provoca vasoconstrição local, prejudicando sua absorção, prolongando o tempo de ação. → ½ vida sérica: 12 horas. → Principal indicação terapêutica: Nas faringoamigdalites (estreptococos) (G+). → A Penicilina G procaína o deve ser utilizada no tratamento de erisipela, pneumonia, gonorréia e feridas traumáticas, pois os níveis séricos e tissulares são baixos e insuficientes para a erradicação dos agentes causais, ainda que sensíveis às Penicilinas. Penicilinas G Benzatina → Combinação de duas moléculas de penicilina com uma da benzatina. → Intramuscular: forma uma macromolécula que libera lentamente a penicilina do local da injeção, promovendo níveis circulantes durante dias. Essa injeção é dolorosa devido à suspenção grosseira. → ½ vida sérica: 21 dias. → Principal indicação terapêutica: · Sífilis (Treponema pallidum) não neurológica; manter a penicilinemia prolongada e não necessariamente elevada. · Nas faringoamigdalites (estreptococos) (G+) recorrentes Obs: Estas penicilinas apresentam o mesmo espectro de ação da penicilina cristalina, diferenciando-se somente pelo tempo de circulação mais prolongado e pelas diferentes concentrações conseguidas no sangue. → Níveis plasmáticos de penicilina circulante após administração IM de mesma dose das diferentes apresentações da Penicilina G. → As diferentes concentrações atingidas por cada formulação vão levar a diferentes indicações clinicas. Espectro de ação das Penicilinas G A Penicilina G tem elevada potência (age em baixas concentrações) atuando contra bactérias GRAM+ e -, mas especialmente contra: · Estreptococos do grupo A (G+). · Meningococos (Neisseria meningitidis) (diplococos G-); · Estafilococos não produtores de beta-lactamases (G+); · Gonococos (N. gonorrhoeae) (diplococo G-); · Pneumococos (Streptococcus pneumoniae) (G+); · Treponemas (T. pallidum) (G-); · Clostrídios (bastonetes G+); Efeitos Adversos → Principal efeito adverso da Penicilina G: manifestações de hipersensibilidade de pequena gravidade, ou; → Nas ocorrências de maior gravidade pode ocorrer choque anafilático. → A Penicilina G é um dos ATB mais seguros em uso clínico, sendo mínima sua toxicidade uma vez que o alvo peptideoglicano não esta presentes em nossas células, somente nas bactérias. Entretanto pode provocar dor e irritação no local de aplicação (Pencilinas G Benzatina e Procaína). Penicilina V → Espectro da atividade e mecanismo de ação semelhante ao da penicilina G → O diferencial é a possibilidade do uso através da VO, por ser mais resistente ao meio ácido é absorvida pelo duodeno. → A absorção é diminuída pela ingestão do medicamento de estômago cheio → É uma alternativa da penicilina G Procaína principalmente no tratamento de infecções de pequena gravidade causadas por estreptococos (amigdalite) → Possui o inconveniente de exigir tomadas a cada 6 horas, por 10 dias, o que dificulta a adesão sobrestamento. Reações adversas Os efeitos alérgicos à penicilina V são os mesmos da penicilina G, sendo muito rara a ocorrência de choque anafilático. Conclusão Em geral as penicilinas são um pouco tóxicas, porém muito toleradas e o principal problema são as ocorrências de reações de hipersensibilidade. Se o paciente tiver alergia a alguma penicilina ele terá alergia a todo grupo. Penicilinas semi-sinteticas Ampicilina e Amoxicilina (2a geração) → São Penicilinas semi-sinteticas → Mecanismo de ação semelhante ao da Penicilina G; se ligam ao peptdeoglicano levando a destruição da parede celular. → Estáveis em meio ácido, podendo ser administrados pela VO. → Ativas contra Gram+ e Gram-; → Inativas contra bactérias produtoras de β-lactamases ; uma vez que elas são possuem enzimas capazes de destruir o anel β-lactâmicos o que inativa a ação do antibiótico. → Possibilidade de associações com inibidores de β-lactamases (ácido clavulânico e sulbactam). O que permite a proteção espacial do anel β-lactâmico, impedindo assim que em contato com um bactéria β-lactamases o anel seja atingido por essa enzima e destruído. → A potência de ação da Ampicilina é comparativamente, MENOR que a da Penicilina G. → A absorção da Ampicilina sofre a influência dos alimentos. → A indicação para Gram- sofre atualmente a limitação da resistência desses antibióticos. Amoxicilina → Possui as mesmas indicações clínicas que a Ampicilina; Vantagem: → Melhor absorção VO, proporcionando níveis séricos e tissulares mais estáveis e elevados que a ampicilina; → Não sofre interferência de alimentos. → Medicamento de 1a escolha na quimioprofilaxia antibiótica. Indicações clinicas → Tratamento de infecções causadas por bactérias GRAM – suscetíveis → Tratamento de infecções causadas por GRAM+ suscetíveis (estreptococos e estafilococos nos produtores de penicilina) Efeitos adversos São aqueles identificados pela classe como um todo, sendo mais comuns as reações de hipersensibilidade. Cefalosporinas Foram identificadas a partir de fontes naturais. → A Cephalosporium acremonium foi a primeira fontede cefalosporinas. Cefalosporinas naturais: demonstraram atividade antibiótica intrínseca é baixa. Cefalosporinas semi sintéticas: foram criadas para uso clínico. O Isolamento do núcleo ativo da cefalosporina natural e a adição de cadeias laterais levaram a produção de compostos semissintéticos com atividade antibiótica muito maior que a da substância original. → Atualmente só são usadas as cefalosporinas semissintéticas. Observa se que as cefalosporinas são relativamente estáveis em meio ácidos e altamente resistentes à ação de β- lactamases, ou seja, aquelas bactérias que possuem betalactamase não conseguem destruir o anel betalactâmico presente nas cefalosporinas. → Com isso eles possuem um espectro de ação normalmente mais amplo que das penicilinas. Reações de hipersensibilidade As reações de hipersensibilidade são semelhantes à penicilina: febre, anafilaxia, erupções cutâneas etc. → Como os núcleos químicos são diferentes das penicilinas alguns indivíduos com alergia à penicilina podem tolerar as cefalosporinas (história de anafilaxia à penicilina não deve receber cefalosporinas)
Compartilhar