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Amanda Wernke - XXXVII 1 Proteínas Catalizadoras – Enzimas (Resumo Baynes – Capítulo 6) Introdução: As enzimas são catalisadores biológicos que mantêm as reações químicas. Elas aceleram as reações químicas sob condições fisiológicas, mas não pode alterar o equilíbrio de uma reação. Ela acelera uma reação pela diminuição da energia de ativação necessária. Quase todas as enzimas são proteínas, mas algumas moléculas de ácidos ribonucleicos, denominados ribozimas, também têm atividade catalítica. Reações enzimáticas: Fatores que afetam as reações: Efeito da temperatura: as enzimas têm uma temperatura ótima, no qual funcionam de modo mais eficaz. A velocidade da reação aumenta com o aumento da temperatura, mas declina em temperaturas mais elevadas, pois ocorre desnaturação proteica e perda da atividade. Efeito do pH: enzimas citosólicas têm pH ótimo para o funcionamento, na faixa de 7-8. As pepsinas secretadas pelo suco gástrico possuem pH ótimo na faixa de 1,5-2, já a tripsina e a quimiotripsina possuem pH ótimo alcalino. Atividade enzimática: é medida sob condições definidas (temperatura, pH, tampão, concentrações de substrato e de coenzima). A velocidade se dá pela velocidade de conversão do substrato em produto, por unidade de tempo. A unidade internacional de enzima se dá pela quantidade de enzima que catalisa uma transformação de um micromol de substrato em produto por minuto. A atividade específica de uma enzima é medida pela atividade por quantidade de proteína (μmol/min/mg ou UI/mg de proteína). As atividades específicas variam largamente entre os tecidos, conforme a função metabólica do tecido. As enzimas para a síntese de colesterol, tem atividade específica mais alta no fígado do que no músculo. Quanto maior a atividade específica de uma enzima maior sua pureza e homogeneidade. Especificidade de reação e do substrato: a maioria é muito específica tanto para a reação que catalisa como para a natureza do substrato. O local ativo de uma enzima é o local de ligação com o substrato. A especificidade do substrato é determinada pelo tamanho, estrutura, cargas, polaridade e caráter hidrofóbico do local de ligação do substrato. Enzimas altamente específicas como a catalase, que degrada H2O2, e a uréase, que cataboliza ureia, catalisam somente uma reação química, mas outras enzimas possuem uma especificidade mais ampla, como serinaproteases. Todas as enzimas possuem uma classificação enzimática de quatro dígitos. O primeiro deles identifica a enzima como membro de uma das seis primeiras classes de enzimas. Os dois dígitos seguintes indicam as classes e subclasses dos substratos, o quarto dígito indica o número de série da enzima específica. Amanda Wernke - XXXVII 2 Isozimas são enzimas que catalisam uma mesma reação mas que se diferem na estrutura primária. Papel das coenzimas: são moléculas ajudantes que possuem papel essencial nas reações catalizadas pela enzima. Enzimas ligadas à coenzimas são chamadas de holoenzimas, uma holoenzima sem uma coenzima é chamada de apoenzima. As coenzimas podem ser solúveis e ligam-se de modo reversível à porçção proteica da enzima. As coenzimas são frequentemente modificadas durante a reação enzimática, depois se dissociam da enzima e são regeneradas por outra enzima. Coenzimas ajudam no transporte intermediário de uma enzima para outra em uma sequencia de reações. A maioria é derivada de vitaminas, como as derivadas do grupo B, niacina e riboflavina. Algumas coenzimas requerem, para sua atividade, íons inorgânicos, frequentemente denominados de cofatores. Como as enzimas de coagulação necessitam de cálcio. Reações enzimáticas: são reações de muitas etapas que ocorrem por miutas reações parciais. Amanda Wernke - XXXVII 3 Amanda Wernke - XXXVII 4 Mecanismos de ação das enzimas: as reações enzimáticas envolvem grupos funcionais de enzimas, coenzimas, substratose produtos. As enzimas variam significativamente em seu mecanismo de ação.Em alguns casos, a catálise é realizada no substrato, de modo não covalente, reversivelmente ligado à enzima. Em outros casos, um intermediário covalente é formado na superfície da enzima e depois liberado da enzima. Pode acontecer de toda a ação ocorrer sobre uma coenzima que forma uma ligação covalente com o susbstrato. O mecanismo de ação de muitas enzimas serão discutidos em capítulos posteriores. Amanda Wernke - XXXVII 5 Inibição enzimática: os inibidores enzimáticos são substâncias que afetam o processo metabólico. Entre eles estão drogas,tanto de natureza natural, como sintético. A maioria age de modo reversível, mas existem também aqueles que atuam de modo irreversível. Existem três tipos de inibição reversível: competitiva, acompetitiva e não competitiva. Os inibidores competitivos aumentam Km sem alterar a velocidade máxima. Esses inibidores possuem estrutura semelhante ao substrato. A inibição não é decorrente de um resultado de um efeito enzimático, mas sobre o acesso do substrato ao centro ativo. A constrante de inibição Ki é a constante de dissociação do complexo enzima- inibidor (EI) e, quanto menor for o valor de Ki, mais eficiênte será a inibição da atividade enzimática. A velocidade da reação catalizada por enzima com presença de inibidor competitivo pode ser aumentada pelo crescimento da concentração do substrato. Já os inibidores não competitivos causam uma diminuição aparente da velocidade máxima. Os acompetitivos ligam-se ao complexo enzima-substrato e nunca à enzima livre. O inibidor causa um decréscimo da velocidade máxima por que uma fração do complexo enzima-substrato é desviada pelo inibidor para formar o complexo ESI inativo. Amanda Wernke - XXXVII 6 Os inibidores não competitivos podem se ligar a pontos fora do local ativo e alterar tanto Km como a velocidade máxima da enzima, pois ele pode se ligar tanto a enzima livre como ao complexo substrato-enzima. Eles apresentam por isso efeitos mais complexos. Muitos fármacos e venenos inibem as enzimas irreversivelmente: prostaglandinas são mediadores inflamatórios-chave, sendo sua síntese iniciada por oxidação mediada pela ciclo-oxigenase. Compostos supressores da ciclo-oxigenase apresentam atividade anti-inflamatória. É exemplo desses compostos a aspirina, pois ela bloqueia o acesso do ácido aracdônico ao local ativo da enzima. Outros fármacos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), Amanda Wernke - XXXVII 7 como a indometacina, inibem a ciclo-oxigenase pelo bloqueio do local de ligação do araquidonato. O dissulfiram (altabuse) é um fármaco utilizado para tratamento de alcoolismo. Esse fármaco modifica irreversivelmente o sítio ativo da aldeido desidrogenase produto do ácido acético. Isso resulta em acumulo de álcool e aldeido no sangue, causando nauseas e leva à abstinência do álcool. Os agente alquilantes inibem irreversivelmente a atividade catalítica de algumas enzimas por modificação de resíduos essenciais e cisteína. Metais pesados também inibem enzimas com locais ativos que contêm grupos sulfidrila. Regulação da atividade enzimática: em vias metabólicas de múltiplas etapas, a etapa mais lenta é quem limita a velocidade da reação. Em geral cinco mecanismos independentes estão envolvidos na regulação da atividade enzimática: Amanda Wernke - XXXVII 8 A expressão da proteína enzima por seus correspondentes genes muda em resposta a mudança do ambiente das células ou devido a demandas metabólicas; Enzimas podem ser irreversivelmente ativadas ou inativadas por enzimas proteolíticas; Enzimas podem ser irreversivelmente ativadas ou inativadas por modificação covalente, como fosforilação; A regulação alostérica modula a atividade de enzimas-chave por ligação de pequenas moléculas em locais diferentes dolocal ativo em um processo que é relativamente rápido e, daí, a primeira resposta das células à mudança de condições; A degradação de enzimas por proteases intracelulares dos lisossomos ou pelos proteossomos no citosol também determina o tempo de permanência das enzimas e, consequentemente, a atividade enzimática ao longo de um período de tempo maior. Apesar de estudos extensos, ainda não é possível deduzir com precisão a atividade de enzimas específicas no corpo, muitos fatores, incluindo substratos, pH e fatores alostéricos, alteram-se ao longo do tempo em condições fisiológicas. Cooperatividade: a cooperatividade positiva indica que a reação de um substrato com um local ativo deixa mais fácil a reação de outro substrato em outro local ativo. A cooperatividade negativa significa que a reação de um substrato com o um local ativo torna mais difícil para um substrato reagir em outro local ativo. Amanda Wernke - XXXVII 9 Medida enzimática da glicose no sangue: O ensaio glicose-oxidase peroxidase: nos laboratórios clínicos, a maioria dos compostos é dosado por métodos enzimáticos automatizados. O procedimento mais usual é feito com uma mistura de glicose oxidase e peroxidase. Tiras teagentes e glicômetros: pessoas com diabetes geralmente monitoram os níveis de glicose no sangue, muitas vezes ao longo do dia, usando tiras reagente e medidores de glicose. As fitas de glicose são impregnadas de reagentes de glicose oxidase-peroxidase (GOP). Os glicômetros modernos geralmente utilizam uma pequena gota de sangue e eletrodos amperométricos para medir a corrente produzida pela reação redox catalisada pela glicose desidrogenase (GDH). Ensaios cinéticos: Os analisadores cinéticos de resposta ultrarrápida estimam a concentração de glicose em uma amostra medindo a velocidade inicial da reação. Esses ensaios são feitos em analisadores de fluxo ou de centrifugação para garantir mistura rápida dos reagente com a amostra. Esses ensaios são mais rápidos que os tpermicos, pois estimulam a concentração de glicose antes do término.
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