Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II Princípios de Sutura O termo sutura é utilizado para designar todo material utilizado para ligar vasos ou aproximar tecidos; Coaptar as margens das feridas – manter o retalho em posição e aproximar as bordas a fim de promover ótima cura; Cicatrização por primeira intenção (bordas da ferida interligadas) – rápida e completa; Hemostasia adequada Vitalidade de tecido ósseo subjacente. PORTA AGULHA Atividade realizada: Princípios de Sutura Data: 03/03/2021 Professor(a): Renata Vale, João Paulo, Jiovanne Neri PORTA AGULHA MAYO Serve para colocação intraoral de suturas; apresenta ranhaduras na face da ponta PORTA AGULHA CASTROVIEJO Serve para cirurgia periodontal, por ser mais delicada PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II AGULHAS ESTRUTURA: Apresentam três componentes básicos: a conexão final (serrilhada ou perfurada), o corpo e a extremidade. CONEXÃO FINAL: Serrilhada: Material de sutura é unido a agulha ficando permanentemente preso; Elimina a necessidade de atravessar a agulha com o fio de sutura; Permite ao clínico puxar a agulha mais facilmente e com menos traumas ao tecido. Perfurada: O fio deve atravessar o final da agulha; Promove maior trauma ao tecido. TAMANHO DA AGULHA: Agulha circular de 3/8: Muito utilizada na odontologia em cirurgia oral, periodontal e de implante. Agulha circular de 1/2: Utilizada na clínica; Usada em casos de espaços restritos (molares superiores ou para suturar enxertos autógenos de tecido mole. PINCA RETA ATRAUMÁTICA Possui ranhaduras no mesmo sentido: menor estabilização da agulha PORTA AGULHA COM PONTA DE VIDEA Maior firmeza na agulha; mais caros e delicados PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II TIPOS DE AGULHAS DE SUTURA: Agulhas de Corte Invertido: Mais utilizadas em cirurgias periodontais, maxilofaciais e de implante; Caracterizadas por duas bordas cortantes opostas, com uma terceira borda cortante na curvatura da face externa; Reduz o risco de recortes; Utilizados em tecidos resistentes, de difícil penetração. Agulhas de Corte Convencional: Compostas por duas bordas cortantes e com uma terceira no lado interno da curvatura da agulha; Não são utilizadas na odontologia, uma vez que recorta enquanto sutura. Agulhas de Corte Cônico: São projetadas para uso em tecidos delicados e/ou duros; Tem a ponta afiada de corte inverso, com três bordas da agulha afiadas, para proporcionar uma ação cortante uniforme. FIOS DE SUTURA Objetivo: conter ou fixar os tecidos e estruturas durante a cirurgia; Pode ser de origem sintética ou orgânica (animal ou vegetal), monofilamentado ou multifilamentado, reabsorvível ou não reabsorvível. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE FILAMENTOS: Monofilamentar: Forma-se com um só filamento; Ex: nylon, polipropileno, aço inoxidável, poliéster, aço inox. Necessita dar vários nós para dar nó firme. Multifilamentar: Torcido: Forma-se retorcendo os filamentos uns ao redor de outros; ex: catgut, algodão, linho, seda. Trançado: Forma-se entrecruzando-se três ou mais filamentos, de modo a trança-los; seda, poliamida. Trava o nó melhor; Acumula placa – não recomendado para enxertos. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ABSORÇÃO: Fios não absorvíveis: são aqueles que retém a força de tensão por mais de 60 dias; Fios absorvíveis: são aqueles que sofrem degradação (enzimática ou hidrolítica) e rapidamente perdem sua tensão de estiramento em menos de 60 dias. Tipo Origem Exemplo Descrição Absorvível Animal Catgut (torcido) Reabsorve em 7 a 14 dias; pode ser cromado, que reabsorve mais lento Sintético Vicryl – ácido poligalático Absorve em 4 semanas; utilizado em pontos intra-dérmicos e cirurgias maiores Não absorvível Animal Seda Não irritante, barato, fácil de manusear, nó firme; porém acumula placa. Vegetal Algodão Multifilamentar, fio maleável e agradável ao tato, o que propicia um nó forte; requerem um mínimo de três nós para uma fixação segura Sintético Poliéster Sintético, multifilamentado, resistente e com uma durabilidade grande; requerem um mínimo de cinco nós para uma fixação estável e segura Nylon Maior resistência, flexível, não irritante, menor reação tecidual; porem difícil de manusear, perde resistência, não produz nó firme. Mineral Aço inoxidável Serve para amarrar estruturas, dentes, estabilizar fraturas e luxações CALIBRE DOS FIOS: O calibre dos fios designado por codificação, sendo o de maior calibre o n° 3; A numeração é progressivamente decrescente até o número 1, a partir do qual o fio é designado por 0, 2-0, 3-0 e assim por diante até 12-0, o qual é o mais fino. O calibre dos fios mais utilizados em odontologia é 3-0 a 6-0 e os fios de aço 0 a 2. 3-0 – utilizados em regiões fibrosas, sendo multifilamentadas 4-0 – utilizado em regiões anteriores 5-0 – utilizado em cirurgias da face e implantes. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II PINÇA PARA TECIDO MOLE PRENDER A AGULHA NO PORTA AGULHA A agulha deve estar perpendicular no longo eixo do porta agulha. A agulha deve ser presa entre a base e o meio da agulha, não perto do encaixe do fio, para não ser danificado. A agulha deve ser agarrada cerca de 2 a 3mm da ponta do porta agulha. ÂNGULO DA AGULA COM O TECIDO MOLE A agulha deve entrar em sentido perpendicular ao penetrar o tecido. POR ONDE COMEÇAR A SUTURA? Iniciar pelo ângulo do retalho; Sempre da anterior para posterior. TÉCNICA BÁSICA DE SUTURA PERIOSTEAL 1. A ponta da agulha é posicionada perpendicularmente à superfície do tecido e do osso subjacente. 2. Então é inserida completamente através do tecido até o osso comprometido; 3. O corpo da agulha é rotacionado 180º sobre a ponta da agulha, penetrando novamente pelo periósteo e retornando aos tecidos superficiais. PINÇA DE ADSON Usada para segurar o tecido e assim suavemente estabilizá-lo. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II TÉCNICA DE SUTURA SIMPLES (PAPILA) Técnica de sutura mais comumente utilizada na odontologia. É utilizada quando retalhos vestibulares e linguais foram elevados. Técnica: 1. Passar a agulha pela superfície externa do retalho vestibular; 2. Passar a agulha sob o ponto de contato; 3. Passar a agulha pela superfície interna do retalho lingual; 4. Passar a agulha sob o ponto de contato novamente; 5. Dar o laço na superfície vestibular do dente de forma que o nó não fique na linha da incisão; 6. Cortar o fio de sutura 2 a 3mm do nó. TÉCNICA DE SUTURA SIMPLES MODIFICADA EM OITO É utilizada em áreas muito restritas. Técnica: 1. Passar a agulha pela superfície externa (epitelial) do retalho vestibular; 2. Passar a agulha sob o ponto de contato; 3. Inverter a direção da agulha e penetrar no lado epitelial (externo) do retalho lingual; 4. Passar a agulha, por trás, sob o ponto de contato; 5. Amarrar a sutura na superfície vestibular de forma que o nó não fique na linha da incisão; 6. Cortar o fio de sutura 2,0 a 3,0 mm do nó. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II TÉCNICA DE SUTURA EM X EXTERNO É utilizada em cirurgia mucogengival e em extrações. Técnica: 1. A agulha entra no retalho vestibular no ângulo da linha distovestibular e sai pelo retalho vestibular no ângulo da linha mesiovestibular; 2. A mesma manobra é repetida no lado lingual; 3. O nó é amarrado de forma a formar uma cruz em cima do retalho. TÉCNICA DE SUTURA COLCHOEIRO HORIZONTAL Técnica: 1. Penetrar o retalho cirúrgico vestibular um pouco acima da junção mucogengival, aproximadamente 5,0 mm distal ao objeto (dente, implante dental, barreira regenerativa) que está recebendo uma sutura ao seu redor; 2. Passar sob o contato; 3. Penetrar a superfíciedo lado interno do retalho, um pouco acima da junção mucogengival, emergindo pela superfície epitelizada do lado externo, novamente 5.0 mm lateralmente para o lado) ao objeto que está sendo suturado; 4. Penetrar a superfície do lado externo, um pouco acima da função mucogengival, a 5.0 mm do outro lado do objeto que está sendo suturado, de forma que o fio de sutura forme uma linha horizontal de aproximadamente 10,0 mm de comprimento; 5. Passar sob o contato; 6. Penetrar o lado inferior do retalho, um pouco acima da junção mucogengival, 5,0 mm lateralmente do objeto (dente, implante dental, barreira regenerativa) que está sendo suturado; 7. Amarrar o fio de sutura, vestibularmente; PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II TÉCNICA DE SUTURA COLCHOEIRO VERTICAL Técnica: 1. Penetrar o retalho do tecido da superfície externa, 4.0 a 6,0 mm da margem do retalho, um pouco acima do nível da margem mucogengival, com a ponta da agulha em uma direção coronal (o retalho vestibular é penetrado a partir da superfície vestibular); 2. Passar a agulha sob o ponto de contato. 3. Penetrar a superfície do lado interno do retalho cirúrgico lingual 4,0 a 6,0 mm da borda do retalho, e em seguida, penetrar outra vez a superfície do lado externo do retalho lingual 2 a 3,0 mm da borda do retalho 4. Passar a agulha atrás, sob o ponto de contato; 5. Penetrar o retalho cirúrgico vestibular da superfície interna, 2,0 a3,0 mm da margem do retalho 6. Amarrar na superfície da penetração original da sutura, que deve estar na superfície vestibular. 7. Cortar o fio de sutura 2,0 a 3,0 mm do nó; TÉCNICA DE SUTURA CONTÍNUA SIMPLES Técnica: 1. A agulha penetra na superfície externa do retalho vestibular a 3 mm da borda do retalho; 2. Passa o ponto de contanto e penetra pela superfície interna do retalho lingual coronal na junção mucogengival, e um nó de sutura é atado; 3. O passo seguinte é realizar passadas idênticas e simétricas sucessivas com distância aproximada de 5mm de uma passagem para outra; 4. Completando a sutura, na última passagem pelo tecido ata-se o nó com a última laçada cortando o fio do nó realizado; 5. OBS: a cada passada sucessiva devermos realizar o tracionamento do fio (reparo do fio) para manter as bordas juntas. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II TÉCNICA DE SUTURA CONTÍNUA DO TIPO FESTONADA Técnica: 1. Completar primeiro uma sutura interrompida simples; 2. Inserir a agulha pelo lado externo do retalho vestibular e pela superficie subjacente do retalho lingual. 3. Passar a agulha pela laçada remanescente da sutura e puxar a sutura firmemente, fechando-a. 4. Continuar este procedimento até que a sutura final seja amarrada no término da mesma. PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II CONSIDERAÇÕES GERAIS: O nó completado deve ser firme para evitar que ele se desfaça; O nó deve ser amarrado tão pequeno quanto possível, com as pontas cortadas o mais curto possível; A tensão excessiva, que pode romper as suturas e cortar o tecido, deve ser evitada; As suturas empregadas na aproximação de tecidos não devem ser amarradas muito firmemente, podendo contribuir para compressão do tecido. A amarração final deve ser feita o mais horizontalmente possível; NÓS: Objetivo de unir duas pontas da sutura de maneira segura, porém delicada. São seguro pela fricção do material de sutura; Diferentes fios de sutura requerem diferentes tipos de nós; Os nós devem ser colocados com bastante firmeza para evitar o deslizamento e o desprendimentos do retelho, mas não tão firmes a ponto de branquear os tecidos (baixo suprimento sanguíneo e necrose). São geralmente colocados nas faces vestibulares dos retalhos; Tipos de nó: cego, corrediço ou triplo. NÓ CEGO: Consiste em dois nós chuleados, cada um finalizado em direções opostas; O primeiro nó é obtido dando-se uma volta sobre os mordentes do porta-agulha, agarrando a ponta do fio de sutura, e puxando o nó de maneira a ajustá-lo ao retalho; O segundo nó é então realizado dando- se novamente uma volta por baixo dos mordentes do porta-agulha, agarrando a ponta do fio de sutura e puxando firmemente as duas pontas. NÓ CORREDIÇO: Consiste em uma variação do nó cego, sendo conseguido com a realização de dois nós simples; Ambos os nós são feitos na mesma direção; PORTFÓLIO PRÉ-CLÍNICA II O primeiro nó é obtido dando-se uma volta sobre os mordentes do porta-agulha, agarrando a ponta do fio de sutura, e puxando o nó de maneira a ajustá-lo ao retalho; O segundo nó é feito da mesma forma, de modo que o laço passe novamente por cima do porta-agulhas. Após isso, pode ser fechado com outro nó, feito na direção oposta do primeiro dos dois. NÓ DE CIRURGIÃO: Mais comumente usado em cirurgia de implante; Nó cego modificado com dois nós chuleados, com cada uma finalizado em direções opostas; O primeiro nó é um nó duplo e o segundo, um simples; A duplicação do primeiro nó evita o deslizamento e a soltura; Quando utilizado um fio de seda, apenas dois nós são requeridos; entretanto, alguns materiais sintéticos necessitam de nós adicionais. Remoção de 7 a 10 dias da data da cirurgia; Utilização de peroxido de hidrogênio, clorexidina, desinfetantes são utilizados para limpar a ferida de todos os fragmentos, tais como sangue coagulado e soro sanguíneo. A sutura é cortada o mais possível do tecido para evitar que a sutura contaminada se arraste através da ferida; Suturas contínuas: cada seção deve ser cortada e retirada individualmente.
Compartilhar