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Princípios de Sutura O PROCED IMENTO DA SUTURA Sutura = termo usado para designar todo material utilizado para ligar (amarrar) vasos sanguíneos ou aproximar (costurar) tecidos. Objet i vo Pr i nc i p a l Posicionar e manter firme o retalho cirúrgico a fim de promover ótima cura. Gera conforto no paciente, hemostasia, redução da ferida a ser reparada e evita uma destruição óssea desnecessária Se os retalhos não forem aproximados, consequentemente, uma hemostasia inadequada estará presente, sangue e soro podem se acumular debaixo do retalho, retardando assim, o processo cicatricial devido à separação do retalho do osso subjacente. Isso resulta em uma cicatrização por segunda intenção. MATERIA IS DE SUTURA Podem ser classificados como absorvíveis e não absorvíveis. Não Absorv í ve i s Seda : Filamentos torcidos ou trançados para formar um cordão. Vantagens: fácil manipulação, lisura do fio e elasticidade do material que garantem segurança ao nó. Desvantagens: não é absorvível e podem resultar em um “efeito de pavio”, que faz com que o material atraia bactérias e fluidos para o local da ferida. Po l i és ter : Tipos: monofilamentado (náilon) e politetrafluoroetileno. Vantagens: uniformemente revestido com um lubrificante, que melhora a passagem da sutura através do tecido e facilita a amarração do nó. Desvantagens: não é absorvível e é provável que os nós desamarrem devido à lisura do material. Absorv í ve i s Populares em cirurgias periodontais e de implante porque resultam em menos inflamação pós- operatória e em um estado pós-operatório mais confortável. Natura i s São digeridas por enzimas orgânicas e apresentam dois tipos de fios cirúrgicos, fabricados a partir de filamentos processados de colágeno altamente purificado: gut liso, gut crômico. Vantagens: são absorvíveis, economizam tempo no estado pós-operatório, reduz a ansiedade do paciente já que a remoção obrigatória foi eliminada e demonstra resistência de média a moderada. Desvantagens: não deve ser utilizado em pacientes que possuam qualquer distúrbio que resulte na diminuição do pH da cavidade oral e consequente dissolução mais rápida da sutura. Gu t L i so : Resistência média à tração e perdem 50% da força da sutura após 24 horas de exposição aos fluidos intraorais. Não existe nenhuma remoção obrigatória e a taxa de absorção é de três a cinco dias, intraoralmente. Gu t C rôm ico : Tratadas com uma solução saliva de cromo, que condiciona o material a resistir às enzimas do organismo por um período prolongado de tempo, de 7 a 10 dias, intraoralmente. Vantagens: é absorvível com uma taxa prolongada, economiza tempo no estado pós-operatório e reduz a ansiedade do paciente. Mantém aproximadamente de 40% a 50% de sua força durante uns 5 dias. S i nté t i cos São hidrofóbicas e, portanto, são dissolvidas, principalmente pelo processo de hidrólise (divisão por moléculas de água). Assim, reduz a velocidade de penetração de água nos filamentos, proporcionando uma taxa mais lenta de absorção. Ác i do Po l i g l i có l i c o : Vantagens: absorção em uma taxa de 21 a 28 dias intraoralmente, provoca apenas reação tecidual moderada e demonstra maior resistência à tração e, por isso, é melhor utilizado quando ele tem de resistir à força muscular. Po l i g lec aprone : Vantagens: absorvível em uma taxa de 90 dias intraoralmente e enorme resistência à tração. Desvantagens: muito duro, sendo assim, a ponta da sutura pode ser um incômodo à bochecha ou a língua do paciente, dependendo do local da sutura. TAMANHO DA SUTURA A 4-0 é a mais utilizada em Odontologia. A 5-0 também pode ser usada, mas tipicamente em cirurgias mucogengivais delicadas. A prática cirúrgica aceita é utilizar a sutura de diâmetro menor, que possa segurar adequadamente o tecido da ferida para minimizar o trauma causado pela passagem do fio pelo tecido. Quanto menor for a sutura, menor será a resistência à tração da mesma. A resistência à tração de uma sutura nunca deverá exceder a resistência à tração do tecido segurado. As suturas devem ser, no mínimo, tão fortes quando o tecido saudável ao qual elas estão sendo colocadas. TÉCNICAS DE SUTURA As suturas geralmente são colocadas na região distal ao último dente e em cada espaço interproximal. Elas sempre devem ser inseridas primeiro no retalho de tecido mais móvel. Os retalhos não devem ficar esbranquiçados quando se amarra uma sutura pois, indica a isquemia do tecido. As suturas não devem ser colocadas a menos de 2,0 a 3,0 mm da extremidade do retalho a fim de se evitar que o fio se solte durante a formação do edema, que ocorre 24 a 48 horas após a cirurgia. Ao penetrar os tecidos, a agulha deve entrar em sentido perpendicular. Sutura I n terromp ida S imp les Mais comumente utilizada em Odontologia. Usada quando os retalhos vestibulares e linguais foram elevados. Somente é usada para aproximar/coaptar os retalhos cirúrgicos e não para resistir a qualquer tipo de tensão do retalho. Suturas Con t ínuas Utilizadas para unir duas ou mais papilas interdentais do mesmo retalho, e são normalmente selecionadas quando o retalho vestibular é suturado separadamente do retalho lingual, ou quando não existe um retalho lingual. A agulha é passada pelo espaço interdental na face vestibular de um retalho ou onde houver uma grande área edêntula. Também podem ser utilizadas para prender os retalhos que se estendem por dois ou mais espaços interdentais. Além disso, podem ser usadas para posicionar retalhos tanto coronariamente quanto apicalmente. Vantagens: Podem compreender tantos dentes quantos forem necessários Minimizam a utilização de nós múltiplos Empregam dentes para ancorar o retalho Evitam a utilização de suturas periostais Permitem posicionamento e tensão independentes dos retalhos vestibulares e linguais ou palatinos Desvantagens: Se a sutura se rompe, o retalho pode ficar solto a sutura pode se desamarrar dos vários dentes Sutura de Fechamento C ont í nuo ( Fes tonada ) : Indicada principalmente para extensas áreas edêntulas, tuberosidades ou áreas retromolares. Os pontos são normalmente posicionados no lado vestibular. Sutura em Forma de X (ou C ruzada ) Muito útil em cirurgia mucogengival onde é desejada uma cobertura radicular, assim como, em extrações e em procedimentos de preservação do alvéolo e em espaços edêntulos.
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