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Schistosoma mansoni – Esquistossomose Esquistossomose, barriga d’água, mal do caramujo ou xistose, é uma parasitose causada pelo helminto conhecido como Schistosoma mansoni. Encontrado no continente africano, Antilhas e no continente sul-americano (sendo endêmico no Brasil). É categorizado como um problema de saúde pública típico de regiões em vulnerabilidade econômico/sanitária. · Hospedeiro definitivo – homem (abriga o parasita na forma adulta) · Hospedeiro intermediário – caramujo Biomphalaria (abriga o parasita na forma larval) · Biomphalaria glabrata – possui uma maior importância epidemiológica; é capaz de se adaptar a todas as cepas do parasita; pode liberar até 2.500 cercarias por dia; mais encontrado na região litorânea do Brasil. · Biomphalaria stramínea – possui uma maior distribuição geográfica; é mais específico, com relação a cepas; pode liberar apenas 250 cercarias por dia; é mais encontrado na região nordeste do Brasil. · Biomphalaria tenagophila – é mais encontrado na região sul do Brasil. Morfologia – Adulta *Alimentam-se de sangue. · Macho · Achatado (quando comparado com a fêmea) · 1,0 cm de comprimento · Tubérculos (protuberâncias que auxiliam na fixação no vaso sanguíneo) · Ventosa oral (alimentação) e ventosa ventral (fixação) · Canal ginecóforo (dobras laterais – abriga a fêmea) · Lobos testiculares (aparelho reprodutor) · Fêmea · Cilíndrico · 1,5 cm de comprimento · Ventosa oral e ventral · Útero (abriga até dois ovos) · Ovários · Glândulas vitelogênicas (material de reserva para o ovo) Morfologia – Ovo · Ovalado · Espícula lateral · Armazena a forma larval em seu interior Morfologia – Miracídio (forma larval) · Cilíndrico · Cílios (locomoção aquática) · Glândulas de penetração (para invadir o tegumento do caramujo) · Terebrotorium (detecta luminosidade) · Apresenta células germinativas em seu interior (esporocisto) Morfologia – Esporocisto · Estrutura sacular · Apresenta células germinativas em seu interior (cercarias) Morfologia – Cercaria · Corpo e uma cauda bifurcada (movimentação ativa) · Ventosa oral e ventral (rudimentares) · Glândulas de penetração (invadir o tegumento humano) Habitat Na fase de maturação sexual – adulta, são encontrados no sistema porta (vasos do fígado, ramos esplênico – baço); os ovos que foram liberados após a cópula, são encontrados nos ramos terminais da veia mesentérica inferior – vasos que irrigam o intestino grosso, reto (ultimas poções). Ciclo biológico O casal de adultos realiza a cópula nas veias do sistema porta e liberam os ovos. Os ovos chegam ao TGI, atravessam a mucosa do intestino e saem junto das fezes. Em ambiente aquático, o ovo eclode e libera as larvas (miracídios) que sairão à procura do caramujo Biomphalaria. Já dentro do hospedeiro intermediário se diferenciarão em esporocisto e, mais tarde, em cercarias. As cercarias saem do caramujo e irão penetrar a pele do hospedeiro definitivo, onde se transformarão em adultos no sistema porta. Patogenia · Dermatite cercariana (processo inflamatório na pele devido à penetração da cercaria) · Prurido · Eritema · Edema · Pápula · Dor · Esquistossomulas (durante a migração pala corrente sanguínea) · Linfadenia (hiperplasia/hipertrofia dos gânglios linfáticos) · Febre · Esplenomegalia · Sintomas pulmonares · Adultos · Vivos – espoliação (Fe e glicose) · Mortos – lesões graves (não são eliminados) · Ovo (ovoposição) – alguns podem não ser eliminados nas fezes, ficam retidos e a corrente sanguínea carrega-os para os outros tecidos: · Reação inflamatória granulomatosa – granuloma · Células do sistema imune tentam isolar e acabam gerando fibrose (deposição de fibras do tecido conjuntivo) · Calcificações e/ou absorções Quadro clínico · Fase aguda · Febre · Emagrecimento (grave: caquexia) · Tosse · Fenômenos alérgicos · Diarreia · Granulomas · Fase crônica · Forma intestinal (granulomas no intestino) · Fibrose (baixo peristaltismo) · Diarreia · Constipação · Dor · Forma hepática (granulomas no fígado) · Fibrose periportal · Hipertensão portal · Obstrução dos ramos intra-hepáticos · Forma hepato-esplênica (obstrução da veia esplênica no sistema porta) · Esplenomegalia · Varizes – circulação colateral (tentativa de compensar a obstrução) · Ascite (alterações hemodinâmicas) – “barriga d’água” Diagnóstico · Clínico (baseado na sintomatologia; necessita de confirmação) · Parasitológico (usado principalmente em áreas endêmicas) · Exame parasitológico de fezes · Biopsia ou raspagem retal · Imunológico · ELIZA Profilaxia · Tratar o doente · Saneamento básico · Educação sanitária · Combate ao caramujo (medida pouco usual) · Cercarecidas de uso tópico *Perspectiva de vacina. Tratamento · Praziquantel · Oxamniquine Referências: Neves, D.P., Melo, A.L., Linardi, P.M., Vitor, R.W.A. Parasitologia Humana. 13ᵃ Edição, Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2016.
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