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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ENTRE 
EMPREENDIMENTOS COM CARACTERÍSTICAS 
SUSTENTÁVEIS E CONVENCIONAIS 
VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió 
2013 
VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO 
ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA 
ENTRE EMPREENDIMENTOS COM 
CARACTERÍSTICAS SUSTENTÁVEIS E 
CONVENCIONAIS 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Colegiado do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Federal de Alagoas, como parte dos 
requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
Orientador: Flávio Barboza de Lima 
Coorientador: Fernando Régis Azevedo Viana 
 
 
 
 
 
 
Maceió 
2013 
 
 
VICTOR GAMA CARNAÚBA AZEVEDO 
ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ENTRE 
EMPREENDIMENTOS COM CARACTERÍSTICAS SUSTENTÁVEIS E 
CONVENCIONAIS 
 
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado como pré-requisito para a obtenção 
do título de ENGENHERIO CIVIL e aprovada em sua forma final pelo professor 
orientador e pelo Colegiado do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal 
de Alagoas. 
 
Maceió, __de ________ de 2013 
Prof. Flávio Barboza de Lima 
Dr. pela Escola de Engenharia de São Carlos 
Orientador 
Profa. Adriana de Oliveira Santos Weber 
Coordenadora do curso de Engenharia Civil 
BANCA EXAMINADORA 
Prof. Flávio Barboza de Lima UFAL 
Dr. pela Escola de Engenharia de São Carlos 
Profa. Adriana de Oliveira Santos Weber UFAL 
Dra. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Prof. Ismael Weber UFAL 
Ms. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha família, em especial ao 
meu pai Fernando Régis, minha mãe Maria das 
Graças, minha namorada Camila e aos meus irmãos 
Gabriel e Karolina por terem me apoiado durante a 
minha formação. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente aos meus pais, que me deram todo o aporte necessário para 
conclusão do curso de engenharia e formaram o meu caráter. 
Ao meu pai Fernando Régis que foi o meu norte e me guiou durante a conclusão do curso 
e elaboração deste trabalho. 
À minha namorada Camila Lins que me auxiliou, mostrando paciência e me dando forças 
para vencer os obstáculos. 
À minha família que me deu apoio e estimulo durante a graduação. 
Ao meu orientador Flávio Barboza pelo apoio e dedicação durante o desenvolvimento 
deste trabalho 
Aos meus amigos, em especial Alcyr Vergetti, Jean Victor, Pedro Cavalcante e Yuri 
Lemos, que estiveram presentes em vários momentos ao longo dessa jornada. 
Aos meus colegas de turma que sempre se mostraram unidos na busca de um objetivo 
comum. 
Aos engenheiros Caetano Ximenes e Jayme Marden por permitirem a coleta de dados e 
me auxiliarem com aporte teórico para execução deste trabalho. 
Aos professores da Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Alagoas, que 
além do conhecimento nos ensinaram valores. 
 
RESUMO 
AZEVEDO, V. G. C.. Análise comparativa técnico-econômica entre 
empreendimentos com características sustentáveis e convencionais. 2013. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal de 
Alagoas, Maceió. 
 
A prática da engenharia consiste em utilizar materiais da forma mais eficiente e 
econômica, porém essa prática geralmente só é aplicada para concepção do projeto, 
deixando de lado sua utilização. Seguindo essa linha e a crescente preocupação por 
questões sustentáveis e impactos ambientais ocasionados pela indústria da construção 
civil e a utilização de suas obras, faz-se necessário a adoção de soluções que visam 
diminuir esse impacto. Essas soluções são dispendiosas e requerem por sua vez uma 
análise de viabilidade para adotá-las e encará-las como um investimento. Dentro desse 
contexto, este trabalho apresenta um comparativo técnico-econômico entre obras 
convencionais e as que possuem soluções de eficiência energética e racionalização do 
consumo de água, que apresentam grande impacto no custo de utilização durante o ciclo 
de vida do empreendimento pós-construção. Também é mostrado as vantagens de sua 
utilização, diferença percentual de custo entre os sistemas presentes nos 
empreendimentos e em seguida o momento temporal para que a adoção do investimento 
seja justificada. 
Palavras-chave: eficiência energética, consumo de água, ponto de equilíbrio, análise 
econômica, sustentabilidade. 
 
 
 
RESUMO 
AZEVEDO, V. G. C.. Comparative analysis technical-economic between enterprises 
with characteristics sustainable and conventional. In 2013. Completion of course work 
(Civil Engineering Undergraduate) - Federal University of Alagoas, Maceió. 
 
The engineering practice consists to use the most efficient and economical way, but this 
practice is generally only applied to project design, leaving aside its use. Following this 
line and the growing concern for sustainable issues and environmental impacts caused by 
the construction industry and the use of their works, it is necessary to adopt solutions that 
aim to reduce this impact. These solutions are expensive and require in turn an analysis 
of the feasibility of adopting them and regard them as an investment. Within this context, 
this work presents a comparative techno-economic works between conventional and we 
have solutions for energy efficiency and rationalization of water consumption, which have 
great impact on the cost of use during the life cycle of the project after construction. Also 
shown the advantages of its use, the percentage difference in cost between the systems 
present in the projects and then the time point for the adoption of the investment is 
justified. 
Keywords: energy efficiency, water consumption, equilibrium, economic analysis, 
sustainability. 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 10 
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................11 
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................11 
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................................12 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 13 
2.1 SUSTENTABILIDADE ....................................................................................................13 
2.2 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA HIDROSSANITÁRIA ..............................................................15 
2.2.1 Aparelhos sanitários economizadores de água...................................................16 
2.2.2 Aproveitamento de fontes alternativas ..............................................................20 
2.3 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................................................24 
2.3.1 Aquecimento de água .........................................................................................25 
2.3.2 Eficiência térmica ...............................................................................................25 
2.3.3 Iluminação ..........................................................................................................27 
2.3.4 Produção de energia renovável ..........................................................................29 
2.4 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES E NORMAS .........................................................................30 
2.4.1 Processo AQUA ...................................................................................................31 
2.4.2 PROCEL EDIFICA ..................................................................................................31 
2.4.3 NBR 15575: Edifícios Habitacionaisde até cinco pavimentos – Desempenho ....32 
2.4.4 LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) ..............................................33 
2.4.5 Selo Casa Azul CAIXA ..........................................................................................35 
2.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DO CICLO DE VIDA.......................................36 
2.5.1 Simples payback .................................................................................................36 
2.5.2 Payback descontado ...........................................................................................37 
2.5.3 Valor presente líquido ........................................................................................37 
2.5.4 Taxa interna de retorno ......................................................................................38 
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................. 39 
3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ..........................................................................................39 
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................................40 
3.2.1 1ª Etapa Revisão Bibliográfica ............................................................................41 
3.2.2 2ª Etapa: Identificação do local de estudo .........................................................41 
3.2.3 3ª Etapa: Obtenção dos dados ...........................................................................42 
3.2.4 4ª Etapa: Análise dos dados................................................................................42 
3.2.5 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias ..........................42 
3.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ...................................................................................43 
 
 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ................... 44 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................44 
4.2 DISPOSITIVOS SUSTENTÁVEIS ELEITOS .......................................................................45 
4.2.1 Instalações Hidro-Sanitárias ...............................................................................45 
4.2.2 Sistema de automação da iluminação nas áreas comuns ...................................46 
4.2.3 Medição individual de água ................................................................................47 
4.2.4 Tratamento térmico da fachada .........................................................................48 
4.2.5 Sistema coletivo de aquecimento de água a gás ................................................48 
4.3 ANÁLISE ECONOMICA DOS DISPOSITIVOS ..................................................................49 
4.3.1 Dispositivos economizadores de água ................................................................50 
4.3.1.3 Combinação dos sistemas economizadores de água ......................................58 
4.3.2 Dispositivos economizadores de energia elétrica ...............................................61 
4.3.3 Combinação final ................................................................................................69 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 73 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 74 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Tripé da sustentabilidade ............................................................................... 14 
Figura 2: Distibuição das águas na Terra ....................................................................... 15 
Figura 3:Funcionamento elastômeros ............................................................................. 18 
Figura 4 - Sistema de captação e utilização de água da chuva ....................................... 21 
Figura 5: Carta Bioclimática de Maceió ......................................................................... 27 
Figura 6:Tipos de rotores ................................................................................................ 30 
Figura 7: Categorias de preocupações do AQUA .......................................................... 31 
Figura 8:Fluxograma do trabalho ................................................................................... 41 
Figura 9:Vista do empreendimento ................................................................................ 44 
Figura 10:Representação gráfica para obtenção do payback – Bacias Sanitárias. ......... 52 
Figura 11: Variação do TIR nas bacias sanitárias .......................................................... 54 
Figura 12: Representação gráfica para obtenção do payback – Medição Individual de 
Água................................................................................................................................ 56 
Figura 13:Variação do TIR nos aparelhos de medição individual ................................. 57 
Figura 14: Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação 
economizadores de água ................................................................................................. 60 
Figura 15:Variação do TIR - Combinação economizadores Água................................. 61 
Figura 16:Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo médio de 
energia ............................................................................................................................ 67 
Figura 17:Representação gráfica para obtenção do payback – Consumo máximo de 
energia ............................................................................................................................ 67 
Figura 18:Variação do TIR - Aquecimento de água a gás ............................................. 69 
Figura 19:Representação gráfica para obtenção do payback – Combinação final ......... 71 
Figura 20:Variação do TIR - Combinação final ............................................................. 72 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Usos finais de água potável para consumo doméstico no Brasil. ................... 16 
Tabela 2: Comparação Custo Global .............................................................................. 45 
Tabela 3:Comparação custo bacias................................................................................. 46 
Tabela 4: Comparação custo automação da iluminação ................................................. 46 
Tabela 5: Comparação custo medição individual de água ............................................. 47 
Tabela 6: Comparação custos tratamento térmico da fachada ....................................... 48 
Tabela 7:Comparação custos sistema coletivo de aquecimento de água........................ 49 
Tabela 8: Tarifas de água................................................................................................ 50 
Tabela 9: Consumo e Fluxo de Caixa - Bacias sanitárias............................................... 51 
Tabela 10: Consumo e Fluxo de Caixa – Medição individual de água .......................... 55 
Tabela 11: Consumo e Fluxo de Caixa – Combinação economizadores de água .......... 58 
Tabela 12: Consumo de gás por unidade ........................................................................ 62 
Tabela 13: Consumo mensal total de gás ....................................................................... 62 
Tabela 14: Tarifas de gás ................................................................................................ 62 
Tabela 15:Consumo de gás versus consumo de energia ................................................. 64 
Tabela 16: Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo mínimo ... 64 
Tabela 17:Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo médio ...... 65 
Tabela 18: Consumo e Fluxo de Caixa – Economia de energia no consumo máximo .. 65 
Tabela 19:Consumo e Fluxo de Caixa– Combinação final ........................................... 69 
 
 
 
_____________________________________________________________________________________ 
Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
UFAL 
1 INTRODUÇÃO 
Segundo a comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento, todos são 
dependentes de uma biosfera para conservarmos nossas vidas. Mesmo assim, cada 
comunidade, cada país luta pela sobrevivência e pela prosperidade quase sem levar em 
consideração o impacto que causa sobre os demais. Alguns consomem os recursos da 
Terra a um tal ritmo que provavelmente pouco sobrará para as gerações futuras 
(COMISSÃO, 1991). 
Nas últimas décadas, verificou-se o crescimento vertiginoso das cidades, em decorrência 
do êxodo da população rural e da formação de grandes concentrações populacionais 
(SABESP). A indústria da construção, respondendo às necessidades sociais e econômicas, 
cria e implanta infraestruturas (estradas, barragens, linhas de caminho de ferro), zonas 
urbanas (Edifícios e Parques), promovendo o crescimento e suporte os processos de 
desenvolvimento (PINHEIRO, M., 2003). Porém esse desenvolvimento tem impactos 
ambientais e sociais que não eram levados em consideração. 
Junto com o desenvolvimento na construção civil, o consumo dos recursos naturais, como 
a água, e a necessidade atual da adoção de novas tecnologias alternativas para geração de 
energia. O custo da energia é cada vez mais um componente importante nos custos de 
operacionais dos edifícios. Neste sentido, todos esforços possíveis devem ser feitos para 
conter gastos desnecessários (PROCOBRE, 2003). 
A questão ambiental tem-se tornado uma exigência de mercado cada vez mais 
contundente e gradativamente tem ocupado mais espaço nas prioridades das construtoras. 
Em todo o mundo há diversas certificações que verificam se uma dada obra é sustentável. 
A norte americana LEED (Leadership in Energy and Environment Design) e a francesa 
HQE (Haute Qualité Environment) são alguns exemplos de certificações estrangeiras. No 
território nacional existe a certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental). De modo 
geral, essas certificações fundamentam-se no princípio de eficiência energética, uso 
racional de água, coleta seletiva e qualidade ambiental interna da edificação. Além da 
certificação brasileira AQUA, foi criado em agosto de 2007 o CBCS, Conselho Brasileiro 
de Construção Sustentável, que possui como meta incentivar o setor da construção a 
11 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
utilizar práticas mais sustentáveis, melhorando a qualidade de vida dos usuários, dos 
trabalhadores e do entorno das edificações (OKRASKA, F., 2011). 
1.1 JUSTIFICATIVA 
Diante do contexto supracitado o setor da construção civil tem procurado adaptar os 
empreendimentos para tornar os edifícios cada vez mais sustentáveis. Essa adaptação 
começa com a adoção de determinadas tecnologias, muitas vezes consideradas como 
clichês, mas que são o ponto de partida para almejar as certificações que considerem um 
edifício como sustentável. 
Dessa maneira, o uso de tecnologias sustentáveis para economia de recursos é atualmente 
uma preocupação para os empreendedores e investidores. Dentro desse contexto que 
valoriza o uso racional dos recursos naturais, os fatores relacionados a eficiência 
energética e o uso racional da água são os que mais influenciam economicamente na 
concepção do empreendimento, bem como no uso e ocupação. 
Diversas ações e iniciativas buscam utilizar os recursos disponíveis de forma otimizada, 
necessitando uma avaliação dos custos no ciclo de vida de utilização do empreendimento. 
A adoção dessas tecnologias se depara com a problemática de justificar e convencer ao 
cliente a comprar um produto mais caro. 
Sendo assim, esse trabalho propõe a avaliação técnica e econômica dessas tecnologias 
com a finalidade de apresentar ao cliente as vantagens e desvantagens para apoiar essas 
iniciativas no momento de idealização do projeto. 
1.2 OBJETIVOS 
Esse trabalho tem o objetivo de verificar os edifícios com características sustentáveis, 
segundo algumas certificações, em relação aos seus custos comparado aos edifícios 
comuns, para determinação através de valores vinculados ao custo-benefício para o 
consumidor final em Maceió - AL. 
Como objetivos específicos deve-se citar: 
 
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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
UFAL 
1) Identificar as características sustentáveis do edifício, localizado em Maceió, 
segundo as certificações sustentáveis; 
2) Caracterizar as ferramentas de análise do ponto de equilíbrio do empreendimento, 
segundo as metodologias do custo do ciclo de vida e determinando as diferenças 
percentuais do custos entre as soluções sustentáveis e convencionais. 
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO 
O trabalho apresenta-se divido em cinco capítulos. No primeiro capítulo é apresentado 
O segundo capítulo aborda uma revisão bibliográfica apresentado o conceito de 
sustentabilidade, as técnicas de eficiência hidráulica e energética, os tipos de certificações 
e normas presentes no Brasil e os métodos de avaliação dos custos do ciclo de vida de 
uma edificação. 
O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada para realização do trabalho, 
especificando os métodos de execução de cada etapa. Além disso, apresenta-se também a 
delimitação do trabalho. 
No quarto capítulo é apresentado o empreendimento analisado, identificando os 
dispositivos sustentáveis e sendo realizado as análises econômicas entre as obras 
convencionais e sustentáveis. Serão destacados a viabilidade econômica para utilização 
de cada dispositivo e em seguida a combinação entre eles. 
No quinto e último capítulo é realizado as considerações finais do trabalho, expondo as 
principais conclusões obtidas com os resultados. 
 
13 
 
_____________________________________________________________________________ 
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 SUSTENTABILIDADE 
No atual contexto mundial, o conceito de sustentabilidade é bastante utilizado para novos 
investimentos e projetos, se tornando um ponto forte de indicação de inovação e 
preocupação social. Porém, apesar da grande disseminação do conceito e de suas 
preocupações, o mesmo é utilizado de maneira precária e bastante focado no marketing 
gerado para a empresa. 
Segundo Afonso (2006) a proposta de sustentabilidade surgiu no final do século XX como 
parte do processo de reflexão para o equacionamento dos problemas de qualidade 
ambiental. Dessa forma o conceito de sustentabilidade de acordo com Dalf (2010): 
Conceito de Sustentabilidade que está relacionado com a continuidade dos 
aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, e 
também surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável, conceito que visa 
conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. (DALF, 
2010) 
A partir do conceito de sustentabilidade, mostra-se que soluções isoladas são apenas 
paliativas, necessitando criar uma preocupação com o desenvolvimento sustentável, que 
é a conciliação entre o interesse do desenvolvimento econômico, com o desenvolvimento 
social e cultural, tendo como preocupação o meio ambiente e seus recursos. Como é 
possível verificar na obra “Nosso Futuro Comum”, produzida pela Comissão Mundial 
Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1991. 
O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de harmonia, mas 
um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a orientação dos 
investimentos,os rumos do desenvolvimento tecnológico e a mudança 
institucional estão de acordo com as necessidades atuais e futuras. 
(COMISSÃO, 1991) 
Dessa forma, é possível representar de maneira gráfica o caminho para sustentabilidade 
por meio do conjunto de três dimensões da sustentabilidade, também conhecido como 
tripé da sustentabilidade, como pode ser visto na Figura 1. 
 
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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
UFAL 
 
Figura 1: Tripé da sustentabilidade 
Fonte: Blog Lobotomia & Comunicação 
Em meio as tendências das industrias e do rumo a se seguir, a construção civil vê-se na 
obrigação de criar construções sustentáveis, essas construções necessitam de um maior 
planejamento e reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Segundo Araújo 
(2007): 
Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove alterações 
conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação e uso 
do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, 
garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. (ARAÚJO, 
2007) 
Seguindo esses conceitos, as edificações atuais adotam várias medidas para criar um 
projeto que procure atender as exigências de um desenvolvimento sustentável. Em alguns 
mercados as iniciativas são apenas pontuais, que indicam o começo do amadurecimento 
local em relação à novas tendências. 
As medidas tomadas pela construção civil vão desde o projeto, o período de construção e 
ocupação. Essas medidas visam diminuir os impactos gerados e algumas delas são as 
15 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
técnicas para eficiência hidrossanitária, elétrica, sonora, térmica, disposição de resíduos 
e muitas outras que forma o contexto das obras sustentáveis. 
2.2 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA HIDROSSANITÁRIA 
A água é um dos recursos mais importantes para a sobrevivência e também é um dos mais 
ameaçados devido ao alto consumo, pouco aproveitamento e falta de qualidade. Segundo 
Victorino (2007), a distribuição das águas na terra estão de acordo com o seguinte gráfico 
da Figura 2. 
 
Figura 2: Distibuição das águas na Terra 
Fonte: adaptado de Victorino (2007) 
A partir desses dados, ressalta-se a importância de racionalizar a água. Dentre as ações de 
otimizar a utilização da água é necessário primeiramente caracterizar o uso da água no 
meio doméstico. A Tabela 1: Usos finais de água potável para consumo doméstico no 
Brasil. apresenta os usos finais de água potável no consumo doméstico no Brasil. 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Oceanos Gelo/Glaciais Água
subterrânea
Lagos e Rios Atmosfera
97,2
2,38 0,39 0,029 0,001
DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NA TERRA
 
_____________________________________________________________________________________ 
Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
UFAL 
Tabela 1: Usos finais de água potável para consumo doméstico no Brasil. 
USP IPT DECA PNCDA Almeida et al.
Bacia sanitária* 29 5 14 5 30,8
Chuveiro 28 54 47 55 11,7
Lavatório 6 7 12 - 12,6
Máquina de lavar louça 5 3 - 26 -
Máquina de lavar roupa* 9 4 8 11 16,2
Tanque 6 10 5 - -
Torneira cozinha 17 17 14 - 13
Outros - - - 3 15,7
Total 100 100 100 100 100
Total não potável (*) 44 19 27 16 47
Pontos de utilização
Usos finais de água (%)
 
Fonte: adaptado de Marinoski (2010) 
Há vários dispositivos envolvidos no consumo de água, e os meios para conservá-las são 
basicamente as ações de uso racional ou aproveitamento de fontes alternativas. Para os 
meio de racionalização da água, pode-se citar: aparelhos sanitários economizadores de 
água, medição individualizada em condomínios, detecção e controle de perdas de água, 
entre outras medidas de conscientização. Enquanto que para o aproveitamento de fontes 
alternativas existe o aproveitamento das águas cinzas e da água da chuva. 
A medição individualizada, detecção e controle de perdas e medidas de conscientização 
são ações que estão relacionadas, sendo a medição individual um forte instrumento para 
detecção de perdas e conscientização do consumidor, pois o consumo não será dividido 
entre o condomínio. Para o controle e detecção é necessário manutenção periódica dos 
equipamentos e a medição para dar um resultado de forma mais pontual o local de 
vazamento. 
2.2.1 Aparelhos sanitários economizadores de água 
“Os aparelhos economizadores de água utilizam tecnologias que funcionam com vazão 
reduzida e/ou evitam o desperdício devido ao mau fechamento de componentes 
convencionais, apresentam uma maior eficiência hídrica em relação aos convencionais.” 
(MACHADO, 2008) 
Os dispositivos encontrados nas residências são os chuveiros, bacias e torneiras. 
 
17 
 
_____________________________________________________________________________ 
Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
2.2.1.1 Chuveiros 
Os chuveiros são os maiores responsáveis pelo consumo de água em uma residência, e 
também o mais difícil de ser substituído. Segundo MACHADO (2008), os chuveiros são 
mais difíceis de serem aceitos pelos usuários, pois eles afetam o nível de conforto dos 
mesmos e requerem alterações nos seus hábitos. 
As técnicas de otimização nos chuveiros consiste na redução da vazão e evitem 
vazamentos, dentre as tecnologias atuais estão os reguladores de vazão fixa, chuveiro tipo 
ducha, chuveiro com acionamento no pedal, chuveiros com acionamento hidromecânico, 
entre outros. 
1) Regulador de vazão fixa: 
O regulador de vazão fixa, se auto ajusta, compensando a pressão e mantendo 
sempre a vazão nominal. Isso se dá através da deformação do elastômero e 
consequente obstrução da passagem da água, com o aumento da pressão. 
(DRACO, 2013) 
Consiste em uma pequena peça que restringe a passagem da água de acordo com 
sua vazão, por meio de um elastômero que se comprime de acordo com a pressão 
da água, reduzindo a seção de passagem da água. Observado na Figura 3, que 
ilustra o funcionamento dos elastômeros, que se comprimem para reduzir a 
passagem de água. 
 
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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
UFAL 
 
Figura 3:Funcionamento elastômeros 
Fonte: Draco Eletrônica 
2) Chuveiro com acionamento no pedal: 
Chuveiro acionado a partir do pressionamento de um pedal pelo usuário, evitando 
desperdício pelo fluxo constante de água. 
3) Chuveiro tipo ducha: 
“Chuveiros tipo ducha, que promovem a redução do desperdício da água por 
permitir a lavagem localizada em cada parte do corpo”. (LIMA, 2010) 
4) Chuveiros com acionamento hidromecânico 
Chuveiro com tempo determinado para fechar automaticamente. 
2.2.1.2 Bacias 
Para as bacias sanitárias, o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade 
do Habitat (PBQP-H), determina que a partir de 2003 todas as bacias sanitárias 
produzidas no país utilizem um consumo em torno de 6,8 litros/descarga, o que 
representa uma economia significativa em relação aos aparelho convencionais, 
cujo consumo é em torno de 9 a 13 litros/descarga, enquanto que nos aparelhos 
mais antigos o consumo pode chegar a 20 litros/descarga. (LIMA, 2010) 
Exemplos bastante utilizados são as bacias com válvulas de fluxo fixos para cada 
acionamento e as com caixa acopladas VDR (Volume de Descarga Reduzido). As bacias 
com caixas acopladas possuem volume fixo para cada descarga, enquanto que as de fluxo 
19 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentoscom características sustentáveis e 
convencionais 
fixo determinam o volume que será utilizado de acordo com a necessidade do usuário, 
seja 3 litros para dejetos líquidos ou 6 litros para dejetos sólidos. 
2.2.1.3 Torneiras 
As torneiras possuem um significativo consumo de água em uma residência, havendo 
duas formas de reduzir o consumo do mesmo, diminuindo a vazão ou o tempo de abertura 
do ponto de consumo. Pode-se citar as seguintes tecnologias que diminuem a vazão ou o 
tempo de consumo (ALBUQUERQUE, 2004; HAFNER, 2007 apud MACHADO, 
SANTOS, 2008): 
5) Arejadores: são instalados na saída de água da torneira e reduzem a seção de 
passagem da água e injetam ar durante o escoamento, diminuindo o jato da 
torneira em cerca de 50% (vazão entre 0,13 l/s e 0,76 l/s). Seu uso já é muito 
comum em residências, por se tratar de um dispositivo simples e eficiente, com 
baixo custo de aquisição, fácil instalação e não necessitar de manutenção; 
6) Pulverizadores: semelhantes aos arejadores, mas não tem orifícios laterais para 
introdução de ar, transformam o jato de água em feixes de pequenos jatos. 
Reduzem a vazão para valores entre 0,06 l/s e 0,12 l/s; 
7) Reguladores: Diminuem a vazão das torneiras e são especialmente úteis em locais 
com alta pressão nas tubulações de água; 
8) Automatizadores: fornecem uma vazão de 0,01 l/s com pressão de alimentação de 
350 kPa; 
9) Prolongadores: permitem aproximar e direcionar o jato de água, diminuindo os 
espirros e respingos e proporcionando maior eficiência no uso da água; 
10) Torneiras com tempo de fluxo determinado: são dotadas de dispositivos 
mecânicos que liberam o fluxo de água apenas durante um período de tempo 
determinado. Geralmente liberam 1 litro de água por acionamento; 
11) Torneiras acionadas por sensor infravermelho: são dotados de sensores que 
detectam a presença das mãos e liberam o fluxo de água para uso apenas enquanto 
as mesmas permanecem no campo de ação do sensor. Geralmente consomem 0,7 
litros por utilização. 
 
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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
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2.2.2 Aproveitamento de fontes alternativas 
As ações de aproveitamento de fontes alternativas são a captação da água de chuva e o 
reuso de água. 
2.2.2.1 Captação da água de chuva 
A captação de água não é uma tecnologia nova, porém o seu uso crescente em edificações 
atendidas por água potável é atual. Segundo Machado (2008): 
Essa tecnologia consiste em captar a água de chuva através do telhado das 
residências e conduzir a água através de calhas para a cisterna. Essa medida 
além de aumentar a oferta de água da residência para fins menos nobres e 
diminuir a demanda pelo uso da água potável, também contribui para a 
diminuição das inundações, pois diminui a quantidade de água pluvial que é 
introduzida nas redes de esgoto. (MACHADO, 2008) 
A utilização das águas provenientes da chuva são atividades não potáveis, como limpeza 
de pisos, rega de jardim, lavagem de carros, reserva de incêndio, ar condicionado central, 
entre outras. Sua obtenção é relativamente de baixo custo, consistindo somente no 
armazenamento para a água derivada das áreas cobertas. 
O fator impactante para determinação de custo e volume de água a ser aproveitado é a 
área de captação por residência, que em edifícios horizontais e residências unifamiliares 
torna o sistema vantajoso. Em edifícios verticais o volume de água captado pela cobertura 
para cada residência é menor, necessitando da impermeabilização de outras áreas e 
aumentando o custo. 
21 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
 
Figura 4 - Sistema de captação e utilização de água da chuva 
Fonte: Disponível em <http://www.friburgofiltros.com.br/coleta_agua_chuva.html> 
Como pode ser visto na figura 4, a água da chuva captada pelo telhado é coletada por uma 
calha, onde é filtrado os galhos e folhas. Após a coleta a água passa por um filtro fino e é 
armazenada em um reservatório subterrâneo, onde é bombeada para o reservatório 
superior e destinada para uso. 
O sistema de captação de água da chuva também possuem suas desvantagens por 
depender exclusivamente da oferta de chuva em cada região, podendo comprometer a 
disponibilidade de água. Segundo LIMA (2010) “as desvantagens do sistema são a 
diminuição do volume de água coletada nos períodos de seca, além da necessidade de se 
fazer uma manutenção regular no sistema, caso contrário podem surgir riscos sanitários”. 
2.2.2.2 Reuso de água 
O reuso de água é uma tecnologia alternativa ao uso da água que ainda é pouco aplicada 
no Brasil. Essa tecnologia vem sendo mais utilizada devido à ascensão dos edifícios 
sustentáveis que, além de aproveitarem a água da chuva, aproveitam e utilizam as água 
cinzas como alternativas para diminuição do consumo e impacto ambiental e social. 
http://www.friburgofiltros.com.br/coleta_agua_chuva.html
 
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UFAL 
O uso dessa técnica também ocorre devido à falta de água tratada em algumas regiões, 
que é um problema de saúde pública e leva a adoção do tratamento e uso dessa água. 
FIORI et al. (2006) define reuso de água como: 
Reuso da água é a reutilização da água, que, após sofrer tratamento adequado, 
destina-se a diferentes propósitos, com o objetivo de se preservarem os 
recursos hídricos existentes e garantir a sustentabilidade. É a utilização dessa 
substância, por duas ou mais vezes, após tratamento, para minimizar os 
impactos causados pelo lançamento de esgotos sem tratamento nos rios, 
reaproveitamento que também ocorre espontaneamente na natureza através do 
“ciclo da água”. Em vários países do mundo, o reuso planejado da água já é 
uma solução adotada com sucesso em diversos processos. A racionalização do 
uso da água e o reuso poderão permitir uma solução mais sustentável. (FIORI 
et al., 2006) 
O conceito de reuso de água está relacionado ao aproveitamento ou reaproveitamento das 
águas cinzas, que são efluentes residuais a partir de processos domésticos que não 
possuem contribuição da bacia sanitária. 
O reuso de água em residências, assim como a utilização da água de chuva, 
constitui uma alternativa tecnológica de utilização de fontes alternativas de 
água, sendo que, ao invés de se utilizar as águas pluviais são utilizadas 
geralmente as águas cinza, que são os efluentes que não possuem nenhuma 
contribuição da bacia sanitária. Esse conceito de águas cinza pode ser 
estendido também para todos os efluentes que apresentem pequena 
concentração de matéria orgânica, sendo considerados os efluentes 
provenientes do uso dos chuveiros, lavatórios, tanques e máquinas de lavar 
roupa, excluindo-se, além das descargas dos vasos sanitários, o efluente das 
pias de cozinha, pois, na cultura brasileira é comum a utilização das pias de 
cozinha como despejo de restos de alimentos. (MACHADO, 2008) 
Os tipos de uso das águas cinzas dependem de classificações, como o da qualidade da 
água. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) classifica o reuso em 
tipos de acordo com o uso direto ou indireto, sendo ele planejado ou não. 
1) Reuso indireto não planejado: ocorre quando a água, utilizada em alguma 
atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a 
jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. 
Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às 
ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração); 
23 
 
_____________________________________________________________________________Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
2) Reuso indireto planejado: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são 
descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou 
subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no 
atendimento de algum uso benéfico; 
3) Reuso direto planejado: ocorre quando os efluentes, após tratados, são 
encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não 
sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, 
destinando-se a uso em indústria ou irrigação. 
Existem outras classificações para o reuso de água, como a relacionada ao grau de 
tratamento ao reuso do efluente doméstico estabelecido pela Norma Brasileira NBR 
13969 (ABNT, 1997): 
1) Classe 1: Lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do 
usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador, incluindo 
chafarizes: turbidez inferior a 5 NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez), 
coliforme fecal inferior a 200 NMP/100 mL; sólidos dissolvidos totais inferior a 
200 mg/L; pH entre 6,0 e 8,0; cloro residual entre 0,5 mg/L e 1,5 mg/L; 
2) Classe 2: lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos 
lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes: turbidez inferior a 5 NTU 
(Unidade Nefelométrica de Turbidez), coliforme fecal inferior a 500 NMP/100 
mL, cloro residual superior a 0,5 mg/L; 
3) Classe 3: reuso nas descargas dos vasos sanitários: turbidez inferior a 10 NTU 
(Unidade Nefelométrica de Turbidez), coliformes fecais inferiores a 500 
NMP/100 mL. Normalmente, as águas de enxágue das máquinas de lavar roupas 
satisfazem a este padrão, sendo necessário apenas uma cloração; 
4) Classe 4: reuso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros 
cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual. 
Coliforme fecal inferior a 5 000 NMP/100 mL e oxigênio dissolvido acima de 2,0 
mg/L. 
O reuso de águas cinzas em edifícios residenciais é uma reutilização direta e planejada, 
que apresenta grandes vantagens para o usuário ao prover economia de água e possui 
diversas tecnologias diferentes para o seu tratamento. Os benefícios do uso de águas 
cinzas não são apenas para o usuário, estendendo-se para toda sociedade, que irá ter um 
 
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Victor Gama Carnaúba Azevedo (victor.azevedo@outlook.com) – Trabalho de Conclusão de Curso - 
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menor impacto devido ao despejo do esgoto e à energia gasta para transporte, tratamento 
e retorno dessa água. 
2.3 TÉCNICAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 
As técnicas de eficiência energética em edifícios residenciais são diversas e representa 
para o construtor um desafio em auxiliar os benefícios da economia e manter o conforto 
do usuário final. Essas técnicas abrangem soluções diversas como o aquecimento de água, 
isolamento térmico, automação da iluminação, elevadores eficientes, cogeração de 
energia e várias outras técnicas que convergem para o objetivo de tornar suas atividades 
mais eficientes. 
Existem vários fatores impactantes para o consumo de energia elétrica que devem ser 
considerados, para sua redução, durante o projeto da edificação, como o clima, área de 
iluminação e transferência de calor com o ambiente externo. O Programa Nacional de 
Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) cita: 
O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do 
consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo 
em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem 
reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em 
edificações. (PROCEL, 2013) 
Mateus (2004) cita em dissertação de mestrado os seguintes fatores como os principais 
no consumo em edifícios residenciais: 
1) O grau de conforto exigido pelos utilizadores e seu comportamento; 
2) O número de utilizadores; 
3) Condições climáticas do local, onde se encontra implantado o edifício (clima mais 
quente ou mais frio, com maior ou menor radiação solar); 
4) Condutibilidade térmica1 
5) (λ) dos elementos das envolventes do edifício (parte opaca e envidraçados); 
6) As perdas e ganhos de carga térmica associados à renovação do ar interior; 
7) Volume da construção (área útil e pé direito médio); 
8) Orientação da construção; 
9) Área de envidraçados e sua orientação; 
25 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
10) Condições económicas dos utilizadores; 
11) Eficiência energética dos equipamentos existentes 
Apesar dos diversos equipamentos para economia de energia, a arquitetura da edificação 
tem papel primordial na eficiência do edifício. Em Maceió os edifícios têm adotado 
soluções arquitetônicas e o uso de determinados equipamentos. 
2.3.1 Aquecimento de água 
Os dispositivos alternativos para aquecimento de água podem usar como fonte o 
aquecimento solar, gás ou elétrico. Esses dispositivos são alternativas para o uso de 
chuveiros elétricos. 
Esse tipo de solução necessita de instalações hidráulicas para transporte da água quente. 
Além disso, os aquecedores podem ser para cada residência ou um aquecedor para todo 
o edifício. 
Forte e Ferraz (2011) citam os seguintes tipos de aquecedores: 
1) Aquecedores a gás de passagem: são pequenos e aquecem imediatamente a água 
que passa por sua alimentação, devolvendo-a quente para a tubulação; 
2) Aquecedores a gás por acumulação: são grandes cilindros onde ocorre o 
aquecimento e acumulação da água; 
3) Aquecedores elétricos de passagem: são instalados diretamente no ponto de 
utilização, necessitando de um menor custo de instalação; 
4) Aquecedores elétricos por acumulação (boilers): são grandes cilindros onde 
ocorre o aquecimento da água por meio de uma resistência elétrica; 
5) Aquecedores solares: exigem espaço e exposição a insolação das placas de 
aquecimento, apresentando um maior custo de instalação. 
Os aquecedores a gás ou solares proporcionam uma economia de energia e disponibilizam 
água quente para diversos pontos utilizadores. O uso dessa tecnologia se justifica 
economicamente apenas com o uso constante de água quente devido ao alto custo de 
instalação. 
2.3.2 Eficiência térmica 
A eficiência térmica é um item do conceito de edificações sustentáveis que não é muito 
empregado no Brasil. Esse item é de suma importância para o conforto e diminuição do 
 
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consumo de energia de uma edificação, sendo bastante influenciada pela arquitetura e o 
sistema de refrigeração ou aquecimento. 
A relação do edifício com o seu exterior é determinado com a arquitetura do edifício, que 
irá determinar o nível de aproveitamento térmico do edifício, como cita Mateus (2004): 
A envolvente ou “pele” de um edifício, reúne todos os elementos estruturais, 
materiais e restantes elementos que separam o ambiente interior do exterior, 
podendo incluir, portas, janelas, paredes, coberturas e pavimentos. Na 
concepção da envolvente, é necessário compatibilizar a necessária ventilação 
e iluminação natural com a proteção térmica e impermeabilização adequadas 
ao clima do local. A qualidade da envolvente é um dos fatores que mais 
influencia a quantidade de energia que se vai consumir durante a fase de 
utilização de um edifício, nomeadamente nas operações relacionadas com a 
manutenção da temperatura de conforto interior e com a iluminação natural. 
(MATEUS, 2004) 
Os edifícios que aproveitam as condições locais em prol do conforto térmico são 
conhecidoscomo bioclimáticos. Lambets cita em um texto publicado pelo CBCS 
(Conselho Brasileiro de Construção Sustentável): 
A arquitetura bioclimática defende diretrizes de projeto que orientam a 
concepção do edifício considerando as condições climáticas locais voltadas 
para o conforto ambiental e a eficiência energética nas edificações. Essas 
diretrizes abrangem questões relacionadas a orientação da edificação (ventos e 
incidência solar), sombreamento das aberturas e técnicas construtivas. A 
seleção das estratégias bioclimáticas para um determinado clima é feita através 
da Carta Bioclimática que representa as condições de temperatura e umidade 
em todas as horas do ano relacionadas as estratégias arquitetônicas para 
amenizar as condições de desconforto. (LAMBETS) 
A Figura 5 apresenta a carta Bioclimática da cidade de Maceió 
27 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
 
Figura 5: Carta Bioclimática de Maceió 
Fonte: Lamberts et. Al, 1997, p.136 
Para um maior conforto térmico esses edifícios podem apresentar as seguintes 
características: 
1) Isolamento térmico na fachada de maior incidência solar; 
2) Fachadas refletivas; 
3) Umidificadores; 
4) Aproveitamento da ventilação no interior do edifício; 
5) Arborização; 
6) Resfriamento evaporativo; 
7) Uso de fachadas ventiladas. 
A seleção de soluções térmicas necessitam de um maior cuidado do construtor na 
concepção do projeto, item que será requisito mínimo com a adoção da norma de 
desempenho NBR – 15575. 
2.3.3 Iluminação 
O gasto de energia com iluminação chega a 17% do consumo total no Brasil, segundo 
SOUZA (2010). Esse consumo está relacionado à baixa eficiência na iluminação, que 
pode ser otimizada com o uso de iluminação natural, controle de acendimento e lâmpadas 
mais eficientes. 
 
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A iluminação artificial está relacionada com a arquitetura do edifício e seu entorno. Pode-
se verificar que no Brasil a disponibilidade da luz natural é mal aproveitada, como cita 
Souza (2010) 
O Brasil possui uma das abóbadas celestes mais claras do mundo, com baixa 
nebulosidade em muitos pontos de seu território. Aproveitar bem a iluminação 
natural é um princípio que deve nortear cada processo de eficientização de 
iluminação.(SOUZA, 2010) 
Atualmente existem diversas tecnologias de automação que servem para o controle de 
acendimento da lâmpadas. Tais tecnologias dispõem de sensores de presença para o 
acionamento das lâmpadas apenas quando necessário. 
Em edifícios residências o uso de automação geralmente é utilizado nas áreas comuns, 
com sensores de presença em halls e garagens para acionamento da iluminação. Em 
garagens esses sensores diminuem uma parcela da iluminação de acordo com o uso do 
local. 
O uso de diferentes tipos de lâmpadas também tem um grande impacto no consumo com 
iluminação artificial do edifício. Mateus (2004) cita os seguintes tipos: 
1) Lâmpadas incandescentes: lâmpadas mais utilizado na iluminação artificial 
interior. Este tipo de lâmpadas é o mais barato, embora seja o menos eficiente e 
possua menor duração. Da energia que consomem, só 5 a 10% se transforma em 
energia luminosa, o que se traduz em custos de operação mais elevados. Toda a 
restante energia se transforma em calor. O seu rendimento luminoso é na ordem 
dos 12 lm/W. 
2) Lâmpadas de halogéneo: são também um tipo de lâmpadas incandescentes. Estas 
são mais caras do que as primeiras, possuindo no entanto maior durabilidade 
(cerca de 2000 horas). Existem lâmpadas que trabalham em corrente normal (220-
240V) enquanto que outras trabalham em baixa tensão (é preciso usar um 
transformador para reduzir a tensão da rede). Estas últimas têm uma eficácia cerca 
de 15% superior às outras. O seu rendimento luminoso é na ordem dos 15 lm/W. 
3) Lâmpadas fluorescentes compactas: podem possuir reator electrónico ou reator 
magnético (convencional). As que possuem reator electrónico são mais eficientes 
do que as que possuem reator convencional. Dependendo do tipo, as mais 
29 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
eficientes podem ter uma eficácia da ordem de 60 lm/W. Começam a ser bastante 
comuns na iluminação interior. 
4) As lâmpadas fluorescentes tubulares são muito utilizadas na iluminação interior 
de edifícios de serviços e indústria. As lâmpadas fluorescentes tubulares, tal como 
as anteriores, precisam de um arrancador para funcionar. A maioria destas 
lâmpadas pode ser usada com reator convencional ou electrónico. As que usam 
reator electrónico são mais eficientes. A maioria é tubular simples (tem a forma 
dum tubo direito) embora existam lâmpadas circulares e em forma de "U". As 
últimas têm um diâmetro de 30mm ou 38mm e são as menos eficientes. A sua 
eficácia situa-se na gama de valores de 20 a 80 lm/W. 
Além disso, há as lâmpadas LEDs, ou diodo emissor de luz, que possuem uma 
durabilidade cerca de 25 vezes maior e um maior aproveitamento da energia na 
transformação em luz. 
2.3.4 Produção de energia renovável 
Com o advento do conceito de sustentabilidade, muito se discutiu em relação a fontes de 
energia renováveis. Existem diversas tecnologias em desenvolvimento para 
aproveitamento da energia solar, eólica e hidráulica. 
2.3.4.1 Painéis fotovoltaicos 
Painéis solares fotovoltaicos são projetados e fabricados para serem utilizados 
em ambiente externo, sob sol, chuva e outros agentes climáticos, devendo 
operar satisfatoriamente nestas condições por períodos de 30 anos ou mais. 
Assim sendo, são apropriados à integração ao envoltório de edificações. 
Sistemas solares fotovoltaicos integrados ao envelope da construção podem ter 
a dupla função de gerar eletricidade e funcionar como elemento arquitetônico 
na cobertura de telhados, paredes, fachadas ou janelas. (RÜTHER, 2004) 
O aproveitamento da energia solar por painéis fotovoltaicos ainda é uma solução com 
custos altos para o consumidor, porém o aparecimento de novas tecnologias que os tornam 
mais baratos e mais eficientes é frequente. Em contrapartida, os painéis instalados em 
edifícios tendem a reduzir os custos e perdas com transmissão e distribuição de energia. 
Os painéis são formados por módulos fotovoltaicos, que são compostos por células que 
produzem uma corrente continua de intensidade fraca. A radiação solar é convertida em 
 
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energia por meio dos semicondutores de silício que formas as células, tendo um 
rendimento entre 25 e 30%. 
2.3.4.2 Turbinas eólicas 
As turbinas eólicas, ou aerogeradores, são mecanismos que transformam a energia 
cinética do vento em energia elétrica por meio de um rotor. Existem diversos modelos e 
formatos diferentes hélices que servem para diversas ocasiões. 
Os aerogeradores domésticos são geralmente sistemas autónomos de produção 
de eletricidade e são projetados para carregar um conjunto de baterias. Os 
aerogeradores produzem energia alternada a diferentes voltagens – em função 
da velocidade do vento. É assim, necessário retificar a energia produzida na 
voltagem correta para o carregamento das baterias. Este processo é semelhante 
ao que ocorre nos automóveis. (MATEUS, 2004) 
As Figura 6 demonstra os tipos diferentes de rotores no mercado. 
 
 
Figura 6:Tipos de rotores 
Fonte: Wikipédia 
2.4 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES E NORMAS 
Atualmente no Brasil existemdiversas certificações e normas que visam interesses em 
sustentabilidade, conforme descrito a seguir: 
31 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
2.4.1 Processo AQUA 
O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) é um processo de gestão total do projeto, 
por meio do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), para que sejam atendidos os 
critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) (VANZOLINI, 
2013). 
O SGE é um documento onde são descritas as exigências para obtenção do QAE, sendo 
composto pelo comprometimento do empreendedor, implementação e funcionamento, 
gestão do empreendimento e a aprendizagem. Essas exigências servem para o bom 
funcionamento de gestão para cada uma das fazes do empreendimento. 
O QAE tem o objetivo de avaliar o desempenho arquitetônico e técnico da construção por 
meio de 14 categorias. Essas 14 categorias, são divididas em 4 famílias, e para obtenção 
do certificado o empreendimento avaliado deve obter no mínimo nível excelente em pelo 
menos 3 categorias, nível bom em no máximo 7 categorias e superior nas demais 
categorias, não importando qual categoria irá obter tais níveis. 
 
Figura 7: Categorias de preocupações do AQUA 
Fonte: Vanzolini, 2013, p.8 
2.4.2 PROCEL EDIFICA 
O PROCEL promove o uso racional da energia elétrica em edificações desde 
sua fundação, sendo que, com a criação do PROCEL EDIFICA, as ações foram 
ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso 
 
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eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações, 
reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente (PROCEL, 
2013). 
O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do 
consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo 
em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem 
reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações 
(PROCEL, 2013). 
O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) especifica a classificação do nível de 
eficiência para edificações residenciais, sendo elas as unidades habitacionais autônomas, 
edificações unifamiliares, edificações multifamiliares e Áreas de Uso Comum de 
edificações multifamiliares ou de condomínios de edificações residenciais. Segundo o 
INMETRO (2012) a etiquetagem dessas unidade é realizada da seguinte forma: 
 
1) Unidades Habitacionais Autônomas: avaliam-se os requisitos relativos ao 
desempenho térmico da envoltória, à eficiência do(s) sistema(s) de aquecimento 
de água e a eventuais bonificações; 
2) Edificação Unifamiliar: aplica-se o procedimento descrito acima para a unidade 
habitacional autônoma; 
3) Edificações Multifamiliares: pondera-se o resultado da avaliação dos requisitos 
de todas as unidades habitacionais autônomas da edificação; 
4) Áreas de Uso Comum: avaliam-se os requisitos relativos à eficiência do sistema 
de iluminação artificial, do(s)sistema(s) de aquecimento de água, dos elevadores, 
das bombas centrífugas, dos equipamentos e de eventuais bonificações. 
Para cada item há uma pontuação final que é obtida e classificada de nível A ao nível E. 
2.4.3 NBR 15575: Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos – 
Desempenho 
A norma NBR 15575 entrou em vigor legal no dia 19 de julho de 2013, essa norma traz 
diversas exigências de desempenho e durabilidade das edificações em diferentes 
requisitos 
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender exigências dos 
usuários, que, no caso desta Norma, referem-se a sistemas que compõem 
33 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, independentemente dos seus 
materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado. Focando nas 
exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao 
seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são 
construídos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2012). 
A NBR 15575 é aplicável para edificações habitacionais com qualquer número de 
pavimentos desde sua atualização em 2013, havendo ressalvas no texto normativo, caso 
necessário. Sendo que a norma não será aplicável para obras já concluídas, em andamento 
na data da entrada em vigor, projetos protocolados em órgãos competentes até a data da 
entrada em vigor, reformas e obras provisórias. 
A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmente 
pensada por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios 
(quantitativos ou premissas) e métodos de avaliação, os quais sempre permitem 
a mensuração clara do seu cumprimento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2012). 
Existem 6 subdivisões da norma, lista-se: 
1) NBR 15575-1: Requisitos Gerais 
2) NBR 15575-2: Requisitos para os sistemas estruturais 
3) NBR 15575-3: Requisitos para os sistemas de piso interno 
4) NBR 15575-4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e 
externas 
5) NBR 15575-5: Requisitos para os sistemas de cobertura 
6) NBR 15575-6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários 
2.4.4 LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) 
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma certificação sustentável 
criada nos Estados Unidos por uma ONG (Organização Não Governamental) chamada 
GBC (Green Building Council), com o objetivo de racionalização dos recursos. A 
 
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certificação LEED possui sete dimensões a serem avaliadas, onde cada dimensão 
possuem seus pré requisitos e critérios a serem atendidos. 
Segundo o GBC (2013), as dimensões de avaliação são as seguintes: 
1) Espaço Sustentável: Encoraja estratégias que minimizam o impacto no 
ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais 
de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor. 
2) Eficiência do uso da água: Promove inovações para o uso racional da água, com 
foco na redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso 
dos recursos. 
3) Energia e Atmosfera: Promove eficiência energética nas edificações por meio de 
estratégias simples e inovadoras, como por exemplo simulações energéticas, 
medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas 
eficientes. 
4) Materiais e Recursos: Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental 
(reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, 
além de promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados 
dos aterros sanitários. 
5) Qualidade ambiental interna: Promove a qualidade ambiental interna do ar, 
essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha 
de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade 
de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz 
natural. 
6) Inovação e Processos: Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, 
assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do 
LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria. 
7) Créditos de Prioridade Regional: Incentiva os créditos definidos como prioridade 
regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e 
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_____________________________________________________________________________Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
econômicas existentes em cada local. Quatro pontos estão disponíveis para esta 
categoria. 
Os pré-requisitos devem ser atendidos obrigatoriamente pelo projeto, enquanto que os 
critérios valem pontos, que após uma quantidade mínima de pontos a construção poderá 
ser certificada nas categorias Prata, Ouro ou Platina. 
2.4.5 Selo Casa Azul CAIXA 
A CAIXA Econômica Federal é responsável pelo financiamento de diversos projetos 
habitacionais no Brasil, que criou o selo Casa Azul para incentivar o uso racional de 
recursos naturais na construção de empreendimentos habitacionais. 
O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em 
verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o 
atendimento aos critérios estabelecidos pelo instrumento, que estimula a 
adoção de práticas voltadas à sustentabilidade dos empreendimentos 
habitacionais. (CAIXA, 2010) 
O selo possui 53 critérios divididos em 6 categorias, sendo 19 critérios obrigatórios para 
concessão do selo nível “bronze”. Os selos “Prata” e “Ouro” são concedidos com o 
atendimento de mais 6 e 12 critérios, respectivamente, de livre escolha do empreendedor. 
As categorias são: 
1) Qualidade Urbana; 
2) Projeto e Conforto; 
3) Eficiência Energética; 
4) Conservação de Recurso Materiais; 
5) Gestão de Água; 
6) Práticas Sociais. 
 
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2.5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS CUSTOS DO CICLO DE VIDA 
Existem várias opções para avaliação dos custos do ciclo de vida. Todas estão bem 
documentadas e estão em uso, certamente desde meados de 1930s, em vários setores de 
negócio. Os três mais comumente utilizados no setor da construção civil são (DALE, S. 
J., 1993, p.3): 
1) Simples payback: definido como o tempo necessário para que um investimento 
retorne seu valor investido (DALE, S. J., 1993, p.3). 
2) Valor presente: definido como a soma de dinheiro necessário para investir hoje 
para garantir todos requerimentos financeiros futuros que possam surgir durante 
o ciclo de vida do investimento (DALE, S. J., 1993, p.3). 
3) Taxa interna de retorno: definida como a porcentagem obtido sobre a quantia de 
capital investida a cada ano de vida do projeto depois de reembolsar a soma do 
investimento original (DALE, S. J., 1993, p.3). 
2.5.1 Simples payback 
Simples payback, ou tempo de retorno do investimento, é o prazo para que o investimento 
seja recuperado. Segundo Ribeiro (2010), a técnica calcula o período (prazo) que o 
investidor irá precisar para recuperar o capital investido, permeando desde o ciclo de vida 
do projeto até o ciclo de vida do produto. 
Ribeiro (2010) define que o payback como cociente entre o valor investido inicialmente 
e o valor de retorno esperado a uma taxa temporal definida, seja em dias, meses ou anos 
(Equação 1). 
𝑃𝑏 =
𝑉𝑖
𝑉𝑟
 (1) 
Onde: 
Pb – Tempo de retorno (Payback); 
Vi – Valor investido; 
Vr – Valor de retorno por tempo. 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
Ribeiro (2010) também ressalta os seguintes pontos negativos: 
1) O simples payback não considera o custo do dinheiro ao longo do tempo, isto é, 
não considerar os juros; 
2) Enfoque somente na variável tempo; 
3) Não considerar a receita após o período de recuperação do investimento. 
O payback também pode ser calculado realizando o fluxo de caixa e identificando o tempo 
em que o fluxo se torna positivo. Sendo assim, realiza-se uma interpolação para encontrar 
o payback (Equação 2): 
𝑃𝑏 = (𝑇 − 1) −
𝑉𝑓𝑐𝑓𝑇−1
𝑉𝑓𝑐𝑇
 (2) 
Onde: 
Pb – Tempo de retorno (Payback); 
T – Período na unidade temporal considerada em que o fluxo de caixa final se torna 
positivo; 
Vfcf – Valor do fluxo de caixa final no período considerado; 
Vfc – Valor do fluxo de caixa no período considerado. 
2.5.2 Payback descontado 
Segundo Marquezan (2006) o cálculo do payback descontado é realizado com a 
utilização de uma taxa de desconto para os fluxos de caixa de cada período, assim como 
acontece do cálculo do VPL. Dessa forma, o payback descontado considera o custo do 
dinheiro ao longo do tempo 
2.5.3 Valor presente líquido 
O cálculo do valor presente líquido (VPL) consiste em verificar quanto os pagamentos 
futuros somados ao custo inicial estariam valendo atualmente (Equação 3). Segundo 
Ribeiro (2010), o projeto é considerado viável quando o resultado do cálculo for maior 
que zero, pois isso significa que o projeto dará um retorno maior que a taxa especificada. 
 
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Para se utilizar o VPL é necessário considerar o comportamento do dinheiro no tempo, 
pois o valor investido hoje não vale o mesmo no futuro devido ao custo oportunidade. 
Esse custo é levado em conta com a taxa mínima de atratividade, que geralmente é taxa 
da poupança. 
𝑉𝑃𝐿 = −𝑉𝑖 + ∑
𝑃𝑓𝑡
(1+𝑖)𝑡
𝑛
𝑡=1 (3) 
Onde: 
VPL – Valor Presente Líquido; 
Vi – Valor investido; 
t – Tempo; 
Pf – Pagamentos futuros; 
i – Taxa de desconto. 
2.5.4 Taxa interna de retorno 
A taxa interna de retorno corresponde a taxa de juros que tornaria nulo o valor presente 
líquido. Para realizar o cálculo do TIR (Taxa Interna de Retorno), utiliza-se uma 
metodologia semelhante ao VPL, porém a variável é a taxa de desconto (Equação 4). 
0 = −𝑉𝑖 + ∑
𝑃𝑓𝑡
(1+𝑇𝐼𝑅)𝑡
𝑛
𝑡=1 (4) 
Onde: 
Vi – Valor investido; 
t – Tempo; 
Pf – Pagamentos futuros; 
TIR – Taxa Interna de Retorno. 
Ribeiro (2010) considera que um investimento seja considerado viável, o TIR deve ser 
maior do que a taxa de remuneração do mercado. 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
3 METODOLOGIA DE PESQUISA 
3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA 
O trabalho desenvolve um estudo comparativo, quantitativo entre um objeto que segundo 
Yin (2005), trata-se de um estudo de caso, concentrando-se em responder perguntas 
“como” e “por que” com estratégias especificas de coleta e análise dados. Sendo assim, 
o estudo é uma estratégia de pesquisa abrangente que não se limita apenas uma tática de 
coleta de dados nem meramente uma característica do planejamento em si. 
Yin (2005) complementa que o estudo de caso pode se basear em qualquer mescla de 
provas quantitativas e qualitativas. E também podem incluir, e mesmo ser limitados, às 
evidências quantitativas. 
O estudo de caso também se caracteriza pelo fato do pesquisador ter pouco ou nenhum 
controle sobre os eventos e por se tratar de uma avaliação de acontecimentos 
contemporâneos. 
A metodologia de pesquisa inicia-se com uma pesquisa bibliográfica para obtenção de 
suporte teórico na observância do problema a ser tratado. Após os estudos realizados na 
pesquisa bibliográfica, foi realizado uma pesquisa com as construtoras locais para 
obtenção da obra mais representativa ao estudo. Ao definir o local de estudo, a etapa 
seguinte procurou identificar as características sustentáveis existentes no 
empreendimento para título de comparação. Seguindo assim, procurou-se analisar os 
dados obtidos a fim de quantificar e avaliar as vantagens, na adoção das características 
sustentáveis, por meio de avaliações econômicas. 
A obtenção de dados seguiu as evidências propostas por Yin (2005), obtendo documentos, 
registros em arquivo e realizando entrevistas de forma espontânea.Tais dados são listado 
a seguir: 
1) Artigos publicados na mídia; 
2) Planilha orçamentária do empreendimento; 
3) Especificações técnicas; 
 
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4) Composições orçamentárias 
5) Fluxograma físico e financeiro da obra. 
O acesso a essas informações são de suma importância para realização do trabalho, sendo 
necessário a proteção dos dados fornecidos pela construtora por motivos éticos. Para 
realizar esta proteção, os custos unitários foram convertidos para uma unidade monetária 
qualquer. A conversão foi realizada, em todos os dados presentes neste trabalho, com a 
multiplicação por um único fator de correção que não compromete a análise percentual 
entre os dados. 
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA 
Para realização da pesquisa, realizou-se 4 etapas distintas que são listada abaixo: 
1) 1ª Etapa: Revisão bibliográfica 
2) 2ª Etapa: Identificação do local de estudo 
3) 3ª Etapa: Obtenção dos dados 
4) 4ª Etapa: Análise dos dados; 
5) 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias. 
A Figura 8 a seguir mostra que a revisão bibliográfica foi o alicerce para esta pesquisa, 
pois ela forneceu toda base teoria para contextualização e entendimento do problema. 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
 
Figura 8:Fluxograma do trabalho 
3.2.1 1ª Etapa Revisão Bibliográfica 
Etapa inicial do trabalho com o objetivo de aglutinar conhecimento junto a trabalhos 
previamente desenvolvidos à respeito do assunto analisado. Além disso, essa etapa seguiu 
durante o desenvolvimento de todo o trabalho, dando suporte à conclusão do mesmo. 
A revisão bibliográfica foi dividida em cinco frentes: sustentabilidade, técnicas de 
eficiência energética, técnicas de eficiência hidrossanitária, tipos de certificações e 
normas sustentáveis e por fim os métodos de avaliação dos custos do ciclo de vida. 
3.2.2 2ª Etapa: Identificação do local de estudo 
Etapa cujo o foco principal foi a determinação qual empreendimento localizado em 
Maceió-AL possuía as características mais relevantes para realização do trabalho. Foram 
feitas entrevistas informais com as diversas construtoras presentes na cidade de Maceió-
AL. 
Nessa etapa também foram identificados os seguintes elementos sustentáveis no 
empreendimento: 
1) Instalações hidro-sanitárias; 
2) Sistema de automação da iluminação nas áreas comuns; 
 
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3) Medição individualizada de água; 
4) Tratamento térmico da fachada; 
5) Sistema coletivo de aquecimento de água a gás; 
6) Sistema de coleta de óleo de cozinha. 
Dos itens identificados acima, os tópicos “1”, “2”, “3”, e “5” estão ligados diretamente à 
economia de recursos para o usuário final. O item “4” influencia indiretamente na 
economia do sistema de refrigeração do empreendimento. O item “6” está ligado a 
preocupação ambiental do edifício, mas não será analisado economicamente por este 
trabalho. 
3.2.3 3ª Etapa: Obtenção dos dados 
Para essa etapa, foram realizadas visitas à construtora responsável pelo empreendimento 
para coleta dos documentos necessários e realização de entrevistas informais, bem como 
a modificação das composições orçamentárias e a eliminação dos itens com caráter 
sustentável. Sendo assim, criaram-se dois empreendimentos com características 
semelhantes e passíveis de serem comparados economicamente, sendo um com elementos 
sustentáveis e o outro não. 
3.2.4 4ª Etapa: Análise dos dados 
Etapa que compreende a análise dos dados obtidos, por meio da comparação financeira 
entre as diferentes ocasiões. O objetivo foi identificar as diferenças percentuais gastas 
para adotar algumas soluções sustentáveis e em seguida analisar o tempo observar o 
tempo necessário para que esse investimento volte e sua viabilidade econômica. 
3.2.5 5ª Etapa: Apresentação dos dados e proposição de melhorias 
A última etapa é de apresentação dos resultados obtidos, como o tempo de retorno do 
investimento para cada solução adotada e o tempo de retorno total. Diante desses 
resultados, foram destacados os pontos positivos e negativos de adotar tais soluções. 
43 
 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
3.3 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO 
A partir de estudos realizados em outras cidades, a justificativa e os objetivos, o trabalho 
limitou-se a verificar e comparar os custos da adoção de soluções sustentáveis em um 
empreendimento localizado na cidade Maceió – AL. 
Devido à inexistência de obras com certificações sustentáveis, durante a realização deste 
trabalho, no mercado local, o estudo limitou-se a analisar as possíveis soluções que são 
associadas à obras sustentáveis. Para tanto, foram comparados economicamente os itens 
que que influenciam no consumo de água e energia do empreendimento. 
O impacto de alguns itens de projeto na planilha orçamentários, como as fundações e 
estrutura em concreto armado foram considerados para determinação do impacto geral 
dos itens sustentáveis no empreendimento. Não foi analisado a melhor solução para fins 
sustentáveis, como economia de recursos, nesses itens. 
Ressalta-se que os custos que não estão relacionados a construção do edifício, como o 
preço do terreno, não foram considerados para composição do custo do edifício. Esses 
itens não foram considerados devido à suas variações serem determinadas com 
especulações imobiliárias e localização do empreendimento. 
 
 
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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
O empreendimento consiste em um condomínio constituído por duas torres em um terreno 
de 4.084,82 m², sendo edifícios residenciais multifamiliares com área para unidades 
comerciais no pilotis. O edifício dispõe de subsolo duplo compartilhado entre as duas 
torres, pontos comerciais no pilotis, dez pavimentos tipos cada, sendo que a torre 1 possui 
84 apartamentos e a torre 2 possui 126 apartamentos, como pode ser visto na Figura 9. 
 
Figura 9:Vista do empreendimento 
O edifício é construído sistema estrutural com estrutura concreto armada, vedações 
internas em placas de gesso e externas em blocos cerâmico, revestimento cerâmico nas 
paredes da áreas molhadas, pintura látex nas áreas secas, revestimento do piso em 
cerâmica e/ ou porcelanato, revestimento cerâmico na fachada, instalação para gás, 
instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, instalações para coleta de óleo, 
instalações para aparelhos condicionadores de ar tipo SPLIT e proteção contra incêndio. 
Os edifícios dispõe de soluções como tratamento térmico de lã de vidro nas fachadas com 
maior incidência do sol, sistema coletivo de aquecimento a gás, bacias com descarga 
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Análise comparativa técnico-econômica entre empreendimentos com características sustentáveis e 
convencionais 
seletiva, torneiras com aeradores, sistema de automação de iluminação das áreas comuns, 
coleta do óleo de cozinha, acessibilidade para deficientes, medição individual de água e 
o uso de lâmpadas econômicas nas áreas comuns. 
4.2 DISPOSITIVOS SUSTENTÁVEIS ELEITOS 
Foram selecionados diversas soluções sustentáveis que compõem

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