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Universidade Estadual Da Paraíba - UEPB Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS Departamento de Farmácia Componente curricular: Química analítica experimental Turma : Terça-feira Curso: Farmácia Discente: Raísa Laura Relatório 10: Determinação de Dipirona 1- INTRODUÇÃO A primeira dipirona produzida no Brasil na década de 20, pela Hoechst AG, com o nome de referência Novalgina. Este fármaco é um dos mais utilizados no Brasil para o alívio de febre e dores, como as dores de dente, neuralgias, dores de cabeça e miosite. Nos anos 70 a sua venda foi proibida, em alguns países, como por exemplo os Estados Unidos, por apresentar potencial em causar agranulocitose, que caracteriza-se pela diminuição de células sanguíneas, mas ainda em muitos países, inclusive no Brasil a sua venda é livre. Foi realizado uma avaliação quanto a segurança da dipirona, em 2001, com apoio de cientistas internacionais, e da ANVISA chegando ao consenso que há eficácia quando tratado-se da analgesia e antipirese e que os dados científicos disponíveis apontando a ocorrência destes riscos não são suficientes para indicar uma alteração do status regulatório; este medicamento está na categoria dos medicamentos isentos de prescrição- MIPs. (ANVISA, 2001). De acordo com a ANVISA a Dipirona está indicada para o tratamento da dor e da febre. Os efeitos analgésico e antipirético podem ser esperados em 30 a 60 minutos após a administração e geralmente duram cerca de 4 horas. O fármaco está no mercado há cerca de 80 anos e apresenta-se nas formas de comprimidos simples, efervescentes, soluções orais, injetáveis e supositórios. Quanto aos efeitos colaterais pode-se ocorrer urticária, pressão baixa, distúrbios renais e urinários, distúrbios vasculares e reação alérgica grave. A Dipirona é contraindicada na gravidez, pois pode ultrapassar a barreira placentária e atingir o feto e também pode ser secretado na amamentação; E em pessoas com alergia à dipirona sódica ou a qualquer um dos componentes da fórmula, asma, problemas no fígado e outros seu uso é dispensável. 2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A titulometria de oxidação irá ocorrer uma mudança de estado de oxidação das espécies envolvidas, acompanhada da transferência de elétrons e mudança de potencial do sistema. Utilizado bastante a elementos que possuam mais de um estado de valência. Se a solução padrão for um agente oxidante trata-se de um método oxidimétrico, se for um agente redutor o método é chamado reduto métrico. Principais agentes oxidantes: KMnO4, K2Cr2O7, I2, KIO3, KBrO3, Ce(IV) Principais agentes redutores: Ti(III), SnCl2, V(II), Cr(II), Fe(II), Na2S2O, dentre outros. As reações de óxido-redução desdobram-se em dois processos elementares ou semi-reações, uma de oxidação e a outra de redução. A tendência em reduzir ou oxidar-se varia com a substância. As reações de óxido-redução são espontâneas (termodinamicamente permitidas) se o potencial da reação total é maior que zero. O ponto final na titulometria de oxidação-redução pode ser identificado através de vários métodos: ● Sem adição de indicadores Ocasionalmente, o reagente é fortemente corado e ele próprio pode, então, atuar como indicador. O ponto final é acusado pela coloração produzida pelo excesso de reagente. Por exemplo, nas titulações com KMnO4 o aparecimento de uma tonalidade rósea persistente indica o final da titulação. ● Com adição de indicadores de oxidação-redução Os indicadores de oxidação-redução são substâncias que se deixam oxidar ou reduzir reversivelmente com mudança de coloração. As formas oxidada e reduzida são diferentemente coradas e mudam de coloração conforme a variação de potencial de redução do sistema nas proximidades do ponto de equivalência. Exemplos dos indicadores de oxidação-redução: safranina T, azul de metileno, e outros. ● Com adição de indicadores específicos, que são substâncias que reagem especificamente com uma das espécies participantes da reação. Por exemplo, o amido, que produz uma coloração azul ao reagir como iodo. Esse produto azul serve para indicar o final de titulações onde há consumo ou formação de iodo. 3-OBJETIVO Determinar através da titulação de óxido-redução a Dipirona. 4- MATERIAIS E MÉTODOS ● Bureta de 25 ou 50 mL ● Erlenmeyer de 250 mL ● Pipeta volumétricas (volumes diferentes) ● Becker de 100 ou 250 mL ● Aquecedor elétrico ● Solução tiossulfato de sódio (Na2S2O3.5H2O) ● Solução padrão carbonato de sódio (Na2CO3) ● solução padronizada de iodo ● Indicador amido ● Preparação de 250 mL de tiosulfato de sodio (Na2S2O3.5H2O) 0,1 mol.L-1 Dissolveu-se 6,25g de tiossulfato e 0,1 g de carbonato de sodio (Na2CO3) em 250 mL de água. Homogeneizou-se bem. O carbonato de sódio é adicionado para dar mais estabilidade à solução de tiossulfato. ● Preparação de indicador amido Solubilizou-se 1g de amido em 10mL de água fria. Em seguida, foi adicionado a mistura lentamente, sob agitação constante, em 200mL de água fervente. Ferveu-se até obter fluido translúcido e pouco denso. Deixou-se sedimentar e utilizou-se o líquido sobrenadante como indicador.Padronização da solução de iodo A solução de iodo deve ser padronizada com a solução de tiossulfato de sódio, usando amido como indicador. 4.1- Titulações ● Padronização da solução de iodo A solução de iodo deve ser padronizada com a solução de tiossulfato de sódio, usando amido como indicador. ● Doseamento de dipirona – comprimidos Pulveriza-se um comprimido e transferiu-se quantitativamente para um erlenmeyer, adicionou-se 10 mL de ácido acético glacial, 2 mL de amido, 25 mL de tiossulfato um pouco de água destilada e homogeneizou-se. Titula-se com a solução padronizada de iodo. ● Doseamento de dipirona – Em gotas Transferiu-se quantitativamente para um erlenmeyer 2 mL de dipirona , adicionou-se 10 mL de ácido acético glacial, 2 mL de amido, 25 mL de tiossulfato e um pouco de água destilada e homogeneizou-se. Titula-se com a solução padronizada de iodo. 5- RESULTADOS E DISCUSSÕES Dipirona Nome comercial: Doricin Composição: citrato de orfenadrina - 35mg; Dipirona monoidratada - 300 mg; Cafeína- 5 mg. Lote: 0117316 Laboratório: EMS Na padronização do iodo foi utilizado um indicador específico que são substâncias que reagem especificamente com uma das espécies participantes da reação. O amido produz uma coloração azul ao reagir como iodo. Esse produto de coloração azul serve para indicar o final de titulação onde houve o consumo de iodo. Na titulação que utilizou-se a suspensão oral de dipirona, não foi possível visualizar o ponto final, no qual todo o iodo seria consumido, onde a coloração passaria de amarelo claro para um tom azulado escuro, pois a dipirona utilizada estava fora do prazo de validade, adquirindo uma coloração marrom escura e consequentemente atrapalhando fim da titulação ( visualização do ponto final). Cada ml de iodo 0,05 mol.L-1 equivale a 17,57 mg de dipirona. Soluções volume de iodo consumido (mL) 1 27,9 2 28,5 3 28,4 média 28,2666 Tabela 1: padronização do iodo com o tiossulfato, indicador amido. Foi necessário padronizar o iodo para determinamos a sua concentração, esta foi de 0,0442 mol/L (tópico 1 ANEXO) para que posteriormente fosse comparado com o valor disponível na apostila de química analítica experimental, onde para cada ml de iodo 0,05 mol.L-1 equivale a 17,57 mg de dipirona a partir desse valor teórico foi possível determinar que para cada 1mL de iodo à 0,0442 M gastou-se na titulação o equivalente a 15,53 mg de dipirona na amostra (tópico 2 ANEXO). O volume de iodo consumido na titulação de dipirona: 21mL , a massa de dipirona contida na amostra foi de 326,13 mg (tópico 3 ANEXO), e o erro percentual calculado foi de 8,71 %, sendo o limite farmacopeico: ± 7,5%, a amostra analisada apresentou 326,1 mg de teor de princípio ativo sendo que esta indica na embalagem 300 mg, sendo assim a mesma apresenta concentrações acima do estabelecido pelo fabricante, bem como do determinado pelosórgãos competente. 6- CONCLUSÃO A execução da prática foi possível determinar a quantidade de dipirona nos comprimidos de Doricin, laboratório EMS, o método utilizado apresentaram uma taxa de erro de 8,71% não sendo ideal de acordo com o estabelecido pela farmacopéia brasileira mostrando uma discrepância com o valor de referência expresso no rótulo do fabricante. Esse valor pode ser justificado por erros durante a execução do experimento, como erro na aferição do menisco, bolhas na bureta, rinsagem, contaminação dos reagentes e vidrarias, pipetagem de alíquota, leitura de volumes errados, e outros. 7- REFERÊNCIAS VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5 ed. Mestre Jou, 1981 Bula de Remédio - DIPIRONA “Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999. ” Órgão emissor ANVISA- Agência nacional de vigilância sanitária, Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=2211262 2016&pIdAnexo=3835723> Acessado: 12 de novembro de 2018.
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