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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: BIOMEDICINA DISCIPLINA: FARMACOLOGIA APLICADA À BIOMEDICINA NOME DO ALUNO: SIMONE SOUZA FAGUNDES R.A: 2027520 POLO: SETOR BUENO/ GOIÂNIA DATA: 30/ 09 / 2021 AULA 03 – ROTEIRO 01 – Determinação da presença de ácido salicílico em comprimidos de ácido acetilsalicílico de diferentes procedências. OBJETIVO Determinar a presença de ácido salicílico em comprimidos de ácido acetilsalicílico de diferentes procedências. De referência (Aspirina®), similares (AAS®, Melhoral® etc.) e genéricos (de diferentes laboratórios). Armazenados em cartelas íntegras e violadas e mantidas em diferentes condições de temperatura e umidade INTRODUÇÃO: O ácido acetilsalicílico vem sendo usado como analgésico e antipirético por centenas de milhares de pessoas desde a sua descoberta há mais de cem anos. A despeito da sua idade, o ácido acetilsalicílico ainda é o padrão para comparação e avaliação de novas substâncias e uma das drogas mais amplamente estudadas (ANVISA, 2011). O ácido acetilsalicílico pertence ao grupo de fármacos anti-inflamatórios nãoesteróides, com propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias. Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição irreversível da enzima ciclo-oxigenase, envolvida na síntese das prostaglandinas (ANVISA, 2011). A qualidade de um medicamento é um atributo de caráter não apenas comercial, mas também legal e moral. No campo da saúde, o não cumprimento das exigências e qualidades consideradas imprescindíveis podem acarretar sérias implicações como, falta de eficácia no tratamento devido à subdosagem terapêutica e efeitos tóxicos provocados por superdoses terapêuticas (KOHLER et al., 2009). De acordo com a Avisa, 2011 a classificação do medicamento de referência como medicamento inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro. Ainda segundo Anvisa (2011), os medicamentos similares devem possuir o mesmo fármaco, mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica de um medicamento de referência, mas que não passaram por testes que comprovem igual efeito no mesmo espaço de tempo do que o medicamento de referência, não sendo, portanto considerados cópias fiéis destes. MATERIAIS Materiais Quantidade/ grupo Ácido salicílico (pó) 20mg por grupo Comprimido de Aspirina 500mg 3 por grupo Comprimido Ácido Acetilsalicílico 500mg similar marca 1 1 por grupo Comprimido Ácido Acetilsalicílico 500mg similar marca 2 1 por grupo Comprimido Ácido Acetilsalicílico 500mg genérico lab. 01 1 por grupo Comprimido Ácido Acetilsalicílico 500mg genérico lab. 02 1 por grupo Comprimido Ácido Acetilsalicílico 500mg genérico lab. 03 1 por grupo Cloreto férrico 1% 300ml por grupo Água em pisseta 1 por grupo Béquer de 15ml 10 por grupo Pipeta Pasteur 6 por grupo Pipeta de 5ml 1 por grupo Bastão de Vidro 1 por grupo PROCEDIMENTO → Para o preparo da curva padrão de ácido salicílico, preparar uma solução padrão de ácido salicílico 1 mg/mL: pesar 20 mg(10mg) de ácido salicílico em balança analítica e, em seguida, adicionar solução de cloreto férrico (FeCl3) a 1% até o volume final de 20 mL (10 ml). → Essa solução deve ser utilizada para o preparo da curva padrão de ácido salicílico, nas seguintes concentrações: → 1 mg/mL, (10 ml) essa é a solução que foi preparada → 0,5 mg/mL, (pegar 5 ml da solução que foi preparada + 5 ml de cloreto férrico 1%) → 0,25 mg/mL, (pegar 5 ml da solução anterior + 5 ml de cloreto férrico 1%) → 0,125 mg/mL, (pegar 5 ml da solução anterior + 5 ml de cloreto férrico 1%) → 0,0675 mg/ mL e (pegar 5 ml da solução anterior + 5 ml de cloreto férrico 1%) → 0,03125 mg/mL (pegar 5 ml da solução anterior + 5 ml de cloreto férrico 1%) → (diluição 1:1). → Preparar 10 mL de cada uma das soluções acima e acondicionar cada solução em um béquer de 15 mL. SOLUÇÃO SERÍADA → Uma diluição seriada é uma técnica na qual se realizam várias diluições progressivas. → Inicia com a solução mais concentrada chegando a soluções menos concentradas, amplificando o fator de diluição rapidamente. → A fonte do material de diluição (soluto) para cada etapa é proveniente do material diluído da etapa anterior. → Em uma diluição em série, o fator de diluição total é o produto dos fatores de diluição em cada etapa. → Diluições em série são usadas para criar com precisão soluções extremamente diluídas, bem como soluções para experimentos que exigem uma curva de concentração. → A técnica é útil quando há escassez do volume do concentrado ou do diluente, havendo necessidade de minimizar seu uso, ou quando há necessidade de diversas diluições. RESULTADOS Preparo da Curva Padrão e Resultado → Volume(mg/ml) 1,0 0,5 0,25 0,125 0,0675 0,03375 Amostra Aspirina seco X Aspirina úmida X Aspirina , úmida (fora da cartela) X Genérico Seco X Similar úmido X Diluição da Solução Padrão DISCUSSÃO → O ácido acetilsalicílico (AAS) é utilizado como antipirético, analgésico, anti- inflamatório, sendo um fármaco de alto consumo e comercialização em todo mundo. → O AAS tem como percussor o ácido salicílico que também é produto da sua degradação. → A síntese do ácido acetilsalicílico é feita industrialmente pela acetilação do ácido salicílico, utilizando anidrido acético em meio ácido. → Quando se observa ácido salicílico em pequenas quantidades em ácido acetilsalicílico, é considerado impureza. Isso ocorre quando o processo sintético é insatisfatório. → O ácido salicílico apresenta potencial tóxico maior do que o ácido acetilsalicílico, daí a importância de se estimar sua concentração nos comprimidos. → A síntese do ácido acetilsalicílico possui como catalisador o ácido sulfúrico (H2SO4). Na equação acima, podemos observar que o anidrido acético (1) é quebrado em duas moléculas (2). Uma delas ataca o benzeno e retira o grupo OH (3), e a outra une-se ao grupo OH que saiu do benzeno e forma o ácido acético (4). Síntese do Ácido Acetilsalicílico → Duas principais hipóteses podem explicar o alto teor de ácido salicílico presente em medicamentos à base de ácido acetilsalicílico. → A primeira é que a síntese do ácido acetilsalicílico não foi realizada adequadamente. → A segunda, que o ácido acetilsalicílico sofreu hidrólise durante o processo de armazenamento do medicamento. → Para a detecção de ácido salicílico nas amostras, foi utilizado o cloreto férrico (FeCl3), que forma um complexo tri-quelado com o ácido salicílico, que adquire coloração arroxeada. Quanto mais intensa a cor, maior a concentração de ácido salicílico na amostra. → O presente experimento não permite quantificar o ácido salicílico em cada comprimido, mas sim determinar qualitativamente a presença dessa substância. → Nesse contexto, a curva de ácido salicílico serve como um padrão visual para a estimativa da intensidade da cor em cada amostra. AULA 03 - ROTEIRO 02 – Determinação da excreção do ácido salicílico pela urina. OBJETIVO Determinar a excreção de ácido salicílico pela urina. MATERIAIS MATERIAIS QUANTIDADE (Por grupo/turma) Tubos de ensaio 02 por grupo Comprimidos de Ácido Acetilsalicílico 50mg 02 por grupo Coletor de urina 02 por grupo Cloreto Ferrico a 10% 5ml por grupoEstante 1 por grupo Pipeta de Pasteur 1 por grupo Fita de pH 1 por grupo PROCEDIMENTO → Um estudante de cada grupo fará ingestão de 1 grama de ácido acetilsalicílico (aspirina) na noite anterior ao trabalho experimental e coletará a primeira urina na manhã seguinte, a fim de se proceder ao seguinte experimento (como alternativa, o professor poderá tomar os comprimidos e coletar a urina): → Colocar aproximadamente 2 ml de urina em um tubo de ensaio. → Colocar em outro tubo de ensaio 2 ml de urina de um estudante que não tomou aspirina. → Adicionar em ambos os tubos, 6 gotas de cloreto férrico a 10%. → Observar o aparecimento de coloração violácea no tubo 01. → Com a fita de pH, determinar o pH de cada amostra de urina. RESULTADOS DISCUSSÃO → Os salicilatos são mormente hidrolisados a salicilato no trato gastrointestinal, no fígado e no sangue, e posteriormente metabolizados no fígado. → O ácido acetil salicílico também sofre metabolização por esterases da mucosa digestiva, que o hidrolisam a ácido salicílico, e por estearases hepáticas, que dão origem a vários metabólitos inativos. → A cinética da eliminação do ácido salicílico depende da dose, uma vez que o metabolismo é limitado pela capacidade das enzimas hepáticas. É uma cinética de 1ª ordem. Quando, no organismo, estão presentes doses terapêuticas, o ácido salicílico é metabolizado no fígado e eliminado em 2-3h. A eliminação é essencialmente renal (90%), principalmente como ácido salicílico livre e metabólitos conjugados: → 75% na forma de ácido salicilúrico; → 15% na forma de glucurónicos; → 10% na forma de ácido salicílico. → A excreção de salicilato livre é extremamente variável e depende da dose e do pH urinário. → Na urina alcalina, mais de 30% do fármaco ingerido pode ser eliminado como salicilato livre, enquanto que na urina ácida essa porcentagem pode ser de apenas 2%. → Portanto, deve-se observar a coloração violácea somente nos tubos que contêm urina do integrante que tomou os comprimidos, sendo a intensidade da cor dependente do pH da urina. AULA 01 – ROTEIRO 01 – Cromatografia em Papel OBJETIVO Princípio de separação de diferentes substâncias por cromatografia. Discutir os tipos de cromatografia e suas aplicações no isolamento de princípios ativos de plantas. INTRODUÇÃO De acordo com COLLINS, 1995 a cromatografia é um dos métodos de separação físico-químico mais utilizados por analistas na separação de misturas organoquímicos. Neste tipo de cromatografia, uma amostra líquida flui por uma tira de papel absorvente disposto verticalmente. O papel é composto por moléculas de celulose que possuem uma forte afinidade pela água presente na mistura de solvente, mas muito pouca afinidade pela fase orgânica, atuando como suporte inerte contendo a fase estacionária aquosa (polar). A medida que o solvente contendo o soluto flui através do papel, uma partição deste composto ocorre entre a fase móvel orgânica (pouco polar) e a fase estacionária aquosa. Desta forma, parte do soluto deixa o papel e entra na fase móvel do a fase móvel alcança uma seção do papel que não contém soluto, o fenômeno de partição ocorre novamente, só que agora o soluto é transferido da fase móvel para a fase estacionária. Com o fluxo contínuo de solvente, o efeito desta partição entre a fases móvel e estacionária possibilita a transferência do soluto do seu ponto de aplicação no papel, para um outro ponto localizado a alguma distância do local de aplicação no sentido do fluxo de solvente MATERIAIS Materiais Quantidade/ grupo Folhas de Espinafre Até completar o almofariz Etanol absoluto acondicionado em pisseta 100ml por grupo Béquer de 50ml 1 por grupo Papel de Filtro tiras de 5cm x 20cm 1 por grupo Macerador (almofariz + pistilo) 1 por grupo Funil + papel filtro 1 por grupo Filme plástico 1 por grupo PROCEDIMENTO → Acondicione as folhas de espinafre inteiras ou em pedaços no almofariz limpo, contendo etanol o suficiente para cobrir as folhas. → Quanto mais folhas, mais concentrada será a solução. → Após macerar bem, deixe descansar por 40 minutos e filtre para retirar os resíduos sólidos. → Acondicione e extrato de folhas de espinafre no béquer. → Mergulhe a tira de papel de filtro na solução, deixando-a imersa aproximadamente 0,5 cm. → Espere até o extrato subir por capilaridade por toda a extensão do papel de filtro. → Retire o papel do béquer, deixe secar e analise os resultados obtidos. → Identifique a banda das clorofilas a e b (verdes), xantofila (amarela) e caroteno (laranja). RESULTADOS DISCUSSÃO → A cromatografia é uma técnica que permite a separação e a detecção de solutos em solução, e uma de suas aplicações é identificar compostos químicos presentes em extratos vegetais. → O princípio da técnica é separar os diferentes solutos presentes em uma solução complexa (por exemplo, o extrato das folhas de uma planta medicinal) por meio da interação diferencial de cada um desses solutos com uma fase móvel (um solvente que percorre todo o aparato de cromatografia) e uma fase estacionária (uma matriz, que pode ser sólida, líquida ou gasosa). → Na cromatografia em papel, utiliza-se uma tira de papel constituída de celulose praticamente pura (papel de filtro, por exemplo), que absorve até 22% de água. → É essa água que funciona como fase estacionária líquida e que interage com a fase móvel, também líquida, e constituída por um ou mais solventes orgânicos. → Quando a fase móvel entre em contato com a fase líquida, as diversas substâncias presentes na solução-problema são separadas em resposta à diferença de afinidade entre a fase estacionária e a fase móvel. → Substâncias polares tendem a interagir mais fortemente com a água e migram pouco pelo papel, enquanto substâncias apolares tendem a acompanhar o solvente orgânico, que também é apolar ou que apresenta regiões apolares em suas moléculas (como, por exemplo, o etanol). → Nas folhas das plantas, cada tipo de pigmento possui uma estrutura química definida, com um padrão específico de duplas ligações conjugadas, o que determina a absorção seletiva de certos comprimentos de onda e, consequentemente, a sua coloração característica. → Em decorrência disso, a clorofila a é verde azulada, a clorofila b é verde amarelada, as xantofilas são amarelas e o β-caroteno é alaranjado. → Além de apresentarem colorações características, esses pigmentos também apresentam diferentes afinidades pelos diversos solventes orgânicos e pela água, o que se deve à proporção de radicais hidrofóbicos ou hidrofílicos que cada um deles possui. → O pigmento flavina dos alimentos brancos pode proteger o sistema imunológico reforçando suas defesas, favorecer a renovação celular e colaborar na manutenção e formação dos ossos. → O licopeno, presente nos alimentos vermelhos, ajuda a regular os batimentos cardíacos, são primordiais ao funcionamento dos músculos e do sistema nervoso. Possuem efeito antioxidante atuando contra os radicais livres, na prevenção do stress, previnem contra o aparecimento de cânceres além de incitarem a circulação sanguínea. → O betacaroteno, um tipo de carotenoide e pigmento dos alimentos amarelados ou alaranjados, promove a manutenção dos cabelos e dos tecidos, melhoram a visão noturna, agem no metabolismo das gorduras. → As antocianinas responsáveis pela cor arroxeada ou azulada dos alimentos auxiliam na transformação de carboidratos e outros nutrientes em energia. → A clorofila dos alimentos verdes possui propriedades anticancerígenas, efeito desintoxicante das células e poder de inibição dos radicais livres. Alimentos marrons promovem o funcionamento regular do intestino e ajudam a controlar o colesterol, diabetes, entre outros.→ Outras substâncias estão presentes em diferentes componentes das plantas (folhas, flores, raízes, caule etc.) e, independentemente de apresentarem ou não cor, podem ser separadas por cromatografia. Essa é a técnica mais utilizada para se separar potenciais princípios ativos de plantas medicinais. → Diversas outras técnicas de cromatografia, além da realizada em papel, estão disponíveis, como, por exemplo, a cromatografia em camada delgada, a cromatografia em coluna, a cromatografia líquida de alta performance (HPLC) e a cromatografia a gás, o que permite uma ampla gama de utilizações. AULA 02 ROTEIRO 01 – Análise do Perfil de Dissolução da glibenclamidia OBJETIVO Comparar, pela análise do perfil de dissolução, a intercambialidade de medicamentos genéricos de glibenclamida 5 mg em relação ao medicamento de referência Daonil® (glibenclamida 5 mg, Sanofi-Aventis). INTRODUÇÃO A glibenclamida (GLIB) é um fármaco de segunda geração, administrado por via oral na forma de comprimidos, utilizado para o tratamento de Diabetes mellitus. GLIB possui baixa solubilidade aquosa, o que pode levar a uma baixa liberação a partir de formas farmacêuticas sólidas no teste de dissolução e, portanto, a variabilidades no tratamento. Apresenta baixa biodisponibilidade relacionada ao fato de ser insolúvel em água e, conseqüentemente, taxas reduzidas de liberação do fármaco em testes in vitro (dissolução). números esforços em todo o mundo têm sido conduzidos na tentativa de aumentar a solubilidade e melhorar a biodisponibilidade de fármacos com características semelhantes à GLIB. Recursos técnicos como a micronização, a dispersão molecular, a incorporação de tensoativos, a complexação de inclusão em ciclodextrina e a transformação da fase sólida em formas polimorfas ou amorfas têm sido empregadas no caso da GLIB (Ghosh et al., 1998; Hassan et al., 1991). MATERIAIS MATERIAIS QUANTIDADE (por aluno) Balança milesimal Bancada Glibenclamida com 100% de pureza Qsp/grupo Tampão fosfato 0,1 mol/L, Ph 7,3 Qsp/grupo Metanol 100% Qsp/grupo Comprimidos de Doanil® (glibenclamida 5 mg, Sanofi- Aventis), e de glibenclamida de 5mg, genéricos, de diferentes marcas (duas marcas; pode-se, alternativamente, utilizar o medicamento similar). Qsp/grupo Espectofotômetro ultravioleta/ visível Bancada Agitador Magnético com aquecimento Bancada pHmetro Bancada PROCEDIMENTO 1) Preparo da curva padrão de glibenclamida: → Pesar (250 mg ou 0,25 g) de glibenclamida padrão e diluir em metanol em volume final de 250 mL; → Preparar soluções de 1, 0,5, 0,25, 0,125, 0,0625 mg/mL a partir da solução padrão, em volume final de 10 mL cada. → Determinar a absorbância das amostras a partir da leitura, em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 225 nm. Plotar em gráfico concentração versus absorbância. 2) Teste de perfil de dissolução: → Acondicionar 6 comprimidos inteiros do medicamento Daonil®, (Sanofi-Aventis) em um tamiz plástico, o que corresponde a 30 mg de princípio ativo. Fazer o mesmo com os medicamentos genéricos/similares. → Mergulhar os comprimidos em béquer contendo 250 mL de solução de tampão fosfato com pH 7,3 imerso em banho-maria (um béquer para cada medicamento – total 3 béqueres). Manter a temperatura a 41 oC. → Coletar alíquotas de 2 mL de cada uma das amostras nos tempos 15, 30, 45 e 60 min. → Filtrar. → Acondicionar em cubeta de quartzo e realizar a medida da absorbância, por espectrofotometria, a 225 nm. → Comparar os resultados obtidos com a curva padrão de glibenclamida. RESULTADOS → Os Valores encontrados não são corretos, pois: Ocorreu problema de calibração com o espectofotômetro; → Não foi feita a filtragem; → Quanto maior o tempo, maior a absorbância e nossos resultados foram todos alterados não tendo valores esperados, porém em laboratórios os procedimentos podem influenciar também. DISCUSSÃO → Através do perfil de dissolução, é possível estimar a quantidade de glibenclamida disponível para absorção. → Ainda que não seja uma avaliação essencial no que tange à eficácia de um medicamento de uso contínuo, esse parâmetro merece destaque, por fazer parte dos três itens que são objeto de testes em medicamentos, a saber: equivalência farmacêutica, perfil de dissolução e bioequivalência. → Assim como todos os fármacos da classe sulfonilureias, a glibenclamida apresenta baixa solubilidade em água, o que resulta em baixa liberação deste fármaco a partir de formas farmacêuticas sólidas em testes de dissolução. → Consequentemente, a glibenclamida apresenta baixa biodisponibilidade, com velocidades reduzidas de liberação nos testes in vitro de dissolução. → A glibenclamida é um ácido fraco (pKa = 5,3) e, em pH mais elevado, apresenta-se na forma ionizada. → Devido à ionização, a glibenclamida torna-se mais polar e, portanto, mais solúvel em solventes polares. Desta forma, justifica-se a utilização do tampão fosfato pH 7,3. → Na literatura, encontram-se descritas algumas explicações em relação à variação acentuada na velocidade de liberação de glibenclamida em testes in vitro. → Primeiramente, existem no mercado comprimidos produzidos com diversos tamanhos de partículas deste princípio ativo, podendo apresentar-se na forma micronizada ou não. → Essa diversidade no tamanho de partículas é justificada pela ausência de regulamentações para estabelecer faixas de especificação de granulometria. Formulações contendo diferentes tamanhos de partículas de glibenclamida não são uniformemente bioequivalentes. → Além disso, a composição da formulação também influencia decisivamente na liberação do fármaco. → Mudanças no processo produtivo como, por exemplo, a alteração de uma mistura de excipientes, pode resultar em diferenças significativas de biodisponibilidade do princípio ativo e, consequentemente, interferir nos ensaios in vitro. → O tipo e a natureza dos excipientes utilizados são fatores determinantes para a velocidade e a extensão em que o fármaco será absorvido, uma vez que podem limitar a dissolução (liberação) do princípio ativo. → Outro fator fundamental é a forma como a glibenclamida foi obtida em escala industrial. → Dependendo do solvente utilizado, pode-se dar origem a diferentes formas polimórficas e pseudo-polimórficas que influenciam diretamente em suas propriedades físico-químicas. AULA 04 ROTEIRO 01 – Verificação da Influência do pH e do pKa na ionização de fármacos OBJETIVO Observar a influência do pH nas relações das concentrações de formas ionizadas e não ionizadas de dois(02) fármacos: ácido acetilsalicílico (AAS), um fármaco de caráter ácido com valor de pka 5,0 e o paracetamol (PC), pka 10,0, com caráter alcalino. INTRODUÇÃO O pH é uma medida da concentração de íons de hidrogênio em uma solução aquosa. O pKa ( constante de dissociação ácida ) e o pH estão relacionados, mas o pKa é mais específico porque ajuda a prever o que uma molécula fará em um pH específico . Essencialmente, o pKa diz qual deve ser o pH para que uma espécie química doe ou aceite um próton. O pKa é o valor de pH no qual uma espécie química aceitará ou doará um próton. Quanto mais baixo o pKa, mais forte é o ácido e maior a capacidade de doar um próton em solução aquosa. A equação de Henderson-Hasselbalch relaciona pKa e pH. No entanto, é apenas uma aproximação e não deve ser usado para soluções concentradas ou para ácidos de pH extremamente baixo ou bases de pH alto. Depois de ter os valores de pH ou pKa, você sabe certas coisas sobre uma solução e como ela se compara a outras soluções: Quanto menor o pH, maior a concentração de íons hidrogênio [H + ]. Quanto menor o pKa, mais forteé o ácido e maior sua capacidade de doar prótons. O pH depende da concentração da solução. Isso é importante porque significa que um ácido fraco pode realmente ter um pH mais baixo do que um ácido forte diluído. Por exemplo, vinagre concentrado (ácido acético, que é um ácido fraco) pode ter um pH mais baixo do que uma solução diluída de ácido clorídrico (um ácido forte). Por outro lado, o valor de pKa é constante para cada tipo de molécula. Não é afetado pela concentração. Mesmo um produto químico normalmente considerado uma base pode ter um valor de pKa porque os termos "ácidos" e "bases" simplesmente se referem a se uma espécie irá abrir mão dos prótons (ácido) ou removê-los (base). Se é conhecido o pH ou o pKa, pode resolver o outro valor usando uma aproximação chamada de equação de Henderson-Hasselbalch: • Solução-tampão é uma mistura formada por um ácido fraco e um sal ou por um sal e uma base fraca. Essas misturas não apresentam variação de pH quando recebem pequenas quantidades de ácidos ou de bases fortes. pH = pKa + log ([base conjugada] / [ácido fraco]) pH = pka + log ([A - ] / [HA]) MATERIAIS PROCEDIMENTO → Em tubos de ensaio, adicionar as amostras de ácido acetilsalicílico (AAS) e o paracetamol (PC), as soluções de pH 1 e 8 e o solvente, seguindo o especificado na tabela. → Agitar vigorosamente, deixar em repouso até separação das fases aquosa e orgânica e → aplicar, com auxílio de um capilar, volumes aproximadamente iguais de cada uma das fases orgânicas em placa de sílica com indicador de fluorescência. → Secar e observar a placa sob luz ultravioleta. → Comparar as manchas relativas ao mesmo fármaco, especificando como forte (F) ou fraco (f). RESULTADO • Calcular para os dois fármacos em pH 1 e 8 as relações das concentrações de formas ionizadas e não ionizadas, utilizando a equação de Henderson-Hasselbach, e verificar se o resultado do experimento está de acordo com o que pode ser previsto pelos cálculos. PARACETAMOL NÃO IONIZOU E FOI PRA FASE ORGÂNICA. FÁRMACO IONIZADO É DIFÍCIL SER ABSORVIDO DISCUSSÃO → O AAS e o PC foram os fármacos utilizados como modelo neste experimento, devido ao fato dos mesmos serem, respectivamente, fármacos com pka ácido e alcalino. Através deste experimento avaliou-se a capacidade dos fármacos se ionizarem ou não para poderem ser absorvidos, uma vez que os fármacos são absorvidos na sua forma íntegra. → O acetato de etila é um solvente orgânico que foi utilizado para simular a absorção, ou seja, quando o fármaco não se ioniza, o mesmo irá ser dissolvido nesse solvente, uma vez que ele mimetiza quimicamente a seletividade lipofílica das membranas plasmáticas. → No primeiro tubo de ensaio utilizou-se um fármaco ácido, com pKa ácido, e solubilizou-se em meio ácido com pH ácido. → Ao realizar a separação com acetato de etila observou-se que o fármaco não se ionizou e a molécula íntegra foi absorvida pelo solvente orgânico. → Ao aplicar, com o auxílio de um capilar, a fase orgânica na placa de sílica e observar a mesma sob luz ultravioleta, constatou-se uma fluorescência mais intensa quando comparada ao segundo tubo, no qual foi acrescentado um fármaco ácido e uma solução alcalina, ocorrendo uma ionização. Fato esse comprovado ao se adicionar o acetato de etila, cuja fração foi aplicada na mesma cromatoplaca e apresentou uma fluorescência fraca. → Nos tubos 3 e 4 utilizou-se o PC. → Este fármaco não se ionizou nem em meio ácido, nem em alcalino, uma vez que foi observada fluorescência intensa para ambas as frações orgânicas aplicada na cromatoplaca. → Cabe aqui enfatizar que o acetato de etila é um solvente que simula a absorção que acontece no organismo, sendo tal procedimento apenas ilustrativo, apesar que o PC realmente é um fármaco de difícil ionização. → Assim, pode-se dizer que o PC possui uma pequena absorção no estômago, porém a maior parte dele é absorvida no intestino delgado (pH alcalino). → Como os fármacos, em sua maioria, são ácidos ou bases fracas, no meio biológico estarão mais ou menos ionizados, dependendo da constante de acidez (pKa) e do pH do meio em que se encontram. → Considerando-se que a forma não ionizada de um fármaco é mais lipossolúvel que a forma ionizada, o pKa da substância e o pH do meio são dois parâmetros que influem diretamente na passagem dos fármacos através das membranas biológicas e, portanto, estes dois parâmetros são determinantes dos processos de absorção, transporte e excreção dos fármacos. → O AAS é um fármaco ácido absorvido em meio com pH ácido (estômago), já o PC, um fármaco alcalino é melhor absorvido preferencialmente em meio alcalino (intestino delgado), porém uma pequena parte pode ser absorvida em meio ácido. → Neste experimento, o acetato de etila simulou-se processo de absorção dos fármacos, pois o mesmo mimetiza quimicamente a seletividade lipofílica das membranas plasmáticas neste processo. Entretanto, absorção depende de vários fatores, entre os mesmo está a vascularização do local de administração. → Considerando-se que as formas não ionizadas de um fármaco são mais solúveis em solventes orgânicos e menos solúveis em água do que as formas ionizadas, ao se estabelecer um sistema heterogêneo bifásico constituído de uma solução aquosa do fármaco e de uma fase orgânica, a quantidade de fármaco que permanece em solução com a água será proporcional à quantidade de fármaco na forma ionizada, enquanto que a quantidade de fármaco que migra para a fase orgânica será proporcional à quantidade de fármaco na forma não ionizada. → Assim, comparando-se as concentrações de um fármaco nas fases orgânicas que estabeleceram uma biofase com soluções aquosas de diferentes pHs, é possível verificar em que pH o fármaco está menos ionizado. AULA 04 ROTEIRO 02 – Simulação do processo de absorção do Cetoconazol: a importância da solubilização no meio biológico. OBJETIVO → Demonstrar que a solubilização do cetoconazol no estômago é etapa importante do seu processo de absorção. → Esse raciocínio pode ser estendido a outros fármacos. INTRODUÇÃO De acordo com GUIMARÃES, 2001 o Cetoconazol é um fármaco antimicótico largamente utilizado e veiculado por diversas formas farmacêuticas. Apesar de ser comprovadamente eficaz, é uma substância muito hepatotóxica quando administrada por via oral. Por esse motivo justifica-se o seu emprego em preparações tópicas e sistemas transdérmicos. MATERIAIS PROCEDIMENTO → Pese três amostras de 10 mg de cetoconazol e transfira para três tubos de ensaio (160 mm comprimento, 18 mm diâmetro externo), providos de tampa com rosca. → Numere os tubos de 1 a 3. Prossiga da seguinte forma: → no tubo 1, adicione, com o auxílio de pipeta graduada de 5 mL, 3 mL de água destilada. Em seguida, com o auxílio de uma pipeta graduada de 5 mL munida de uma pera, adicione 3 mL de éter etílico. → no tubo 2, adicione 3 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol/L, e 3 mL de éter etílico. → no tubo 3, adicione 1 mL de solução de ácido clorídrico e, após a dissolução da amostra, adicione 3 mL de éter etílico. Finalmente, adicione 2 mL de solução de hidróxido de sódio 1 mol/L. → Feche os três tubos e agite por cerca de trinta segundos. → Coloque os três tubos em um porta-tubos e desenrosque as tampas, lentamente (cuidado!), liberando a pressão provocada pelo vapor do éter. → Em seguida, com o auxílio de uma pipeta de vidro munida de uma pera, transfira 0,5 mL da solução etérea de cada um dos tubos para balão ou proveta de 10 mL e complete o volume com éter etílico. → Rotule os três balões com o número correspondente do tubo de onde foi retirada a amostra (n. 1, 2, e 3). → Faça a leitura das absorbâncias correspondentes em espectrofotômetroultravioleta, em 246 nm. → Lembre-se de zerar a absorbância com éter etílico. → Anote os valores de absorbância (A). → Compare. → Os valores relativos de absorbância (A) são: A3 > A1 > A2. RESULTADOS DISCUSSÃO → A água e o éter simulam a biofase. → O tubo 1 (água/éter) corresponde à situação em que o pH do estômago foi elevado por alguma razão (nesse caso é aproximadamente 7). → Portanto, espera-se que o cetoconazol não seja bem “absorvido” (passagem para a fase etérea), por ser pouco solúvel no meio biológico. → Observe a presença de partículas do fármaco não dissolvido na interface. → A absorbância (A1) será menor do que aquela observada no tubo 3 (A3) e maior do que aquela observada no tubo 2 (A2). → Continue a leitura para compreender melhor. → O tubo 2 corresponde à situação em que o fármaco chega ao estômago, onde reage com o HCl presente em condições fisiológicas normais, formando espécies protonadas, essencialmente no anel imidazólico, resultando daí sua solubilização. → Por estar ionizado, a quantidade do fármaco que é “absorvida” (passagem para a fase etérea) neste local será mínima, resultando no menor valor de absorbância (A2). → O tubo 3 corresponde à chegada do fármaco ao estômago (adição inicial de HCl), onde ele é solubilizado, seguindo-se a sua passagem ao duodeno (adição de NaOH), onde as formas ionizadas são desprotonadas, gerando as formas não ionizadas que são, então, “absorvidas” (passagem para a fase etérea). → Observa-se, neste caso, o maior valor de absorbância (A3), reflexo de uma maior “absorção” (passagem para a fase etérea) do fármaco, em função de sua prévia “dissolução no estômago” (adição de HCl), o que não acontece eficientemente quando o pH do mesmo está elevado (representado pelo tubo 1). → Em conclusão, a absorção de um fármaco será tão mais eficiente quanto melhor for sua solubilização na biofase, considerando-se que a forma não ionizada tenha coeficiente de partição óleo/água adequado. → Não se pretende, neste experimento, fazer quantificação do cetoconazol, mas sim fazer uma análise comparativa da quantidade de fármaco “absorvida” (que passa para a fase etérea) nas três situações descritas, através da medida de absorbância. → Nesse sentido, os alunos devem ser lembrados da lei de Lambert-Beer, que mostra a relação direta entre concentração de uma substância e a absorbância de uma solução que a contém. → Na preparação do tubo 3, a sequência de adição de HCl, éter e NaOH é muito importante, pois representa, ainda de que maneira bastante simples, o trajeto de um fármaco no trato gastrointestinal (estômago →duodeno). Portanto, é importante que o éter seja adicionado depois do HCl e antes do NaOH, para que o fármaco possa passar para a fase orgânica à medida em que vai sendo desprotonado. → A utilização de uma solução de NaOH 1 mol/L, ao invés de um tampão de pH 6, por exemplo, foi para simplificar o experimento, já que o que importa não é a concentração exata de fármaco que passa para a fase orgânica e sim a comparação relativa das concentrações nos três tubos usados no experimento. REFERÊNCIAS • ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária / Ministério da Saúde. Setor Regulado. Registros de medicamentos: Aspirina. 2011. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM%5B25345-1-0%5D.PDF> Acesso em 29 de setembro de 2021. • ARAUJO, B. G.; MENEZES, A. C. Dose do AAS como Anti-agregante Plaquetário. Farmacologia Clínica: textos informativos. Brasília: UNB, 2012, p. 88-89. • Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Farmacêuticos. Formulário Terapêutico Nacional: Rename 2008. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. • COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L.; BONATO, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 6. Ed. Canpinas: Editora UNICANP, 1995. • GHOSH, L. K.; THAKUR, R. S.; SHARMA, N. C.; GHOSH, N. C.; GUPTA, B. K. Development and evaluation of an ideal formulation of glibenclamide by solid dispersion techniques. Boll. Chim. Farm., v.137, n.1, p.26-29, 1998. • GUIMARãES, Marcelo. Avaliação da liberação e permeação em membrana sintética do cetoconazol em cremes O/A. 2001. Dissertação (Mestrado em Produção e Controle Farmacêuticos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, University of São Paulo, São Paulo, 2001. doi:10.11606/D.9.2016.tde-08032016-165741. Acesso em: 2021-10-02. • KOHLER, L. F; NASCIMENTO, H. D; SCHWENGBER, E. D. L; BANDEIRA, Z. M. P. Avaliação biofarmacotécnica e perfil de dissolução de comprimidos de dipirona: equivalências farmacêutica entre medicamentos de referência, genéricos e similares. Revista Brasileira de Farmácia. 2009, v. 90, n. 4, p. 309-315. • NERY, C. G. C.; PIANETTI, G. A.; PIRES, M. A. S.; Campos, L. M. M.; SOARES, C. D. V. Teste de dissolução para avaliação de liberação de glibenclamida em comprimidos. Rev. Bras. Cien. Farm. 2007; 43(3):413-419. • Descarte do material utilizado conforme Normas Internacionais de Segurança: as soluções presentes nos tubos deverão ser desprezadas na pia, com água corrente.
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