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Peticao-Inicial-1-Pensao-por-morte-para-companheiro-2-Obito-apos-a-Ec-103-19-3-JEF

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1. O presente modelo é fonte de pesquisa jurídica e não está vinculado ao sucesso da ação. 2. Não esquecer de adequar para o caso concreto.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ____________________________
_________________________________________________________________(NOME), _____________________(NACIONALIDADE), _______________________________(ESTADO CIVIL), __________________(PROFISSÃO), nascida em ______________________, portador do RG n° _______________________ CPF n° _______________________________, endereço eletrônico:_______________________, residente e domiciliado na____________________________________________________________________, vem por meio de seu advogado que esta subscreve, com instrumento de mandato anexo, endereço eletrônico: _________________________, com domicílio profissional à ________________________________________________, para onde devem ser enviadas todas as intimações, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor 
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), que poderá ser citada no endereço _____________________________________________________ pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Conforme declaração em anexo, a parte autora é hipossuficiente. Dessa forma, não possui condições de arcar com as custas e despesas processuais da presente lide, sem o prejuízo de seu sustento e de sua família. Assim, faz jus aos benefícios da gratuidade de justiça.
2. DOS FATOS
A parte autora requereu junto à autarquia previdenciária a concessão de benefício de pensão por morte devido ao óbito em __________de seu companheiro, Sr. __________________________ (certidão de óbito em anexo).
O benefício foi indeferido sob a alegação de falta de qualidade de dependente.
Porém, como se pode verificar pela vasta documentação juntada, o casal conviveu em união estável por longos anos, residindo no imóvel localizado na ________________
______________________________________________________________________.
	Dados do Processo Administrativo
	Número do Benefício:
	
	Data do Óbito:
	
	Data do Requerimento:
	
	Motivo do Indeferimento:
	
3. DO DIREITO
A pensão por morte, na forma do art. 74 da Lei n° 8.213/91 “será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não”. 
Dessa forma, extraímos que são requisitos para a concessão da pensão por morte: existência do evento morte, qualidade de segurado no momento do óbito e existência de dependentes.
O óbito do segurado é provado pelo atestado de óbito em anexo. Passemos para a análise dos demais requisitos.
3.1. DA QUALIDADE DE SEGURADO DO DE CUJUS
Á época do óbito o segurado laborava na condição de empregado na empresa ______________, conforme comprovado pelo CNIS e CTPS em anexo.
Dessa forma, comprovada a qualidade de segurado à época do óbito,
3.2. DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE DA COMPANHEIRA
Segundo previsão do art. 16, I da Lei 8.213/91 o companheiro é beneficiário do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado. Vejamos:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  
Já o § 4º do mesmo artigo indica:
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada
Da leitura do dispositivo acima, extraímos que a companheira, dependente de 1° classe, possui dependência econômica presumida. Dessa forma, não há que se falar da necessidade de prova de dependência econômica. Restando a discussão sobre a condição de companheira da parte autora.
A Sra. ________________________ mantinha relação de união estável com o falecido na forma do art. 16, § 3º, da Lei n° 8.213/91.
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
Com efeito, a parte autora convivia em união estável com o falecido a 30 anos, ambos mantinham relacionamento continuo e duradouro com objetivo de constituição de entidade familiar. A união perdurou até o óbito do Sr. _______________________. 
Para comprovação da união estável foram anexados os seguintes documentos:
1. Contrato de aluguel do imóvel onde residiam, onde ambos constam como locatários;
2. Comprovantes de residência de ambos, comprovando domicílio comum (para fins de amostragem, foram juntados 3 comprovantes de residência do falecido e 3 da dependente por ano – totalizando prova de mesmo domicílio em intervalo de 10 anos);
3. Certidão de nascimento dos filhos em comum, todos maiores de idade;
4. Extratos de conta bancária conjunta;
5. Faturas de cartão de crédito do falecido em que a parte autora figura como dependente (cartão adicional);
6. Comprovantes do Plano de Saúde da empresa onde o segurado laborava, em que a parte autora consta como dependente;
Dessa forma, devidamente comprovada a existência da união estável. Destaca que mesmo na esfera administrativa, segundo o art. 135 da IN 77/2015, a autarquia apenas solicita 3 provas (podendo ser de mesmo tipo) para comprovação da união estável. Assim, indevido o indeferimento administrativo.
O art. 16, § 5º da Lei 8.213/91 incluído pela Lei 13.846/19 exige início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito. Dentre as provas acima indicada são contemporâneas: os extratos bancários que indicam a existência de conta conjunta até a data do óbito do segurado, assim como comprovantes de residência comum dentro desse lapso temporal, comprovantes do plano de saúde e faturas do cartão de crédito do falecido que demostram que a segurada permanecia como dependente dele até a data do óbito. (Não esqueça de apagar: indicar aqui provas de menos de dois anos da data do óbito)
Os documentos juntados são suficientes para prova da existência de união estável. Porém, na remota hipótese de Vossa Excelência entender que as provas juntadas não são suficientes para a comprovação da união estável, requer audiência de instrução e julgamento para a corroboração das provas juntadas.
3.3. DA DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
Com relação a duração do benefício do dependente cônjuge, tendo o óbito ocorrido durante a vigência da Lei 13.135/2015, aplicável a previsão do art. 77, V, da Lei 8.213/91 para identificação do prazo de duração do benefício.
Segundo a previsão do art. 77, V, da Lei 8.213/91, em regra geral, a pensão por morte para o cônjuge ou companheiro apenas será concedida em número superior a 4 parcelas se forem preenchidos dois requisitos: se o segurado tiver vertido ao menos 18 contribuições e se o casamento ou a união estável tiver sido iniciada a pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. 
Preenchido esses dois requisitos, o benefício de pensão por morte irá perdurar de acordo com a idade da dependente na data do óbito. Vejamos:
Art. 77, V, c, da Lei 8.213/91. 
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável:           (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;           (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade;           (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;          (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
4) 15 (quinze)anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;          (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade;           (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.           (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
VI - pela perda do direito, na forma do § 1º do art. 74 desta Lei.    (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
No caso em tela, o segurado verteu mais de 18 contribuições, como provado pelo CNIS e pela CTPS (ambos em anexo) e a relação entre o segurado e a parte autora perdurou por período superior a 2 anos. 
A dependente apresenta como prova da união em período superior a dois anos: certidão de nascimento dos filhos, comprovantes de residência comum, extratos da conta bancária conjunta e declaração do plano de saúde do segurado que indica que a companheira figurava como dependente do segurado no plano a _________ anos (Não esqueça de apagar: indicar aqui provas de dois anos atrás ou mais) dentre outros. Assim, aplicável a previsão do art. 77, V, c, da Lei 8.213/91. 
A dependente possuía _____ anos na data do óbito, logo possui direito a pensão por morte por ______ anos.
3.4. DA DATA DE INÍCIO DO PAGAMENTO
Com relação a data de início de pagamento, a dependente faz jus ao benefício desde a data do óbito do instituidor, visto que requereu o benefício administrativamente em período inferior a 90 dias, devendo ser aplicada a inteligência do art. 74, I da Lei 8.213/91.
3.5. DA ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS – EC 103/19
O art. 24 da EC 103/19 previu regra de acumulação de benefícios previdenciários (pensão e aposentadoria) quando o óbito tiver ocorrido após a EC 103/19, o que é o caso em tela.
Informa desde já que a Sra. ____________________________________, companheira do segurado falecido, atualmente recebe benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição, cujo NB é _________________________ (em anexo extratos de pagamento do benefício)
4. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E/OU MEDIAÇÃO
Em cumprimento ao previsto no art. 319, VII, do CPC/2015 a parte autora informa que não tem interesse na realização de audiência de conciliação e/ou mediação, visto à costumeira ineficácia desse procedimento.
Assim, caso a parte ré também dispense a realização de tal audiência, requer a aplicação do previsto no art. 334, § 4º, do CPC/2015.
5. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1) A concessão de gratuidade de justiça, visto que a parte autora é hipossuficiente, não tendo, portanto, condições de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família (declaração de hipossuficiência em anexo);
2) A citação da parte ré, na pessoa de seu representante legal, para que apresente a contestação no prazo legal;
3) A não realização de audiência de conciliação ou mediação;
4) A produção de todos os meios de prova admitidos, em especial documental e testemunhal;
5) Que a presente demanda seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, com base na vasta documentação juntada, com fulcro no art. 22, p. 3° do Decreto n° 3.048/99, condenando o INSS a conceder o benefício de pensão por morte desde a data do óbito do segurado na forma do art. 74, I, da Lei 8.213/91;
a. Caso esse juízo entenda que os documentos juntados não são suficientes para comprovar a existência de união estável em período superior a dois anos até a data do óbito, requer oitiva de testemunhas e a imediata designação de data para sua realização;
6) A condenação do réu ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas corrigidas monetariamente desde o respectivo vencimento, devendo também incidir o acréscimo dos juros legais e moratório até a data do pagamento;
7) Em caso de recurso, a condenação da autarquia previdenciária ao pagamento de honorários advocatícios, eis que devidos em segundo grau de jurisdição na forma do art. 55 da Lei 9.099/95 e art. 1° da Lei 10.259/01.
Requer, outrossim, que todas as publicações e intimações que se fizerem necessárias, sejam feitas EXCLUSIVAMENTE em nome ______________________________________________, OAB/SP _____________, com escritório localizado na _________________________ e endereço eletrônico ________________, sob pena de nulidade conforme o art. 272, p.2° do CPC/2015.
Nestes Termos,
Pede Deferimento
Dá à causa o valor de R$ _______ (valor do extenso) 
(Não esqueça de apagar: não esqueça que a competência para o JEF é para julgar causas de até o valor de sessenta salário mínimos na forma do art. 3° da Lei 10.259/2001)
Local e data.
_____________________________
Adv
OAB

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