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TRAUMAS DE FARINGE E LARINGE E LESÃO DO NERVO LARÍNGEO RECORRENTE DISCENTES: Caroline Fernandes Daniel Duarte Helano Brilhante José Vitor Lucas Queiroga Marcelo Gurgel Pedro Arthur Renata Vale Ruth Avernio Yasmin Dantas DOCENTE: Dra. Denize Pires ANATOMIA DA FARINGE 1. Nasofaringe 2. Orofaringe 3. Laringofaringe 1 2 3 ANATOMIA DA LARINGE 1 2 3 Constituição da Laringe ● Cartilagens maiores ○ Epiglotea; ○ Tireoidea; ○ Cricoidea. ● Cartilagens menores ○ Cuneiformes; ○ Corniculadas; ○ Ariinoides. ● Músculos intrínsecos ● Epiglotea ○ formato em folha; ○ Ligamento hioepiglote. ● Tireoidea ○ 2 lâminas; ○ Proeminência laríngea; ○ Linha oblíquoa. ● Cricoidea ○ Mais inferior ○ Circular ○ Formada pelo arco e pela lâmina ■ 2 depressões ■ Crista Cavidade da Laringe ● Revestida por mucosa; ● limitaçoes: ○ Superior: Ádito da laringe; ○ inferior: Abertura para a traqueia; ○ Anterior: Camada mucosa da glote; ○ Laterais: Pregas ariepiglóticas; ○ Posterior: interaritenóidea. ● A laringe é dividida em três regiões ○ Vestibular —> Produção de muco ○ Câmara média; ○ Infraglótica. TRAUMA DE LARINGE ● Os traumas laríngeos são raros ● Apresentam somente 1/30000 casos nos atendimentos de emergência (USA) e 1% de todos os traumas contusos. ● Predomina em homens adultos jovens. ● Traumas fechados (80-85% dos casos) ○ Comoção laríngea ○ Contusão laríngea ○ Fraturas, luxações ou desinserção laringo-traqueal ● Traumas abertos (15-20% dos casos) CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DE LARINGE · grupo I: traumatismo mínimo com laceração endolaringe; · grupo II: laceração moderada da mucosa com hematoma e edema, com ausência de exposição da cartilagem ou fraturas pequenas sem desvio; · grupo III: laceração grave da mucosa com hematoma e edema ou fratura com desvio; · grupo IV: lesão com comprometimento da função e estabilidade anatômica da laringe; · grupo V: disjunção laringotraqueal. QUADRO CLÍNICO DOS TRAUMAS DE LARINGE ● Alteração de voz (mais comum); ● Paresia de prega vocal, causando voz fraca ou soprosa; ● Tosse; ● Disfagia; ● Dor/odinofagia; ● Dispnéia; ● Estridor laríngeo; ● Aspiração. Traumatismo aberto da laringe por facada ● Paciente do sexo feminino, 25 anos, internada há 24 horas em Serviço de Medicina Intensiva. A paciente apresentava traumatismo cervical aberto, efetuado por provável facada; ○ Características da ferida: ■ Incisa cervical horizontal; ■ Ligeiramente descentrada à direita; ■ A nível do plano infra hiodeu; ■ Cerca de 12 cm de largura. Traumatismo aberto da laringe por facada ● Diagnóstico ○ Laringoscopia sob suspensão; ■ Laceração a nível da mucosa do seio piriforme direito. ○ Exploração cirúrgica; ■ Secção total da laringe (cartilagem tireóide) ● Cerca de 3 mm acima do plano glótico; ● Também afetada: Mucosa de ambos os seios piriformes. ■ Secção parcial do músculo esternocleidomastoideu à direita Traumatismo aberto da laringe por facada ● Abordagens ○ Traqueotomia infra ístmica baixa (a nível do 4º anel traqueal; ○ Sonda nasogástrica; ○ Reconstrução cirúrgica - Cricohioidoepiglotopexia ● Tratamento pós-cirúrgico ○ Antibioticoterapia; ○ Terapia da fala ○ Cuidados intensivos - 7 dias; ■ Flexão da coluna cervical; ○ Enfermaria de Otorrinolaringologia - 14 dias; ○ Dreno cervical - Retirado 48 horas após a cirurgia; ○ Cânula de traqueotomia - Retirada 14 dias após a cirurgia. Traumatismo aberto da laringe por facada ● Evolução ○ Laringoscopia pós-operatória; ■ Normal mobilidade de ambas as cordas vocais, ○ Alimentação oral - 10 dias após a cirurgia; ○ 1 ano de pós operatório: ■ Sem disfonia; ■ Sem dispnéia; ■ Sem aspiração. Trauma de Faringe - Relato de caso Apresentação - Homem de 37 anos chega à emergência após ingestão de uma lâmina de barbear como tentativa de suicídio. O paciente apresenta histórico de outros episódios semelhantes, assim, o serviço de gastroenterologia do hospital solicitou uma endoscopia digestiva alta em busca de corpos estranhos que possam se encontrar retidos ou de possíveis traumas no local. No exame, uma laceração de aproximadamente 2 cm foi encontrada na parede póstero lateral da faringe, sem trauma distal no esôfago ou no estômago e sem nenhum corpo estranho. Em sequência, durante o exame, o paciente começa a se queixar de dor no peito. Foi solicitada uma tomografia computadorizada do pescoço e do peito, sendo detectada presença de objeto estranho na região do peitoral. O paciente foi imediatamente encaminhado ao centro cirúrgico para uma laringoscopia direta e processo exploratório do pescoço. Trauma de Faringe - Relato de Caso Trauma de Faringe - Relato de Caso Resolução do Caso - A laringoscopia revelou uma lesão laríngea na parede lateral esquerda, estendendo-se do nível da base média da língua pela aritenóide esquerda. Laringoscópio de comissura anterior foi direcionado para a região faríngea e um marcador foi identificado nesse espaço, estendendo-se até a traqueia. O marcador, que media cerca de 12 cm, foi recuperado a partir da utilização uma pinça de biópsia. Em sequência, a faringotomia foi fechada principalmente com drenos no pescoço, enquanto o paciente foi mantido sem nenhuma alimentação via oral. Paciente tratado com antibiótico profilaxia contra mediastinite. Permaneceu afebril durante toda a recuperação. Foi repetida a CT de pescoço e foi realizado estudo de deglutição, não evidenciando qualquer anormalidade. Recebeu alta após 10 dias. T ra u m a Externo Interno Penetrante ¹ Não penetrante ¹ Manifestações: rouquidão, dor, disfagia, odinofagia e dispnéia e o exame físico pode mostrar sinais de equimose cervical, orifício de entrada e saída do objeto penetrante Relato de caso- Trauma faringo-laríngeo aberto Homem, 25 anos, natural e procedente de Monte Carmelo, deu entrada no HC-UFU em junho/2005 com história de ferimento cervical por chifrada de boi há 6 horas. À admissão encontrava-se consciente, eupneico, hemodinamicamente estável, sem déficits neurológicos e com colar cervical. À inspeção do pescoço, observava-se a presença de ferimento pérfuro-contuso de 2cm, o exame radiológico evidenciou enfisema subcutâneo, fratura do corpo vertebral C4 com presença de corpo estranho (CE) sem comprometimento do canal medular. Foi submetido à traqueostomia de urgência e cervicotomia exploradora. Os achados foram: fratura da cartilagem tireóide, desinserção das pregas vocais na comissura anterior e laceração da parede posterior da hipofaringe de 4cm de extensão. Durante o procedimento cirúrgico, foi retirado CE de C4 e realizado a reconstrução da faringe e laringe. Foi passada sonda naso-enteral (SNE) para alimentação no pós-operatório, drenagem cervical e antibioticoterapia profilática com clindamicina. Recebeu alta hospitalar no 11º P.O. com SNE, traqueostomia e colar cervical. Permaneceu com a sonda por 43 dias. No 12º mês de evolução, paciente apresenta apenas disfonia leve. O trauma externo é raro e, por vezes, fatal. A prevalência varia de 1/5.000 a 1/42.000 sendo mais freqüente em jovens. O diagnóstico de trauma penetrante é clínico e o único sinal é a presença de ar vazando através do ferimento no pescoço, o que fica mais evidente com a tosse. Em lesões decorrentes de trauma laringotraqueal penetrante, o enfisema subcutâneo é o sinal mais comum. Revista Brasileira de Cirurgia de Cabeça Pescoço NERVO LARÍNGEO RECORRENTE 1 2 3 NERVO LARÍNGEO RECORRENTE ● Origem: Nervo Vago ● Penetram na laringe posteriormente à articulação cricotireóidea ● Trajeto Intimamente relacionado com a artéria tireóidea inferior ● Fibras motoras: ○ Todos os mm. intrínsecos da laringe, EXCETO o m. cricotireóideo (Ramo externo do n. laríngeo superior) ○ Mm. da fonação ● Fibras sensitivas: ○ Acima das Pregas vocais: Ramo interno N. Laríngeo superior ○ Abaixo das Pregas vocais: NLR NERVO LARÍNGEO RECORRENTE● Nervo laríngeo recorrente esquerdo: passa por debaixo do arco aórtico, ao nível de T4/T5 ○ Ascende, numa trajetória vertical em direção ao pescoço Sulco traqueoesofágico NERVO LARÍNGEO RECORRENTE ● Nervo laríngeo recorrente direito: passa por debaixo da artéria subclávia direita, ao nível de T1/T2 ○ Trajetória mais oblíqua, ficando mais lateral que o NLR Esquerdo, não se dispondo totalmente ao longo do sulco traqueoesofágico (mais exposto) ■ Maior vulnerabilidade a lesões: traumas diretos, como a compressão por retratores ou a secção acidental ○ Menor comprimento ■ Mais comum o estiramento durante a tração necessária para exposição das estruturas em planos mais profundos NERVO LARÍNGEO RECORRENTE - LESÕES ● As lesões do NLR são principalmente por: ○ Secção traumática durante a cirurgia; ○ Compressão direta ○ Estiramento ○ Compressão pelo tubo endotraqueal ● Pontos críticos no seu trajeto: nos níveis da artéria tireóidea inferior; do ligamento suspensor da glândula tireóide (ligamento de Berry); proximidade com a cápsula da glândula tireóide e passagem pelo músculo constritor inferior da faringe. ● Preocupação durante lobectomias da tiróide ● Principais características da lesão do NLR Disfagia, Disfonia e a Rouquidão Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente ● Síndrome de Ortner; ● Há mais de um século (1897), Ortner descreveu um caso de síndrome cardiovocal, no qual ele atribuiu um caso de imobilidade da prega vocal esquerda à compressão do nervo laríngeo recorrente causada por dilatação do átrio esquerdo em um paciente com estenose valvar mitral; ● A síndrome de Ortner, cuja fisiopatologia está relacionada ao comprometimento do nervo laríngeo recorrente entre a aorta e a artéria pulmonar, pode estar presente em outras doenças de origem cardiovascular benigna. Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente ● Diversos processos cardiopulmonares associados à paralisia do nervo laríngeo recorrente esquerdo já foram descritos nos últimos 100 anos; ● Aqui, analisaremos um caso de síndrome de Ortner oriunda de um aneurisma de arco aórtico. Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente ● Um homem de 66 anos de idade, em tratamento para hipertensão há 20 anos, compareceu à clínica de otorrinolaringologia com queixa de rouquidão por 8 meses, aparentemente precipitada por um episódio de resfriado. Ele era tabagista há 40 anos e não tinha qualquer outro sintoma, tais como tosse, dispneia, disfagia ou perda de peso; ● Pulsação proeminente no lado esquerdo do pescoço do paciente; ● A radiografia de tórax em PA revelou uma lesão lobulada mediastinal bem definida do lado esquerdo, confirmando o aneurisma sacular por TC. Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente Lesão de Nervo Laríngeo Recorrente ● A videolaringoscopia demonstrou a paralisia da prega vocal esquerda em posição paramediana. Relato de caso - trauma de laringe Paciente do sexo feminino, 6 anos, estado físico ASA II, peso 18,8 kg, submetida à cirurgia para ligadura do canal arterial. Recebeu como medicação pré anestésica, midazolam (0,8 mg.kg-1), 60 minutos antes da cirurgia. A indução e a manutenção da anestesia foram feitas com sevoflurano, alfentanil e pancurônio. A dissecção do canal arterial foi realizada com dificuldade. No 4º dia do pós-operatório apresentou disfonia persistente. A videolaringoscopia mostrou paralisia de prega vocal esquerda e pequena fenda paramediana. Paralisia de Prega Vocal Esquerda Secundária à Lesão do Nervo Laríngeo Recorrente após Cirurgia de Ligadura do Canal Arterial ● Disfonias frequentes: intubação e extubação; ● Íntima relação com o canal arterial; ● Disfonia no pós-operatório tardio; ● Rouquidão súbita; ● Dificuldades na dissecção e ligadura do canal arterial; Detecção de lesão no N.L.R pelo uso de broncoscópio fibreóptico pediátrico uma mulher de 50 anos agendada para tireoidectomia total com laringoscopia direta pré-operatória normal.Na operação,a paciente recebeu anestesia convencional com monitoramento padrão. Na conclusão da cirurgia, após o retorno da respiração espontânea, o bloqueio neuromuscular foi revertido e a anestesia mantida com sevoflurano.O broncoscópio fibreóptico pediátrico foi introduzido pelo nariz após descongestionamento com gotas de oximetazolina e lubrificação com geléia de lignocaína a 2%, até a entrada da laringe. O tubo endotraqueal foi então retirado lentamente após a deflação do manguito e o movimento bilateral das cordas vocais foi exibido em um monitor de vídeo. Uma vez que os movimentos das cordas vocais foram avaliados pelo anestesista e cirurgião, o broncoscópio fibreóptico foi removido e o sevoflurano descontinuado vantagens -calibre e comprimento pequenos tornam o procedimento tecnicamente fácil de executar -minimiza as chances de trauma, complicações nas vias aéreas e estimulação cardiovascular -fornece uma visão adequada das cordas vocais Relato de caso - trauma de laringe ● História da doença atual: ○ F.A.A. Feminino, 66 anos, deu entrada neste estabelecimento de saúde devido ao quadro de insuficiência respiratória, após nebulização em UPA com broncodilatador, já traqueostomizada em pronto socorro, em virtude da difícil intubação; Antecedentes patológicos ● Paciente refere que após tireoidectomia esteve com afasia durante 8 meses. Após retorno da fala, não pode mais emitir sons graves (não consegue gritar, falar alto) e houve baixa da entonação da voz (SIC; ● Relata que o médico que a acompanha diagnosticou paralisia de cordas vocais, sendo proscrito entubação orotraqueal (SIC); Exames complementares ● Dia 01/02/2017 – Broncoscopia: ○ Traqueomalacia. Traqueobronquite moderada. Hiperemia de mucosa de traqueia, árvore brônquica direita; ○ Hiperemia de mucosa com carina secundária, entre brônquio do LSE e LIE alargada, hiperemia e endurecida. Sem vegetações. Realizado biopsia; Lesão bilateral de nervo laríngeo recorrente ● Complicação: paralisia de cordas vocais e traqueomalacia; Referências Bibliográficas ● SILVA, Sindeval José da. Trauma faringo-laríngeo aberto. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, [S. l.], v. 37, n. nº 1, p. 58-59, 12 fev. 2008. Disponível em: https://www.sbccp.org.br/wp- content/uploads/2014/11/art_143.pdf. Acesso em: 30 out. 2019. ● Colby, Candice; Moore, Charles. Pharyngeal Trauma: Two Unique Case Reports. Open Journal of Clinical Diagnostics, 2012, 2, 59-62.
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