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● Descrever a cascata de coagulação. ● Discutir o coagulograma. ● Discutir sobre as hemofilias. a. A e B. -------------------------------------------- 1. Discutir os mecanismos fisiológicos de coagulação. 2. Interpretar exames laboratoriais. 3. Discutir Fisiopato e quadro das hemofilias. 4. Tto 5. Correlacionar as alterações dos mecanismos de coagulação presente nos do problema 1. INTRODUÇÃO A hemostasia requer a formação de um tampão de plaquetas e fibrina no local da lesão vascular, bem como a permanência de substâncias procoagulantes ativadas nesse processo no sítio da lesão. O controle da coagulação sanguínea é realizado por meio de reações procoagulantes em superfícies celulares específicas e localizadas, evitando a propagação da coagulação no sistema vascular. A ativação do processo de coagulação sobre diferentes superfícies celulares em quatro fases que se sobrepõem: 1. Iniciação 2. Amplificação 3. Propagação 4. Finalização MODELO CONVENCIONAL (CASCATA) O modelo convencional, ou de cascatas, prega que a coagulação ocorre por meio da ativação proteolítica sequencial de pró-enzimas por proteases do plasma, resultando na formação de trombina, que, então, quebra a molécula de fibrinogênio em monômeros de fibrina. Tal proposta divide a coagulação em 2 vias: 1. Via extrínseca: envolve elementos do sangue e elementos fora do perímetro intravascular. a. VII+FT→ FX 2. Via intrínseca: iniciada por componentes presentes no espaço intravascular. a. XII→ XI→ IX (+VIII)→ X Ambas convergem para uma via comum: a ativação do fator X (FX). MODELO ATUAL (SUPERFÍCIES CELULARES) O modelo atual enfatiza a interação dos fatores de coagulação com superfícies celulares específicas. O início depende de células que expressam FT em sua superfície. → O FT é uma proteína transmembrânica que age como receptor e cofator para o fator VII, estando normalmente expresso em células fora da vasculatura. Prólogo O processo de coagulação sanguínea é iniciado pela exposição de FT na corrente sanguínea. O FT não é expresso constitutivamente nas células endoteliais, mas está presente nas membrana das células do músculo liso e fibroblastos (tecido subendotelial). → Ou seja, o FT é exposto à circulação pela lesão endotelial. → O FT também está presente no sangue em micropartículas celulares provenientes de membranas fragmentadas de vários tipos de células, como leucócitos, células endoteliais e plaquetas. INICIAÇÃO Iniciação: endotélio vascular e células sanguíneas circulantes são perturbados. 1. O FT, junto ao F7 ativado, forma o complexo F7a/FT, que ativa tanto o fator 10 quanto o fator 9. 2. F10a ativa F5a, formando o complexo protrombinase. 3. O complexo protrombinase transforma protrombina (F2) em trombina (F2a). 3.1. A trombina não consegue formar o coágulo de fibrina sozinha, mas é importantíssima para a fase de amplificação. ● A via de iniciação permanece continuamente ativa, gerando pequenas quantidades de fatores em estado basal no tecido extravascular. ● O processo da coagulação segue para a fase de amplificação somente se houver dano vascular, quando plaquetas e F8 (ligado ao vWF) entram em contato com o tecido extravascular que expressa FT. AMPLIFICAÇÃO Amplificação: trombina ativa plaquetas e cofatores 5, 8 e 11. 1. As quantidades de trombina geradas interagem com as plaquetas e com o complexo F8/vWF. a. Inicia-se o processo que culmina na formação de fibrina estável, consolidando o tampão plaquetário inicial (hemostasia secundária). b. As plaquetas atraem fatores para sua superfície e liberam F5 parcialmente ativados. 2. A trombina também ativa F5, F8 e F11. 3. O complexo F8/vWF se dissocia, permitindo a este último aumentar a adesão plaquetária. A partir do momento em que, por mecanismos quimiotáticos, mais fatores são atraídos à superfície das plaquetas, inicia-se a fase de propagação. PROPAGAÇÃO Propagação: produção de grande quantidade de trombina, formação de um tampão estável no sítio da lesão e interrupção da perda sanguínea. Caracterizada por recrutamento de grande número de plaquetas para o sítio da lesão e pela produção dos complexos tenase e protrombinase na superfície de plaquetas ativadas. 1. O F9a ativado durante a fase de iniciação agora se liga ao F8a, que se dissociou do vWF, formando o complexo tenase. 2. O complexo tenase, então, agrega mais F10a na superfície das plaquetas aderidas ao FT. 3. O F10a se associa ao F5a ligado à plaqueta durante a fase de amplificação, formando protrombinase, o qual converte protrombina (F2) em trombina (F2a). 4. A trombina cliva o fibrinogênio em fibrina, que se polimerizam para consolidar o tampão plaquetário inicial. FASE DE FINALIZAÇÃO Uma vez formado o coágulo de fibrina sobre a área lesada, o processo de coagulação deve se limitar ao sítio da lesão para se evitar a oclusão trombótica do vaso. Para controlar a disseminação da ativação da coagulação: 1. Intervêm quatro anticoagulantes naturais a. Inibidor da via do fator tecidual (TFPI) i. Forma complexo com FT, F8a, F10a e TFPI, inativando-os. b. Proteína C i. Glicoproteína dependente de vitamina K que, junto à PS, inativa F5a e F8a. c. Proteína S d. Antitrombina i. Inibe a atividade da trombina e F9a, F10a, F11a e F12a. DIFERENÇAS ENTRE OS MODELOS 1. O modelo atual é baseado na ativação do processo de coagulação sobre diferentes superfícies celulares em fases que se sobrepõem. a. O modelo de cascata é baseado na independência entre as 2 vias, onde a coagulação ocorre na ativação sequencial de enzimas. VANTAGENS DO MODELO ATUAL ● O esquema clássico é deficiente em vários sentido; a. Não explica situações clínicas, como nas ocasiões em que o defeito em algum fator não causa o efeito esperado; b. Não corresponde à clínica de pacientes com distúrbios hemostáticos; c. Deficiências de fator 12, pré-calicreína ou cininogênio não causam sangramentos. d. Não explica ● Está mais distante do modelo in vivo. Avaliação laboratorial da homeostasia 1. Prova do laço: avalia fragilidade capilar; positivo em trombocitopenias, lesões vasculares e disfunções plaquetárias. a. >20 petéquias pra adulto b. >10 para crianças 2. Atividade do cofator da ristocetina: avalia a interação entre as plaquetas e o vWF a. 60 a 200%; b. Diminuído nos casos de vWD e normal na hemofilia A. 3. Tempo de coagulação: avalia a via intrínseca da coagulação. a. 5 a 12 minutos 4. Tempo de atividade da protrombina: avalia a via extrínseca da coagulação, tendo relação mais íntima com o fator 7. a. 10 a 14s ou >70% 5. Tempo de tromboplastina parcial (PTTa): avalia a via intrínseca. a. 25 a 39s. 6. Tempo de trombina: velocidade que coágulo se forma. a. 9 a 22s. 7. Dímero-D: produto da degradação da fibrina. Eleva-se em todos pacientes onde há ativação do sistema de fibrinólise endógena. a. Forte preditor negativo para TVP e TEP. 8. Hemograma a. Contagem de plaquetas i. Contagem manual pelo esfregaço 9. Índices plaquetários a. Volume plaquetário médio b. PDW (índice de anisocitose plaquetária) HEMOFILIAS As hemofilias são distúrbios da coagulação de caráter hereditário, com herança ligada ao sexo (cromossomo X), sendo quase exclusiva do sexo masculino. O defeito consiste numa atividade muito baixa do fator VIII (hemofilia A) ou do fator IX (hemofilia B). Os genes que os codificam localizam-se ao longo do cromossomo X. Em casos geneticamente aberrantes, mulheres podem portar. A incidência da hemofilia A gira em torno de 1 a cada 10.000; da B é 1 a cada 100.000; histórico familiar é encontrado em 65% dos casos. ● Deficiências de fator adquiridas – deficiências causadas por autoanticorpos desenvolvidos. ● Inibidores – na hemofilia, se refere ao autoanticorpo formado em resposta aos fatores infundidos. a. Development of inhibitors — An important complication in patients with severe hemophilia is the development of autoantibodies that block the activityof the relevant factor (ie, inhibitors). These inhibitory antibodies develop in response to exogenous factor; they occur in approximately 30 percent of patients with severe hemophilia A and 3 to 5 percent with severe hemophilia B. Inhibitors are much less common in patients with mild or moderate disease, presumably because the infused factor is not as likely to be recognized as a foreign protein in these individuals. Inhibitors complicate bleeding episodes because they decrease responsiveness to factor infusions; in addition, anaphylactic reactions can occur with factor IX inhibitors ● É caracterizada em: a. Leve, moderada e grave Quadro clínico A e B são indistinguíveis entre si. A maior parte dos A (70%) possui a forma grave, com atividade do fator <1%; 30% são moderados (1-5%) ou leves (5-30%). Na hemofilia B, a forma grave corresponde por 20-45%. ● Manifestações começam por volta dos 2-4 anos, quando a criança começa a andar. a. Aparecimento de hemartroses (80% das queixas ambulatoriais). ● Joelho, cotovelo, tornozelo, quadril. ● Hemorragia dos capilares subsinoviais que provoca edema e dor intensa. ● Reposição de fator e repouso ajudam a reabsorção. ● Hematomas intramusculares a. Podem comprimir os nervos; b. Podem provocar síndrome compartimental (comprometimento isquêmico); c. Hematomas retroperitoneais, do psoas (simula apndct) ● Sangramento TGI (melena ou hematêmese) e urinários (hematúria); ● Hemorragia intracraniana; ● Hematoma orofaríngeo (risco de obstrução e asfixia) ● Sangramentos fácil (nariz) ● A idade do primeiro sinal é baseada na severidade: a. Severa 1m b. Moderada 8m c. Leve 36m Laboratório 1. Distúrbio da via intrínseca da coagulação a. PTTA alargado na ausência de outras provas hemostáticas alterada 2. Ensaio específico para dosagem dos fatores VIII e IX a. É necessário diferenciar entre as hemofilias pois os ttos são muito diferentes. TTO 1. HemA: indicado sempre que houver hemorragia no pré e perioperatório. a. Fator VIII purificado (10.000 doadores) b. Fator VIII recombinante (células de cabra geneticamente modificadas) c. A dose deve ser calculada de modo a manter a atividade do fator em 15-20% nos sangramentos leves; 25-50% em hemartroses ou médios; em torno de 50% em intracraniana ou preparo cirúrgico. d. Desmopressina: aumenta a atividade do fator m 5-10%. 2. HemB a. Concentrado do complexo protrombínico parcial (Prothromplex) com fatores 2, 9 e 10. i. Leva a eventos tromboembólicos. b. Fator IX purificado c. Fator IX recombinante
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