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Demi - LVIII Introdução à Prótese Parcial Removível e Classificação - 14/08 - Profº Vinícius A prótese total removível repõe parcialmente os dentes perdidos. É uma prótese intermediária entre a PT e a PPF. Uma prótese metálica suportará/reterá os dentes de resina. Nesse suporte metálico tenho vários componentes. Clinicamente falando temos um caso em que tenho um paciente com o extremo livre de dentes posteriores. Temos duas indicações: implantes dentários ou prótese parcial removível. Essa prótese é uma opção no tratamento reabilitador. A situação atual da PPR não é das melhores. Tem algumas associações não tão favoráveis em relação a três aspectos: ● ATM: alginato-técnico-motoboy: o alginato deve ser vazado imediatamente; quem deve vazar o molde é o dentista, não o técnico. ● ATP: alginato-telefone-protético ● MMR Toda e qualquer removível, mesmo que não tenha que repor dentes no arco oposto, será sempre bilateral. Antigamente essas próteses eram conceituadas como próteses parciais removíveis unilaterais. Entretanto, como eram muito deglutidas, entraram em desuso. A perda dentária não é necessariamente uma condição que remeta a extrusão dentária do antagonista. Há duas suposições para isso: se no arco superior temos um ponto de contato adequado impede a extrusão. O segundo aspecto que possivelmente não ocorra a extrusão é a língua. Ela é muito importante na infância e transição dentária pois existe um fenômeno chamado de espraiamento lingual (alargamento da língua sobre o rebordo dando a impressão de uma hipertrofia da língua). Espraiamento lingual: A língua é composta por vários músculos. Antes da criança perder o dente decíduo o dente permanente irrompe (para limitar o espaço da língua). A face lingual é um limite para a língua. Como ele é bastante perdido, com o dente irá também esse limite. Outro aspecto importante: a PPR causa placa e lesão cariosa. Isso é V ou F? R: Falsa. A PPR não tem componentes que desmineralizem o esmalte, por exemplo. Só que a falta de orientação profissional faz com que restos de alimentos e consequentemente placa se acumulem entre a removivel e os dentes. Aí sim a removível se torna um fator de risco tais como a cárie e a lesão periodontal. É necessário remover a PPR principalmente após as principais refeições para higienizá-la corretamente e, assim, garantimos uma saúde bucal adequada. Na PPR existe uma possibilidade de provisória que se chama “prótese parcial removível provisória”, popularmente conhecida como “perereca”. Grampos de uma prótese parcial removível provisória. Essa prótese parcial removível provisória é feita totalmente de resina e grampos para retenção. Não há uma estrutura metálica mais rígida que suporta a resina. Qual seria diante desse quadro o futuro das PPRs? R: o futuro é a DVO (em inglês BMW). Onde DVO significa “dinheiro/vontade/osso”: ● Se o seu paciente tem dinheiro e vontade mas não tem osso, ele faz um enxerto. Demi - LVIII ● Se o seu paciente tem dinheiro, osso mas não tem vontade, ele faz uma prótese fixa convencional ● Se o seu paciente tem muito osso e muita vontade mas não tem dinheiro, a PPR sempre será uma condição de indicação. Vantagens DE UMA PPR 1. Custo 2. Manutenção e controle (mediato e imediato) ○ Mediato: após a instalação devemos chamar o paciente 24, 48 e 72 horas após a instalação, pois os sinais clínicos e sintomas dolorosos são sentidos quase que imediatamente. 3. Preservação do dente Desvantagens de uma ppr 1. Estética 2. Degradação ○ Inevitavelmente, em função dos nanoporos da resina acrílica, ocorre a penetração de líquidos e a saliva leva para dentro os microrganismos presentes na boca. A partir dessa penetração haverá uma putrefação desse material e também acabam degradando as cadeias poliméricas da resina. ○ Como ela é muito tirada e colocada da boca pode levar os grampos à fadiga > perda natural da retenção A prótese dura em média de 5 a 8 anos na boca do paciente. 3. Menores funções mastigatórias 4. Ausência de coroas provisórias. Indicações ● Amplos espaços protéticos: espaços protéticos com mais de 3 pônticos ● Considerações econômicas ● Contenção de fraturas ● Proteção de implantes ● Prótese imediata ● Extremos livres de dentes posteriores Contra-indicações (limitações) ● Descoordenação motora ● Distúrbio mental ● Pobre higiene O objetivo de uma PPR deve ser a manutenção dos dentes remanescentes mais do que a reposição dos dentes ausentes. QUAL Importância de uma classificação? ● Didática; ● Comunicação: pode ser feita entre CD-TSB ou CD-CD; ● Plano de tratamento. Classificação de Edward Kennedy (1925) Sempre iremos nos orientar em relação aos dentes posteriores. ● Classe I: Extremo livre de dentes posteriores bilateralmente Se tem dente suporte (ex: terceiro molar) Então não é classe I. ● Classe II: Extremo livre de dentes posteriores unilateral ● Classe III: Ausência de dentes mais posteriores sem comprometimento da linha média ● Classe IV: Perda de dentes mais anteriores com comprometimento da linha média (ex: perda do 11 e do 21) Demi - LVIII Regras de Applegate (1960) Complemento à classificação de Kennedy. ● Classificação de kennedy deve ser feita posteriormente aos preparos prévios realizados ● Terceiros molares: o paciente tem os terceiros molares? Então é considerado um arco completo. ● Espaço edêntulo mais posteriores é que determinarão a classificação ● Espaços edêntulos adicionais serão chamados de modificações. A classe IV não aceita modificações; será sempre pura, autêntica. O que é o arco dental reduzido? R: É a quantidade mínima de dentes que o paciente necessita ter para obter uma função mastigatória eficiente. Classe II de Kennedy: Os espaços adicionais são chamados de modificações. Suponhamos que após uma análise clínica e radiográfica o segundo molar está condenado: não serve de suporte. Como classificar o arco? R: Classe I de Kennedy com modificação 1. Classe III com mod 1 Classe III com mod 2 Classe III com mod 1 Classe II com mod 1 Classe I com mod 1 Elementos de uma PPR Elementos que constituem uma prótese parcial removível: 1. Grampo 2. Barras dentárias 3. Sela 4. Dentes artificiais 5. Conector maior Negativo (representação fora da boca): nicho e positivo (representação da boca): apoio. Apoio é um componente que estará nos pilares. O que é um pilar? R: posso ter pilares diretos (dente vizinho) e indiretos (componentes da removível que não estão vizinhos da PPR). Dente sem apoio: nada impedirá a intrusão da prótese. Como consequência esses grampos entrarão em contato direto com a gengiva do paciente, promovendo inflamação. Apoios e Nichos Forças no longo eixo, evita intrusão da prótese, mantém as relações oclusais (estabilidade), suporta as forças e dirige a resultante dessas forças ao longo eixo do dente. O apoio serve para evitar a intrusão incluso-cervical ou inciso-cervical. Regras para colocação dos apoios: ● Todo pilar direto tem apoio; ● Todo dente que se planeje um grampo tem apoio; ● Deve ter no mínimo 3 apoios > PLANEJAMENTO. Aspectos na confecção de um apoio: ● Forma ● Angulação: relação do apoio com o conector menor; Se eu tenho um ângulo acima de 90º a partir do contato oclusal a dissipação de forças fugirá do longo eixo e isso Demi - LVIII não é favorável para o dente remanescente. Esse ângulo também não pode ser muito agudo pois pode haver uma fratura entre o apoio e o conector menor. ● Extensão: Onde devemos localizar os apoios? R: O apoio deve ser na mesial ou distal ou ambos ou no terço mediano. Posso fazer nicho mesial, distal ou nos dois terços, ou no terço mediano. Apoio simples: somentemesial ou somente distal. Apoio dupla: apoio mesial e distal sobre o mesmo dente. Apoio geminado: de um único conector menor eu tenho um apoio mesial e um apoio distal sobre o molar adjacente. Faço isso quando houver um dente mesializado. Somente mesial não terei uma dissipação mais próxima do longo eixo do dente. A partir do momento em que eu utilizo mais um terço do dente eu consigo dirigir as forças mais próximas do longo eixo do dente. ● Localização: diretos (estão sobre os pilares diretos) e indiretos (estão sobre os pilares indiretos). Parte dos apoios oclusais não contatam com os seus respectivos nichos após fundição > resina fotopolimerizável. Melhor adaptação do nicho ao apoio. Iremos nomear os tipos de apoios: ● Apoio oclusal: feito em dentes posteriores ● Apoio lingual: feito na face lingual em dentes anteriores O nicho é feito no terço mesial ou no terço distal (ou ambos). Deve ser feito adequadamente para não permitir a movimentação do apoio. Para fazer o nicho: 2128: brocas para dentes anteriores 2130: brocas para dentes posteriores. ● Apoio incisal: cria-se uma gangorra vertical. O ponto de aplicação do apoio incisal é ruim, pois ele utiliza da máxima potência da coroa. Quando eu faço apoios linguais eles se localizam mais próximos à cervical, diminuindo o braço de potência. Se eu tenho uma perda óssea significativa, aumentando o componente extra-alveolar, aumenta o braço de potência e, assim, aumenta-se a chance de mobilidade do dente. Se eu aplico a força no ápice da borda incisal eu tenho o máximo de potência (não é favorável para a dissipação de forças ao longo eixo). Coroas fresadas são coroas que contém nichos. Quando a indicamos? R: quando o paciente não tem condições de fazer uma fixa. A coroa fresada deve ser realizada antes da PPR. São muitos utilizadas. ● Apoio residual: é um apoio realizado sobre raiz residual; ele não tem altura porque a removivel vai cobrir essa raiz. Se ele cobre essa raiz a parte do núcleo está convexa (positivo). A parte que virá sobre a parte da raiz é côncava (negativo). Qual o objetivo de fazer apoio residual? R: ○ Preservação do osso alveolar a partir da manutenção da raiz ○ Propriocepção a partir do LP Demi - LVIII ○ Reversibilidade do tratamento (da para reverter) ○ Aspecto psicológico: o dente é um órgão que faz parte do nosso corpo; a perda de um órgão do corpo reflete negativamente ao paciente; com a perda de vários dentes o paciente pensa que está chegando próximo à morte. O apoio residual pode ser direto (como com CIV) e indireto (fundido). O indireto é mais preferível pois consigo proteger totalmente a raiz remanescente. Faz apoio mas não faz o nicho: contato prematuro. O ideal é termos um negativo (nicho). Profundidade ideal de um nicho: sobre esmalte - 1 a 1.5 mm; sobre amálgama ou resina fotopolimerizável (restaurações diretas) - de 1.5 até 2mm de profundidade. Nicho.
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