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Efeitos Colaterais e Cuidados Emanuelle Pinheiro Enfermeira Oncologista Quimioterapia Antineoplásica Efeitos Colaterais da Quimioterapia Decorrentes da não especificidade das drogas antineoplásicas; Afetam principalmente as células de rápida divisão celular; Podem afetar outros órgãos de maneira específica; IMPORTANTE: conhecimento e manejo adequado dos efeitos indesejáveis; Efeitos Colaterais da Quimioterapia Principais Efeitos Colaterais e Toxicidades: Toxicidade Hematológica; Toxicidade Gastrintestinal; Cardiotoxicidade; Toxicidade pulmonar; Neurotoxicidade; Hepatotoxicidade; Disfunção reprodutiva; Toxicidade vesical e renal; Toxicidade dermatológica; Alterações metabólicas; Reações alérgicas e anafilaxia; Fadiga. Toxicidade Hematológica Efeito Colateral + comum e de maior potencial de letalidade; Drogas quimioterápicasMielotóxicas; Exceto: Bleomicina, Elspar, VCR; Fator dose limitante; Leucopenia Trombocitopenia Anemia Toxicidade Hematológica NADIR: Tempo transcorrido entre a aplicação da droga e o aparecimento do menor valor de contagem hematológica; Recuperação Medular: Segue ao período de NADIR até atingir valores próximos do normal; Variações: Quimioterápico – Indivíduo; Dose, velocidade de aplicação e a via; Toxicidade Hematológica Leucopenia: Mais séria forma de mielossupressão; Leucopenia: Granulocitopenia Neutropenia Supressão da imunidade celular e humoral Suscetibilidade aos quadros infecciosos graves Toxicidade Hematológica Neutropenia: • Neut. > 1500 mm3 Risco Normal • Neut. < 1000 mm3 Risco moderado • Neut. < 500 mm3 Risco severo • Neut. < 100 mm3 Risco extremo Toxicidade Hematológica Graus de mielossupressão: Toxicidade 0 1 2 3 4 Leucócitos ≥ 4.000 3.000 a 3.900 2.000 a 2.900 1.000 a 1.900 < 1.000 Plaquetas > 100.000 75.000 a 99.000 50.000 a 74.900 25.000 a 49.900 < 25.000 Hg >11 9,5 a 10,9 8 a 9,4 6,5 a 7,9 <6,5 Granulócitos ≥ 2.000 1.500 a 1.900 1.000 a 1.400 500 a 900 < 500 Hemorragia Ausente Leve, sem transfusão Importante, 1 a 2 unidades Importante, 3 a 4 unidades Maciça, > 4 unidades Infecção Ausente Leve Moderada Grave Potencialmen te fatal Toxicidade Hematológica Neutropenia + infecção: Condutas: Obtenção de culturas; Antibioticoterapia maciça de amplo espectro; Cefalospirina de 3ª geração associada ou não a um Aminoglicosídeo ou a Vancomicina; Febre que persiste por + de 5 dias: Terapia antifúngica – anfotericina B; Terapia viral - aciclovir; Uso profiláticos dos fatores de crescimento hematopoiético - GCSF Toxicidade Hematológica Trombocitopenia: Decorrentes de efeitos mielossupressores de alguns quimioterápicos; OBS: algumas outras drogas também afetam a função plaquetária – anti-inflamatórios, vancomicina, anticoagulantes, cefalosporinas, diuréticos – pode agravar ou prolongar a trombocitopenia; Toxicidade Hematológica Trombocitopenia: Risco => sangramentos... • Plaquetas < 50.000 cel/mm³ Risco moderado • Plaquetas < 10.000 cel/mm³ Risco acentuado Toxicidade Hematológica Trombocitopenia: Dacarbazina Bleomicina Cisplatina Carboplatina Mitomicina Fludarabina Gencitabina Oxaliplatina Lomustina Thiotepa QT Ciclosporina Interferon Outras drogas Toxicidade Hematológica Anemia: Redução da concentração de glóbulos vermelhos; OMS: Hb < 13g/dL Hb < 12g/dL CAUSAS Perdas sanguíneas Mielossupressão cumulativa ↓ da produção de eritropoetina Deficiências nutricionais Doença metastática Rxt próximo a MO Infiltração tumoral em MO Algumas neoplasias Tto quimioterápico Toxicidade Hematológica Anemia: Docetaxel em altas dosagens Cisplatina Carboplatina Citarabina Topotecano PaclitaxelQT Dispnéia, Tontura, Cefaléia e Taquicardia Indisposição Alterações no humor Sinais e sintomas Toxicidade Hematológica Ações de Enfermagem: Avaliação rigorosa do paciente a procura de sinais de infecção, sangramento e/ou anemia; Observar presença de tosse, dispneia, dor de garganta, fadiga, mal-estar, palidez cutânea; Verificar presença de disúria, aumento da frequência urinária, alterações na coloração e odor da urina; Procurar lesões em pele, presença de secreções ou sinais flogísticos; Observar sinais de pequenos sangramentos: petéquias, equimoses; Toxicidade Hematológica Ações de Enfermagem: Atentar para sinais de sangramento grave: cefaleia, tonturas, queixas visuais, hemoptise, hematêmese, melena, palidez cutânea, hematúria; Avaliação dos SSVV; Observar presença de tremores, calafrios, mialgia; Atenção no hemograma; Uso de GCSF profilático; Se neutropenia febril: coletar culturas e início de ATB; Lavagem rigorosa das mãos; CVC: manuseio com criteriosa técnica asséptica; Toxicidade Hematológica Ações de Enfermagem: Trocas de curativos, equipos e punções de acordo com o protocolo; Evitar procedimentos invasivos; Higiene corporal diária; Atenção quanto a dieta e a hidratação; Proporcionar ambiente seguro para evitar acidentes, quedas e traumas; Atenção especial na administração de sangue e hemoderivados; Orientações aos pacientes e familiares; Alterações Cutâneas Ocorrem com relativa frequência durante e após administração da droga quimioterápica; Podem perdurar após o término do tratamento durante anos ou se tornarem permanentes; Alterações Cutâneas Alterações de pigmentação; Alopécia; Reações de hipersensibilidade; Rash; Fotossensibilidade; Recall. Alterações nas unhas; Alterações Cutâneas Alterações de pigmentação: Hiperpigmentação – patogênese: Acúmulo de melanina (livre na pele, macrófagos) – decorrente da estimulação pela medicação ou pela resposta a um processo inflamatório não específico associado à droga; Acúmulo da droga, sem associação com a melanina – apresenta-se como grânulos livres ou dentro de macrófagos; Síntese de pigmentos especiais (lipofuscina) provavelmente por influência direta da droga; Deposição de ferro – drogas que causam lesões nos vasos e quebra de glóbulos vermelhos; Aumento da produção de melanina pela hipersecreção do hormônio adrenocorticotrófico ou do hormônio melanotrófico; Alterações Cutâneas Alterações de pigmentação: Hiperpigmentação localizada: Dorso das mãos e dos pés • CDDP; • Antraciclinas; • Mitoxantrona; • 5-FU; Áreas flexurais • Ifosfamida; • Bleomicina; • Doxorrubicina; Áreas de atrito ou trauma prévio • 5-FU; • CTX; • Ifosfamida; • Hidroxiuréia; • CDDP; • Taxanes; • Bleomicina; Alterações Cutâneas Fotossensibilidade: Ocorre quando a droga combinada com a radiação UV causa uma reação fototóxica ou fotoalérgica; Fotoalérgicas Fototóxicas Causada por agentes tópicos; Aspecto eczematoso; Ocorre entre minutos a horas após a exposição ao agente e a luz; Prurido (24-72 h após ) pode se estender a regiões não expostas ao sol; Hiperemia e edema pode evoluir para ulcerações, bolhas e vesículas; Não desencadeia hiperpigmentação; Prurido pode ou não estar presente; Frequentes; Reação é limitada a áreas expostas ao sol; DROGAS QUIMIOTERÁPICAS MTX, 5-FU, Dacarbazina, Doxo, Hidroxiuréia, mitomicina, vimblastina e taxanes; Alterações Cutâneas Eritrodisestesia palmo plantar: Reação tóxica a droga; Desenvolvimento bilateral de paresia da região palmo plantar - precede o aparecimento de edema e placas dolorosas; Pele ressecada, hiperemiada, com fissuras e descamação. Tratamentos: redução da dose da droga ou interrupção do tratamento (dexa, crioterapia, adesivos de nicotina); QT: Doxo, Doxo lipossomal, Ara C, 5-FU, Capecitabina, Idarrubicina, Hidroxiuréia. Alterações Cutâneas Recall: Alteração que ocorre após aplicação de algumas drogas em regiões onde foi aplicada radiação prévia; Sintomas: hiperemia, manchas vermelhas e descamação, após a regressão do quadro a pele torna-se permanentemente escurecida; QT; Doxo, Doxo lipossomal, Dactinomicina, Genzar, MTX, docetaxel, 5-FU, Hidroxiuréia, VP, Taxol, Oxali; Alterações Cutâneas Cuidados(Recall+Eritrodisestesia palmo plantar): Utilizar protetor solar; Utilizarcompressas frias e lavar as mãos com água fria; Manter a pele hidratada – cremes com lanolina; Evitar uso de perfumes, desodorantes na área afetada; Utilizar toalhas de banho macias; Utilizar luvas para realizar atividades domésticas; Manter a região afetada limpa e seca; Fazer uso de sabonetes neutros; Alterações Cutâneas Rash: Caracterizada por: hiperemia, irritação, prurido, inflamação, ulcerações; Associado a reações alérgicas; QT: Clorambucil, Ara-C, Daunorrubina, Doxorrubicina, Epirrubicina, 5-FU, Lamustina, Hidroxiuréia, Mitomicina, Mitoxantrona, Paclitaxel e Procarbazina; Alterações Cutâneas Flushing: Hiperemia temporária da face e/ou do pescoço causado pela dilatação dos capilares sanguíneos; QT: Elspar, Bleomicina, Carboplatina, Carmustina, CDDP, CTX, Dacarbazina, Docetaxel, Doxo, 5-FU, Lomustina, Paclitaxel, Procarbazina e Tenoposide. Alterações Cutâneas Alopecia: Efeito adverso cutâneo + frequente associado a QT; 90% dos folículos pilosos estão em fase de rápido crescimento; Depende da dose, frequência e via de adm; QT Danos estruturais no couro cabeludo Reduz a taxa de crescimento Queda total ou parcial Alterações Cutâneas Alopecia: Um dos sintomas psicologicamente mais devastador do tto quimioterápico e mais estressante, traumático e doloroso emocionalmente; Afeta o paciente por alterar negativamente a auto imagem e estima; Pode causar raiva, depressão e ansiedade e ser uma lembrança constante de que a doença está presente; Alterações Cutâneas Alopecia: Bussulfan MTX Mitomicina Tenoposideo Actinomicina Alopecia moderada CTX, Dauno Doxo, VCR Vimblastina Ifosfamida Etoposideo Taxanes Alopecia severa Alterações Cutâneas Alopecia: Tratamento: Não existe terapia que evite a alopecia durante o tto quimioterápico; Minoxidil – acelerar o crescimento dos fios após o término do tto quimioterápico; Cuidados e orientações: Momento em que a alopecia pode ocorrer; Cuidados com o couro cabeludo; Medidas que ajudam a conviver com a alopecia; Possíveis alterações do novo cabelo; Apoio psicológico; Alterações Cutâneas Alterações Cutâneas Alterações nas unhas: Os citostáticos quase sempre são responsáveis pela cor castanha da lúnula ou da lâmina ungueal; As alterações geralmente desaparecem em períodos de 3 a 6 meses após o término do tratamento; Cromoníquea: coloração da unha diferente do normal; Onicólise – descolamento da lâmina; Alterações Cutâneas Alterações nas unhas: Cromoníquia: Melanoníquia: Pigmentação escura da unha em bandas ou listras; Frequentemente coexiste com hiperpigmentação da pele; Depósitos de melanina subungueal; Leuconíquia: Bandas ou linhas de cor branca; Associadas a traumas, hipoalbuminemia, anormalidades do leito vascular da unha e uso de quimioterápicos; Toxicidades Vesical e Renal Rins – podem ser aguda ou irreversivelmente lesados pela ação de alguns quimioterápicos; Bexiga urinária – também está propensa a alterações; Fatores de risco Antineo-plásicos nefrotóxicos Condição nutricional Idade Uso de outras drogas nefrotóxicas Disfunção renal pré- existente Toxicidades Vesical e Renal Nefrotoxicidade Interfere com o clearance das drogas administradas ao paciente Modificações nas dosagens (Fator Dose Limitante) Prevenção da Hipertoxicidade quimioterápica Toxicidades Vesical e Renal Síndrome de lise tumoral – alterações renais: Elevação do ácido úrico; Insuficiência renal; Desequilíbrio acido-básico; Distúrbios hidroeletrolíticos; QUIMIOTERÁPICOS COM POTENCIAL NEFROTÓXICO Cisplatina Asparaginase Mitomicina Metrotexato Dacarbazina Ciclofosfamida (alta dose) Carboplatina Ifosfamida Mercaptopurina Toxicidades Vesical e Renal Sinais e sintomas de Nefrotoxicidade: Alterações do volume urinário; Disúria e Hematúria; Edema periférico bilateral; Aumento da PA e FR; Aumento de peso; Náuseas, vômitos e anorexia; Dor lombar e/ou nos flancos; Alterações laboratoriais: aumento dos níveis séricos de ureia, creatinina, ácido úrico e potássio. Diminuição do clearence de creatinina; Toxicidades Vesical e Renal Toxicidade vesical: QUIMIOTERÁPICOS RELACIONADOS A TOXICIDADE VESICAL Ifosfamida Ciclofostamida Irritação química causada pelo contato da mucosa vesical com os metabólicos das drogas (Acroleína) Cistite Hemorrágica (hematúria e disúria) Toxicidades Vesical e Renal Sinais e sintomas de toxicidade vesical: Disúria e hematúria; Aumento da frequência urinária; Urgência urinária; Dor lombar e/ou sacral e/ou suprapúbica; Alterações laboratoriais: urina tipo I (hematúria e eventualmente proteinúria), hemograma (anemia); Toxicidades Vesical e Renal Prevenção e cuidados Hiperhidratação Alcalinização da urina Estimulação da diurese Exames laboratoriais Balanço hídrico Mesna Manitol Toxicidade Ocular Profissionais muitas vezes subestimam as queixas oculares dos pacientes em tratamento quimioterápico; C au sa s Propriedades intrínsecas da droga Duração do tratamento Dose Vias de administração Fatores inerentes ao paciente Toxicidade Ocular Principais danos oculares causados pela QT: Blefarite • Inflamação das pálpebras; • CTX, MTX; Ptose palpebral • Borda palpebral cai; • VCR (potencial neurotoxicidade), oxaliplatina; Cegueira • Perda da visão; • CDDP, VCR, Carbo; Ceratite • Inflamação da córnea; • Ara C altas doses, 5-FU; Ceratoconjutivite seca • Redução da produção de lágrimas; • CTX, bussulfan; Conjutivite • Inflamação conjuntiva; • Ifo, CTX,, carmustina, epirrubicina, MTX, 5-FU; Diplopia • Visão dupla; • Fludarabina, VCR, clorambucil; Escotomas • Alteração de uma área dentro do campo visual; • Paclitaxel, docetaxel; Fotofobia • Ara C altas doses, 5-FU, fludarabina, MTX; • Corticóides colírio (dexa); Fotopsia • Sensação luminosa como faiscas; • Paclitaxel (durante a infusão da droga) Toxicidade Gastrintestinal Náusea: Sensação desagradável, mal-estar ou desconforto localizado no epigástrio, região da garganta e/ou difusamente pelo abdome; Fenômeno subjetivo – sensação urgente de vomitar; Acompanhada de taquicardia, sudorese, inquietação, palidez ou rubor cutâneo, sialorréia, diminuição do tônus gástrico, redução do peristaltismo e refluxo do conteúdo intestinal para o estômago. Ânsia de vômito: Movimento rítmico e espasmódico envolvendo o peito, diafragma e os músculos abdominais que ocorre antes ou durante o vômito; Esforço ou tentativa de vomitar sem que nada seja eliminado (vômito seco). Toxicidade Gastrintestinal Vômito: Expulsão forçada do conteúdo do estômago, duodeno e/ou jejuno proximal através da boca e nariz, acompanhado de alterações somáticas; Ocorre em aproximadamente 60-80% dos pacientes submetidos à quimioterapia; Causa desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, com a perda de potássio, cloro, sódio, magnésio e água. Toxicidade Gastrintestinal Incidência: Cerca de 30% dos agentes quimioterápicos produzem náuseas e vômitos; Dose, vias de administração, velocidade de aplicação e combinação de drogas influenciam na incidência; A cisplatina em altas doses (mais de 70mg/m²) é o agente isolado com maior potencial emético; Outros fatores: idade, sexo, ingestão alcoólica, predisposição, fatores emocionais, condição orgânica desfavorável, outras drogas ou tratamentos, nº de aplicações de quimioterapia e presença de náusea e/ou vômito antecipatório. Toxicidade Gastrintestinal Incidência: Nível Incidência Agente 5 Muito severa (> 90%) Ciclofosfamida (> 1500mg/m²), cisplatina (> 49mg/m²), citarabina (> 1000mg/m²) 4 Severa (60% a 90%) Dacarbazina, dactinomicina, doxorrubicina (> 60mg/m²), epirrubicina (> 89mg/m²), etoposide (> 750mg/m²), metotrexato (> 1000mg/m²) 3 Moderada (30% a 60%) Idarrubicina, ifosfamida, irinotecano, oxaliplatina, procarbazina 2 Baixa (10% a 30%) Docetaxel, fluorouracil, gemcitabina, mercaptopurina, paclitaxel, topotecan 1 Muito baixa (< 10%) Bleomicina, hidroxiuréia, hormônios, imatinib,rituximab, transtuzumab, vinblastina, vincristina, vinorelbina Toxicidade Gastrintestinal Potencial emético agudo de alguns antineoplásicos Tipos de êmese: • Ocorrem 1 a 2 horas após a aplicação do quimioterápico e se resolvem em 24 horas. AGUDA • Persistem ou desenvolvem-se 24 horas após a administração do quimioterápico.TARDIA • Ocorrem antes da aplicação do quimioterápico, após uma exposição anterior. ANTECIPATÓRIA Toxicidade Gastrintestinal Tipos de êmese: Agente Início (horas) Duração (horas) Carboplatina 1 a 6 4 a 24 Ciclofosfamida 2 a 12 12 a 24 Cisplatina 1 a 6 24 a 120 Citarabina 6 a 12 3 a 12 Doxorrubicina 2 a 6 6 a 24 Etoposido alta dose 4 a 6 24 ou mais Metotrexato 4 a 12 3 a 12 Irinotecano 24 ou mais 48 Toxicidade Gastrintestinal Início e duração de êmese com drogas quimioterápicas. Tratamento: 1. Avaliação clínica do paciente; 2. Avaliação farmacológica. Toxicidade Gastrintestinal Objetiva reduzir a intensidade das náuseas e vômitos, prevenir e mesmo eliminar sua incidência. Tratamento: 3 classes de antieméticos: Toxicidade Gastrintestinal o Antagonistas da Dopamina (fenotiazínicos, análogos das benzamidas e butiferona); Ex: Haldol, Risperidona o Antagonistas da Serotonina (ondasetrona e ganisetrona); o Drogas miscelânea (esteróides, canabinóides e benzodiazepínicos). Orientações de Enfermagem: Toxicidade Gastrintestinal O que fazer? O que evitar? • Higiene oral; • Ingerir líquidos claros, alimentos frios, alimentos secos; • Comer e beber devagar; • Alimentos favoritos, atrativos visualmente; • Posição sentada ao se alimentar; • Execução e adequação da terapia antiemética; • Recipientes coletores; • Monitorar o ambiente. • Alimentos com molho, gordurosos, frituras e condimentos; • Líquidos durante as refeições, alimentos quentes e doces; • Comer no mesmo ambiente de preparo da comida; • Odores; • Alimentar-se contra a vontade; • Deitar logo após ter se alimentado. Intervenções de Enfermagem: 1. Administrar antieméticos antes da QT e após; 2. Observar sinais e sintomas (reação extrapiramidal); 3. Garantir um bom protocolo antiemético; 4. Manter o paciente confortável durante a administração da QT; 5. Promover medidas para aliviar o estresse, a ansiedade e o medo; 6. Se vômito logo após a administração da QT, deve-se repetir a dose; 7. Observar o balanço hídrico do paciente; 8. Controlar o peso semanalmente; 9. Providenciar alimentação agradável; 10. Encorajar uma boa higiene oral; 11. Utilizar medidas de proteção para manipular o vômito; 12. Informar o paciente e familiares. Toxicidade Gastrintestinal Mucosite: Resposta inflamatória das células do epitélio da mucosa aos efeitos citotóxicos da quimioterapia; Lesões eritematosas, erosivas, inflamatórias e ulcerativas; Impacto na qualidade de vida; Outras complicações: dor, ulceração, sangramento, xerostomia, má absorção, diarréia, alterações do paladar, disfagia, dispepsia e infecção. Toxicidade Gastrintestinal 30% a 70% (quimioterapia) + de 90% (TMO) 100% (radioterapia) Fisiopatologia: Toxicidade Gastrintestinal 1ª Fase Iniciação Dura 2 dias – lesão direta às células epiteliais. 2ª Fase Auto-regulação e produção de mensagens Dura de 2 a 3 dias – liberação de citocinas inflamatórias (dano adicional) – mucosa fina, eritema. 3ª Fase Sinalização e amplificação Dura de 2 a 10 dias – dano direto às células e início da ativação de citocinas pró-inflamatórias. 4ª Fase Ulceração Dura de 10 a 15 dias – estende-se desde o epitélio até a submucosa – colonização – estimulação de mais citocinas – dor debilitante. 5ª Fase Recuperação Leva de 14 a 21 dias – proliferação de células epiteliais – restabelecimento da flora. Fatores de risco: Toxicidade Gastrintestinal o Idade; o Diagnóstico; o Nível de saúde oral; o Danos à mucosa; o Alterações da flora microbiológica; o Doença enxerto x hospedeiro; o Tipo da droga, frequência e intensidade da dose; o Tratamento oncológico prévio; o Quimio + Radio; o Trauma; o Alimentos ásperos; o Dentes pontiagudos; o Disfunção de glândulas salivares; o Uso de álcool e tabaco; o Defeitos genéticos em certas enzimas; o Diabetes, AIDS e obesidade. Manifestações clínicas: Toxicidade Gastrintestinal Sensibilidade alterada (alimentos ácidos, quentes e frios) Hiperemia, edema, ulceração, dor, sialorréia, queimação, hemorragia e infecção Ingestão , comunicação verbal, higiene oral e autoimagem comprometidas Classificação: Leve, moderada e severa: Toxicidade Gastrintestinal 1 43 2 Grau 0 Sem alterações Grau 1 Inflamação e eritema Grau 2 Eritema, úlceras, consegue comer alimentos sólidos Grau 3 Eritema, úlceras, apenas dieta líquida Grau 4 Não consegue se alimentar World Health Organization - WHO Drogas associadas à mucosite: Toxicidade Gastrintestinal o 5-FU o Metotrexato o Bleomicina o Capecitabina o Cisplatina o Ciclofosfamida o Citarabina o Dactinomicina o Daunorrubicina o Docetaxel o Doxorrubicina lipossomal o Doxorrubicina o Mitomicina o Paclitaxel o Vimblastina o Vincristina o Vinorelbina Tratamento e prevenção: Toxicidade Gastrintestinal Protetores orais Soluções para bochecho Profilaxia antiviral Profilaxia antifúngica Antiinflamatórios Anestésicos locais Analgésicos sistêmicos Fatores de crescimento hematopoiético Laserterapia Intervenções de Enfermagem: 1. Avaliar a cavidade oral de todos os pacientes submetidos à quimioterapia; 2. Manter a equipe médica informada sobre a evolução da mucosite; 3. Enfatizar a importância da manutenção de uma boa higiene oral; 4. Oferecer soluções de nistatina para bochechos e gargarejos; 5. Aliviar a dor com uso de soluções anestésicas; 6. Estar atento aos pacientes neutropênicos com mucosite; 7. Acompanhar a contagem hematológica; 8. Evitar traumatismos em cavidade oral; 9. Se sangramento, instituir medidas de contenção; 10. Recomendar visita ao dentista; 11. Manter os lábios lubrificados. Toxicidade Gastrintestinal Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de comer; Está presente em 15% a 25% no momento do diagnóstico; Pode ser consequência de alterações neurormonais, mudanças no paladar, reação psicológica, complicações da própria doença ou dos efeitos colaterais do tratamento; Drogas que causam alteração do paladar: cisplatina, ciclofosfamida, dacarbazina, mecloretamina, fluorouracil e metotrexato. Toxicidade Gastrintestinal Intervenções de Enfermagem: 1. Avaliar o estado nutricional do paciente (peso/altura); 2. Avaliar a aceitação alimentar; 3. Orientar quanto a importância de um estado nutricional adequado; 4. Incentivar a prática de exercícios físicos; 5. Orientar quanto à higiene oral adequada; 6. Orientar quanto ao controle das náuseas, vômitos e estomatite. Toxicidade Gastrintestinal Diarréia: Liberação anormalmente frequente de matéria fecal mais ou menos líquida pelo intestino, acompanhada ou não de cólicas abdominais; Três ou mais evacuações por dia, de conteúdo amolecido ou líquido; A quimioterapia destrói a mucosa intestinal, levando a descamação celular, irritação, alterações de motilidade e consequente diarréia; Quando não tratada ocasiona estresse físico e emocional, depleção fluida, desequilíbrio eletrolítico, escoriação de pele e mucosa e até morte. Toxicidade Gastrintestinal Incidência: 75% a 80% dos pacientes que recebem quimioterapia; Quimioterápicos mais relacionados – antimetabólitos e antibióticos antitumorais (Ex.: citarabina, dactinomicina, fluorouracil, floxuridine, irinotecano, topotecan, capecitabina, raltitrexed, oxaliplatina, hidroxiuréia, metotrexato, nitrosuréias); Diarréia aguda (primeiras 24h) e tardia (3 a 11 dias após); A incidência de diarréia é proporcional a dose e a frequência de aplicação; Também é comum na primeira semana pós-transplante de medula óssea. Toxicidade Gastrintestinal Causas da diarréia: Toxicidade Gastrintestinal Diarréia osmótica (Redução ou impedimento da absorção) Diarréia secretora(Aumento da secreção intestinal) Dismotilidade intestinal (Trânsito rápido do material) Diarréia inflamatória (Mudanças na morfologia da mucosa) Tratamento: Reposição de fluidos e eletrólitos; Frequentemente o tratamento quimioterápico é interrompido temporariamente; Modificação na dieta; Antidiarréicos (difenoxilato / loperamida) – diminuem a ação muscular do intestino, diminuindo a motilidade e oferecendo um tempo maior para absorção de fluidos e eletrólitos; Cuidados com a região perianal. Toxicidade Gastrintestinal Intervenções de Enfermagem: 1. Observar, avaliar e registrar as características, a quantidade e a frequência das eliminações intestinais; 2. Monitorar e corrigir desequilíbrio hidroeletrolítico; 3. Monitorar ingestões hídrica e calórica, diurese e peso; 4. Estimular ingestão calórica e hídrica (3000ml/dia); 5. Administrar antidiarréicos e ansiolíticos conforme prescrição médica; 6. Orientar quanto às medidas de proteção perianal; 7. Coletar amostra de fezes para cultura; 8. Promover períodos maiores de repouso; 9. Promover medidas de alívio do estresse e ansiedade. Toxicidade Gastrintestinal Constipação: Estado no qual as fezes são evacuadas com dificuldade ou a longos intervalos; É acompanhada de anorexia, desconforto, dor e distensão abdominal; Pode ocorrer devido a neurotoxicidade de alguns antineoplásicos (Ex.: alcalóides da vinca); Fatores de risco: idade avançada, diminuição da motilidade e atividade, erros alimentares, uso de narcóticos e alterações piscológicas. Toxicidade Gastrintestinal Prevenção e tratamento: Aumentar a quantidade de fibras na dieta; Ingerir de 2 a 3L de líquidos por dia; Incrementar os exercícios físicos e deambulação; Planejar um horário regular, diariamente; Drogas laxativas. Toxicidade Gastrintestinal Intervenções de Enfermagem: 1. Estabelecer o padrão normal de evacuação do paciente; 2. Incentivar aumento da ingestão hídrica; 3. Controlar a efetividade da medicação laxante; 4. Orientar dieta rica em fibras; 5. Estimular atividade física; 6. Inspecionar condições da região anal. Toxicidade Gastrintestinal Pode ser: Aguda: Ocorre durante ou nas primeiras horas de aplicação; Manifesta-se por alterações eletrocardiográficas transitórias. Crônica: Pode manifestar-se durante o tratamento ou após semanas, meses ou anos; Síndrome da cardiomiopatia cumulativa (insuficiência cardíaca congestiva e falência cardíaca) Evolução progressiva e irreversível. Cardiotoxicidade Principais quimioterápicos cardiotóxicos: Antracíclicos (doxorrubicina, daunorrubicina epirrubicina) / Mitoxantrona / CTX em altas doses / 5-FU / Paclitaxel. Dose cumulativa / esquema de aplicação / idade / doença cardíaca pré-existente / associação de drogas / radioterapia prévia / sensibilidade individual; Cardiotoxicidade Droga Dose máxima cumulativa Doxorrubicina 550mg/m² 450mg/m² - p/ pcts com histórico de RXT, uso de CTX e doença cardíaca Daunorrubicina 600mg/m² 4459mg/m² - p/ pcts com histórico de RXT, uso de CTX e doença cardíaca 300mg/m² - crianças Epirrubicina 900 a 1100mg/m² São hepatotóxicas: Asparaginase, metotrexato, citarabina, mercaptopurina, tioguanina, dacarbazina, ciclofosfamida, carmustina, lomustina, bussulfano, mitomicina, hidroxiuréia, clorambucil, cisplatina, doxorrubicina, vincristina, vimblastina e Glivec associado ao paracetamol; É reversível com a interrupção temporária do tratamento, mas pode evoluir para necrose ou fibrose hepática irreversível; Fatores de risco: radioterapia em região hepática prévia ou concomitante / administração concorrente de outras drogas ou hepatite em atividade. Hepatotoxicidade Incomum, porém fatal; Drogas: bleomicina, taxanes, ciclofosfamida, clorambucil, melfalan, metotrexato, citarabina, procarbazina, mitoxantrona, gencintabina; Fatores de risco: associação de drogas, radioterapia concomitante, doença pulmonar anterior, idade avançada, hábito de fumar, insuficiência renal e/ou hepática. Toxicidade Pulmonar Vincristina, vimblastina, vinorelbine, asparaginase, cisplatina, oxaliplatina, etoposide, teniposide, paclitaxel e docetaxel; Fatores de risco: dose e via de administração, idade, função hepática e renal, uso prévio ou concomitante de outras drogas e radioterapia em SNC. Neurotoxicidade Anormalidades Centrais Anormalidades Periféricas o Encefalopatia o Síndrome Cerebelar o Convulsões o Neuropatia periférica o Neuropatia craniana o Neuropatia autonômica; o Aracnoidite e irritação meníngea
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