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521 ANOS DE UMA ETERNA TERRA PROMETIDA 22 de abril de 1500. Por meio do acaso, obra do destino, plano divino, ou como queria definir a nossa descoberta. Navegantes, exploradores chegam à nossa terra. Tomados pelo sentimento que o desconhecido, o novo sempre nos traz, com medo e expectativas adentraram as nossas margens, nossas terras. Tiveram tão logo, contato com nosso povo original, os índios. Contato repleto de tensão, curiosidade, medo e me atrevo a dizer em admiração recíproca de ambas as partes. Não posso, como qualquer outra pessoa, não falar em descobrimento sem não visualizar a imagem do Padre José de Anchieta, o qual considero e o coloco em um patamar seleto, construído por figuras importantes da nossa história, como Tiradentes, Zumbi, Princesa Izabel, D. Pedro I, embora particularmente, ao último tenho minhas ressalvas quanto a suas atitudes enquanto regente deste país. As expedições em nossas terras traziam ao envolvidos, sentimentos do encontro de um paraíso selvagem. Tantas riquezas naturais, tanta biodiversidade, tantas cores, sabores, vidas, que caíram nas mãos de quem não tinha a mínima noção do que fazer com tanta riqueza. Comparando, seria como colocasse nas mãos de uma criança de 2 anos, uma maleta repleta de euros, dólares, ouros, diamantes. Eles não mereceram tal presente. Extraviaram, saquearam, sangraram nossa terra. A fama da terra de Vera Cruz, na Europa já se tornava conhecida. Tanto que outros exploradores, no significado mais chulo da palavra, vieram e praticaram as mesmas atitudes com nossa terra. Aos índios, a finalidade era de domesticação e escravidão. Assim como escravizaram irmãos africanos, da forma mais cruel e covarde que se tem conhecimento. Atos que nenhum ser vivo merecera tais atitudes. Nossa história é escrita com sangue, lágrimas e ambições. O país que até hoje, é conhecido como de maiores riquezas naturais do planeta, ao mesmo tempo que continua sendo explorado por forasteiros, desvalorizado pelos seus próprios filhos da terra, carrega o eterno título de país do futuro, terra prometida, futura potência mundial, entre outros. Mas que por si só, traz contigo um complexo de vira lata, onde seu povo vê a corrupção como algo normal, onde políticos fazem o que bem desejam e o povo aceita, apenas no máximo, resmunga por falta de educação de qualidade, saúde adequada, fome, desemprego, violência, dormem e moram conosco diariamente. Não, não aceitemos mais as desculpas que ainda somos uma pátria nova, que ainda teremos muito caminho pela frente até chegar ao nosso ápice. Não haverá ápice positivo se não exigirmos qualidade em nossa educação, se não deixarmos de sermos acomodados e preguiçosos quanto aos nossos direitos. Se ultrapassarmos a barreira do inconformismo, quando vemos nossos jovens negros, nossos jovens de periferias sendo mortos ou sendo levados a caminhos nada positivos e prósperos. Que aprendamos que uma pátria forte se constrói com cidadãos que sabem e conhecem o seu papel perante a sociedade. Que a igualdade em relação a oportunidades de educação deve ser um dos pilares mais importantes dela. Precisamos de pessoas que adquiram conhecimentos, não somente acadêmicos, mas também cíveis. Uma pátria se faz sim, com legislações firmes, justas e corretas. Mas também com pessoas que conheçam e possuam entendimento que a sua pátria é a extensão do seu lar, que seus atos refletem e atingem seus irmãos. Que quando se adquire o amor por ela, você faz o melhor por ela. E assim, com união, amor e noção dos nossos direitos cíveis, deixaremos de ser a eterna futura força e seremos o lugar onde quem não nasceu aqui, não é filho desta terra, sentirá uma inveja imensa de nós, ao invés de nos apontar como chacota do mundo. Após tudo isso que lhe disse por meio deste simples artigo, você possa criar coragem, tenha forças e levante suas mangas da camisa, para juntos construirmos o nosso país, do jeito que merecermos. Renato Carvalho 22 de abril de 2021
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