Buscar

Unidade III Terceiro Setor Direito Administrativo II 2021 UNESA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
DIREITO ADMINISTRATIVO II – Universidade Estácio de Sá – Campus Friburgo
Professor Hugo Lontra
UNIDADE III
Terceiro Setor – Paraestatais
 1 Surgimento do Terceiro Setor
Diante da estrutura organizacional do país, podemos observar diversos setores
atuando na prestação de serviços, sejam eles sociais, econômicos, privados… A doutrina costuma
identificar 3 setores tradicionais, sendo que as doutrinas contemporâneas informam a existência de
um 4º setor integrante da estrutura do Estado. 
O primeiro setor identificado como o próprio Estado, tem a função de prover os
cidadãos com serviços públicos essenciais e secundários, sobretudo aqueles, com a finalidade de
diminuir a distância das classes sociais e o abismo existente entre àqueles que possuem dinheiro e
aqueles que não possuem. A política de desenvolvimento levada a cabo pelo Estado deve prestigiar
a geração de empregos e a melhoria da distribuição de renda como pré-requisitos para um país
melhor.
O segundo setor enquadra-se o mercado em geral, onde impera a livre-iniciativa
e que tem o lucro como sua singular motivação. Em regra, é reservado à iniciativa privada.
Entretanto, o Estado poderá intervir diretamente nesse mercado em hipóteses excepcionais, tais
como nos casos de imperativos da segurança nacional ou por relevante interesse coletivo, sem fins
lucrativos e monopólios estabelecidos na Constituição. 
O terceiro setor é marcado pela presença de pessoas jurídicas de direitos privado,
entretanto, sem fins lucrativos, que exercem atividades de interesse social e coletivo e que por isso,
recebem incentivos estatais. Essas entidades podem ser associações, ONGs, OSCIPs, OS, e outras.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, que reconheceu a organização e a participação
social como direitos e valores a serem garantidos e fomentados, o povo brasileiro decidiu se
organizar mais, constituindo assim organizações não governamentais, o que hoje representa
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
aproximadamente trezentas mil entidades, que empregam juntas mais de dois milhões de
trabalhadores formais e assalariados, formando um contingente bastante expressivo no cenário do
emprego nacional.
Por fim, atualmente já se reconhece um quarto setor, sinônimo da economia
informal, o qual sobrevive por intermédio de criativos artifícios para fugir das garras do leão do
imposto de renda. Esse quarto setor está infiltrado em todos os outros. No primeiro setor, encontra-
se o ladrão que não sobreviveria sem a proteção da polícia e dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, lembrando-se que, hoje, existem representantes dos bandidos. No segundo setor, há as
mercadorias roubadas, os combustíveis misturados com solvente. Por fim, o terceiro setor também
está batizado com ilegalidade, em decorrência das inúmeras instituições que têm apenas a fachada
de benemerência.
CONCEITO
“Em última análise, o terceiro setor resulta de iniciativas da sociedade civil,
através de pessoas de atuação voluntária, associações e organizações não governamentais, para a
execução de funções eminentemente sociais, sem alvejar resultados lucrativos, como as pessoas
empresariais em geral.” JSCF
 2 Regimes de parceria 
 2.1 Gestão Associada
A Constituição previu, ao instituir a reforma administrativa do Estado (EC no
19/1998), a gestão associada na prestação de serviços públicos, a ser implementada, através de lei,
por convênios de cooperação e consórcios públicos celebrados entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
A noção de gestão associada emana da própria expressão: significa uma
conjugação de esforços visando a fins de interesse comum dos gestores. Em relação à gestão
associada de serviços públicos, pode-se adotar a conceituação de que corresponde ao 
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
“exercício das atividades de planejamento, regulação ou fiscalização de serviços
públicos por meio de consórcio público ou de convênio de cooperação entre entes federados,
acompanhadas ou não da prestação de serviços públicos ou da transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”
Tanto os convênios de cooperação como os consórcios públicos tradicionais são
espécies do gênero convênios administrativos e retratam idêntico conteúdo negocial, qual seja, o de
associação entre pessoas para interesses de todos, nunca perdendo de vista, é claro, o interesse
público.
Expressivo exemplo de gestão associada de atividades situadas na
competência comum dos entes federativos é o Sistema Nacional de Cultura, implantado pela
EC no 71, de 29.11.2012, ao introduzir o art. 216-A na Constituição. O sistema é organizado em
regime de colaboração, de modo descentralizado e participativo, e mobilizado por um processo de
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura. 
 2.2 Regime de convênios administrativos 
O que caracteriza essa forma de parceria é a circunstância de ser o regime
formalizado através de convênios administrativos. Nesses acordos, normalmente de caráter
plurilateral, Poder Público, de um lado, e entidades privadas, de outro, associam-se com o
objetivo de alcançar resultados de interesses comuns.
Ajuste dessa modalidade seria, por exemplo, o que a União firmasse com
fundações mantidas por indústrias automobilísticas com vistas ao aperfeiçoamento e avanço
tecnológico da indústria nacional no setor.
Não há legislação específica sobre tal regime, mas como os convênios são
pactos nos quais as partes manifestam suas vontades e expressam seus direitos e obrigações, nada
impede se continue adotando a mesma sistemática, de resto já utilizada há muito tempo. 
 2.3 Regimes dos contratos de gestão (Organizações sociais)
LEI 9.637/98
A lei 9637/98, em seu artigo 1º, estabelece que o Poder Executivo poderá
qualificar omo ORGANIZAÇÕES SOCIAIS pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ENSINO, PESQUISA CIENTÍFICA,
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE, CULTURA e SAÚDE. 
A organização Social poderá firmar contratos de gestão com o Poder Público a
fim de concretizar atividades previstas em sua finalidade. 
 Advirta-se, porém, que não se trata de nova categoria de pessoas jurídicas,
mas apenas de uma qualificação especial, um títulojurídico concedido por lei a determinadas
entidades que atendam às exigências nela especificadas. 
Devidamente qualificadas, as organizações sociais celebram com o Poder
Público o que a lei denominou de contratos de gestão, com o objetivo de formar a parceria
necessária ao fomento e à execução das atividades já mencionadas. A despeito da denominação
adotada, não há propriamente contrato nesse tipo de ajuste, mas sim verdadeiro convênio, pois
que, embora sejam pactos bilaterais, não há a contraposição de interesses que caracteriza os
contratos em geral; há, isto sim, uma cooperação entre os pactuantes, visando a objetivos de
interesses comuns. Sendo paralelos e comuns os interesses perseguidos, esse tipo de negócio
jurídico melhor há de enquadrar-se como convênio.
 2.4 Gestão por colaboração (Organizações da sociedade civil de interesse público)
Instituído pela Lei 9.790/99, trata-se de outra modalidade jurídica que pode ser
atribuída a pessoa jurídica privada sem fins lucrativos. Inicialmente, a Lei estabelece 3 diretrizes
básicas para as OSCIPs: 
 Personalidade jurídica de direito privado;
 sem fins lucrativos;
 estatutos e objetivos deverão estar em conformidade com lei reguladora (9790)
 Funcionamento há no mínimo 3 anos. 
Para José dos Santos Carvalho Filho, o termo de parceria que poderá ser
firmado entre o Estado e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, não merce este
nome, por ser contraditório à natureza jurídica, pois se trata de verdadeiro convênio
administrativo. 
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
 2.5 Instrumentos da Lei nº 13.019/14 – PARCERIAS COM ORGANIZAÇÃO DA
SOCIEDADE CIVIL 
Conhecida como Regime Geral das Parcerias, estabelece um conjunto de normas
acerca da parceria a ser firmada com a Organização da Sociedade Civil para concretização de
atividades de interesse público. 
QUADRO ESQUEMÁTICO
Gestão Associada Convênios
Administrativos
Contratos de
Gestão
Gestão por
colaboração
Parceria
Pacto Federativo Sem legislação 9637/98 9790/99 13019/14
Entes públicos Ente público com
particular
Pessoas jurídicas
de direito privado,
sem fins
lucrativos, cujas
atividades sejam
dirigidas ao
ensino, à pesquisa
científica, ao
desenvolvimento
tecnológico, à
proteção e
preservação do
meio ambiente, à
cultura e à saúde,
Pessoas jurídicas
de direito privado
sem fins lucrativos
que tenham sido
constituídas e se
encontrem em
funcionamento
regular há, no
mínimo, 3 (três)
anos,
Entidade privada
sem fins
lucrativos; as
sociedades
cooperativas e as
organizações
religiosas que se
dediquem a
atividades ou a
projetos de
interesse público e
de cunho social
distintas das
destinadas a fins
exclusivamente
religiosos
Impedimento
Artigo 2º
Processo Seletivo Processo Seletivo Processo Seletivo
Quinta-feira, 16 de abril de 2015 - (ADI) 1923
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
Convênio do poder público com organizações sociais deve seguir critérios
objetivos
Na sessão plenária desta quinta-feira (16), o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu pela validade da prestação de serviços públicos não exclusivos por organizações sociais em
parceria com o poder público. Contudo, a celebração de convênio com tais entidades deve ser
conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios constitucionais
que regem a Administração Pública (caput do artigo 37).
Por votação majoritária, a Corte julgou parcialmente procedente a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 1923, dando interpretação conforme a Constituição às normas que
dispensam licitação em celebração de contratos de gestão firmados entre o Poder Público e as
organizações sociais para a prestação de serviços públicos de ensino, pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação ao meio ambiente, cultura e saúde. Na ação, o
Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) questionavam a Lei
9.637/1998, e o inciso XXIV do artigo 24 da Lei 8.666/1993 (Lei das Licitações).
Voto condutor
O voto condutor do julgamento, proferido pelo ministro Luiz Fux, foi no sentido
de afastar qualquer interpretação que restrinja o controle da aplicação de verbas públicas pelo
Ministério Público e pelo Tribunal de Contas. Ele também salientou que tanto a contratação com
terceiros como a seleção de pessoal pelas organizações sociais devem ser conduzidas de forma
pública, objetiva e impessoal, e nos termos do regulamento próprio a se editado por cada identidade.
Em maio de 2011, quando proferiu o voto, o ministro Luiz Fux ressaltou que o
poder público e a iniciativa privada podem exercer essas atividades simultaneamente porque ambos
são titulares desse direito, “nos precisos termos da Constituição Federal”. “Ao contrário do que
ocorre com os serviços públicos privativos, o particular pode exercer tais atividades
independentemernte de qualquer ato negocial de delegação pelo poder público de que seriam
exemplos os instrumentos da concessão e da permissão mencionados no artigo 175, caput, da
Constituição Federal”, disse.
* A presente apostila se destina exclusivamente para uso didático nas aulas ministradas na Universidade Estácio de Sá no ano de
2021, disciplina Direito Administrativo II, não podendo ser utilizada para fins comerciais ou ainda como citação em trabalhos
acadêmicos. Trata-se de estudo compilado de autores da área podendo ocorrer a ausência de citação ou menção devida.
Hoje, o ministro relembrou seu voto e afirmou que a atuação das entidades não
afronta a Constituição Federal. Para ele, a contratação direta, com dispensa de licitação, deve
observar critérios objetivos e impessoais de forma a permitir o acesso a todos os interessados. A
figura do contrato de gestão, segundo explicou, configura hipótese de convênio por conjugar
esforços visando a um objetivo comum aos interessados, e, por isso, se encontram fora do âmbito de
incidência do artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, que prevê a realização de licitação

Continue navegando