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A compreensão da fisiopatologia das parasitoses humanas inclui o conhecido dos mecanismos imunológicos envolvidos na relação parasito-hospedeiro. Resposta imune do hospedeiro ao responsável pela lesão tecidual; Cronicidade (embora haja resposta imune, o hospedeiro não consegue eliminar o parasita) resposta imune parcialmente protetora dificuldade de vacinas Ag imunoprotetores Equilíbrio parasito-hospedeiro (carga parasitária em níveis de pouco agravo a saúde); Reativação da infecção (oportunista/HIV). Ocorre quando a resposta imune é reduzida, permitindo então a disseminação do parasita com aspectos de maior virulência. Ex.: Toxoplasma gonddi e Strongyloides stercoralis. A fagocitose é o principal mecanismo inato, porém é muito limitado; Muitos parasitas são resistentes, permitindo a sobrevivência no interior do fagócito; o trichomonas é um parasita que se reveste por proteínas plasmáticas do sistema imune, se camuflando para não ser apresentado ao linfócito. O próprio tegumento é uma limitação física à fagocitose; Participação de anticorpos neutralizantes e ativadores da ADCC (antibody- dependent cell- mediated cytotoxicity). OUTROS MECANISMOS IMUNOLÓGICOS CITOTOXICIDADE MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXOS (HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO III) Macroimunocomplexos que se formam por excesso de antígeno (Ag/parasito) e anticorpo (Ac/ hospedeiro) que se depositam em endotélio de vasos e membrana basal de glomérulos, iniciando o processo inflamatório exacerbado (vasculites, arterites e glomerulonefrites). Ex: Malária e cisticercose. REAÇÃO DO TIPO ANAFILÁTICA Produção de IgE que se fixam à membrana dos mastócitos. Quando da liberação de antígenos parasitários, formam-se imunocomplexos IgE- antígeno na membrana do mastócito, desencadeando degranulação (exocitose de grânulos) que podem levar ao choque anafilático. Ex: Hidatidose (Hechinococcus granulosus) e toxocaríase. MECANISMOS AUTO-IMUNES Infecção pelo Trypanosoma cruzi, em que o parasito intracelular e a resposta imunológica tipo citotóxica com inflamação crônica podem levar ao aparecimento de auto-anticorpos contra os antígenos da célula cardíaca infectada. Identificação direta do parasito é difícil ou não é aplicável em larga escala. Ex.: Toxoplasmose, doença de Chagas (fase crônica), abscesso amebiano, leishmaniose visceral, esquistossomose (fase crônica), larva migrans visceral (toxocaríase) e cisticercose. DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO INDIRETO DE DETECÇÃO DE ANTICORPOS PRODUZIDOS PELO HOSPEDEIRO. imunodiagnóstico das infecções parasitárias AULA 6 – PARTE 1 imunologia das parasitoses diagnóstico imunológico RESPOSTA IMUNOLÓGICA Especificidade da resposta imunológica Afinidade das imunoglobulinas Memória imunológica: anticorpos detectados em pacientes com a doença, já curados da infecção, que tiveram contato (não foram infectados) e vacinados. Reatividade cruzada: semelhança entre os antígenos constituintes dos patógenos (conteúdo antigênico do tegumento da maioria dos helmintos é semelhante. VARIÁVEIS CONSIDERADAS NOS IMUNOENSAIOS DAS INFECÇÕES PARASITÁRIAS Material biológico de escolha e conservação da amostra a ser examinada dependem do elemento a ser detectado. Anticorpos – Ac (sangue/imunoglobulinas conservadas em baixas temperaturas ou congeladas). Antígenos – Ag (biópsias de tecidos e material fecal). Intensidade e localização do parasitismo: a reposta imunológica depende da intensidade do estímulo antigênico. Quando o parasito se localiza em estruturas como globo ocular (toxocaríase) ou SNC (neurocisticercose) a resposta imunológica pode ser apenas local, requerendo a coleta de material biológico desse sítio. Fase de evolução do parasito (embrião, larva, verme adulto, cisto etc.) envolvida na infecção e as variações antigênicas entre as cepas representam uma dificuldade para a padronização dos testes imunológicos. Evasão parasitária: apresentam mecanismos de sobrevivência à reposta de defesa do hospedeiro Localização intracelular de alguns protozoários Variação antigênica Adsorção de proteínas do hospedeiro Atração de colágeno e fibrina formando cápsula protetora Composição antigênica de menor imunogenicidade e inibidora de fagocitose e ativação do complemento Liberação local de substâncias supressoras da resposta do hospedeiro. Resposta de defesa do ser humano é complexa e diversificada entre os indivíduos, oferecendo obstáculos para a padronização dos testes imunológicos aplicáveis em diferentes populações. Variáveis: status imune (idade, co- infecções, sexo, imunocompetência, imunodeficiência, predisposição a fenômenos alérgicos) do hospedeiro e mecanismos inespecíficos inflamatórios (patologias crônicas, uso de fármacos)