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Curso CPA 20 – Preparatório 2020 proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados A Pro Educacional é uma plataforma de educação financeira, especializada em certificações. Criada em 2016, oferece cursos preparatórios de alta qualidade e com baixo custo para atender a demanda crescente por profissionais no mercado financeiro. À frente dos nossos cursos estão professores certificados e com vivência no mercado. Nossos Valores Transparência, aprender e melhorar de forma contínua, inovação constante, aceleração e liberdade. Em busca de uma experiência mais completa e eficiente, enviamos esta apostila impressa (além da versão on-line), como material de apoio. Todos os cursos passam por atualizações constantes a fim de acompanhar o conteúdo exigido nos exames. Além disso, temos um canal aberto de suporte com especialistas para auxiliar você em seus estudos em todos os momentos. Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório CPA-20 da Pro Educacional. Este é um material complementar para seus estudos. Você pode conferir os exercícios de fixação, simulados e videoaulas na sua biblioteca acessando proeducacional.com proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1. Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado COMENTÁRIO! O que esperar desse capítulo? Proporção de 5% a 10% no exame. Espere de 3 a 6 questões. É um capítulo relativamente mais fácil e de “decoreba”, garanta alguns pontos aqui. 1.1. Introdução ao Sistema Financeiro e Participantes do Mercado O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que desenvolvem mecanismos (leis) a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas que servem como intermediárias de captação, distribuição e transferências de recursos financeiros de toda a sociedade (ASSAF NETO, 2014). Nesse capítulo você encontrará 12 aulas e o Resumo. O objetivo é familiarizar o aluno com as funções doas agentes normativos, reguladores e executores do SFN, dentre eles o CMN, o Conselho de Valores Mobiliários (CVM) o BACEN, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, como o BNDES, bancos múltiplos, bancos de investimento, cooperativas e sociedades de crédito e as clearings e sistemas. 1.2. Sistema Financeiro Nacional 1 O sistema financeiro serve para estruturar as relações econômicas que envolvem dinheiro; desde, por exemplo, a compra de um automóvel por uma pessoa física até a aquisição de uma máquina por uma empresa. De modo geral, é a transação de recursos entre poupadores (indivíduos e empresas) e investidores através do mercado financeiro. No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que desenvolvem mecanismos (leis) a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas que servem como intermediárias proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados de captação, distribuição e transferências de recursos financeiros de toda a sociedade (ASSAF NETO, 2014). As decisões das instituições normativas e reguladoras impactam a economia e, consequentemente, toda a sociedade. Além disso, o SFN possui o papel de harmonizar os interesses, de modo que necessidades individuais não se sobreponham às demandas coletivas. Figura – Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Fonte: Banco Central do Brasil. A figura mostra as instituições organizadoras e o papel de cada uma delas, de modo a demonstrar o sistema, suas divisões e hierarquias. A fim de compreender o funcionamento desses órgãos, ao longo dos próximos subtemas, estudaremos essas instituições e seus papéis, para, posteriormente, verificarmos a legislação em vigor. O Sistema Financeiro Nacional representa um grupo de agentes executivos, normativos e as instituições financeiras públicas e privadas que atuam na captação de recursos e distribuição, assim como transferências de valores entre os agentes econômicos, com o objetivo de garantir que a transmissão de recursos entre quem os tem de sobra (investidores ou credores) seja equilibrada em relação a quem necessita destes – tomadores ou credores (ASSAF NETO, 2014). proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Instituições do Sistema Financeiro Nacional As instituições do SFN estabelecem as funções normativas, harmonizam os direitos e deveres dos clientes, apresentando-lhes as soluções mais adequadas. Esse sistema é composto por três tipos de instituições: Órgão normativos: determinam regras gerais para o bom funcionamento do SFN. São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Entidades supervisoras: estão subordinadas aos órgãos normativos e atuam de modo que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. São elas: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência de Previdência Complementar (Previc). Operadores: estão subordinados às entidades supervisoras e lidam com o público sob o papel de intermediário financeiro. São eles: bancos e caixas econômicas, cooperativas de crédito, instituições de pagamento, administradoras de consórcios, corretoras e distribuidoras, demais instituições não bancárias, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e futuros, seguradoras e resseguradoras, entidades abertas de previdência, sociedades de capitalização e entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). Essas instituições existem para organizar as mais variadas possibilidades de transações financeiras, que abrangem desde a aquisição de um empréstimo bancário, um seguro de vida até a contratação de um plano de previdência ou um consórcio. Ligados diretamente ao CMN estão o Banco Central do Brasil (BACEN) que é um órgão executivo e fiscalizador, responsável por colocar em prática a política monetária do governo, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atua no controle e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários. As principais instituições financeiras ligadas ao BACEN são os bancos comerciais e múltiplos e bancos de investimentos; já ao CVM, são as bolsas de valores e as bolsas de mercadorias e futuros. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é responsável por determinar as normas da política de seguros privados. Ligada a ele, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) controla e fiscaliza os mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o órgão responsável pela regulação das entidades fechadas de previdência complementar, também conhecidas como fundos de pensão. Está ligado à Superintendência proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Nacional de Previdência Complementar (Previc), que fiscaliza e supervisiona as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. Esclarecimento: A previdência complementar ou previdência privada é aquela cuja escolha pela contratação é totalmente pertinente ao cliente, ou seja, facultativa, o que difere da previdência social, que é obrigatória para os funcionários registrados em carteira e regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho(CLT). É importante ressaltar que todas as instituições financeiras do país pertencem ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), mas nem todas trabalham diretamente com transações financeiras. Assim, o SFN também pode ser subdividido em: subsistema normativo e subsistema operativo. O subsistema normativo fiscaliza e regulamenta o sistema financeiro e as instituições que o compõem, sendo responsável por garantir o seu correto funcionamento. Ele é composto por instituições que estabelecem diretrizes de atuação das instituições que compõem o SFN. A Figura a seguir auxilia na compreensão do modo como está estruturado o subsistema normativo. Conforme é possível identificar, o subsistema normativo é composto por três instituições principais: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele também possui algumas instituições que são classificadas como especiais, dadas as funções que exercem: o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF). Figura – O subsistema normativo. Fonte: Elaborado pelo autor. O subsistema operativo abrange todas as instituições que atuam na intermediação financeira, bancárias ou não, e na realização da transferência de recursos entre fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem definidas. A Figura a seguir explicita o modo como está estruturado o subsistema operativo. Conforme é possível ver, o subsistema operativo é composto por instituições financeiras que são formadas por pessoas jurídicas, privadas ou públicas que proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados possuem como atividade primordial a intermediação, coleta ou aplicação de recursos financeiros da instituição, ou de moeda estrangeira ou nacional, assim como a tutela do valor de propriedade de terceiros. Figura – O subsistema operativo. Fonte: Elaborado pelo autor. O principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional é facilitar a transferência de recursos entre os agentes superavitários e os agentes deficitários. Isso é feito pelo que chamamos de intermediação financeira, conforme ilustrada na Figura a seguir. Figura – Intermediação financeira. Fonte: Elaborado pelo autor. O agente superavitário é aquele cuja renda excede suas despesas, isto é, ele tem dinheiro para suprir todas as suas necessidades e ainda possui sobra de capital. Pode ser entendido, por exemplo, como o investidor depositando ou aplicando seus recursos em uma instituição financeira. Essa instituição financeira faz a intermediação entre o agente superavitário e o agente deficitário, que pode ser um banco, por exemplo. Já o agente deficitário é aquele cuja renda não cobre suas despesas; ou seja, suas necessidades não permitem que sobre dinheiro. Por isso, torna-se necessário buscar recursos junto a uma instituição financeira. Referências da aula ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São Paulo: Atlas, 2014. Banco Central do Brasil. Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn_gt_. Acesso em: 13 de fev. de 2020. 1.3. Sistema Financeiro Nacional 2 proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O quadro a seguir apresenta uma visão geral do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Figura – Visão geral do Sistema Financeiro Nacional. Observações: 1 – Dependendo de suas atividades, corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM. 2 – As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN. Legenda: 1° nível: instituições normativas 2° nível: instituições supervisoras 3°/4° níveis: demais instituições operadoras Fonte: Elaborado pelo autor. As instituições financeiras possuem o papel de facilitar as transações monetárias a fim de torná-las cada vez mais transparentes, independentemente do nível social ou conhecimento do cliente sobre o tema, auxiliando-o a tomar decisões financeiras (GITMAN; MADURA, 2003). Essa transparência só é possível na medida em que proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados suas normas consigam refletir os interesses dos envolvidos, de modo a tornar o ambiente complexo do mercado financeiro sempre mais preciso e coerente. Nesse contexto, as instituições do sistema normativo determinam as normas que devem ser obedecidas pelas instituições intermediárias e operacionais. As instituições normativas que existem no SFN brasileiro são: o CMN, o CNSP e o CNPC, que serão abordados com mais detalhe a seguir. Definição das instituições normativas O CMN é o órgão do SFN com maior poder, responsável por determinar as regras para as instituições financeiras, que estão todas submetidas a ele. O BACEN e a CVM também são instituições normativas, com as funções, respectivamente, de fiscalizar as instituições financeiras, como os bancos, e as operações realizadas, por exemplo, nas bolsas de valores. É possível concluir, desse modo, que as resoluções normativas do CMN estão interligadas aos bancos, bolsas de valores e outras instituições financeiras, de modo que a função do CMN é criar as regras para essas instituições, cabendo a seus subordinados, o BACEN e a CVM, fiscalizar a obediência a elas pelas instituições operacionais. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), por sua vez, determina as regras para outro tipo de instituição, que são as seguradoras. A SUSEP, diretamente subordinada a ele, fiscaliza as instituições que realizam seguros, como, por exemplo, resseguradoras, entidades de previdência complementar aberta, sociedades de seguradoras e sociedades de capitalização. Já o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) estabelece as normas que devem ser obedecidas por fundos de pensão e planos de previdência complementar fechados. Caberá à Previc fiscalizar se as normas estão sendo cumpridas pelas instituições que fazem planos de previdência complementar fechada e fundos de pensão. Papel das instituições normativas Como já vimos, cada instituição normativa possui uma área de atuação. Vejamos cada uma delas: CMN: formula a política de controle da moeda no SFN e incentiva (ou não) mecanismos de incentivo ao consumo de bens e serviços, prática também conhecida como política de crédito ou financiamento. Sua principal atribuição é gerar um ambiente de estabilidade monetária, permitindo o desenvolvimento econômico e social do país. Figura – O Conselho Monetário Nacional (CMN). proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. CNSP: acompanha a evolução do mercado segurador nacional, através não só do estabelecimento de normas, mas também da observação da evolução dos indicadores de risco e a ocorrência de incidentes cobertos pelos contratos de seguros, podendo assim permitir a modernização e evolução deste serviço. CNPC: além de ser um órgão normativo, precisa também estar atento aos movimentos e reflexos que a economia e a gestão dos planos de previdência complementar podem causar no montante de recursos acumulados pelos clientes para assim modernizar a legislação, garantindo os planos futuros de aposentadoria dos contratantes desses produtos. Essas atribuições das instituições normativas contribuem de modo que cada uma delas exerça seu papel e importância no SFN, como veremos mais detalhadamente a seguir. Figura – Importância das instituições normativas. Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. A importância das instituições normativas deve-se ao fato de elas regulamentarem o funcionamento do SFN, modernizarem as leis e determinarem as garantias que devem ser dadas às pessoase empresas que operam nesse sistema. Para tanto, proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados cada uma delas é composta por diversos membros que deliberam sobre questões importantes do mercado. O CMN é composto por autoridades do alto escalão do governo federal: o ministro da Economia, como presidente, o presidente do Banco Central e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia. Eles se reúnem periodicamente para discutir e estabelecer estratégias sobre assuntos referentes a perspectivas e ações necessárias para tratar de temas específicos do SFN e deliberarem sobre assuntos relacionados às competências do CMN, como controle de reservas cambiais e o nível de endividamento do país. O CNSP é composto pelo Ministro da Economia, como presidente, pelo superintendente da SUSEP e por representantes dos Ministérios da Justiça e da Previdência Social*, do BACEN e da CVM, que discutem aspectos referentes à constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Além disso, atuam para estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro, fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. *Nota: O Ministério da Previdência e Assistência Social atualmente não possui representação em razão de suas funções relacionadas à previdência terem sido absorvidas pelo Ministério da Fazenda e, em 2019, passou a integrar a pasta do Ministério da Economia. O CNPC é formado pelo Ministro da Previdência Social, como presidente, e por representantes da Previc, da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Economia (que passou a abranger os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão), das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. Todos esses órgãos são importantes para organizar a intermediação financeira da sociedade, equilibrando interesses entre os diversos agentes. A seguir, conheceremos as instituições subordinadas a eles. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Figura – Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. Os intermediários financeiros são classificados de acordo com a área de atuação, considerando sua capacidade de oferta de crédito ou de indenizações e garantias (SZTAJN, 2011). Os principais agentes intermediadores são os bancos comerciais, os bancos de desenvolvimento e investimento, instituições que operam no mercado de câmbio, cooperativas de crédito, seguradoras, fundos de previdência complementar, arrendamento mercantil, agências de fomento, entre outros. Por estarem em contato direto com os clientes, são os responsáveis por alocar os recursos dos poupadores (investidores) para os tomadores, que passam a ser devedores. Definição das instituições de intermediação/operacionais As instituições financeiras estão divididas em grupos de acordo com sua forma de atuação. Veremos agora as principais instituições intermediárias com base nas definições do BACEN. Os bancos múltiplos são instituições privadas ou públicas que captam recursos e repassam-nos às empresas, famílias e governos, e prestam serviços. Podem operar as seguintes carteiras: comerciais, de investimento, de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil, financiamento e investimentos. Os bancos comerciais, que também podem ser privados ou públicos, oferecem recursos para financiar, em curto e médio prazo, a indústria, o comércio, serviços e pessoas físicas, e também podem captar depósitos à vista e a prazo. Outro tipo de instituição são os bancos de investimento, instituições privadas especializadas em operações de participação societária, financiamento de atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e administração de recursos de terceiros. Já os bancos de desenvolvimento são controlados pelos governos estaduais e têm o objetivo de proporcionar recursos necessários para o financiamento de programas e projetos que promovam o desenvolvimento econômico e social dos estados. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados As cooperativas de crédito são um tipo de instituição que pode surgir da associação de funcionários de uma empresa, de profissionais de um segmento, de empresários ou da admissão livre e espontânea de outros tipos de associados. Os lucros das operações de empréstimos são repartidos entre os associados. Seguros, previdência e capitalização são considerados parte do sistema financeiro porque promovem a formação de poupança por parte dos agentes econômicos. Os recursos captados por esses intermediadores são aplicados em investimentos específicos, pois muitas vezes podem ser necessários para fazer frente a compromissos de seus clientes. As bolsas de valores, mercadorias e futuros atuam na intermediação de recursos do mercado de capitais (ações, opções, direitos, títulos, debêntures, notas promissórias) e contratos de derivativos. As Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs) são instituições autorizadas a negociar valores mobiliários e derivativos no mercado de negociações (pregão), e as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários possuem basicamente a mesma função, mas não podem atuar diretamente no mercado de negociações (pregão). Papel das instituições operacionais O papel das instituições operacionais é, em seu sentido mais amplo, o de funcionar como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN. Elas oferecem ou vendem os serviços prestados pelo sistema financeiro, sendo assim, quando se deseja fazer algum tipo de operação financeira, recorre-se a ela. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs) A resolução nº 1.655, de 26 de outubro de 1989, trata sobre a constituição, organização e o funcionamento das Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs). A sociedade corretora tem por objetivo social: Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores; Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda; Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; Incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, juros e outros proventos de títulos e valores mobiliários; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Exercer funções de agente fiduciário; Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; Constituir sociedade de investimento – capital estrangeiro – e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários; Exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de ações escriturais; Emitir certificados de depósito de ações; Intermediar operações de câmbio; Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes; Praticar operações de conta margem, conforme regulamentaçãoda Comissão de Valores Mobiliários; Realizar operações compromissadas; Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da regulamentação baixada pelo Banco Central do Brasil; Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais; Exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. Referências da aula GITMAN, Lawrence Jeffrey; MADURA, Jeff. Administração financeira: uma abordagem gerencial. Addison Wesley, 2003. BRASIL. Decreto n° 1.307. Disponível em: _lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990- 1994/D1307.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. BRASIL. Resolução n° 1.655. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/ Lists/Normativos/Attachments/41828/Res_1655_v5_P.pdf_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. SZTAJN, Rachel. Sistema financeiro: entre estabilidade e risco. Elsevier Brasil, 2013. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1.4. Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN), criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, pode ser considerado um órgão de caráter unicamente normativo. Ele não realiza atividades executivas. Além disso, o CMN é responsável pelo controle do SFN; assim, define as diretrizes, regulamentações e regulações que as entidades que compõem o SFN devem seguir, sendo também responsável por disciplinar a atuação dessas entidades. IMPORTANTE! Guarde bem as quatro funções citadas acima: estabelecer diretrizes, regulamentar, regular e disciplinar. Tome muito cuidado quando for responder às questões da prova. Lembre-se sempre de que o CMN não exerce atividades executivas. Ele também não é responsável por fiscalizar, efetuar transações ou supervisionar entidades. Sua função é unicamente normativa. Existem outras instituições responsáveis por fiscalizar as demais que compõem o SFN e proceder conforme necessário caso identifiquem atividade suspeita. Órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional: São membros do Conselho Monetário Nacional (Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019): Ministro da Economia (presidente do conselho); Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN); e Secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia. IMPORTANTE! Até então o Conselho Monetário Nacional era composto por apenas três integrantes: o ministro da Fazenda, que ocupava o lugar de presidente do CMN; o presidente do BACEN; e o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG). Em 2019, houve uma reorganização nos ministérios. Assim, o CMN passou a ser composto por: ministro da Economia, presidente do BACEN e pelo secretário especial de Fazenda. Outras competências do CMN: Autorizar as emissões de papel-moeda; Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado; Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil; Determinar as características gerais das cédulas e das moedas; Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas ao CMN, bem como a aplicação das penalidades previstas; Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos nas comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil; Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos público; Determinar o percentual de recolhimento de compulsório; Regulamentar as operações de redesconto; Decidir sobre a estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao presidente deste apresentar as respectivas propostas; Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país; e Baixar normas que regulam as operações de câmbio, inclusive swaps, a fim de fixar limites, taxas, prazos e outras condições. DICA DO PROFESSOR! O CMN é um órgão normativo, ou seja, ele não executa tarefas. Lembre-se dos verbos autorizar, regulamentar, determinar, disciplinar etc. Cuidado com os verbos autorizar e regulamentar, pois também podem ser usados para se referir às funções do BACEN. O CMN realiza reuniões ordinárias, uma a cada mês, porém, o presidente do CMN pode convocar reuniões extraordinárias quando for necessário. O CMN divulga resoluções nas quais torna públicas suas deliberações, as quais são aprovadas com a maioria dos votos. Nos casos de urgência e relevante interesse (fixe esses dois termos, pois eles são importantes), o presidente do CMN pode deliberá-las sozinho. Nesses casos, não é necessária a reunião dos três membros do CMN. Nesse caso, tem-se uma deliberação ad referendum, ou seja, na próxima reunião do CMN, os demais membros devem ratificar a decisão tomada pelo presidente, a qual deixa de ser válida se não for validada por todos. Mas, afinal, quais são as funções do CMN? Veremos cada uma delas a seguir. Formular a política da moeda e do crédito: esta é a sua principal função. Isto é, o CMN possui a incumbência de garantir a eficiência na troca de recursos entre os agentes superavitários e deficitários e a estabilidade do SFN. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Regular o valor interno da moeda: o CMN possui como função prevenir ou corrigir os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa. Ele também é responsável por agir em caso de depressões econômicas e outros desequilíbrios conjunturais. Assim, cabe ao CMN tomar medidas que busquem adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia. Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira: as diretrizes editadas pelo CMN podem ser utilizadas para regular o valor da moeda brasileira em relação ao valor observado das moedas estrangeiras. Assim, o CMN é responsável por determinar os instrumentos utilizados para controlar as reservas internacionais e por definir o modo de utilização desses instrumentos. Estabelecer as metas de inflação: conforme dito antes, o CMN possui, entre suas funções, evitar surtos inflacionários e deflacionários, através da definição de metas de inflação que devem ser perseguidas pelo Banco Central e os intervalos de tolerância. Isto é, o quanto a inflação pode se desviar para cima ou para baixo dessa meta. Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas: o CMN é responsável por definir quais instituições financeiras podem exercer atividades em cada segmento dos mercados financeiros. Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de modo a garantir a eficiência do sistema de pagamentos: o CMN é responsável por garantir a eficiência do mercado financeiro. Assim, ele pode definir diretrizes para aumentá-la. Zelar pela liquidez e solvência das instituiçõesfinanceiras: trata-se de outra função muito importante exercida pelo CMN. Ele é responsável por garantir a segurança do SFN, sendo que, para isto, precisa fixar diretrizes que garantam a solvência e a liquidez das instituições financeiras. Coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa: cabe ao CMN editar diretrizes que evitem abusos na condução dessas políticas, principalmente o endividamento público excessivo. Autorizar as emissões de papel-moeda: o CMN também é responsável por definir as diretrizes sobre o modo como deve ocorrer a emissão de papel- moeda. Esta última função do CMN leva-o a exercer funções adicionais, tais como: proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1) Estabelecer condições seguidas pelo Banco Central para a emissão de moeda-papel; 2) Aprovar os orçamentos monetários do Banco Central utilizados para estimar as necessidades totais de moeda e crédito; e 3) Determinar as características das cédulas e moedas. Fixar as diretrizes e normas da política cambial: trata-se de outra função do CMN; ao definir as diretrizes e normas da política cambial, ele normatiza as reservas internacionais. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras: cabe ao CMN disciplinar e regular o crédito, definindo as condições que devem ser seguidas nessas operações. Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas ao SFN, bem como a aplicação das penalidades previstas: o CMN é a entidade responsável por dizer quais instituições podem atuar, o modo como estas devem atuar e quem será responsável por sua regulação. Limitar, se necessário, as taxas de juros, comissões e outros meios de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, incluindo os prestados pelo Banco Central: o CMN pode limitar as taxas de juros e demais remunerações oriundas de transações financeiras. Observe que ele não deve exercer essa função diariamente, mas apenas em casos extraordinários e se houver necessidade. Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos (atualmente chamados de sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários): também cabe ao CMN estabelecer as diretrizes que devem ser seguidas pelas Bolsas de Valores e corretores de fundos públicos. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística observadas pelas instituições financeiras: esta é outra função do CMN, em que é responsável por determinar as normas de contabilidade e estatísticas seguidas pelas instituições financeiras, o que garante a transparência e a segurança do SFN. Referências da aula BRASIL. Lei n° 4.595. Disponível em: _lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%204.5 95-1964?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados BRASIL. Lei n° 13.844. Disponível em: _lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013. 844-2019?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020. 1.5. Banco Central do Brasil – BACEN O Banco Central do Brasil (BACEN) é a entidade supervisora do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Cabe destacar que ele deve obedecer às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo responsável pela supervisão das entidades financeiras, bancos de câmbio e outras instituições financeiras intermediárias. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia (anteriormente era vinculada ao Ministério da Fazenda, que foi extinto em janeiro de 2019). Diretoria colegiada composta por um presidente e oito diretores (nove membros), todos nomeados pelo presidente da república e aprovados pelo Senado. Principal órgão executivo do SFN. Compete ao BACEN cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo CMN. Principais atribuições do BACEN: autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras, punindo-as se for o caso; emitir moeda-papel e moeda metálica; controlar o crédito e o fluxo de capitais estrangeiros; e executar a política monetária e cambial. Outras atribuições: executar os serviços do meio circulante; determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras; realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias; ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque, realizando todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; formular e executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo Federal; executar as diretrizes e normas do CMN; regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional; administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante; receber os recolhimentos compulsórios dos bancos. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados IMPORTANTE! O BACEN é o “banco dos bancos” e responsável pelo bom funcionamento do SPB. O BACEN possui as funções apresentadas a seguir. Emitir a moeda: o Banco Central possui o monopólio da emissão de papel- moeda e moeda metálica. Porém, essa emissão não é desregulada; quem estabelece os limite e diretrizes para a emissão de moeda é o CMN. Executar os serviços de meio circulante: cabe ao BACEN retirar do mercado moedas que apresentam defeitos ou que sejam muito velhas e substituí-las por moedas novas. Exercer o controle de crédito em todas as suas formas: o BACEN deve controlar os volumes de crédito na economia. Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras: quando os bancos pegam dinheiro que se encontra parado nas contas-correntes e emprestam-no para outros clientes, eles podem ocasionar inflação. Para evitar que isso ocorra, o BACEN recolhe compulsoriamente parte dos depósitos à vista. Assim, os bancos comerciais são obrigados a recolher parte dos depósitos à vista para o Banco Central. O BACEN também recebe depósitos voluntários dos bancos comerciais. Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais: o BACEN pode comprar ou vender títulos públicos emitidos pelo governo. Banco dos bancos: o BACEN presta diversos serviços financeiros para os demais bancos, principalmente serviços de redesconto (concessão de créditos para instituições financeiras bancárias), de modo que o BACEN é o emprestador de última instância do SFN. Banco do governo: o BACEN é o banco do governo, nele ficam depositadas as reservas internacionais do país, seja reservas oficiais de ouro, moeda estrangeira ou direitos especiais de saques. Ademais, é preciso enfatizar proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados que as transações realizadas entre o BACEN e o governo são limitadas, para evitar o financiamento dos gastos públicos com a emissão de moeda. O BACEN não pode conceder empréstimos ao governo federal, apesar de as reservas de caixa do governo permanecerem no BACEN. Supervisão do Sistema Financeiro Nacional: conforme foi enfatizado anteriormente, o CMN normatiza, mas não fiscaliza, o SFN. O BACEN, junto com outras instituições, é responsável por supervisionar o SFN. As instituições supervisionadas pelo BACEN são: instituições que captam depósitos à vista; instituições financeiras que não captam depósitosà vista; bancos de câmbio; e outras entidades financeiras que atuam como intermediárias de recursos. Entre as atividades de supervisão realizadas pelo BACEN, é possível destacar: A fiscalização das instituições financeiras e a aplicação das penalidades adequadas; Concessão de autorizações para as instituições financeiras: o atuarem no país; o instalarem ou transferirem suas sedes ou dependências, inclusive no exterior; o serem transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; o realizarem operações de câmbio, crédito real e venda de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, debêntures, ações, letras hipotecárias e demais títulos de crédito ou mobiliários; o prorrogarem os prazos concedidos para funcionamento; o alterarem seus estatutos; o alienarem ou transferirem o seu controle acionário; e o estabelecerem as condições para o exercício de cargos de direção nas Instituições financeiras privadas. Evitar a entrada de outras instituições no SFN: o controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o funcionamento adequado do sistema cambial, inclusive com a operação via ouro, moeda e operações de crédito no exterior; o regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; o vigiar as empresas que atuam nos mercados financeiros e de capitais que possam interferir nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que utilizam; o Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem as firmas que operam com suas agências há mais de um ano; e o autorizar instituições financeiras estrangeiras a operar no Brasil. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O quadro a seguir resume as funções do BACEN: Quadro – Funções do BACEN. Fonte: Elaborado pelo autor. Ao Conselho Monetário Nacional (CMN) compete regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, cabendo ao BACEN a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. O SFN tem como órgão executivo central o BACEN, que estabelece normas a serem observadas pelo CMN. Em termos de política econômica, o Banco Central dispõe de alguns instrumentos. Ou seja, o Banco Central possui a sua disposição basicamente três instrumentos para a realização da política monetária: operações de mercado aberto, redesconto e depósitos compulsórios. Os depósitos compulsórios consistem em um instrumento à disposição do Banco Central para influenciar a quantidade de moeda na economia. Eles representam uma parcela dos depósitos captados pelos bancos, os quais devem ser mantidos compulsoriamente “esterilizados” no Banco Central. A alíquota dos depósitos compulsórios é um dos determinantes do multiplicador monetário, ou seja, da oferta de moeda em relação à base monetária. Por exemplo, diminuições na alíquota farão com que os bancos possam emprestar maior parcela das suas reservas e, assim, aumentar a quantidade total de moeda para uma dada quantidade de base monetária. Esse instrumento de política monetária tem assumido outras funções, como, por exemplo, funcionar como instrumento auxiliar proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados para garantir a fluidez dos pagamentos no Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB –, considerando que as instituições podem movimentar livremente, ao longo do dia, os valores correspondentes à exigibilidade do compulsório, devendo efetuar o recolhimento apenas no final do dia. Outra nova função é a atuação dos depósitos como ferramenta macroprudencial, que contribui para a estabilidade do sistema financeiro. Essa atuação tornou-se evidente ao longo da crise de 2008 quando o instrumento foi utilizado para ajustar o nível geral e a distribuição da liquidez no sistema financeiro. Atualmente, no Brasil, existem as seguintes modalidades de depósitos compulsórios e de encaixe obrigatório: depósito compulsório sobre recursos à vista; depósito compulsório sobre recursos de depósitos e de garantias realizadas; encaixe obrigatório sobre recursos de depósitos de poupança; e depósito compulsório sobre recursos a prazo. Há também outros dois tipos de depósitos compulsórios que atualmente estão com alíquotas iguais a zero: depósito compulsório sobre a concessão de aval, fiança ou outras garantias em operações de empréstimos/financiamentos entre pessoas físicas ou jurídicas não financeiras (Circular nº 2.563, 1995); e depósito compulsório sobre operações ativas e passivas (Circular nº 2.511, de 1994). Além disso, há outros tipos de recolhimentos obrigatórios realizados no Banco Central. São eles: os depósitos decorrentes de insuficiência no direcionamento para operações de financiamento imobiliário dos recursos captados em depósitos de poupança; insuficiência no direcionamento dos recursos captados em depósitos à vista para operações de crédito destinado à população de baixa renda e a microempreendedores; e o decorrente da insuficiência no direcionamento para crédito rural. Referências da aula BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.511, de 1994. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/ Lists/Normativos/Attachments/43180/Circ_2511_v1_O.pdf_gt_. Acesso em: 18 de fev. de 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.563. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/circ/1995/pdf/circ_2563_v3_p.pdf_gt_. Acesso em: 18 de fev de 2020. 1.6. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. É uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda. A SUSEP é uma entidade supervisora, devendo sempre respeitar as diretrizes do órgão normativo CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados). Principais atribuições da SUSEP: Controle e fiscalização dos mercados de seguro e previdência complementar aberta; Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Reseguradores; Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; Outras atribuições da SUSEP: Proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 1.7. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma entidade governamental autônoma constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério da Economia, com a finalidade de fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar. Ela é uma autarquia que atua como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operadapelas entidades proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados fechadas de previdência complementar, observando as diretrizes estabelecidas pelo CMN e pelo CNPC. A PREVIC tem em sua composição um superintendente e quatro diretores. Eles são nomeados pelo Presidente da República após serem aprovados em sabatina pelo Senado Federal. O mandato dos dirigentes é de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano 1/5 dos membros do colegiado. Dentre os operadores, neste segmento, temos as EFPC, Entidades Fechadas de Previdência Complementar, isto é, os fundos de pensão. As entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) são organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. Julgue o seguinte item com base na Resolução CMN n.º3.792/2009 e na Lei n.º 12.154/2009. “Entre outras competências que as são atribuídas por lei, a PREVIC pode instituir taxa de fiscalização e controle, em face do seu poder de polícia.” (CESPE – Especialista em Gestão de Telecomunicações (TELEBRAS)/Analista Superior/Auditoria/2015 – Adaptada) A frase está correta. A PREVIC pode cobrar taxas para cobrir suas atividades de fiscalização. 1.8. Bancos múltiplos e bancos de investimento Bancos múltiplos Os bancos múltiplos são instituições financeiras (IF), privadas ou públicas, que realizam as operações ativas, passivas e assessórias das diversas IF. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes as suas carteiras. De acordo com a Resolução CMN 2.099, de 1994, os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras por intermédio das seguintes carteiras: comercial; investimento e/ou de desenvolvimento; crédito imobiliário; arrendamento mercantil e de crédito (leasing); e financiamento e investimento (financeiras). As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. As exigências são apresentadas a seguir. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Em sua denominação social, deve constar a expressão “banco”. Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de investimentos. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. Um banco múltiplo deve ser constituído por um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único balanço. Principais funções e atribuições de bancos múltiplos: operações de underwriting; negociação de títulos e valores imobiliários; administração de recursos de terceiros; intermediação de câmbio; intermediação de derivativos; e operações estruturadas de empréstimos ou financiamento. IMPORTANTE! Os bancos múltiplos com carteira comercial são considerados instituições monetárias. Para constituir um banco múltiplo é necessário possuir, no mínimo, duas carteiras, de modo que uma delas seja, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, além de ser organizado sob a forma de sociedade anônima. Bancos de investimento São IF privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Não possuem contas-correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2624, de 1999). São instituições criadas para conceder créditos de médio e longo prazo para as empresas. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. As principais operações são: financiamento de capital de giro e capital fixo; subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários; depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados podem manter contas-correntes, contanto que estas não sejam remuneradas e não movimentáveis por cheques; administração de fundos de investimentos; e captação recursos através de CDB/RDB ou venda de cotas de fundos. Notas sobre operações ativas, passivas e acessórias Nas operações ativas, a instituição financeira assume a posição de credora. Ela fornece os recursos. O cliente, devedor, paga os juros e o principal. Exemplos: abertura de crédito, simples e em conta-corrente; desconto de títulos; concessão de empréstimo para capital de giro; concessão de crédito rural; e etc. Nas operações passivas, a instituição financeira assume obrigação com terceiros, recebendo os seus recursos, aos quais lhes paga os juros e devolve o principal. Exemplos: depósitos à vista e a prazo fixo (pessoas físicas e jurídicas); emissões de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs); e etc. Nas operações acessórias, o banco atende a particulares, empresas e/ou o governo, oferecendo o seu conhecimento (know-how) através de serviços de tipo bancário. Nesse caso, ele atua como um intermediador entre essas entidades (pessoas físicas ou jurídicas). Exemplos: operações de câmbio; custódia de títulos e valores; operações compromissadas; administração de fundos de investimento; e etc. Referências da aula BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução CMN n° 2099, de 1994. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1994/pdf/res_2099_v1_O.pdf_gt_. Acesso em: 17 de fev. de 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução CMN n°2624, de 1999. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/ proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Lists/Normativos/Attachments/45083/Res_2624_v1_O.pdf_gt_. Acesso em: 17 de fev. de 2020. 1.9. Corretoras e Distribuidoras As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiros e de capitais, assim como no mercado cambial, intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Elas possuem a função de proporcionar maior liquidez e segurança ao mercado acionário. As Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) oferecem os serviços: plataformas de investimento pela internet (Home Broker); consultoria financeira; clubes de investimentos; financiamento para compra de ações (conta margem); administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes; intermediação de operações de câmbio; administração de fundos e clubes de investimento; uma corretora pode atuar também por conta própria; e na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. A supervisão das corretoras de valores é responsabilidade do BACEN, e o exercício de sua atividade depende da autorização da CVM. Estão sujeitas à fiscalização da Bolsa de Valores, BACENe CVM. De acordo com a Lei 6.385/76, a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs está limitada às operações com valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei, na qual se incluem, por exemplo, ações, debêntures e contratos derivativos. Mas, por exemplo, não são incluídos os títulos públicos, sendo que toda a atividade relativa a esses ativos está sujeita à regulamentação e fiscalização do Banco Central do Brasil. Os fundos de investimentos administrados por corretoras ou outros intermediários financeiros são constituídos sob forma de condomínio e representam a reunião de recursos para a aplicação em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos valorização de quotas a um custo global mais baixo. A normatização, concessão de autorização, registro e a supervisão dos fundos de investimento são de competência da CVM. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Outro ente que se enquadra como operador no sistema são as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). Elas são constituídas sob a forma de S.A. ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de ações; e operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio. VOCÊ SABIA? Não existe mais diferença na área de atuação entre as CTVM e as DTVM. Os limites operacionais estabelecidos pelas corretoras e regulamentados pela CVM reduzem os riscos de falta de solvência e de liquidez. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, de modo que uma delas, obrigatoriamente, seja comercial ou de investimento, além de ser organizado sob a forma de sociedade anônima. 1.10. Normas Legais e Infralegais: Instrução CVM nº 554/14 e alterações posteriores Investidores qualificados, profissionais e não-residentes INSTRUÇÃO CVM Nº 554, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 A Instrução nº 554/2014 da CVM define como investidores qualificados as pessoas físicas e jurídicas com aplicações financeiras superiores a um milhão de reais e que se identificam por escrito como possuindo essa função. Porém, também são designados como investidores qualificados: investidores profissionais; agentes autônomos de investimento, analistas e consultores de valores mobiliários; administradores de carteira, e clubes de investimento com carteira gerida por cotistas que são investidores qualificados. São considerados investidores profissionais: a) instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil; b) companhias seguradoras e sociedades de capitalização; c) entidades abertas e fechadas de previdência complementar; d) pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com o Anexo 9-A; e) fundos de investimento; f) clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM; g) agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; h) investidores não residentes.” São considerados investidores qualificados: a) investidores profissionais; b) pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo 9-B; c) as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e d) clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.” Os regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios são considerados investidores profissionais ou investidores qualificados apenas se reconhecidos como tais conforme regulamentação específica do Ministério da Economia. Já os Investidores Não Residentes (INRs) são pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior e que investem no Brasil. A Resolução CMN nº 4.373/14 disciplina sobre as aplicações dos INRs no Brasil, nos mercados financeiro e de capitais do país. Ainda, de acordo com o art. 4º do mesmo normativo, tais investidores estão sujeitos a registro prévio na CVM. Nesse sentido, a instrução CVM 560 é a norma que atualmente trata sobre o registro destes investidores na Autarquia. Recomenda-se que os representantes dos INRs tenham pleno conhecimento dessas duas normas. Para conhecimento Agentes Autônomos de Investimento (AAI) são pessoas físicas que atuam como representantes, e sob a responsabilidade de integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, como exemplo as corretoras. E podem atuar na forma de sociedade ou individual. Para exercer suas atividades, os agentes autônomos devem ser credenciados por entidade credenciadora autorizada pela CVM, suas proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados atividades são: Prospecção e captação de clientes; Recebimento e registro de ordens; e Prestação de informações sobre os produtos e serviços oferecidos pelas corretoras. Por outro lado, os investidores profissionais são aqueles com somas elevadas de investimentos e considerável conhecimento técnico e experiência na operação com valores mobiliários. Para ser classificado como um investidor profissional, um agente precisa ter mais de R$ 10 milhões em aplicações financeiras e se identificar por escrito como pertencentes a essa classificação. Esses investidores, por possuírem maior conhecimento têm mais flexibilidade para realizar transações, podendo fazer negócios mais arriscados. Já os investidores não-residentes são pessoas físicas e jurídicas, que não moram em território nacional e que investem no Brasil. Essa categoria inclui os fundos e outras entidades de investimento coletivo. A Portaria N° 493, de 13 de Novembro de 2017, faz referência aos valores que devem ser pagos à CVM - Valores da Taxa de Fiscalização do Mercado de Valores Mobiliários. 1.11. Clearings e Sistemas O processo de compra e venda de ativos por meio eletrônico, como é o caso da BM&F BOVESPA, exige um sistema confiável de custódia (Custody), compensação (Clearing) e entesouramento (Treasury). No Brasil a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) é responsável pela guarda, compensação e liquidação das operações que ocorrem na BM&F Bovespa, seja no mercado à vista ou nos mercados de derivativos. Além disso, a CBLC executa o controlede risco dos negociantes, evitando possíveis desequilíbrios no mercado. Os serviços prestados pela CBLC são: Custódia dos Títulos: guardar os valores prestados pelos participantes do mercado. A administração das contas de custódia é realizada pelos agentes de custódia que na maioria dos casos são corretoras ou bancos autorizados. Liquidação: alocação e liquidação das operações realizadas na BM&F Bovespa, permitindo que os intermediários da negociação (como as corretoras) possam identificar os investidores finais. Assim como a custódia, é necessário um agente de compensação, que também pode ser uma corretora ou banco, além de demais instituições autorizadas ASSAF (2009). Controle de risco: provê cobertura a riscos, além de identificar e mensurar riscos. Empréstimo: a CBLC também pode agir como contraparte em negociações de empréstimo de títulos em negociações. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Após entendida a importância da CBLC para o correto funcionamento a BM&F Bovespa, o próximo tópico demonstra um estudo de caso para apreciação de uma das operações possíveis nesse mercado. Desenho do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB): conceitos A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes em nossa economia. O cliente bancário utiliza-se do sistema de pagamentos toda vez que emite cheques, faz compras com cartão de débito e de crédito ou ainda quando envia um DOC – Documento de Crédito. O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro, tanto em moeda local quanto estrangeira, visando a maior proteção contra rombos ou quebra em cadeia de instituições financeiras. O SPB reúne as entidades, sistemas e procedimentos referentes ao processamento e à liquidação de operações de transferência de fundos, transações com moeda estrangeira, ativos financeiros e valores mobiliários. Ele congrega os procedimentos, regras, instrumentos e operações que dão suporte à movimentação financeira em moeda local e estrangeira, oferecendo maior proteção contra a falência em cadeia das instituições financeiras. Assim, a sua finalidade é realizar a transferência de recursos entre as instituições financeiras. De acordo com o Banco Central, integram o SPB, os serviços de compensação de cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de outros ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, entre outros. Isto é, ela congrega as entidades responsáveis pela infraestrutura do mercado financeiro (BANCO CENTRAL. Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro, 2013. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/Documents/sistema_paga mentos_brasileiro/RELATORIO_DE_VIGILANCIA_SPB2013.pdf_gt_. Acesso em: 11 set.2019.). O Sistema de Pagamentos Brasileiro é composto por: Banco Central; Instituições financeiras; Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC); Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Ativos BM&F; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Câmbio BM&F; Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos BM&F; B3 (antiga Cetip); Selic; Cielo (antiga Visanet) e Redecard; TecBan; e Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). Clearings Clearing House, também conhecida como câmara de compensação, identifica a parte de uma bolsa de valores na qual as transações dos clientes são processadas e registradas. Ela é responsável por assegurar que todas as transações sejam realizadas, eliminando o risco de crédito. Uma Clearing é uma câmara, ou prestadora de serviços de compensação e liquidação de ordens eletrônicas, de transferências de fundos e de outros ativos financeiros, e principalmente de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros e de compensação envolvendo operações com derivativos. IMPORTANTE! O principal objetivo de uma clearing houses é mitigar o risco de liquidação. Principais clearing houses: SELIC: Títulos Públicos Federais; COMPE: Responde pela compensação de cheques e outros papéis; CIP – Câmara Interbancária de pagamentos; B3 – o que considera: o CETIP: Títulos Privados (Derivativos: Termo, Futuros, Swaps e Opções); Renda Fixa (CDB, RDB, LF e DI); Títulos Agrícolas (CPR, CRA e LCA); Títulos de crédito (CCB); Títulos Imobiliários (CCI, CRI e LCI); Valores Mobiliários (Debêntures e NC); e Cotas de Fundos. o BM&FBOVESPA – Câmara de Ações – (antiga CBLC): Ações e outras operações realizadas nos mercados da BM&FBOVESPA; e proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Segmento Bovespa (à vista, derivativos, balcão organizado e renda fixa privada). O mercado de balcão é um mercado no qual são negociados títulos de empresas, principalmente entre instituições financeiras, ou seja, ações e outros títulos das empresas sociedades anônimas que não estão listadas na bolsa de valores. Exemplo de títulos negociados: Um CDB captado por um banco pode ser negociado no mercado de balcão para outro banco interessado naquele título. Um CDB é negociável por endosso (quando o credor assina no verso do documento autorizando sua transferência). As ações negociadas são geralmente de empresas de menor porte ou que tenham menor liquidez no mercado. Esse mercado pode ser o início para que uma empresa tenha ações negociadas em bolsa. São realizados também operações com derivativos, como por exemplo: operações a termo de moedas, onde compradores e vendedores fixam no ato o valor em reais do preço futuro de outra moeda (normalmente o dólar). O mercado de balcão se caracteriza por ainda ser mais simples e de menores custos para as empresas e menores exigências por parte do órgão fiscalizador (CVM). Este mercado é operado através da SOMA (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos) cujo sistema interliga e fecha eletronicamente todos os negócios feitos. A SOMA é uma Sociedade Anônima de Capital Fechado controlada pela BM&F Bovespa. Atualmente a SOMA integra a BM&F Bovespa. O mercado de balcão não tem um lugar físico determinado para realizar as negociações. São realizadas por telefone entre as Instituições Financeiras. A B3 (antiga CETIP) é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos estaduais e municipais. É uma clering house, com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente (eletrônicos). As operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão. Conforme o tipo de operação e o horário em que realizada, a liquidação é em D ou D+1. Mais sobre a CETIP e a B3 A Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (CETIP) é uma empresa de capital aberto sem fins lucrativos que possui como objetivo conferir transparência e eficiência da liquidação dos títulos privados. Ela atua como Clearing House, realizando a liquidação e a custódia de títulos públicos e privados. Ela é responsável pelo registro, pela custódia e liquidação das operações de renda fixa privada e títulos públicos estaduais e municipais, sendo a maior câmara de compensação de títulos privados do Brasil. Em 2017 a CETIP se fundiu com a BVM&Bovespa, originandoa única bolsa de valores do Brasil e também responsável pela liquidação dos títulos. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Entre os títulos negociados na Cetip se destacam CDB: RDB; letras hipotecárias; debêntures; swaps; TED; e DOC. Esse órgão também é responsável por registrar as operações diárias de empréstimos entre instituições bancárias. Assim, a Cetip é o órgão responsável por garantir a segurança das negociações de títulos privados de renda fixa, realizando o registro dos títulos negociados. Entre as instituições que utilizam os serviços da Cetip se destacam Bancos Múltiplos: Bancos Comerciais; Bancos de Investimento; Fundos de Investimento; Financeiras; Corretoras de Valores Mobiliários; Operadoras de Consórcio; Distribuidoras de Valores Mobiliários; Leasing; e Crédito Imobiliário. B3 Originada pela fusão entre a BM&FBOVESPA e a Cetip, a B3 é a companhia de infraestrutura de mercado financeiro. Antes da fusão ela era a bolsa de valores, as mercadorias e os futuros do Brasil, realizando a intermediação dos títulos negociados no mercado de capitais. Ela era responsável pela provisão de sistemas para a negociação de ações, derivativos de ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, derivativos financeiros, moedas à vista e commodities agropecuárias. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos. As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery Versus Payment — DVP), que opera no conceito de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações liquidadas uma a uma por seus valores brutos em tempo real. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Além do sistema de custódia de títulos e de registro e liquidação de operações, integram o Selic os seguintes módulos complementares: Oferta Pública (Ofpub); Oferta a Dealers (Ofdealers); Lastro de Operações Compromissadas (Lastro); e Negociação Eletrônica de Títulos (Negociação). 1.12. ANBIMA A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) é um agente regulador privado, que representa as instituições que atuam no mercado financeiro e mercado de capitais brasileiro. Quadro – O papel da ANBIMA e atividades desenvolvidas. Fonte: Elaborado pelo autor. A autorregulação e os mecanismos de supervisão e atividades autorreguladas. A autorregulação é: “expressa na forma de códigos de melhores práticas, criados a partir de propostas que nascem e são aperfeiçoadas nos comitês e subcomitês de representação. Assim, representantes das instituições associadas, ou seja, do próprio mercado, discutem, formulam e colocam em prática as regras que norteiam cada uma das atividades nas quais atuamos. O cumprimento dessas regras é acompanhado permanentemente por meio de uma série de ações da área de Supervisão de Mercados. As atividades da autorregulação são apoiadas por dois tipos de organismos: os que orientam a atuação da área de supervisão e analisam os relatórios elaborados proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados pelas equipes técnicas da Associação (comissões de acompanhamento) e aqueles que instauram e julgam processos, além de emitir deliberações e orientações sobre as nossas normas (conselhos de autorregulação).” Fonte: anbima.com.br A ANBIMA criou e supervisiona o Código de Regulação e Melhores Práticas, atuando em conjunto com as instituições financeiras para regular as atividades exercidas das entidades de mercado financeiro e de capitais do Brasil. O Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas é dividido em vários outros “sub-códigos”. 1.13. Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada Código de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada O objetivo do Código de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada é estabelecer princípios e regras que deverão ser observados pelas Instituições Participantes, que atuam no mercado financeiro e de capitais, de maneira a buscar a permanente elevação da capacitação técnica de seus profissionais, bem como a observância de padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades. O Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, administradores fiduciários e às pessoas jurídicas que desempenham as atividades e Gestores de Recursos de Terceiros e Gestão de Patrimônio. Padrões de conduta a serem seguidos pelos profissionais certificados: As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais: Possuam reputação ilibada; Exerçam suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade; Cumpram todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas; Norteiem a prestação de suas atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Evitem quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios contidos neste Código e na Regulação em vigor; Adotem condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profissional; Vedem a intermediação de investimentos ilegais e não participem de qualquer negócio que envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção de preços, declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores; Sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de notícias ou de informações inverídicas ou imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais; e Zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades que é capaz de prestar, bem como com relação a suas qualificações, seus títulos acadêmicos e experiência profissional. De acordo com o código, as Instituições Participantes devem empenhar-se permanentemente para o aperfeiçoamento de seus profissionais, capacitando-os e fornecendo constante atualização sobre as certificações, quando aplicável, regras e normas aplicáveis pertinentes às suas atividades. As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais, no exercício de suas atividades, não tenham: Sido inabilitados para o exercício de cargo em instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar ou pela Superintendência de Seguros Privados; Sua autorização para o exercício da atividade suspensa, cassada ou cancelada; e/ou Sofrido punição definitiva, nos últimos 5 (cinco) anos, em decorrência de sua atuação como administrador ou membro de conselho fiscal de entidade sujeita ao controle e fiscalização dos órgãos reguladores mencionados anteriormente. As certificações ANBIMA devem ser atualizadas de acordo com os prazos a seguir: CPA-10, CPA-20 e CEA para Profissional Certificado: até 5 (cinco) anos, contados da data de aprovação no exame, ou da conclusão do procedimento
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