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Preparatório CNPI – Analista de Investimentos Conteúdo Brasileiro – Apostila 1 2020 proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados A Pro Educacional é uma plataforma de educação financeira, especializada em certificações. Criada em 2016, oferece cursos preparatórios de alta qualidade e com baixo custo para atender a demanda crescente por profissionais no mercado financeiro. À frente dos nossos cursos estão professores certificados e com vivência no mercado. Nossos Valores Transparência, aprender e melhorar de forma contínua, inovação constante, aceleração e liberdade. Em busca de uma experiência mais completa e eficiente, enviamos esta apostila impressa (além da versão on-line), como material de apoio. Todos os cursos passam por atualizações constantes a fim de acompanhar o conteúdo exigido nos exames. Além disso, temos um canal aberto de suporte com especialistas para auxiliar você em seus estudos em todos os momentos. Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório CNPI da Pro Educacional. Este é um material complementar para seus estudos. Você pode conferir os exercícios de fixação, simulados e videoaulas na sua biblioteca acessando proeducacional.com proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1. Sistema Financeiro Nacional Com os conteúdos desse capítulo você será capaz de desenvolver as seguintes competências do Edital do CNPI – Conteúdo Brasileiro: 1 - Órgãos de Regulação e Fiscalização – Principais Atribuições 1.1- Conselho Monetário Nacional - CMN, Banco Central do Brasil - Bacen, Comissão de Valores Mobiliários -CVM, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e Conselho de Recursos do SFN. 1.2- Participantes: bancos comerciais, múltiplos, de investimento e de desenvolvimento, cooperativas e sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias, corretoras, distribuidoras e sociedades de arrendamento mercantil (leasing). 2- Clearings e Sistemas 2.1- Desenho do novo SPB: conceitos. 2.2- Clearings 1.1. Introdução ao capítulo – Sistema Financeiro Nacional – CNPI – Conteúdo Brasileiro O Sistema Financeiro Nacional (SFN) desenvolve leis e cria instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas que intermediam a captação, distribuição e transferências de recursos financeiros da sociedade como um todo (ASSAF NETO, 2014). Nesse capítulo você encontrará 19 aulas e o Resumo. O objetivo é familiarizar o aluno com as funções doas agentes normativos, reguladores e executores do SFN, dentre eles o CMN, o Conselho de Valores Mobiliários (CVM) o BACEN, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, como o BNDES, bancos múltiplos, bancos de investimento, cooperativas e sociedades de crédito e as clearings e sistemas. DICA DO PROFESSOR O conteúdo do capítulo é ajustado e organizado conforme a melhor ordem didática e maior probabilidade de cair na prova. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1.2. Sistema Financeiro Nacional 1 O sistema financeiro serve para estruturar as relações econômicas que envolvem dinheiro; desde, por exemplo, a compra de um automóvel por uma pessoa física até a aquisição de uma máquina por uma empresa. De modo geral, é a transação de recursos entre poupadores (indivíduos e empresas) e investidores através do mercado financeiro. No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) desenvolveu mecanismos (leis) e criou instituições normativas e reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições financeiras públicas e privadas que servem como intermediárias de captação, distribuição e transferências de recursos financeiros de toda a sociedade (ASSAF NETO, 2014). As decisões das instituições normativas e reguladoras impactam a economia e, consequentemente, toda a sociedade. Além disso, o SFN possui o papel de harmonizar os interesses, de modo que necessidades individuais não se sobreponham às demandas coletivas. Figura – Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Fonte: Banco Central do Brasil. A figura mostra as instituições organizadoras e o papel de cada uma delas, de modo a demonstrar o sistema, suas divisões e hierarquias. A fim de compreender o funcionamento desses órgãos, ao longo dos próximos subtemas, estudaremos essas instituições e seus papéis, para, posteriormente, verificarmos a legislação em vigor. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O Sistema Financeiro Nacional representa um grupo de agentes executivos, normativos e as instituições financeiras públicas e privadas que atuam na captação de recursos e distribuição, assim como transferências de valores entre os agentes econômicos, com o objetivo de garantir que a transmissão de recursos entre quem os tem de sobra (investidores ou credores) seja equilibrada em relação a quem necessita destes – tomadores ou credores (ASSAF NETO, 2014). Instituições do Sistema Financeiro Nacional As instituições do SFN estabelecem as funções normativas, harmonizam os direitos e deveres dos clientes, apresentando-lhes as soluções mais adequadas. Esse sistema é composto por três tipos de instituições: Órgãos normativos: determinam regras gerais para o bom funcionamento do SFN. São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Entidades supervisoras: estão subordinadas aos órgãos normativos e atuam de modo que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. São elas: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência de Previdência Complementar (Previc). Operadores: estão subordinados às entidades supervisoras e lidam com o público sob o papel de intermediário financeiro. São eles: bancos e caixas econômicas, cooperativas de crédito, instituições de pagamento, administradoras de consórcios, corretoras e distribuidoras, demais instituições não bancárias, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e futuros, seguradoras e resseguradoras, entidades abertas de previdência, sociedades de capitalização e entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). Essas instituições existem para organizar as mais variadas possibilidades de transações financeiras, que abrangem desde a aquisição de um empréstimo bancário, um seguro de vida até a contratação de um plano de previdência ou um consórcio. Ligados diretamente ao CMN estão o Banco Central do Brasil (BACEN), que é um órgão executivo e fiscalizador, responsável por colocar em prática a política monetária do governo e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atua no controle e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários. As principais instituições financeiras ligadas ao BACEN são os bancos comerciais e múltiplos e bancos de investimentos; já ao CVM, são as bolsas de valores e as bolsas de mercadorias e futuros. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é responsável por determinar as normas da política de seguros privados. Ligada a ele, a Superintendência de proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Seguros Privados (SUSEP) controla e fiscaliza os mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é o órgão responsável pela regulação das entidades fechadas de previdência complementar, também conhecidas como fundos de pensão. Está ligado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que fiscaliza e supervisiona as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. Esclarecimento: A previdência complementar ou previdência privada é aquela cuja escolha pela contratação é totalmente pertinente ao cliente, ou seja, facultativa, o que difere da previdência social, que é obrigatória para os funcionários registrados em carteira e regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É importante ressaltar que todas as instituições financeiras do país pertencem ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), mas nem todas trabalham diretamente com transações financeiras. Assim, o SFN também pode ser subdividido em: subsistema normativo e subsistema operativo. O subsistema normativo fiscaliza e regulamenta o sistema financeiro e as instituições que o compõem, sendo responsável por garantir o seu correto funcionamento. Ele é composto por instituições que estabelecem diretrizes de atuação das instituições que compõem o SFN. A Figura a seguir auxilia na compreensão do modo como está estruturado o subsistema normativo. Conforme é possível identificar, o subsistema normativo é composto por três instituições principais: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele também possui algumas instituições que são classificadas como especiais, dadas as funções que exercem: o Banco do Brasil (BB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CEF). Figura – O subsistema normativo. Fonte: Elaborado pelo autor. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O subsistema operativo abrange todas as instituições que atuam na intermediação financeira, bancárias ou não, e na realização da transferência de recursos entre fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem definidas. A Figura a seguir explicita o modo como está estruturado o subsistema operativo. Conforme é possível ver, o subsistema operativo é composto por instituições financeiras que são formadas por pessoas jurídicas, privadas ou públicas que possuem como atividade primordial a intermediação, coleta ou aplicação de recursos financeiros da instituição, ou de moeda estrangeira ou nacional, assim como a tutela do valor de propriedade de terceiros. Figura – O subsistema operativo. Fonte: Elaborado pelo autor. O principal objetivo do Sistema Financeiro Nacional é facilitar a transferência de recursos entre os agentes superavitários e os agentes deficitários. Isso é feito pelo que chamamos de intermediação financeira, conforme ilustrada na Figura a seguir. Figura – Intermediação financeira. Fonte: Elaborado pelo autor. O agente superavitário é aquele cuja renda excede suas despesas, isto é, ele tem dinheiro para suprir todas as suas necessidades e ainda possui sobra de capital. Pode ser entendido, por exemplo, como o investidor depositando ou aplicando seus recursos em uma instituição financeira. Essa instituição financeira faz a intermediação entre o agente superavitário e o agente deficitário, que pode ser um banco, por exemplo. Já o agente deficitário é aquele cuja renda não cobre suas despesas; ou seja, suas necessidades não permitem que sobre dinheiro. Por isso, torna-se necessário buscar recursos junto a uma instituição financeira. Referências da aula ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São Paulo: Atlas, 2014. Banco Central do Brasil. Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados _lt_https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn_gt_. Acesso em: 13 de fev. de 2020. 1.3. Sistema Financeiro Nacional 2 O quadro a seguir apresenta uma visão geral do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Figura – Visão geral do Sistema Financeiro Nacional. Observações: 1 – Dependendo de suas atividades, corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM. 2 – As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN. Legenda: 1° nível: instituições normativas 2° nível: instituições supervisoras 3°/4° níveis: demais instituições operadoras Fonte: Elaborado pelo autor. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados As instituições financeiras possuem o papel de facilitar as transações monetárias a fim de torná-las cada vez mais transparentes, independentemente do nível social ou conhecimento do cliente sobre o tema, auxiliando-o a tomar decisões financeiras (GITMAN; MADURA, 2003). Essa transparência só é possível na medida em que suas normas consigam refletir os interesses dos envolvidos, de modo a tornar o ambiente complexo do mercado financeiro sempre mais preciso e coerente. Nesse contexto, as instituições do sistema normativo determinam as normas que devem ser obedecidas pelas instituições intermediárias e operacionais. As instituições normativas que existem no SFN brasileiro são: o CMN, o CNSP e o CNPC, que serão abordados com mais detalhe a seguir. Definição das instituições normativas O CMN é o órgão do SFN com maior poder, responsável por determinar as regras para as instituições financeiras, que estão todas submetidas a ele. O BACEN e a CVM também são instituições normativas, com as funções, respectivamente, de fiscalizar as instituições financeiras, como os bancos, e as operações realizadas, por exemplo, nas bolsas de valores. É possível concluir, desse modo, que as resoluções normativas do CMN estão interligadas aos bancos, bolsas de valores e outras instituições financeiras, de modo que a função do CMN é criar as regras para essas instituições, cabendo a seus subordinados, o BACEN e a CVM, fiscalizar a obediência a elas pelas instituições operacionais. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), por sua vez, determina as regras para outro tipo de instituição, que são as seguradoras. A SUSEP, diretamente subordinada a ele, fiscaliza as instituições que realizam seguros, como, por exemplo, resseguradoras, entidades de previdência complementar aberta, sociedades de seguradoras e sociedades de capitalização. Já o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) estabelece as normas que devem ser obedecidas por fundos de pensão e planos de previdência complementar fechados. Caberá à Previc fiscalizar se as normas estão sendo cumpridas pelas instituições que fazem planos de previdência complementar fechada e fundos de pensão. Papel das instituições normativas Como já vimos, cada instituição normativa possui uma área de atuação. Vejamos cada uma delas: CMN: formula a política de controle da moeda no SFN e incentiva (ou não) mecanismos de incentivo ao consumo de bens e serviços, prática também conhecida como política de crédito ou financiamento. Sua principal atribuição é gerar um ambiente de estabilidade monetária, permitindo o desenvolvimento econômico e social do país. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Figura – O Conselho Monetário Nacional (CMN). Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. CNSP: acompanha a evolução do mercado segurador nacional, através não só do estabelecimento de normas, mas também da observação da evolução dos indicadores de risco e a ocorrência de incidentes cobertos pelos contratos de seguros, podendo assim permitir a modernização e evolução deste serviço. CNPC: além de ser um órgão normativo, precisa também estar atento aos movimentos e reflexos que a economia e a gestão dos planos de previdênciacomplementar podem causar no montante de recursos acumulados pelos clientes para assim modernizar a legislação, garantindo os planos futuros de aposentadoria dos contratantes desses produtos. Essas atribuições das instituições normativas contribuem de modo que cada uma delas exerça seu papel e importância no SFN, como veremos mais detalhadamente a seguir. Figura – Importância das instituições normativas. Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. A importância das instituições normativas deve-se ao fato de elas regulamentarem o funcionamento do SFN, modernizarem as leis e determinarem as garantias que devem ser dadas às pessoas e empresas que operam nesse sistema. Para tanto, cada uma delas é composta por diversos membros que deliberam sobre questões importantes do mercado. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O CMN é composto por autoridades do alto escalão do governo federal: o ministro da Economia, como presidente, o presidente do Banco Central e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia. Eles se reúnem periodicamente para discutir e estabelecer estratégias sobre assuntos referentes a perspectivas e ações necessárias para tratar de temas específicos do SFN e deliberarem sobre assuntos relacionados às competências do CMN, como controle de reservas cambiais e o nível de endividamento do país. O CNSP é composto pelo ministro da Economia, como presidente, pelo superintendente da SUSEP e por representantes dos Ministérios da Justiça e da Previdência Social*, do BACEN e da CVM, que discutem aspectos referentes à constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Além disso, atuam para estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro, fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor. *Nota: O Ministério da Previdência e Assistência Social atualmente não possui representação em razão de suas funções relacionadas à previdência terem sido absorvidas pelo Ministério da Fazenda e, em 2019, passou a integrar a pasta do Ministério da Economia. O CNPC é formado pelo ministro da Previdência Social, como presidente, e por representantes da Previc, da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Economia (que passou a abranger os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão), das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. Todos esses órgãos são importantes para organizar a intermediação financeira da sociedade, equilibrando interesses entre os diversos agentes. A seguir, conheceremos as instituições subordinadas a eles. Figura – Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Fonte: Elaborado a partir do decreto nº 1.307, de 09 de outubro de 1994. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Os intermediários financeiros são classificados de acordo com a área de atuação, considerando sua capacidade de oferta de crédito ou de indenizações e garantias (SZTAJN, 2011). Os principais agentes intermediadores são os bancos comerciais, os bancos de desenvolvimento e investimento, instituições que operam no mercado de câmbio, cooperativas de crédito, seguradoras, fundos de previdência complementar, arrendamento mercantil, agências de fomento, entre outros. Por estarem em contato direto com os clientes, são os responsáveis por alocar os recursos dos poupadores (investidores) para os tomadores, que passam a ser devedores. Definição das instituições de intermediação/operacionais As instituições financeiras estão divididas em grupos de acordo com sua forma de atuação. Veremos agora as principais instituições intermediárias com base nas definições do BACEN. Os bancos múltiplos são instituições privadas ou públicas que captam recursos e repassam-nos às empresas, famílias e governos, e prestam serviços. Podem operar as seguintes carteiras: comerciais, de investimento, de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil, financiamento e investimentos. Os bancos comerciais, que também podem ser privados ou públicos, oferecem recursos para financiar, em curto e médio prazo, a indústria, o comércio, serviços e pessoas físicas, e também podem captar depósitos à vista e a prazo. Outro tipo de instituição são os bancos de investimento, instituições privadas especializadas em operações de participação societária, financiamento de atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e administração de recursos de terceiros. Já os bancos de desenvolvimento são controlados pelos governos estaduais e têm o objetivo de proporcionar recursos necessários para o financiamento de programas e projetos que promovam o desenvolvimento econômico e social dos estados. As cooperativas de crédito são um tipo de instituição que pode surgir da associação de funcionários de uma empresa, de profissionais de um segmento, de empresários ou da admissão livre e espontânea de outros tipos de associados. Os lucros das operações de empréstimos são repartidos entre os associados. Seguros, previdência e capitalização são considerados parte do sistema financeiro porque promovem a formação de poupança por parte dos agentes econômicos. Os recursos captados por esses intermediadores são aplicados em investimentos específicos, pois muitas vezes podem ser necessários para fazer frente a compromissos de seus clientes. As bolsas de valores, mercadorias e futuros atuam na intermediação de recursos do mercado de capitais (ações, opções, direitos, títulos, debêntures, notas promissórias) e contratos de derivativos. As Sociedades Corretoras de Títulos e proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Valores Mobiliários (SCTVMs) são instituições autorizadas a negociar valores mobiliários e derivativos no mercado de negociações (pregão), e as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários possuem basicamente a mesma função, mas não podem atuar diretamente no mercado de negociações (pregão). Papel das instituições operacionais O papel das instituições operacionais é, em seu sentido mais amplo, o de funcionar como intermediadoras ou facilitadoras das atividades que ocorrem no SFN. Elas oferecem ou vendem os serviços prestados pelo sistema financeiro, sendo assim, quando se deseja fazer algum tipo de operação financeira, recorre-se a ela. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs) A resolução nº 1.655, de 26 de outubro de 1989, trata sobre a constituição, organização e o funcionamento das Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs). A sociedade corretora tem por objetivo social: Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores; Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda; Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; Incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, jurose outros proventos de títulos e valores mobiliários; Exercer funções de agente fiduciário; Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; Constituir sociedade de investimento – capital estrangeiro – e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários; Exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de ações escriturais; Emitir certificados de depósito de ações; Intermediar operações de câmbio; Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes; Praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários; Realizar operações compromissadas; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da regulamentação baixada pelo Banco Central do Brasil; Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais; Exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. Referências da aula GITMAN, Lawrence Jeffrey; MADURA, Jeff. Administração financeira: uma abordagem gerencial. Addison Wesley, 2003. BRASIL. Decreto n° 1.307. Disponível em: _lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1307.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. BRASIL. Resolução n° 1.655. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/ Lists/Normativos/Attachments/41828/Res_1655_v5_P.pdf_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. SZTAJN, Rachel. Sistema financeiro: entre estabilidade e risco. Elsevier Brasil, 2013. 1.4. Leis SFN Legislação em vigor O SFN no Brasil foi criado em 31 de dezembro de 1964, quando o então presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco decretou e sancionou a Lei n. 4.595/1964, criando o CMN, o Banco Central do Brasil (que passou a ter o papel que era desempenhado pelo Banco do Brasil) e a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que na época ficou responsável pela formulação da política monetária, até então era dispersa em vários órgãos. Essa lei estabelece as funções, competências, deliberações, integrantes, instituições que vão funcionar com o CMN, as competências, funções e proibições ao BACEN e seus dirigentes. Determina também as instituições financeiras que poderão atuar no país mediante autorização do BACEN (ou do poder executivo, se forem estrangeiras) e as atribuições de todas as demais instituições que compõem o SFN. Além dessa lei, o SFN é regido por várias outras, listadas no quadro a seguir. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados DICA: Todas as leis que estabelecem o funcionamento do mercado financeiro são de acesso ao público. Você pode conferir detalhes sobre cada uma delas no site do BACEN (BRASIL, [20–]b). Principais leis que compõem o SFN: Número da Lei Data da Lei Lei decretada ou sancionada 4.131 3 de setembro de 1962 Lei de Capital Estrangeiro: disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior e dá outras providências. 4.595 31 de dezembro de 1964 Lei do Sistema Financeiro Nacional: dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, cria o CMN e dá outras providências. 4.728 14 de julho de 1965 Lei do Mercado de Capitais: disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para seu desenvolvimento. 6.024 13 de março de 1974 Lei de Intervenções e Liquidações: dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras e dá outras providências. 6.385 7 de dezembro de 1976 Lei do Mercado de Valores Mobiliários: dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a CVM. 7.357 2 de setembro de 1985 Lei do Cheque: dispõe sobre o cheque e dá outras providências. 7.492 16 de junho de 1986 Lei do Colarinho Branco ou Crimes Financeiros: define os crimes contra o sistema financeiro nacional e dá outras providências. 9.069 29 de junho de 1995 Lei do Real: dispõe sobre o Plano Real, o SFN, estabelece as regras e condições de emissão do Real e os critérios para conversão das obrigações para o Real e dá outras providências. 9.447 14 de março de 1997 Lei de Responsabilidade Solidária: dispõe sobre a responsabilidade solidária de controladores de instituições submetidas aos regimes de que tratam a Lei n. 6.024/1974 e o Decreto-lei n. 2.321/1987; sobre a indisponibilidade de seus bens; sobre a responsabilização das empresas de auditoria contábil ou dos auditores contábeis independentes; sobre privatização de instituições cujas ações sejam desapropriadas, na forma do Decreto-lei n. 2.321/1987, e dá outras providências. 9.613 3 de março de 1998 Lei da Lavagem de Dinheiro: dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e dá outras providências. 9.710 19 de novembro de 1998 Lei do PROER: dispõe sobre medidas de fortalecimento do SFN e dá outras providências. 10.214 27 de março de 2001 Lei do Sistema de Pagamentos Brasileiro: dispõe sobre a atuação das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação no âmbito do sistema de pagamentos brasileiro e dá outras providências. Fonte: BRASIL, [20–]b, [s.p.]. (Adaptado). proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1.5. Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN), criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, pode ser considerado um órgão de caráter unicamente normativo. Ele não realiza atividades executivas. Além disso, o CMN é responsável pelo controle do SFN; assim, define as diretrizes, regulamentações e regulações que as entidades que compõem o SFN devem seguir, sendo também responsável por disciplinar a atuação dessas entidades. IMPORTANTE! Guarde bem as quatro funções citadas acima: estabelecer diretrizes, regulamentar, regular e disciplinar. Tome muito cuidado quando for responder às questões da prova. Lembre-se sempre de que o CMN não exerce atividades executivas. Ele também não é responsável por fiscalizar, efetuar transações ou supervisionar entidades. Sua função é unicamente normativa. Existem outras instituições responsáveis por fiscalizar as demais que compõem o SFN e proceder conforme necessário caso identifiquem atividade suspeita. Órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional: São membros do Conselho Monetário Nacional (Lei n° 13.844, de 18 de junho de 2019): Ministro da Economia (presidente do conselho); Presidente do Banco Central do Brasil (BACEN); e Secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia. IMPORTANTE! Até então o Conselho Monetário Nacional era composto por apenas três integrantes: o ministro da Fazenda, que ocupava o lugar de presidente do CMN; o presidente do BACEN; e o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG). Em 2019, houve uma reorganização nos ministérios. Assim, o CMN passou a ser composto por: ministro da Economia, presidente do BACEN e pelo secretário especial de Fazenda. Outras competências do CMN: Autorizar as emissões de papel-moeda; Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado; Aprovar os orçamentos monetários, preparados peloBanco Central da República do Brasil; Determinar as características gerais das cédulas e das moedas; Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas ao CMN, bem como a aplicação das penalidades previstas; Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos nas comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil; Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos público; Determinar o percentual de recolhimento de compulsório; Regulamentar as operações de redesconto; Decidir sobre a estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao presidente deste apresentar as respectivas propostas; Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país; e Baixar normas que regulam as operações de câmbio, inclusive swaps, a fim de fixar limites, taxas, prazos e outras condições. DICA! O CMN é um órgão normativo, ou seja, ele não executa tarefas. Lembre-se dos verbos autorizar, regulamentar, determinar, disciplinar etc. Cuidado com os verbos autorizar e regulamentar, pois também podem ser usados para se referir às funções do BACEN. O CMN realiza reuniões ordinárias, uma a cada mês, porém, o presidente do CMN pode convocar reuniões extraordinárias quando for necessário. O CMN divulga resoluções nas quais torna públicas suas deliberações, as quais são aprovadas com a maioria dos votos. Nos casos de urgência e relevante interesse (fixe esses dois termos, pois eles são importantes), o presidente do CMN pode deliberá-las sozinho. Nesses casos, não é necessária a reunião dos três membros do CMN. Nesse caso, tem-se uma deliberação ad referendum, ou seja, na próxima reunião do CMN, os demais membros devem ratificar a decisão tomada pelo presidente, a qual deixa de ser válida se não for validada por todos. Mas, afinal, quais são as funções do CMN? Veremos cada uma delas a seguir. Formular a política da moeda e do crédito: esta é a sua principal função. Isto é, o CMN possui a incumbência de garantir a eficiência na troca de recursos entre os agentes superavitários e deficitários e a estabilidade do SFN. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Regular o valor interno da moeda: o CMN possui como função prevenir ou corrigir os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa. Ele também é responsável por agir em caso de depressões econômicas e outros desequilíbrios conjunturais. Assim, cabe ao CMN tomar medidas que busquem adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia. Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira: as diretrizes editadas pelo CMN podem ser utilizadas para regular o valor da moeda brasileira em relação ao valor observado das moedas estrangeiras. Assim, o CMN é responsável por determinar os instrumentos utilizados para controlar as reservas internacionais e por definir o modo de utilização desses instrumentos. Estabelecer as metas de inflação: conforme dito antes, o CMN possui, entre suas funções, evitar surtos inflacionários e deflacionários, através da definição de metas de inflação que devem ser perseguidas pelo Banco Central e os intervalos de tolerância. Isto é, o quanto a inflação pode se desviar para cima ou para baixo dessa meta. Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas e privadas: o CMN é responsável por definir quais instituições financeiras podem exercer atividades em cada segmento dos mercados financeiros. Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de modo a garantir a eficiência do sistema de pagamentos: o CMN é responsável por garantir a eficiência do mercado financeiro. Assim, ele pode definir diretrizes para aumentá-la. Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras: trata-se de outra função muito importante exercida pelo CMN. Ele é responsável por garantir a segurança do SFN, sendo que, para isto, precisa fixar diretrizes que garantam a solvência e a liquidez das instituições financeiras. Coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa: cabe ao CMN editar diretrizes que evitem abusos na condução dessas políticas, principalmente o endividamento público excessivo. Autorizar as emissões de papel-moeda: o CMN também é responsável por definir as diretrizes sobre o modo como deve ocorrer a emissão de papel- moeda. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Esta última função do CMN leva-o a exercer funções adicionais, tais como: 1) Estabelecer condições seguidas pelo Banco Central para a emissão de moeda-papel; 2) Aprovar os orçamentos monetários do Banco Central utilizados para estimar as necessidades totais de moeda e crédito; e 3) Determinar as características das cédulas e moedas. Fixar as diretrizes e normas da política cambial: trata-se de outra função do CMN; ao definir as diretrizes e normas da política cambial, ele normatiza as reservas internacionais. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras: cabe ao CMN disciplinar e regular o crédito, definindo as condições que devem ser seguidas nessas operações. Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas ao SFN, bem como a aplicação das penalidades previstas: o CMN é a entidade responsável por dizer quais instituições podem atuar, o modo como estas devem atuar e quem será responsável por sua regulação. Limitar, se necessário, as taxas de juros, comissões e outros meios de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, incluindo os prestados pelo Banco Central: o CMN pode limitar as taxas de juros e demais remunerações oriundas de transações financeiras. Observe que ele não deve exercer essa função diariamente, mas apenas em casos extraordinários e se houver necessidade. Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos (atualmente chamados de sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários): também cabe ao CMN estabelecer as diretrizes que devem ser seguidas pelas Bolsas de Valores e corretores de fundos públicos. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística observadas pelas instituições financeiras: esta é outra função do CMN, em que é responsável por determinar as normas de contabilidade e estatísticas seguidas pelas instituições financeiras, o que garante a transparência e a segurança do SFN. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Referências da aula BRASIL. Lei n° 4.595. Disponível em: _lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%204.5 95-1964?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020. BRASIL. Lei n° 13.844. Disponível em: _lt_http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013. 844-2019?OpenDocument_gt_. Acesso em 14 de fev. de 2020. 1.6. Comissão de Valores Mobiliários –CVM A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia voltada para o desenvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de títulos e valores mobiliários. A CVM não exerce julgamento de valor em relação a qualquer informação divulgada pelas companhias. Entretanto, ela zela pela sua regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e busca sua padronização. Assegurar a disponibilidade tempestiva das informações sobre os negócios com valores mobiliários e sobre as companhias que os tenham emitido constitui um ponto fundamental da normatização no mercado, a qual tem sido a base da política de regulação da CVM. De acordo com o artigo 5° da Lei n° 10.411, de 26 de fevereiro de 2002, é instituída a CVM, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia (até janeiro de 2019 era vinculada ao Ministério da Fazenda, que foi extinto), ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. A Comissão de Valores Mobiliários é administrada por um presidente e quatro diretores, nomeados pelo presidente da República depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais. O mandato é de cinco anos. É o órgão normativo voltado para o desenvolvimento do mercado de títulos e valores mobiliários. Títulos e valores mobiliários são: ações; fundos de investimentos; debêntures; bônus de subscrição; derivativos; e etc. Principais atribuições da CVM: Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares; Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões e atos fraudulentos nos mercados primários e secundários de ações; Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários; Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as companhias; Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas; Apurar, julgar e punir irregularidades cometidas no mercado; e Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos pelas empresas de capital aberto. São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM as seguintes atividades: (art. 1° da Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, redação dada pela Lei n° 10.303, de 31 de outubro de 2001): I – a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; II – a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; III – a negociação e intermediação no mercado de derivativos; IV – a organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores; V – a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros; VI – a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; VII – a auditoria das companhias abertas; e VIII – os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. Objetivos da CVM: Fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação dos títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto; Estimular investimentos no mercado acionário; e Fortalecer o mercado de valores mobiliários. IMPORTANTE! A CVM é o BACEN do mercado mobiliário. O BACEN fiscaliza o banco e protege cliente. A CVM fiscaliza a S/A aberta e protege o acionista. A CVM é a entidade supervisora que disciplina o funcionamento das entidades administradoras de mercados organizados de valores mobiliários e a negociação no mercado de capitais. Além disso, possui o papel de disciplinar como e por quem é proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados efetuada a custódia de valores mobiliários. Quanto à possibilidade de suspensão de emissão, distribuição ou negociação de ativos mobiliários, isso ocorre normalmente quando algum grande negócio está em processo de ser fechado, envolvendo fusões ou aquisições de empresas. Cabe também à CVM a supervisão do mercado de derivativos. A CVM é composta por um presidente e quatro diretores, nomeados pelo presidente da República após serem aprovados em sabatina pelo Senado Federal. O mandato dos dirigentes é de cinco anos, vedada a recondução e devendo ser renovado, a cada um ano, 1/5 dos membros do colegiado. Entre os operadores desse mercado, há as Bolsas de Mercadorias e Futuros, que são associações privadas civis, cujo objetivo é efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela CVM. Referências da aula BRASIL. Lei n° 10.411. Disponível em:_lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10411.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. BRASIL. Lei n° 6.385. Disponível em: _lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6385.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. BRASIL. Lei n° 10.303. Disponível em: _lt_http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10303.htm_gt_. Acesso em: 14 de fev. de 2020. 1.7. Banco Central do Brasil – BACEN O Banco Central do Brasil (BACEN) é a entidade supervisora do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Cabe destacar que ele deve obedecer às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sendo responsável pela supervisão das entidades financeiras, bancos de câmbio e outras instituições financeiras intermediárias. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia (anteriormente vinculada ao Ministério da Fazenda, que foi extinto em janeiro de 2019). Diretoria colegiada composta de presidente e oito diretores (nove membros), todos nomeados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado. Principal órgão executivo do SFN. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Compete ao BACEN cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo CMN. Principais atribuições do BACEN: autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras, punindo-as se for o caso; emitir moeda-papel e moeda metálica; controlar o crédito e o fluxo de capitais estrangeiros; e executar a política monetária e cambial. Outras atribuições: executar os serviços do meio circulante; determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras; realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias; ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque, realizando todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; formular e executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo Federal; executar as diretrizes e normas do CMN; regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional; administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante; receber os recolhimentos compulsóriosdos bancos. IMPORTANTE! O BACEN é o “banco dos bancos” e responsável pelo bom funcionamento do SPB. O BACEN possui as funções apresentadas a seguir. Emitir a moeda: o Banco Central possui o monopólio da emissão de papel- moeda e moeda metálica. Porém, essa emissão não é desregulada; quem estabelece os limite e diretrizes para a emissão de moeda é o CMN. Executar os serviços de meio circulante: cabe ao BACEN retirar do mercado moedas que apresentam defeitos ou que sejam muito velhas e substituí-las por moedas novas. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Exercer o controle de crédito em todas as suas formas: o BACEN deve controlar os volumes de crédito na economia. Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras: quando os bancos pegam dinheiro que se encontra parado nas contas-correntes e emprestam-no para outros clientes, eles podem ocasionar inflação. Para evitar que isso ocorra, o BACEN recolhe compulsoriamente parte dos depósitos à vista. Assim, os bancos comerciais são obrigados a recolher parte dos depósitos à vista para o Banco Central. O BACEN também recebe depósitos voluntários dos bancos comerciais. Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais: o BACEN pode comprar ou vender títulos públicos emitidos pelo governo. Banco dos bancos: o BACEN presta diversos serviços financeiros para os demais bancos, principalmente serviços de redesconto (concessão de créditos para instituições financeiras bancárias), de modo que o BACEN é o emprestador de última instância do SFN. Banco do governo: o BACEN é o banco do governo, nele ficam depositadas as reservas internacionais do país, sejam reservas oficiais de ouro, moeda estrangeira ou direitos especiais de saques. Ademais, é preciso enfatizar que as transações realizadas entre o BACEN e o governo são limitadas, para evitar o financiamento dos gastos públicos com a emissão de moeda. O proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados BACEN não pode conceder empréstimos ao governo federal, apesar de as reservas de caixa do governo permanecerem no BACEN. Supervisão do Sistema Financeiro Nacional: conforme foi enfatizado anteriormente, o CMN normatiza, mas não fiscaliza o SFN. O BACEN, junto com outras instituições, é responsável por supervisionar o SFN. As instituições supervisionadas pelo BACEN são: instituições que captam depósitos à vista; instituições financeiras que não captam depósitos à vista; bancos de câmbio; e outras entidades financeiras que atuam como intermediárias de recursos. Entre as atividades de supervisão realizadas pelo BACEN, é possível destacar: A fiscalização das instituições financeiras e a aplicação das penalidades adequadas; Concessão de autorizações para as instituições financeiras: o atuarem no país; o instalarem ou transferirem suas sedes ou dependências, inclusive no exterior; o serem transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; o realizarem operações de câmbio, crédito real e venda de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, debêntures, ações, letras hipotecárias e demais títulos de crédito ou mobiliários; o prorrogarem os prazos concedidos para funcionamento; o alterarem seus estatutos; o alienarem ou transferirem o seu controle acionário; e o estabelecerem as condições para o exercício de cargos de direção nas Instituições financeiras privadas. Evitar a entrada de outras instituições no SFN: o controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o funcionamento adequado do sistema cambial, inclusive com a operação via ouro, moeda e operações de crédito no exterior; o regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; o vigiar as empresas que atuam nos mercados financeiros e de capitais que possam interferir nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que utilizam; o Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem as firmas que operam com suas agências há mais de um ano; e o autorizar instituições financeiras estrangeiras a operar no Brasil. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados O quadro a seguir resume as funções do BACEN: Quadro – Funções do BACEN. Fonte: Elaborado pelo autor. Ao Conselho Monetário Nacional (CMN) compete regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, cabendo ao BACEN a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. O SFN tem como órgão executivo central o BACEN, que estabelece normas a serem observadas pelo CMN. Em termos de política econômica, o Banco Central dispõe de alguns instrumentos. Ou seja, o Banco Central possui a sua disposição basicamente três instrumentos para a realização da política monetária: operações de mercado aberto, redesconto e depósitos compulsórios. Os depósitos compulsórios consistem em um instrumento à disposição do Banco Central para influenciar a quantidade de moeda na economia. Eles representam uma parcela dos depósitos captados pelos bancos, os quais devem ser mantidos compulsoriamente “esterilizados” no Banco Central. A alíquota dos depósitos compulsórios é um dos determinantes do multiplicador monetário, ou seja, da oferta de moeda em relação à base monetária. Por exemplo, diminuições na alíquota farão com que os bancos possam emprestar maior parcela das suas reservas e, assim, aumentar a quantidade total de moeda para uma dada quantidade de base monetária. Esse instrumento de política monetária tem proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados assumido outras funções, como, por exemplo, funcionar como instrumento auxiliar para garantir a fluidez dos pagamentos no Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB –, considerando que as instituições podem movimentar livremente, ao longo do dia, os valores correspondentes à exigibilidade do compulsório, devendo efetuar o recolhimento apenas no final do dia. Outra nova função é a atuação dos depósitos como ferramenta macroprudencial, que contribui para a estabilidade do sistema financeiro. Essa atuação tornou-se evidente ao longo da crise de 2008 quando o instrumento foi utilizado para ajustar o nível geral e a distribuição da liquidez no sistema financeiro. Atualmente, no Brasil, existem as seguintes modalidades de depósitos compulsórios e de encaixe obrigatório: depósito compulsório sobre recursos à vista; depósito compulsório sobre recursos de depósitos e de garantias realizadas; encaixe obrigatório sobre recursos de depósitos de poupança; e depósito compulsório sobre recursos a prazo. Há também outros dois tipos de depósitos compulsórios que atualmente estão com alíquotas iguais a zero: depósito compulsório sobre a concessão de aval, fiança ou outras garantias em operações de empréstimos/financiamentos entre pessoas físicas ou jurídicas não financeiras (Circular nº 2.563, 1995); e depósito compulsório sobre operações ativas e passivas (Circular nº 2.511, de 1994). Além disso, há outros tipos de recolhimentos obrigatórios realizados no Banco Central. São eles: os depósitos decorrentes de insuficiência no direcionamento para operações de financiamento imobiliário dos recursos captados em depósitos de poupança; insuficiência no direcionamento dos recursos captados em depósitos à vista para operações de crédito destinado à população de baixa renda e a microempreendedores; e o decorrente da insuficiência no direcionamento para crédito rural. Referências da aula BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.511, de 1994. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/ Lists/Normativos/Attachments/43180/Circ_2511_v1_O.pdf_gt_.Acesso em: 18 de fev. de 2020. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 2.563. Disponível em: _lt_https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/circ/1995/pdf/circ_2563_v3_p.pdf_gt_. Acesso em: 18 de fev de 2020. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1.8. Conselho de Recursos do SFN O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas pelo BACEN e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo COAF (agora pela UIF) e demais autoridades competentes. O CRSFN é um órgão paritário, integrante da estrutura do Ministério da Economia Os conselheiros titulares e suplentes são possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de capitais, de consórcios e de crédito rural e industrial. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são designados pelo Ministro da Economia, com mandato de três anos, renovável por igual período por até duas vezes, devendo ter competência reconhecida e conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN. IMPORTANTE! A Medida Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019, criou o Ministério da Economia. Com isso, as estruturas dos ministérios da Fazenda; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e do Trabalho passaram a integrar um novo ministério chamado Economia. O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados por entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais. A Portaria do Ministério da Fazenda nº 246, de 2 de maio de 2011, alterada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, estabelece as entidades do setor privado que indicam conselheiros titulares e suplentes. Fazem ainda parte do Conselho de Recursos: Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável Um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministro da Economia, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto o Ministério da Economia, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo.O CRSFN é composto por: proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Figura – Composição do CRSFN Fonte: Ministério da Economia (Disponível em: _lt_http://fazenda.gov.br/orgaos/colegiados/crsfn/institucional/estrutura-e-composicao_gt_. Acesso em: 9 set. 2019.) Atuam junto ao CRSFN procuradores da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), designados pelo Procurador-Geral, com a finalidade de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, de modo que opinam sobre recursos, comparecem às sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como assessoram juridicamente a presidência do Conselho. O Conselho conta também com uma Secretaria Executiva como unidade de apoio administrativo e gestão. Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia. O Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro da Economia dentre os conselheiros indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados financeiro e de capitais. Tem por finalidade julgar, em última instância administrativa: De decisões do Banco Central do Brasil: o Que aplicarem penalidades em sede de processo administrativo sancionador instaurado em razão do descumprimento de normas legais e regulamentares que lhe caiba fiscalizar; o Que aplicarem medidas cautelares; o Referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural; e proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados o Relacionadas à retificação de informações, à aplicação de multas e custos financeiros associados a recolhimento compulsório, ao encaixe obrigatório e ao direcionamento obrigatório de recursos. De decisões das autoridades competentes relativas à aplicação das sanções previstas na lei de lavagem de dinheiro; Da Comissão de Valores Mobiliários em processo administrativo sancionador instaurado mediante inquérito administrativo para apurar atos ilegais e práticas não equitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes do mercado; Que apliquem às empresas comerciais exportadoras a penalidade de cancelamento do Registro Especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal, em decorrência de fraudes na exportação relativas a preços, pesos, medidas, classificação e qualidade; e Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização – CRSNSP O Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP), órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Economia, tem por finalidade o julgamento, em última instância administrativa, dos recursos de decisões da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. O CRSNSP será composto por conselheiros indicados pelo setor público e, em igual número, por conselheiros indicados, em lista tríplice, pelas entidades representantes dos mercados sujeitos à regulação da SUSEP, designados pelo Ministro da Economia. O CRSNSP terá como Presidente representante do Ministério da Economia, designado pelo Ministro da Economia. A Secretaria-Executiva do CRSNSP será exercida pelo Ministério da Economia. O Secretário-Executivo do CRSNSP será designado pelo Ministro de Estado da Economia. A composição, a organização e o funcionamento do CRSNSP serão fixados em Regimento Interno aprovado por ato do Ministro de Estado da Economia. Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados, regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Entidades Abertas de Previdência Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros. 1.9. Caixa Econômica Federal O decreto-lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, autorizou a constituição da Caixa Econômica Federal (CEF), como instituição financeira sob forma de empresa pública, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao Ministério da Fazenda (hoje está vinculada ao Ministério da Economia, sendo que o Ministério da Fazenda foi extinto em janeiro de 2019). Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Monopólio das operações de: Empréstimo sob penhor de bens, Recolhimento do FGTS, e Bilhetes loterias. Principais atribuições e competências da Caixa Econômica Federal: Receber em depósito sob a garantia da União, economias populares, incentivando os hábitos de poupança; Conceder empréstimos e financiamentos de natureza assistencial,cooperando com as entidades de direito público e privado na solução dos problemas sociais e econômicos; Operar no setor habitacional, como sociedade de crédito imobiliário e principal agente do Banco Nacional de Habitação, com o objetivo de facilitar e promover a aquisição de sua casa própria, especialmente pelas classes de menor renda da população; Explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal do Brasil e da Loteria Esportiva Federal nos termos da legislação pertinente; Exercer o monopólio das operações sobre penhores civis, com caráter permanente e da continuidade; Prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza financeira, delegados pelo Governo Federal ou por convênio com outras entidades ou empresas; Realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional, quaisquer outras operações, no plano interno ou externo, podendo estipular cláusulas de correção monetária, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Realizar, no mercado de capitais, para investimento ou revenda, as operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; Realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, pôr conta e ordem deste, e sob a supervisão do Conselho Monetário Nacional, quaisquer operações ou serviços nos mercados financeiro e de capitais, que lhe forem delegados, mediante convênio. 1.10. Banco do Brasil O Banco do Brasil (BB) é uma S.A. de capital misto, cujo controle acionário é exercido pela União. É o principal agente financeiro do Governo Federal. Suas três principais funções são: 1) Agente financeiro do Governo Federal: responsável pela execução de sua política creditícia e financeira. Pode receber tributos e rendas federais, realizar pagamentos necessários e constantes do orçamento da União e executar a política de preços mínimos de produtos agropecuários; 2) Banco comercial; e 3) Banco de investimento e desenvolvimento: ao operar com créditos a médio e longo prazo. O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é o principal executor das políticas de crédito rural e industrial, assim como de banco comercial do governo. Além disso, ele ajusta-se cada vez mais a um perfil de banco múltiplo tradicional. Até janeiro de 1986, o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Atualmente, é um banco comercial comum. O BB é responsável pela Câmara de Compensação. A Câmara de Compensação é uma central ou mecanismo de processamento central por meio do qual as instituições financeiras concordam em trocar instruções de pagamento ou outras obrigações financeiras (e.g. valores mobiliários). As instituições liquidam os instrumentos trocados em um momento determinado com base em regras e procedimentos da Câmara de Compensação. Em alguns casos, ela pode assumir responsabilidades significativas de contraparte, financeiras ou de administração de risco para o sistema de compensação. O BB é uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados. É também uma empresa aberta que possui ações cotadas na B3. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Principais atribuições e competências do Banco do Brasil: Receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais; Realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da Fazenda; Conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal; Adquirir e financiar estoques de produção exportável; Executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris; Ser agente pagador e recebedor fora do País; Executar o serviço da dívida pública consolidada; Principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal; Arrecadar os depósitos voluntários; Executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis; Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta do Banco Central da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; Realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de interesse do Banco Central da República do Brasil; Dar execução à política de comércio exterior; Financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria; Financiar as atividades industriais e rurais; e Difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais, de modo a suplementar a ação da rede bancária. 1.11. Bancos Comerciais Os bancos comerciais (BC) são sociedades anônimas que possuem como objetivo promover o encontro entre os agentes superavitários e os agentes deficitários, além de realizar operações financeiras de curto prazo. Como eles possuem depósito à vista, criam moeda. Entre as atividades realizadas pelos BCs, destacam-se as concessões de empréstimos, operações de crédito, pagamento de cheques, transferência de recursos e ordens de pagamento, aluguel de cofres e custódia de valores, serviços de cobrança, pagamento de tarifas públicas e impostos e operações com moedas. A principal fonte de recursos dos BCs são os depósitos à vista, utilizados para conceder crédito para consumidores e empresas. Os bancos comerciais: são a base do sistema monetário; proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados são intermediários financeiros que captam recursos de credores e os distribuem através do crédito para devedores; têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral; devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e, em sua denominação social, deve constar a expressão “banco”. Produtos de captação de recursos: depósitos à vista: conta-corrente (atividade típica do banco comercial); depósitos a prazo: CDB, RDB; cobrança bancária; arrecadação de tarifas e tributos públicos; recursos externos; e recursos de instituições financeiras oficiais. Produtos de aplicação de recursos: desconto de títulos; abertura de crédito simples em conta-corrente: cheques especiais; operações de crédito rural, câmbio e comércio internacional; e empréstimos. VOCÊ SABIA? Para diminuir a criação de moedas feitas pelos bancos comerciais, o BACEN utiliza o depósito compulsório. 1.12. Bancos de desenvolvimento Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado. As operações passivas são: depósitos a prazo; empréstimos externos; emissão ou endosso de cédulas hipotecárias; e emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados As operações ativas são: empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em suadenominação social, a expressão “banco de desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em que tenha sede. 1.13. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o principal instrumento de execução da política de investimento do Governo Federal e tem por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País. O BNDES exerce suas atividades tendo em vista o estímulo à iniciativa privada, sem prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público. O órgão de orientação superior do BNDES é o Conselho de Administração, cuja composição é apresentada a seguir. Dez membros, entre eles o presidente do Conselho, sendo quatro indicados pelo ministro da Economia, uma vez que o Ministério da Economia passou a integrar os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; do Trabalho e Emprego; da Fazenda e das Relações Exteriores; e os demais membros são indicados pelo ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Um representante dos empregados do BNDES. O presidente do BNDES, que exercerá a vice-presidência do Conselho. Trata-se de uma empresa pública, e não de um banco comercial. Atribuições e objetivos do BNDES Impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais e promover o crescimento das exportações. Apoio, através de concessão, com foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil, incentivando a inovação, o desenvolvimento regional e socioambiental. Oferecer condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, assim como linhas de investimentos sociais, direcionadas para a educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Em situações de crise, o Banco também possui fundamental atuação anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia. Figura – Relação do BNDES com outros órgãos governamentais. Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento (2019). Governo Federal (controlador e regulador): a União Federal (pessoa jurídica de direito público representante do Governo Federal) é controladora do BNDES, ou seja, detém a totalidade das 6.273.711.452 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, que compõe o capital social subscrito do BNDES. As atividades do BNDES são supervisionadas diretamente pelo Ministério da Economia. O Governo Federal também atua como regulador das atividades do BNDES, por meio, principalmente, do Ministério da Economia. Ministério da Economia: é a unidade do Governo Federal diretamente responsável pela supervisão das atividades do BNDES. Regula e orienta as atividades deste por meio das unidades destacadas ao lado na figura acima. Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST): acompanha o desempenho econômico e financeiro do BNDES. A SEST elabora e acompanha o Programa de Dispêndios Globais (PDG) e a proposta do Orçamento de Investimentos (OI) do BNDES. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): o BNDES atua no mercado de capitais, por meio de sua subsidiária BNDESPar, de acordo com as normas estabelecidas pela CVM. Conselho Monetário Nacional (CMN): o CMN estabelece as diretrizes da política de crédito do Banco. Ele é responsável, por exemplo, por fixar a Taxa de Juros de proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados Longo Prazo (TJLP), uma das principais referências para o custo financeiro dos financiamentos do BNDES. Secretaria do Tesouro Nacional (STN): o Tesouro Nacional é um dos provedores de recursos do BNDES, concedidos ao Banco na forma de títulos públicos do Tesouro. Os informes sobre a emissão dos títulos estão disponíveis no site do Tesouro e em relatório emitido pelo BNDES sobre o tema. O Tesouro cumpre, ainda, outras funções relacionadas ao BNDES, como a definição de condições de crédito do Banco ao setor público (empresas e órgãos das três esferas de governo). Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): é responsável pela regulação do mercado de seguros brasileiro, inclusive aqueles usados na constituição de garantias dos financiamentos realizados pelo BNDES. Secretaria da Receita Federal do Brasil: é responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior. O BNDES, seus clientes, seus fornecedores e demais parceiros devem estar em dia com suas obrigações tributárias junto à Receita Federal. Congresso Nacional (fiscalizador): solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de auditorias e inspeções no BNDES. Recebe periodicamente e emite parecer sobre relatório detalhado de todos os financiamentos do BNDES que usam recursos provenientes do Tesouro Nacional. Banco Central do Brasil (BACEN) (fiscalizador): regula e supervisiona a atuação de todos os bancos brasileiros, inclusive do BNDES, de modo a determinar procedimentos e regras de operação; recebe e analisa as demonstrações financeiras do Banco; apura e divulga a Taxa de Longo Prazo (TLP). Tribunal de Contas da União (TCU) (fiscalizador): recebe, analisa e julga a prestação de contas dos administradores do BNDES; demanda informações e realiza auditorias por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional; avalia a legalidade da contratação e aposentadoria de todos os empregados do BNDES; fiscaliza a aplicação dos recursos da União repassados ao Banco. Controladoria-Geral da União (CGU) (fiscalizador): fiscaliza e avalia a execução de programas de governo; orienta tecnicamente e avalia o trabalho da Auditoria Interna do BNDES; realiza auditorias e avalia os resultados da gestão dos administradores. Referência da aula Banco Nacional de Desenvolvimento. Home Page. Disponível em: _lt_https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home_gt_. Acesso em: 17 de fev. de 2020. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados 1.14. Bancos múltiplos e bancos de investimento Bancos múltiplos Os bancos múltiplos são instituições financeiras (IF), privadas ou públicas, que realizam as operações ativas, passivas e assessórias das diversas IF. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes as suas carteiras. De acordo com a Resolução CMN 2.099, de 1994, os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras por intermédio das seguintes carteiras: comercial; investimento e/ou de desenvolvimento; crédito imobiliário; arrendamento mercantil e de crédito (leasing); e financiamento e investimento (financeiras). As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. As exigências são apresentadas a seguir. Em sua denominação social, deve constar a expressão “banco”. Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de investimentos. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. Um banco múltiplo deve ser constituído por um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único balanço. Principais funções e atribuições de bancos múltiplos: operações de underwriting; negociação de títulos e valores imobiliários; administração de recursos de terceiros; intermediação de câmbio; intermediação de derivativos; e operações estruturadas de empréstimos ou financiamento. proeducacional.com © Pro Educacional – Todos os direitos reservados IMPORTANTE! Os bancos múltiplos com