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Monique Landi Castiel EPIDEMIOLOGIA - N1 ESTUDO DIRIGIDO Conceito de Epidemiologia É a ciência que estuda o processo saúde-doença nas coletividades humanas e tem como objeto a doença na população, no tempo e no lugar. Funções da Epidemiologia no processo saúde-doença *Analisar a distribuição dos determinantes das doenças e os danos à saúde; * Propor medidas de prevenção e controle de doenças, de danos à saúde; *Subsidiar por meio de indicadores, o planejamento, a administração e a avaliação das ações em saúde. Contexto Histórico da Epidemiologia Teoria mística – doenças causadas por fenômenos sobrenaturais Interpretações magico religiosas (pajés, benzedeiras, curandeiros), uso de chás, rezas e rituais de purificação. Pecado e doença eram conceitos interrelacionados, CULPA, PERDAO E CURA. Medicina Hipocrática Rompe as superstições e surgimento das primeiras explicações racionais. A relação com o ambiente é um traço característico, “Doença é o desequilíbrio dos 4 humores fundamentais do organismo, sangue, linfa, a bile amarela e bile negra. Teoria dos MIASMAS , doenças surgem a partir da emanação do ar insalubre, odores e gases seriam levados pelo ar nas cidades insalubres. JOHN SNOW- Pai da Epidemiologia Descreveu e analisou a epidemia de cólera (LONDRES 1849-1854), registrou óbitos, comportamentos e hábitos das pessoas e estabeleceu as possíveis causas e transmissões da cólera. Medicina na Idade Média – A idade das trevas Saúde e doença entre o castigo e a redenção. Castigo de Deus pelos pecados ou possessão dos demônios. Pratica de cura atribuídos a religiosos. Inúmeras epidemias (varíola, sarampo, lepra, tuberculose...) Surgem ações de saúde publica para sanear as cidades mediáveis e os primeiros hospitais para acolher os pobres e doentes. Pratica da QUARENTENA para deter a propagação das doenças. Monique Landi Castiel QUARENTENA, restrição de atividades de pessoas sãs que se expuseram a caso de doença transmissível durante o período de contagio ISOLAMENTO, separação de pessoas infectadas do convívio das outras durante o período de transmissão da doença. Pode ser domiciliar ou hospitalar. Renascimento- A Era da Luz Intuição, transmissão de doenças de pessoa pra pessoa por partículas imperceptíveis (germes). Publicação de inúmeros tratados técnicos favorecendo o contato entre o saber cientifico e o saber técnico artesanal. Teoria Contagionista, “sementes do contagio” GERMES A teoria propõe identificar o princípio causal para cada doença. Defensores da “Constituição Epidêmica”, epidemia consequências de desequilíbrios da atmosfera e do corpo. LOUIS PATEUR – Teoria dos germes Com o uso do microscópio demostra que cada doença infecciosa é provocada por um microorganismo especifico. A teoria contribuiu para a descoberta de inúmeras doenças e permitiu a fabricação de soros e vacinas. Revolução Industrial Surgem as primeiras regulações visando a saúde nas fabricas. A medicina passou a considerar aspectos econômicos, sociais e culturais na saúde-doença da população. Medicina de estado, organização de um sistema de observação da morbidade. Medicina urbana, métodos de vigilância e hospitalização. Lei dos pobres, controle do corpo da classe trabalhadora por meio de vacinação, incluindo vigilância e hospitalização. Teoria da Unicausalidade – conceito Cada doença tem 1 agente especifico, causa, removido o agente etiológico resulta no desaparecimento da doença. Agente etiológico o que causa a doença (bactérias, vírus, germes, micróbios...) A Era Bacteriológica Identificação de diversos organismos patogênicos. Louis Pasteur atribuía que doenças eram causadas exclusivamente através de penetração e multiplicação de uma bactéria e nada mais que isso, porem surge novos casos de doenças onde pessoas não tiveram contato direto com indivíduos enfermos. Monique Landi Castiel Participação de vetores e hospedeiros intermediários na transmissão das doenças. RESERVATÓRIO DE AGENTE ETIOLÓGICO, ser humano, plantas, animais, solo e água. RESERVATORIO HUMANO, pessoas infectadas que não apresentam sintomas, doentes e convalescentes (recuperação). VETOR, Serve de local para a multiplicação de um agente etiológico. HOSPEDEIRO, qualquer ser vivo que por circunstâncias naturais permite a instalação no seu organismo de um agente etiológico. Balança de Gordon Propõe equilíbrio entre saúde e doença. A saúde ligada a resistência (imunidade inata e imunidade passiva-ativa) e as doenças ligadas aos desafios (ambiente e fatores externos.) Teoria da Unicausalidade segundo, CONTAGIONISTAS, causa verdadeira da doença é o agente etiológico. NÃO CONTAGIONISTAS, causa verdade da doença é, agente etiológico + pré-disposição do corpo + meio ambiente, MODELO POSITIVISTA, unicausal, cientifico, sem fator social. Teoria da Multicausalidade Devido a debilidade do modelo unicausal na explicação das doenças, surge a teoria associando a doença a múltiplos fatores de risco (idade, raça, sexo, hábitos, costumes...). A partir dessa teoria diferentes modelos foram definidos para explicar a presença e a interação de diferentes agentes e fatores associados ao adoecimento e morte. Teoria Multicausal – REDE DE CAUSALIDADES Doença resulta de uma trama complexa de fatores interligados. Para identificar ações de controle não é necessário compreender todos os fatores e causas sendo suficiente elementos e relações pontuais. Sedentarismo, excesso de peso e má alimentação, EFEITOS, obesidade, diabetes e hipertensão. Modelo Ecológico- Tríade Ecologica AGENTE + AMBIENTE + HOSPEDEIRO (pirâmide) Critica a esse modelo, igualdade de importância aos elementos da tríade, o que não corresponde a realidade. Monique Landi Castiel Processo Saúde- Doença – Fenômeno biológico- social A realidade sanitária é determinada por aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos e ambientais. Aqui a noção de causalidade é substituída por determinação. É um processo dinâmico e coletivo onde (1,2,3,4, 1-2-3-4...) PROCESSO SAÚDE DOENCA 1. Depende das relações entre homem, grupos e sociedade 2. Também depende das relações com o meio ambiente 3. Possui influencias históricas, culturais, sociais e econômicas, 4. Influenciado pela produção e distribuição de riquezas pela sociedade Modelo História Natural da Doença- HND Qualquer doença evolui seguindo períodos sequenciais, pré-patogênese e patogênese. É o modo próprio de evoluir que tem toda doença, início com a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e termino com a recuperação, deficiência ou morte. Objeto de ação de saúde de toda a população. Atividades, promoção prevenção tratamento e recuperação. Ações especificas, saneamento das periferias, imunização, tratamento precoce e redução da mortalidade para as populações de risco. Tais medidas tiveram impactos na morbimortalidade e mortalidade infantil. HND- Período Pré- Patogênese Fatores de natureza diversas compõe a rede de causas que modifica as condições de saúde segundo o lugar, o tempo e a pessoa que resultam no estimulo a doença. Condicionantes sociais (socioeconômicos, sociopolíticos, socioculturais, socio psicossociais), Condicionantes ambientais (agressores ambientais, industrialização crescente e substâncias cancerígenas), Fatores próprios do susceptível ( fator genéticos), determina maior ou menos suscetibilidade da pessoa quanto a aquisição de doenças. Cabem aqui ações de promoção e proteção de saúde – PREVENCAO PRIMÁRIA. Monique Landi Castiel HND- Período Patológico ou Patogênese Tem início com a primeira interação entre o estimulo a doença e o organismo da pessoa, antes de qualquer manifestação perceptível (patogênese precoce). Processo cíclico de patogênese, recuperação ou invalidez oucronificação ou morte. Diagnóstico precoce + pronto atendimento + limitação de danos – PREVENCAO SECUNDÁRIA. Horizonte clinico e evolução da doença (escada) 1. INTERACAO (do suscetível ao estímulo, hospedeiro, reação do hospedeiro) 2. Período de latência 3. Alterações de tecido (alterações químicas, fisiológicas e histológicas) 4. Sinais e sintomas 5. CURA, DEFEITO OU INVALIDEZ 6. MORTE Níveis de Prevenção de Doenças Prevenção Primária Interceptação dos fatores pré- patogênicos. • Promoção de saúde de ordem geral (moradia adequada, alimentação...) • Proteção específica (imunização, higiene geral, controle de vetores) Prevenção Secundária Realizado no individuo sob ação do agente patogênico ao nível do estado da doença. • Diagnóstico precoce (inquéritos- descobertas e exames periódicos- detecção) • Tratamento precoce (isolamento e tratamento para evitar propagação) • Limitação da invalidez (evitar futuras complicações e sequelas) Prevenção Terciária • Prevenção de incapacidades e reabilitação. Prevenção Quaternária • Evitar danos e intervenções desnecessárias. Modelos de Determinantes Sociais – DSS O processo saúde-doença é explicado a partir das formas de organização da sociedade (econômica e social) e da relação entre o natural e o biológico para então avaliar as desigualdades sociais sanitárias. Monique Landi Castiel Iniquidades em saúde – termo de dimensão ética e social. Desigualdades a saúde entre grupos e indivíduos que são evitáveis, injustas e indesejáveis. DSS Hierarquizado segundo DAHLGREEN E WHITEHEALD 1. Determinantes individuais (idade, sexo, hereditariedade). 2. Determinantes intermediários (estilo de vida, redes sociais e comunitárias). 3. Macro- Determinantes (condições socio econômicas, culturais e ambientais gerais). Multicausalidade e doenças degenerativas Admite e demostra a combinação de varias causas para uma doença e uma mesma causa para a gênese de várias doenças. Para identificar a associação da doença com o fator de risco (estatístico) se compara a incidência em 2 grupos, • Grupo de indivíduos expostos a condição • Grupo de indivíduos não expostos a condição Risco e Risco Relativo Risco, é a probabilidade de ocorrência de um evento em determinado período de observação em determinado lugar. Toda atividade humana possui risco associado, é possível apenas reduzi- lo, mas não o eliminar. Risco relativo, é a medida estatística utilizada pela Epidemiologia para • Verificar se há ou não associação de agravo ou doença com a condição ou fator de risco. • Medir a intensidade e a forca entre os eventos (habito de fumar com o câncer de pulmão). Risco Epidemiologico Ambientais, econômicos, industriais, tecnológicos, sociais, geopolíticos. Vigilância em Saúde – Vulnerabilidade Vulnerabilidade, conceito relativo as condições intrínsecas de lugar, pessoas, comunidade e grupos que as tornam mais vulneráveis. Proteção a saúde, ações antrópicas da sociedade sobre a natureza por meio de tecnologia, alteram processos naturais que geram impactos negativos sobre a sociedade, que por sua vez se protege com novas intervenções. Nessa lógica, a sociedade provoca mudanças na natureza que por sua vez ocasiona mudanças na sociedade.
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