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A PCR primária de causa cardíaca, como nos adultos (FV e TV), constitui causa menos frequente, entre 5-15% das PCR pediátricas pré- hospitalares. Já a PCR secundária em pediatria ocorre em consequência da deterioração da função respiratória ou choque, ocasionando hipoxemia e acidose progressiva. Então, pela causa respiratória ser tão preponderante na pediatria, por muito se optou pela sequencia A-B-C; desde 2010, houve uma uniformização do SBV pediátrico com o adulto e desde então para ambos usamos a sequência C-A-B (compressão→ via aérea→ respiração), uma vez que, a diferença de sequencia confundia a formação de socorristas e hoje sabemos que não há maiores benefícios ao adotarmos a sequência A-B-C. Antes de tudo, o SBV baseia-se na prevenção da PCR, o Pediatric Early Warning Scores (PEWS), por exemplo, serve para alertar o plantonista do risco de probabilidade de evolução para parada deste paciente, com valores ≥ 2 considerados de alta gravidade. NEUROLÓGICO CARDIOVASCULAR RESPIRATORIO Ativo Corado ou TEC 1-2 seg Normal 0 Sonolento Palido TEC 3 seg FC acima do limite da idade Taquipneia > 10 ipm do limite da idade FiO2 ≥ 30% ou 4 litros/min de O2 1 Irritado Acinzentado TEC 4 seg FC ≥ 20 bpm acima do limite Taquipneia > 20 ipm do limite da idade FiO2 ≥ 40% ou 6 litros/min de O2 2 Letárgico Obnubilado Acinzentado ou monteado TEC 5 seg FC ≥ 30 bpm acima do limite Bradipneia ≤ 5 rpm abaixo do limite para a idade Retrações subcostais intercostais, de fúrcula, de esterno e gemência FiO2 ≥50% ou 8 litros/min de O2 3 VALORES NORMAIS DE FR <2 meses → 30 – 60 2 meses – <1 ano → 30 – 50 1 – 3 anos → 24 – 40 4 – 5 anos → 22 – 34 6 – 12 anos → 18 – 30 VALORES NORMAIS DE FC RN – 3 meses → 85 – 205 3 meses – 2 anos → 100 – 190 2 – 10 anos → 60 – 140 >10 anos → 60 – 100 O atendimento pediátrico inclui algumas particularidades, dependendo da faixa etária, deste modo, definimos: ▪ Lactentes são < 1 ano, excluindo os RN (1-28 dias de vida) ▪ Crianças são > 1 ano até sinais de puberdade A identificação da RCP depende da responsividade (consciência), avaliação da respiração e checagem do pulso do paciente. Responsividade→ Lactentes→ Bater na planta dos pés 3 vezes Crianças→ Chamar e tocar nos ombros 3 vezes Se a vítima não responde e se encontra fora do ambiente hospitalar, gritar por socorro ou chamar a SAMU. Há a diferenciação entre se presenciar o colapso (chamar ajuda) e já encontrar o paciente inconsciente (iniciar SBV e depois chamar ajuda) na sequência de salvamento, mas hoje já se questiona as diferenças de iniciativa pois se dispõe de facilidades de comunicação associada ao ciclo. Após a avaliação de consciência, deve-se checar respiração e pulso central simultaneamente (pulso braquial em lactentes e carotídeo ou femoral em crianças) por 5 – 10 segundos. PACIENTE NÃO RESPONSIVO ↓ Acione a equipe de urgência e solicite DEA ↓ Avaliar pulso e respiração ↓ Não respira ou gasping? ↙ ↘ Pulso presente Pulso ausente ↓ ↓ ABRIR VIA AEREA INICIAR VENTILAÇÃO ↓ (12 – 20 IRPM) 1 ventilação a cada 3 – 5 segundos ↓ ↓ INICIE RCP (C-A-B) Reavaliar após 2 minutos ↓ ↗ Pulso < 60/minuto + perfusão inadequada Se o pulso estiver presente, realize respirações de resgate (12 - 20 respirações por minuto). Para as ventilações, realizar a abertura das vias aéreas, utilizando a técnica da inclinação da cabeça para trás e elevação do mento. Se a frequência do pulso for < 60 bpm e não aumentar rapidamente após o início das ventilações de resgate, observe se há sinais de má perfusão. Na presença de hipoperfusão, a bradicardia apresenta repercussão hemodinâmica e está indicado o início precoce das compressões torácicas intercaladas com ventilação. Reavaliar em 2 minutos; se o pulso estiver ausente ou houver dúvida da presença de pulso após 10 segundos, reiniciar compressões torácicas. A frequência das compressões torácicas deve ser de 100 a 120 compressões por minuto. A relação compressão/ ventilação é a seguinte: ▪ 1 socorrista→ 30 compressões : 2 ventilação ▪ ≥2 socorristas→ 15 compressões : 2 ventilação Na pediatria SEMPRE deve haver a ventilação. Sobre o local e a técnica de compressão, em lactentes, traçar uma linha imaginária entre os mamilos e colocar 2 dedos logo abaixo da linha intermamilar. Com ≥2 socorristas, envolver o tórax e sustentar as costas com os dedos de ambas as mãos, utilizando os polegares lado a lado, para realizar as compressões torácicas no terço inferior do esterno, evitando o apêndice xifoide. Os polegares podem se sobrepor em bebês muito pequenos. Em crianças, usar 1 ou 2 mãos, no terço inferior do esterno, evitando-se o apêndice xifoide. A profundidade de compressão: ▪ Lactente → 1/3 do diâmetro anteroposterior ou 4 cm ▪ Crianças → 5 cm Reavaliar a cada ciclo de 2 minutos o pulso central e rodiziar, quando houver mais de um ressuscitador, a função de compressão do tórax, para minimizar a fadiga. Caso esteja presente e a FC > 60 bpm com respiração regular, deixar a criança em posição de recuperação (decúbito lateral). Se pulso central ausente ou menor 60 bpm, manter as compressões torácicas. Utilizar o DEA assim que disponível no extra-hospitalar, se a criança não tiver pulso central palpável. Já no intrahospitalar, o DEA também pode ser indicado se a PCR ocorrer em áreas sem disponibilidade de desfibrilador manual. O DEA pode vir com pás de adulto + atenuador de carga ou vir com as pás pediatricas. O uso do DEA com atenuador de carga é preferível em crianças < 8 anos, incluindo lactentes ou com < 25 kg. Tanto a posição das pás antero-posterior quanto a antero-lateral são efetivas no tratamento, mas a primeira posição é mais consagrada na pediatria. O DEA analisa o ritmo e informa se o choque está indicado ou não. Se o choque estiver indicado, deve ser realizado seguindo os passos de segurança. Após o choque, reiniciar as compressões torácicas imediatamente. Se o choque não for indicado, manter a RCP de alta qualidade. Devemos suspeitar de OVACE quando houver aparecimento abrupto de estridor, tosse, cansaço e broncoespasmo na ausência de febre ou sintomas prodrômicos. Quando a obstrução da via aerea é incompleta, a clinica do paciente pode nos guiar para suspeitar do nivel aereo acometido: EXTRATORÁCICO / ACIMA DAS VORDAS VOCAIS Estridor inspiratorio AO NIVEL OU ABAIXO DAS CORDAS VOCAIS Estridor inspiratorio e expiratorio/sibilos INTRATORACICO/ABAIXO DAS CORDAS VOCAIS Sibilos Estridor expiratorio Nos casos da obstrução incompleta, devemos realizar a avaliação respiratoria completa: ▪ Frequencia respiratoria ▪ Sinais de esforço: tiragem, uso de musculatura acessoria e batimento de asas do nariz ▪ Expansão toracica e excursões abdominais ▪ Ausculta (reduzida ou ausente) ▪ Saturação do oxigenio ▪ Taquicardia A radiografia de torax deve ser solicitada para TODOS os pacinetes, geralmente demonstando atelectasia, hiperinsuflação e pode ser que o corpo estranho seja radiopaco. Mas as alterações dependem do tempo de permanenciado corpo estranho e grau de obstrução. A broncoscopia é o exame diagnostico e terapeutico que deve ser realizado nos casos suspeitos mesmo se a radiografia for normal. A entrada de um corpo estranho em vias aéreas desencadeia imediatamente o reflexo de tosse na tentativa de expulsá-lo. Entretanto, se a tosse é silenciosa e o paciente não consegue chorar ou falar, podem ser indícios de obstrução COMPLETA. Neste momento, estão indicadas as manobras de desobstrução, na tentativa de deslocar o corpo estranho somente quando este for sólido. Estas manobras dependem do nível de consciência e da faixa etária. Devido a maior possibilidade de complicações em lactentes, as manobras de desobstrução são diferentes em lactentes e crianças. No lactentes CONSCIENTE iniciar com 5 golpes nas costas + 5 compressões torácias com as tecnicas de 2 dedos ou polegares, até que haja choro ou tosse (sinais de desobstrução) ou ate que ele fique inconsciente. Inspecionar a via aerea do paciente e ver se dá para retirar o porpo estranho manualmente. Nas crianças CONSCIENTES podemos fazer as compressoes abdominais de Heimlich. Se obesos, o socorrista pode fazer as compresões torácicas como as de um RCP num adulto. Inspecionar a via aerea do paciente e ver se dá para retirar o porpo estranho manualmente. Nos pacientes INCONSCIENTES, iniciar protoclo de RCP pelas compressões sem palpar os pulsos. Após 30 compressões, abrir via aerea e inspecioná- la: se o corpo estranho estiver visivel, pode-se retirá-lo. Se não conseguir retirar, tentar fazer 2 ventilações no paciente. Se não houver expansao toracica: reposicionar a via aerea e ventilar novamente. Mesmo se conseguir retirar o corpo estranho e ainda assim o paciente manter-se não responsivo: iniciar SBV. Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 553 Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 554 Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 engasgado 556
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