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Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos científicos nas áreas de Letras, Ciências 
Humanas e Ciências Sociais – Ano 10 Nº22 – 2014 ISSN 1809-3264 
Página 36 de 199 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A TEORIA INTERPRETATIVISTA 
 E O MÉTODO INDUTIVO NA PESQUISA SOCIAL 
 
 
Clarice Francisco Brauner 
Especialista em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva 
Mestranda em Educação – UFPel 
Supervisora Pedagógica IFSUL – Instituto Federal Sul-riograndense – Pelotas 
Marcelo Pinheiro Cigales 
Licenciado em Ciências Sociais 
Mestrando em Educação-UFPel 
Professor de Sociologia – IFSUL 
Rony Centeno Soares Júnior 
Especialista em Ciências da Musculação 
Mestrandoem Educação – UFPel 
Professor de Educação Física – IFSUL 
 
 
Resumo 
O domínio sobre a teoria e a metodologia utilizada na pesquisa científica é essencial para o 
desenvolvimento de um trabalho acadêmico. Esta é justamente uma das principais dificuldades de 
muitos alunos na graduação e pós-graduação. Este artigo tem por objetivo discutir, ainda que 
brevemente, a teoria interpretativa e o método indutivo, com o objetivo a contribuir para a 
discussão científica sobre o tema. O referencial teórico esta embasado na bibliografia referente ao 
tema. Entre os principais resultados é possível destacar que os autores estudados propõem 
classificações divergentes tanto para perspectivas teóricas e epistemológicas como para método 
científico. 
Palavras-chave: Teoria interpretativista; método indutivo; pesquisa social. 
 
Resumen 
El dominio de la teoría y la metodología utilizada en la investigación científica es fundamental para 
el desarrollo de un trabajo académico. Esta es precisamente una de las principales dificultades a 
muchos estudiantes a nivel de grado y postgrado. Este artículo tiene como objetivo discutir, aunque 
sea brevemente, la teoría interpretativa y el método inductivo, con el objetivo de contribuir a la 
discusión científica sobre el tema. El marco teórico fundamentado en esta literatura sobre el tema. 
Entre los principales resultados se puede señalar que los autores proponen clasificaciones 
divergentes para las perspectivas teóricas y epistemológicas acerca del método científico. 
Palabras clave: teoría interpretativa; método inductivo; investigación social. 
 
 
Introdução 
 
O conhecimento e domínio sobre as teorias ou perspectivas epistemológicas e 
metodologias utilizadas na pesquisa científica são requisitos básicos que todo pesquisador deve 
possuir para o desenvolvimento de sua dissertação ou tese. No entanto, isto nem sempre ocorre, 
existem relatos sobre o enredo que alguns pesquisadores fazem ao se utilizarem de autores de duas 
ou mais correntes teóricas no embasamento de seus trabalhos. Isso é mais comum no 
desenvolvimento de pesquisa na área das Ciências Humanas e com estudantes de mestrado 
(aprendizes do processo de fazer pesquisa). 
 
Trivinõs (2007) pontua claramente esta questão ao relatar sobre as dificuldades dos 
mestrandos em definir uma linha teórica desde o início de suas pesquisas. Conforme o autor 
existem duas situações, 
 
 
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(...) ele tem dúvidas sobre qual teoria está de acordo com seus pontos de vista, sua concepção 
de vida, seus princípios e coloca em foco da melhor forma o assunto que é objeto de sua 
preocupação; ou tem carência de toda orientação teórica específica. Neste último caso, o 
mestrando coleta todas as ideias encontradas nas obras que estuda, sem critérios adequados 
para fazer a escolha. A este tipo de pesquisador só lhe preocupa ter nas Referências 
Bibliográficas, nas últimas páginas de sua dissertação, uma quantidade crescida de títulos. Isto 
pode, algumas vezes, impressionar, positivamente sobre o nível do trabalho, algumas pessoas. 
Os investigadores mais experientes descobrem imediatamente, na mistura de autores e obras, 
profunda desorientação teórica do autor da pesquisa. (p. 100). 
 
Outra confusão comum entre os pesquisadores iniciantes e que ocorre com mais 
frequência nas pesquisas na área das ciências humanas é a dificuldade em diferenciar teoria de 
metodologia. 
 
A “teoria” remete a uma maneira de ver o mundo ou de compreender o campo dos 
fenômenos que estão sendo examinados. Remete aos conceitos e categorias que serão 
empregados para encaminhar uma determinada leitura da realidade, à rede de elaborações 
mentais já fixadas por outros autores ( e com os quais o pesquisador irá dialogar para elaborar 
o seu próprio quadro teórico). Já a „metodologia‟ remete a uma determinada maneira de 
trabalhar algo, de eleger ou constituir materiais de extrair algo destes materiais, de se 
movimentar sistematicamente em torno do tema definido pelo pesquisador. (BARROS, 2005, 
p. 79-80). 
 
Dessa forma, Esteban (2010) resalta a importância de esclarecer a terminologia que 
impregna os discursos teóricos, conceituais e metodológicos a respeito da pesquisa social. Para ela o 
método é um dos muitos projetos de pesquisa que guiam o pesquisador na seleção de estratégias e 
procedimentos e perfilam seu uso. A perspectiva teórica, por sua vez, informa uma ampla série de 
métodos. Constitui uma aproximação à compreensão e explicação da sociedade e do mundo e 
fundamentam uma série de premissas que os pesquisadores assumem e incorporam ao método 
selecionado. Por último, a epistemologia é uma forma de compreender e explicar como 
concebemos o que sabemos. Desse modo, é primordial que o pesquisador tenha bem claro antes de 
iniciar seu trabalho de pesquisa, a estrutura do projeto, para isso não se pode ignorar a ampla 
revisão bibliografica sobre métodos e técnicas na elaboração de projetos de pesquisa em ciências 
sociais. 
 
O objetivo deste artigo é apresentar a classificação de diferentes autores sobre as 
teorias/epistemologias e metodologias utilizadas na pesquisa educacional com foco na teoria 
interpretativista e no método indutivo. 
 
Através de revisão bibliográfica, fundamentaremos nossa discussão em torno de autores 
das ciências sociais e humanas que se dedicam ao estudo das teorias e dos métodos e técnicas de 
pesquisa em ciências sociais. Desta forma, focaremos nossas análises em Esteban (2010), Triviños 
(2007) e Geertz (2008) para a teoria interpretativista e Ruiz (1982), Cervo e Bervian (1983), Gil 
(1994), Richardson (1999), Marconi e Lakatos (2006) para o método indutivo. A intenção do 
presente artigo é provocar a discussão entre os estudantes que estão iniciando na pesquisa científica, 
sobre os percalços que estão muitas vezes ocultos no processo da fundamentação teórica e 
metodológica na pesquisa social em específico na educacional. 
 
Teoria Interpretativista 
 
O que é teoria? Conforme o Dicionário de Ciências Sociais (1986, p. 1251) “[...]a noção de 
teoria implica várias formas de compreensão da realidade, todas estreitamente relacionadas, como a 
contemplação, a visão, a contemplação racional e a visão inteligível”. Podemos dizer que a teoria 
surgiu através de um processo de racionalização, da necessidade do homem de dar sentido às 
coisas, à vida, etc. 
 
 
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Para Goode e Hatt (1977, p. 13), “A teoria é, sob vários aspectos, um instrumento da 
ciência” tendo como principal função restringir a amplitude dos fatos a serem estudados, ou seja, 
ela apresenta racionalmente um modelo explicativo da realidade social (do mundo social). 
 
Conforme Esteban (2010), o Interpretativismo é uma perspectiva teórica que se 
contrapõem ao Positivismo, pois desenvolve interpretações da vida social e do mundo sob uma 
perspectiva cultural e histórica. Para a autora (ibidem, p. 58) “A perspectiva Interpretativista surgiu 
como reação à tentativa de desenvolver uma Ciência Naturaldos fenômenos sociais” considerando 
três correntes fundamentais que deram lugar ao seu nascimento: a hermenêutica, a fenomenologia e 
o interacionismo simbólico. 
 
Sobre a hermenêutica, a autora ressalta que: 
 
No século XIX, a hermenêutica evoluiu do status de metodologia filosófica para uma filosofia 
do significado de todas as expressões humanas. Podemos citar autores como Friedrich Ast 
(1778-1841) e Friedrich Schleiermacher (1768-1834). Este último exerceu grande influência em 
Dilthey, que tentou estabelecer a hermenêutica como a metodologia das Ciências Culturais ou 
Morais, desafiando a asserção positiva de que o método e a metodologia das Ciências Naturais 
deveriam fundamentar o estudo dos fenômenos humanos. Foi assim que diversos autores 
começaram a refletir sobre a própria natureza do ato de compreender, de maneira que a 
hermenêutica se reconceitualizou não só como uma ferramenta para resolver os problemas da 
interpretação textual (hermenêutica filológica), mas como uma fonte de reflexão sobre a 
natureza e o problema da compreensão interpretativa em si mesmo (hermenêutica geral) 
(ESTEBAN, 2010, p. 63). 
 
Em relação a fenomenologia, a autora destaca que ela é acima de tudo uma filosofia, e seu 
lema é “voltar as coisas mesmas”, ou seja, “voltar à experiência pré-racional, à experiência vivida; 
não se refere a sensações sensitivas passivas, mas a percepções que, junto à interpretação, orientam 
objetivos, valores e significados” (p. 65). Desse modo, podemos dizer que a fenomenologia está 
preocupada com a intenção do ator, enquanto a hermenêutica toma a ação como uma via para 
interpretar o contexto social de significado mais amplo em que está inserida. 
 
Já o interacionismo simbólico em linhas gerais, se sustenta em uma filosofia pragmática, 
representado principalmente por figuras como William James e John Dewey. Essa perspectiva 
afirma que é preciso ser capaz de tomar o lugar de outros para compreender o significado das 
relações sociais, essa tomada de papel é uma interação. “Assim o pesquisador deve ver o mundo a 
partir do ponto de vista das pessoas que estuda” (ESTEBAN, 2010, p. 67) 
 
Esteban (ibidem, p. 59) reúne através de vários autores, os principais pressupostos básicos 
do Interpretativismo, que podem ser visualizados na tabela 1. 
 
 
Tabela 01. Considerações básicas do Interpretativismo 
 Natureza interpretativa, holística e simbólica de todos os processos sociais, incluindo os de 
pesquisa (Giddens, 1979). 
 O contexto como um fator constitutivo dos significados sociais (Erikson, 1989). 
 O objetivo da pesquisa é a ação humana (por oposição à conduta humana), e as causas 
dessas ações residem no seu significado, interpretado pelas pessoas que as realizam, em vez de 
residirem na semelhança de condutas observadas (Van Maanen, 1983). 
 O objeto da construção teórica é a compreensão teleológica, em vez da explicação causal 
(wright, 1980). 
 A objetividade se alcança ao se acessar o significado subjetivo que a ação tem para seu 
protagonista (Glaser e Strauss, 1967). 
 
Fonte: Esteban (2010, p. 59) 
 
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Dessa forma, o interpretativismo se contrapõem ao positivismo ao negar a ideia de que os 
métodos das Ciências Sociais devem ser idênticos aos das Ciências Naturais e por buscar a 
compreensão do significado dos fenômenos sociais e não somente a sua explicação. Conforme 
Esteban (ibidem, p. 61) enquanto o positivismo se interessa pela descrição e explicação do mundo, 
“a tradição interpretativista defende a necessidade de compreendê-lo interpretativamente”. 
 
Em relação a figura do pesquisador, a teoria interpretativista não aceita a concepção de 
neutralidade no processo de pesquisa e sim que através da interação com a comunidade é possível 
ampliar seu entendimento sobre o fenômeno em situações culturais e contextuais. 
 
Clifford Geertz (2008), se utilizou da teoria e metodologia interpretativista, descreve a 
cultura como um texto, compreendido através da leitura que o nativo tem dela, sendo que, o 
antropólogo faz uma segunda interpretação do texto, pois a primeira é sempre a do indivíduo da 
sociedade estudada. Portanto, não há uma interpretação das culturas, mas várias. 
 
Conforme Esteban (2010), as principais críticas destacadas à teoria interpretativista são: 
 
a) a incapacidade dessa abordagem de elaborar explicações gerais da realidade suficientemente 
objetivas para serem consideradas verdadeiramente científicas. 
b) a concepção de que o interpretativismo se preocupa, de maneira reducionista, exclusivamente em 
esclarecer as intenções e os significados dos atos sociais. 
c) a separação que o interpretativismo faz entre as Ciências Naturais (explicação) e as Ciências 
Sociais (compreensão), exclui a possibilidade de pesquisar sobre certos aspectos da realidade social 
que o enfoque sociocrítico considera de máxima importância, como a origem da interpretação que 
os indivíduos fazem da vida social. 
d) Insistência de que a única validade às explicações da vida social deve ser a de compatibilidade 
com o autoentendimento dos sujeitos. 
e) A crítica do status quo social não é sua prioridade. 
 
Apesar de Esteban realizar essa subdivisão da teoria interpretativista, autores como 
Triviños (2007) e Richardson (1999) irão propor outras construções, incluindo por exemplo, a 
fenomenologia como teoria e não como corrente dentro do Interpretativismo como aponta 
Esteban (2010). Portanto, é possível perceber que cada autor possui sua classificação para definir e 
diferenciar as teorias das perspectivas epistemológicas e dos métodos científicos, o que pode em 
muitas vezes confundir os jovens pesquisadores ao consultarem diversos autores que tratam das 
técnicas e métodos em pesquisa social. 
 
Método 
 
A ciência tem como objetivo fundamental chegar a verdade dos fatos. Desta forma não se 
distingue de outras formas de conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico 
distinto dos demais é a sua verificabilidade. Neste caso para o conhecimento ser considerado 
científico, é necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitaram chegar a este 
conhecimento. 
 
Para alcançar seu objetivo, que é o conhecimento científico, a ciência se utiliza de diversos 
métodos, Acreditamos, então, necessário a conceituação de método. 
 
O que é método? 
 
Segundo Ruiz (1982, p. 131) “[...]é o conjunto de etapas e processos a serem vencidos 
ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.” 
 
 
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Já Cervo e Bervian (1983, p.23) conceituam método como: “[...]a ordem que se deve impor 
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado.” 
Especificamente para as ciências os autores propoem a seguinte definição: “[...]conjunto de 
processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade.” 
 
A este respeito, Gil (1994, p. 27) define método como: “[...]caminho para se chegar a 
determinado fim. E, método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos 
adotados para se atingir o conhecimento.” 
 
Para Richardson (1999, p. 22), “[...] método é o caminho ou a maneira para chegar a 
determinado fim ou objetivo.” 
 
Marconi e Lakatos (2010, p.65) entendem que método “[...]é o conjunto das atividades 
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - 
conhecimentos válidos - traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as 
decisões do cientista.” 
 
Apresentadas as definições de método, acreditamos importantes buscarmos nesses autores 
quantos e quais são os métodos utilizados na ciência, eespecificamente nas ciências sociais. 
 
Tipos de método 
 
Existem várias classificações para os métodos científicos, entre algumas definições, Ruiz 
(1982) apresenta : o método racional ou dedutivo e o método indutivo. Para Cervo e Bervian (1983) 
propõem além do raciocínio dedutivo o raciocínio Indutivo. 
 
Gil (1994) sugere além dos métodos dialético e fenomenológico o método hipotético-
dedutivo (que é apresentado à ciência como tentativa de superação das limitações dos dois 
 métodos clássicos: o dedutivo e o indutivo). Enquanto Richardson (1999) considera que existem os 
métodos indutivo, dedutivo, estruturalista e dialético. 
 
Marconi e Lakatos (2010) apresentam os seguintes métodos: método indutivo, método 
dedutivo, método hipotético-dedutivo, método dialético, métodos específicos das Ciências Sociais, 
método histórico, método comparativo, método monográfico, método estatístico, método 
tipológico, método funcionalista, método estruturalista, método etnográfico, método clínico e 
método e quadro de referência. 
 
Acreditamos importante ressaltar que o método utilizado deverá estar atrelado a 
epistemologia adotada pelo pesquisador como sugere Richardson (1999), em uma concepção 
positivista impõem-se os métodos indutivo ou dedutivo, para uma pesquisa com uma perspectiva 
estruturalista o método estruturalista e em pesquisas com uma visão materialista- dialética e método 
dialético. 
 
O método indutivo 
 
O método indutivo é um processo pelo qual, partindo de dados ou observações 
particulares constatadas, podemos chegar a proposições gerais. Por exemplo, o estudante “A” tem 
computador, o estudante “B” tem computador, todos os estudantes que tenho visto tem 
computador. Desta forma posso afirmar pelo raciocínio indutivo que todos os estudantes possuem 
computador. 
 
Outro exemplo clássico seria: O cisne “A” é branco, o cisne “B” é branco o cisne “X” é 
branco. Todos os cisnes são brancos. 
 
 
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O raciocínio indutivo propõe regras gerais a partir de observações realizadas, porém como 
visto no exemplo acima esta lógica não parece verdadeira a despeito das observações realizadas pelo 
pesquisador. 
 
Desta forma, David Hume (apud Gil 1994, p. 29), já no século XVIII, considerava que a 
indução não podia transmitir a certeza e a evidência porque se pode pensar o contrário do induzido 
sem cair em contradição. Da mesma forma, Karl Popper (GIL, 1994, p. 29) faz críticas ao método 
indutivo, 
 
Em sua obra, A lógica da investigação científica, publicada em 1935, Popper rejeita qualquer 
possibilidade de se constituir a indução em posição epistemológica válida. Um dos argumentos 
é o de que a indução recai invariavelmente numa regresssão ao infinito. Tomando-se o mesmo 
exemplo dos cisnes: para se sustentar, com certeza e evidência, que todos os cisnes são 
brancos, seria necesário verificar cada cisne particular possível, do presente, do passado e do 
futuro, porque, na realidade, a soma dos casos concretos dá apenas um número finito, ao passo 
que o enunciado geral pretende ser infinito. (GIL, 1994, p. 30) 
 
Dessa forma, em contraposição ao método indutivo, surge o método dedutivo, que através 
de silogismo15 parte de premissas gerais para recair sobre observação particular. Exemplo: Todos os 
homens são mortais, Pedro é homem, logo Pedro é mortal. No entanto, esse método também é 
críticado, pois ele parte de uma premissa dogmática a partir da primeira constatação. 
 
Considerações finais 
 
A partir do exposto podemos inferir que os diversos autores concordam em termos gerais 
que a concepção de teorias epistemológicas e métodos científicos, ou seja, que os processos 
intelectuais/mentais para produção do conhecimento devem estar em consonância com a visão de 
mundo do pesquisador, assim como ao enfoque dado à sua pesquisa. Porém, os autores propõem 
diversas classificações tanto para perspectivas teóricas e epistemológicas como para método 
científico. 
 
Observa-se também que em relação ao método as referências mais antigas apresentam 
apenas os métodos dedutivo e indutivo e obras mais recentes sugerem outros tipos de classificação. 
O que possivelmente denota superação dos métodos tradicionais (indutivo/dedutivo), e inovação 
na tentativa atender as especificidades da realidade dos campos de pesquisa. 
 
Através do exposto podemos considerar que o processo teórico-metodológico da pesquisa 
é de extrema importância, pois é a partir dele que o pesquisador dará legitimidade a seu trabalho. O 
cuidado com a teoria e o método que se utiliza-rá é parte integrante desse processo, para isso 
recomenda-se que o pesquisador busque informações com pesquisadores e professores mais 
experientes. A imersão e o minucioso cuidado nos manuais metodológicos também deve ser 
motivo de atenção. 
 
 
15 Dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas, por inferência se tira uma 
terceira, chamada conclusão. In: Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa. 3ª Edição. Curitiba: Editora 
Positivo, 2004. p. 1846. 
 
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Humanas e Ciências Sociais – Ano 10 Nº22 – 2014 ISSN 1809-3264 
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Referências 
 
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CERVO, A. L; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: McGraw-Hill,1983. 
ESTEBAN, Maria Paz Sandín. Pesquisa qualitativa em educação fundamentos e tradições. 
Porto Alegre: AMGH, 2010. 
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. 1ª edição. 13ª reimpr. Rio de Janeiro: LTC, 
2008. 
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas e pesquisa social. 4ª ed. São Paulo: Atlas 1994. 
GOODE, W. J; HATT, P. K. Métodos em Pesquisa Social. 6ª edição. São Paulo: Campanhia 
editora nacional, 1977. 
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia 
Científica. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2006. 
RUIZ, J. A. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1982. 
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. 
SILVA, B. Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 
1986. 
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais a pesquisa qualitativa em 
educação. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
Enviado em 30/12/2013 
Avaliado em 10/02/2014

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