Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AUDITORIA UNIASSELVI-PÓS Autoria: Maike Bauler Theis Indaial - 2020 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2019 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: T377a Theis, Maike Bauler Auditoria. / Maike Bauler Theis. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 177 p.; il. ISBN 978-65-5646-020-8 ISBN Digital 978-65-5646-021-5 1. Auditoria. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 657.45 Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Aspectos Gerais da Auditoria ......................................................7 CAPÍTULO 2 Auditoria Interna, Auditoria Externa e Auditoria no Setor Privado .........................................................................57 CAPÍTULO 3 Auditoria no Setor Público ..................................................... 113 APRESENTAÇÃO Olá, pós-graduando! Seja muito bem-vindo ao livro de Auditoria e Controle. Auditoria é um campo de atuação da área contábil, sendo cada vez mais destacada, valorizada e reconhecida nos últimos anos, proporcionando aos contadores e auditores maior reconhecimento e alocação no mercado de trabalho. Com o propósito de aprofundar os estudos do acadêmico da área de Auditoria, foi elaborado este material, com o objetivo de contribuir para o fornecimento de uma visão teórico-prática do trabalho de auditoria. Neste material, abordaremos aspectos práticos do trabalho realizado pelo profissional de auditoria no exame das demonstrações contábeis e que envolvem programas, testes, papéis de trabalho e relatórios. Assim, no Capítulo 1, iniciamos com o estudo do surgimento e evolução da auditoria, seus principais conceitos e os aspectos que envolvem a profissão de auditor. Conheceremos a importância das normas específicas da auditoria, bem como as formas de encaminhar um trabalho nesta área de acordo com a realidade da organização que será auditada. As funções, as atividades e formas de atuação do auditor interno, externo são abordadas no Capítulo 2, que apresenta a importância do auditor nas empresas, mesmo que de pequeno porte, apresenta-se a importância da realização da auditoria garantindo-se a clareza, objetividade e transparência dos processos e procedimentos adotados. Tem-se, ainda, o detalhamento dos principais papéis de trabalho utilizados e empregados nos trabalhos de auditoria. Para entender a auditoria governamental, no Capítulo 3 apresenta-se a estrutura da administração pública, as suas funções nas esferas municipal, estadual e federal, além dos elementos que auxiliam e realizam o controle interno para a gestão das informações. Todos esses pontos são importantes para compreender como é realizado o trabalho do auditor que atua na área pública, além de visualizar alguns dos principais documentos adotados nos procedimentos de auditoria governamental. Tenha um ótimo estudo! Professora Maike Bauler Theis. CAPÍTULO 1 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • conhecer a origem e evolução da auditoria; • entender como a auditoria é formada e realizada; • compreender a estrutura das normas de auditoria; • identifi car os principais tipos de relatórios de auditoria. 8 Auditoria 9 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A auditoria é uma das ramifi cações da contabilidade, assim, para estudar auditoria, tem-se que conhecer um pouco da contabilidade. Estudada desde a Antiguidade, a contabilidade no Brasil passou a ser inserida após a vinda da família real, com o objetivo fi scal de arrecadação. Nesse período da vinda dos europeus, a arrecadação da coroa era realizada por três agentes: o contador, o procurador geral e um inspetor. No cenário atual, o contador se adapta e se estrutura não somente para as atividades fi scais, mas para adotar e implementar novas tecnologias às atividades, buscar o conhecimento e desenvolver habilidades de aprender, criar e participar e otimizar processos das empresas ou mesmo da sua empresa de prestação de serviços contábeis. Segundo Zarifi an (2001), o conhecimento ou o “saber” é adquirido por meio da aprendizagem e a habilidade ou o “saber fazer” refere-se à capacidade do indivíduo de utilizar, nas situações de trabalho, os conhecimentos desenvolvidos. Para isso, o contador foi aperfeiçoando seu campo de atuação ampliado em diversos segmentos, tais como auditoria, perícia, fi scal, pública, gestão de empresas, ensino/pesquisa, consultoria e atuarial, conforme demonstrado na fi gura a seguir. FIGURA 1 – RAMIFICAÇÕES DA CONTABILIDADE FONTE: Adaptado de Souza (2009) 10 Auditoria Entre as áreas de atuação dos profi ssionais da contabilidade, a auditoria é considerada uma tecnologia contábil que vem sendo utilizada desde o surgimento das atividades econômicas, acompanhando os campos de atuação dos profi ssionais de contabilidade. Assim, conhecer a história da contabilidade e da auditoria auxilia a compreender a sua importância nos dias atuais nas empresas privadas ou públicas. 2 AUDITORIA NO MUNDO Identifi car uma data de origem da auditoria não é possível, mas Krieck (2011) descreve que a auditoria teve sua origem com a contabilidade, pois ao realizar a contagem (contabilização) de um determinado patrimônio, em seguida se realizava a sua conferência, sendo esta uma característica de controle do patrimônio, logo pode ser entendida como uma forma primitiva de auditoria. Voltando um pouco no tempo, imagine os egípcios, com suas pirâmides, faraós cheios de ouro. Essa civilização utilizava práticas de auditoria para conferir se as atividades estavam corretas e para verifi car os registros de arrecadação de impostos. Na antiga Grécia, existem relatos de inspeções feitas nas contas de funcionários públicos (BOYNTON et al., 2002). Adiantando um pouco a história, iniciamos na Inglaterra. Em 1314 d.C., o país dominava os mares e controlava o comércio mundial. Foi lá que surgiram as primeiras grandes companhias de comércio e a taxação do Imposto de Renda, baseado nos lucros das empresas. O cargo de auditor foi criado na Inglaterra, pois o país era uma potência econômica desde a época das colonizações e, séculos depois, veio a se tornar o berço do capitalismo, com a Revolução industrial. “Nesse mesmo período, em 1314 foi criado o cargo de Auditor na Inglaterra” (KRIECK, 2011 p. 38). O autor ainda destaca que no século XIII, na Europa, a auditoria era desenvolvida por meio de trabalhos executados por associações profi ssionais: Conselhos Londrinos; o Tribunal de Contas em Paris; ou ainda, o Collégio Dei Raxonatie, a Academia Dei Ragionieri, na Itália. Quanto a sua expansão, Crepaldi (2004) destaca que a grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fi ns do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profi ssão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como consequência do crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos. Em 1756, época da Revolução Industrial, a auditoria alcançou um maior 11 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 graude evolução com a promulgação da legislação britânica em meados do século XIX (BOYNTON et al., 2002). Nesse período, as navegações marítimas também se tornaram mais frequentes, destacando-se a importância da necessidade de prestação de contas em cada viagem fi nalizada, controlando as receitas geradas e evitando possíveis desvios de recursos fi nanceiros que deveriam ser repassados ao governo. A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque tornou-se o marco da necessidade de aprimoramento do sistema contábil e, por conseguinte, da auditoria, observando-se que muitas empresas não tinham transparência e consistência nos seus dados fi nanceiros, contribuindo, assim, com a já conhecida crise mundial. Houve, a partir de então, a necessidade de se apontar as falhas nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um dos primeiros passos a criação do Comitê May, que atribuía regras para as instituições que tinham as suas ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória a auditoria independentemente das demonstrações contábeis. Após a criação do Comitê May, a auditoria passou a ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento econômico mundial, alcançando o status de colaboradora para a continuidade das empresas, contribuindo diretamente com o aprimoramento do processo de governança corporativa, amenizando, assim, sua aparência histórica de somente gerar custos para a entidade. Dessa data em diante, vamos viajar na velocidade da luz. O quadro a seguir demonstra, em ordem cronológica, fatos que contribuíram para o processo de evolução da auditoria no mundo. QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA AUDITORIA ANO FATOS 1756 Na Inglaterra: a Revolução Industrial, o surgimento das pri- meiras fábricas com uso intensivo de capital e a expansão do capitalismo propiciaram grande impulso para a profi ssão do auditor. 1880 1887 Também na Inglaterra a criação da Associação dos Conta- dores Públicos Certifi cados. A criação da Associação dos Contadores Públicos Certifi - cados. 1894 Na Holanda: criação do Instituto Holandês de Contabilidade Pública. Início do século XX Nos EUA: surgimento das grandes corporações e expansão do mercado de capitais. 12 Auditoria 1916 1917 Aparecimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação dos Contadores Públicos Certifi cados de 1880 e 1887. O IPA passou a ser AIA (American Institute Accontants). 1929 Ocorreu o famoso Crash da Bolsa de Valores. Início dos anos 1930 É proposta pelo AIA ao Congresso norte-americano a regu- lamentação de normas e padrões contábeis por profi ssio- nais altamente capacitados e a criação do Comitê May. 1934 Nos EUA é criada a SEC (Security and Exchange Co- mission), aumentando a importância da profi ssão do audi- tor como guardião da transparência das informações contá- beis das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais [...]. 1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno. 1957 A AIA passa a se chamar AICPA (American Institute of Cer- tifi ed Public Accountants), que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contábeis e de audi- toria. 1971 No Brasil, foi criado o IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores). 1973 Surgiu nos EUA a FASB (Financial Accounting Standards Board), com o objetivo de determinar e aperfeiçoar os pro- cedimentos, conceitos e normas contábeis. 1976 No Brasil, com a criação da Lei nº 6404 – Lei das So- ciedades por Ações – foram normatizados as práticas e relatórios contábeis. 1977 Com a Lei nº 6385 é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria, além de fi s- calizar as empresas de capital aberto. FONTE: Adaptado de Floriani (2006, p. 85) 13 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Além da linha do tempo com os principais pontos históricos, ainda é importante destacar alguns fatores que contribuíram para o fortalecimento da auditoria quanto à origem, evolução e organização da profi ssão no mundo. De acordo com Krieck (2011), são elencados: • Grandes companhias inglesas de comércio e navegação. Com o advento da marinha mercantil, grandes operações comerciais foram realizadas e, por conseguinte, havia a necessidade de maiores controles. • A necessidade de credibilidade nos registros contábeis. Devido ao advento do comércio internacional, houve a necessidade da oferta do crédito, que, por consequência, era apenas concedido para as empresas devidamente controladas e auditadas. • Tributação do Imposto de Renda na Inglaterra, pois o governo inglês necessitava de maiores controles sobre o erário público. • Desenvolveu-se com o aparecimento das grandes empresas, com operações mais complexas e necessidade de maior volume de controles. • Empresas formadas por capitais de muitas pessoas. Poderiam ocorrer confl itos de interesses, e para evitar que uma minoria da sociedade de capital fosse prejudicada, a auditoria tornou-se necessária. • Criação do cargo de auditor em contas públicas na Inglaterra, a partir de 1314, devido à necessidade do controle do governo. • Desenvolvimento da prática sistematizada nos séculos XIX e XX, em função da Revolução Industrial e expansão econômica do pós-guerra. • Surgimento do Guia Profi ssional de New York e do Guia Comercial inglês em 1786. • Aparecimento das primeiras associações de contadores na Inglaterra de 1854 a 1867, e da Sociedade dos Contadores da Inglaterra em 1879. • Aparecimento das primeiras associações de contadores nos Estados Unidos, de 1874 a 1882, da American Accounting Association (AAA), em 1916, e da American Institute of Certifi ed Public Accountants (AICPA), em 1886. • Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos, em 1894. Seguindo ainda para a valorização do auditor, nas últimas décadas sur- giram diversos escândalos corporativos que colocaram em discussão o papel do auditor na detecção de erros e fraudes. Em 2005, a Revista Exame publicou uma matéria enfatizando alguns escândalos de empresas que fraudavam as demon- strações contábeis, os casos persistem e, em 2019, as notícias ainda repercutem e destacam-se pela relevância dos valores. O Quadro 2 apresenta alguns dos maiores escândalos das últimas décadas. 14 Auditoria QUADRO 2 – ESCÂNDALOS QUE MARCARAM A AUDITORIA CONTÁBIL Ano Empresa O que ocorreu 2001 Enron A empresa aumentou sua receita de forma ar- tifi cial e escondeu suas dívidas no total de 11 bi- lhões de dólares para poder manipular seu lucro. A Enron também foi acusada de manipular o mercado de energia do Texas e de pagar pro- pina para ganhar licitações no exterior. Sem conseguir esconder sua verdadeira situação fi nanceira, acabou tendo que abrir falência. 2001 Arthur Andersen A empresa era responsável pela auditoria da Enron, que foi à falência depois da descoberta de manipulação de balanços em 2001. Duran- te a apuração do caso, descobriu-se que funcio- nários da auditoria tinham destruído documentos relacionados à empresa de energia e a situação da Arthur Andersen foi abalada de vez. 2001 Word.com Adultera os balanços em US 3,8 bilhões. 2019 General Elet- ric-GE Adulteração das demonstrações fi nanceiras em mais de 38 bilhões de dólares, a empresa omitia as perdas de seus investidores emitindo balan- ços falsos. FONTE: Adaptado de Revista Exame (2005; 2019) Os fatos de escândalos que marcaram a auditoria contábil apresentados até 2015 no quadro, foram destacados porque eles infl uenciaram a criação da legislação americana Lei Sarbanes-Oxley (SOX), um marco da auditoria moderna, que possui dispositivos legais tais como aumento da responsabilidade dos administradores, auditores, diretores e advogados sobre as informações evidenciadas pela empresa, com o objetivo de proporcionar transparência de gestão e confi ança nas demonstrações publicadas. Conhecidos alguns dos pontos da auditoria no mundo, seguimos para identifi car como os fatosdo mundo contribuíram para a adoção da auditoria no Brasil. 15 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 2.1 AUDITORIA NO BRASIL Com o fi m da Segunda Guerra Mundial, muitas empresas estrangeiras se instalaram no Brasil e trouxeram o hábito da auditoria, que já era considerada indispensável em outros países, principalmente pelo fato dos investidores permanecerem em seus países de origem e controlarem seus capitais a distância. Culturalmente, essas empresas estrangeiras já realizavam a auditoria em suas demonstrações contábeis. Então, como no Brasil não havia empresa de auditoria, muitos escritórios estrangeiros de auditoria se instalaram aqui, com destaque para as empresas americanas. Ricardino e Carvalho (2004) relatam que, no Brasil, a primeira empresa de auditoria independente que se estabeleceu foi a Deloitte Touche Tohmatsu, na cidade do Rio de Janeiro, em 1911. Mas Crepaldi (2004) afi rma que a primeira empresa foi a MCauliffe Davis Bell & Co., conhecida como Arthur Andersen, em 1909, na cidade do Rio de Janeiro, existindo assim essa divergência. No ano de 1960, foi criado o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA), em 1971, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e, em 1972, surgiram as normas de auditoria. Porém, só em 1976, Attie (2009) diz que ocorrem dois fatos que impulsionaram a consolidação da auditoria no país, sendo: • A regulamentação do mercado de capitais, após a publicação da Lei nº 6.404/76, a Lei das Sociedades Anônimas, que tornou obrigatória a auditoria das demonstrações contábeis para empresas de capital aberto. • A publicação da Lei nº 6.385, que instituiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com o objetivo de fi scalização do funcionamento do mercado de capitais e das atividades dos auditores independentes. A evolução da auditoria no Brasil teve um grande avanço com a instalação de empresas internacionais de auditoria independentes em nosso país. Para Attie (2009), além dos fatores apresentados, as principais infl uências que ajudaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil foram: a) Filiais e subsidiárias de fi rmas estrangeiras. b) Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais. c) Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversifi cação de suas atividades econômicas. 16 Auditoria d) Evolução do mercado de capitais. e) Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil, em 1972; e f) Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por Ações, em 1976. Sintetizando em uma linha do tempo no mundo e no Brasil, a origem e evolução da auditoria é desenhada conforme demonstra o Quadro 3: QUADRO 3 – COMPARATIVO ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA NO MUNDO E NO BRASIL FONTE: Jund (2006, p. 81) 17 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 No quadro verifi ca-se que, até 1972, o reconhecimento da profi ssão e a expansão da auditoria tornam-se os elementos centrais, quando em um segundo momento, a preocupação está na normatização e a preparação de auditores torna-se uma necessidade constante de atualização. O Quadro 4 expressa a atualidade para a auditoria, existindo os seguintes órgãos reguladores: QUADRO 4 – ÓRGÃOS REGULADORES BRASILEIROS C V M ( C omissão d e Valores Mobiliários) Entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda. Funciona como um órgão fi scaliza- dor do mercado de capitais. IBRACON Fixa princípios de Contabilidade. Elabora normas e procedimentos relacio- nados à auditoria (externa e interna) e perícias contábeis. CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e CRC (Conselho Regional de Contabilidade) Registro e fi scalização do exercício da profi s- são de contabilista. IIA (Instituto dos Auditores Inter- nos do Brasil) Promove o desenvolvimento da auditoria interna, mediante intercâmbio de ideias, reuniões, conferências, congresso etc., di- vulgando a importância da auditoria interna. Susep e Banco Central (Su- perintendência de Seguros Privados e Banco Central do Brasil) Contribuem para regular atividades espec- cades. FONTE: Adaptado de Souza (2009) Desde 2015, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC – emite as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria – NBC TA – em busca de uniformizar os critérios e estabelecer meios de realização de auditoria de uma maneira padronizada 18 Auditoria Fique ligado: acompanhe a publicação das Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria pelo site do Conselho Federal de Contabilidade: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de- contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/. 3 CONCEITO DE AUDITORIA A palavra auditoria tem sua origem no latim, Audire, que signifi ca ouvir. Esse termo foi utilizado pelos ingleses para rotular a técnica contábil de revisão, porém hoje possui um sentido mais amplo (SÁ, 1998). Saber ouvir, observar e interpretar as consistências e veracidade dos atos e fatos organizacionais é papel do auditor. O auditor é um contador especializado nas técnicas de auditoria. Por meio das técnicas de auditoria é possível fazer um diagnóstico da situação atual da empresa analisada. A auditoria consiste num “levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações fi nanceiras de uma entidade” (CREPALDI, 2009). Na evolução e complementação dos conceitos, Crepaldi (2009, p. 3) afi rma que “de forma bastante simples, pode-se defi nir auditoria como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações fi nanceiras de uma entidade”. Ainda, Almeida (2010, p. 4) apresenta que novas empresas buscaram oportunidade em trabalhos de auditoria no Brasil: Nas últimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas com associações internacionais e auditoria externa. Esse fato ocorreu em função da necessidade legal, principalmente nos Estados Unidos da América e da Europa, de os investimentos no exterior serem auditados. Essas empresas praticamente iniciaram a auditoria no Brasil e trouxeram todo um conjunto de técnicas de auditoria, que posteriormente foram aperfeiçoadas. 19 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Segundo Sá (1998, p. 105), assim como em outras ciências que permeiam uso de tecnologias, a contabilidade também faz uso de alguns termos específi cos inerentes as suas técnicas. Para facilitar o entendimento do conteúdo ministrado, segue um glossário com os principais termos adotados na auditoria: • Auditor: responsável pela auditoria. • Objeto da auditoria: processos, atos ou fatos que serão verifi cados pelo auditor. • Auditado: pessoa física ou jurídica, a qual o auditor analisará e emitirá um diagnóstico/ parecer. • Contratante: pessoa física ou jurídica que, de acordo com seus interesses, contrata o auditor para verifi cação de determinado aspecto. • Evidência em auditoria: é o conjunto de fatos comprovados, sufi cientes, competentes e pertinentes, obtidos durante os trabalhos de auditoria, que sustentam as conclusões do auditor. • Papéis de trabalho: constituem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a este na execução da auditoria. Alinhado o conceito, tem-se a necessidade de conhecer a sua aplicabilidade e objetivo, observando a necessidade de realização da auditoria, os usuários das informações e os documentos que fundamentam os trabalhos. 3.1 APLICAÇÃO E OBJETIVO DA AUDITORIA Em seu objetivo, a auditoria busca examinar os sistemas, processos, procedimentos, controle e registros que infl uenciam o resultado das demonstrações contábeis. Segundo Crepaldi (2009), o objetivo geral da auditoria pode ser descrito como o processo pelo qual o auditor se certifi ca da veracidade das demonstrações fi nanceiras preparadas pela empresa auditada. Já para NBC T11, a auditoria das demonstrações contábeisconstitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específi ca. 20 Auditoria Acompanhar e manter-se atualizado em relação às normas brasileiras de contabilidade técnicas – NBC Ts – é uma necessidade constante do profi ssional e para aqueles que desejam atuar na auditoria, assim, sugere-se conhecer e familiarizar-se com as NBC Ts. Acesse https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de- contabilidade/. Paralelamente à contabilidade, a auditoria sendo uma ramifi cação, busca salvaguardar o patrimônio e a aplicação dos princípios contábeis. Para isso, muitas vezes, a auditoria é aplicada na verifi cação de erros e fraudes. Logo, limitar seu campo de aplicação da auditoria à execução de um processo sistêmico visa buscar evidências sobre a ocorrência de erros ou fraudes, porque seu papel é muito mais amplo. A contabilidade em suas rotinas busca garantir a veracidade das informações, porém em empresas de grande porte, o quantitativo de movimentações, a demanda de atividades diárias e mensais mesmo priorizando a qualidade, terá uma maior credibilidade e segurança aos investidores se passar por um processo de auditoria. Assim, a auditoria é utilizada como tecnologia para apoio à decisão. Por meio das técnicas de auditoria é possível evidenciar a situação atual e verifi car se as metas e ações organizacionais estão sendo executadas conforme o planejado. A evidenciação da situação atual permite ao decisor identifi car o cenário de atuação e fornecer as informações para a projeção de ações estratégicas futuras. Com o apoio de tecnologias e ainda para contribuir gerencialmente, as técnicas de auditoria vêm sendo aplicadas em diversos campos e setores diferentes, não se isolando apenas no setor contábil, avaliando a empresa em todos os setores e processos: como sistemas de informação, recursos humanos, avaliação de desempenho, controladoria, ações de marketing, ações sociais, ambientais e outras aplicações que visam à avaliação/diagnóstico de um determinado aspecto que a auditada deseja focar. 21 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 1) O contador é um profi ssional preparado para atuar em diferentes segmentos que atendem à esfera pública, privada ou mesmo ao terceiro setor. Considerando que a atualização profi ssional é uma constante para o contador, independentemente de sua área se atuação, analise as afi rmativas e identifi que aquelas que apresentam CORRETAMENTE os campos de atuação do contador: I- Advogado Tributarista II- Auditor III- Economista Fiscal IV- Perito Agora, assinale a sentença CORRETA: a) ( ) As afi rmativas II e IV estão corretas. b) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas. c) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas. d) ( ) Somente a afi rmativa II está correta. 2) O cargo de auditor foi criado na Inglaterra, pois o país era uma potência econômica desde a época das colonizações e, séculos depois, veio a se tornar o berço do capitalismo com a Revolução Industrial. Agora, analise as alternativas e assinale aquela que apresenta CORRETAMENTE a data de criação do cargo de auditor na Inglaterra: a) ( ) 1.314. b) ( ) 1.886. c) ( ) 1.914. d) ( ) 1.885. 3) Assim como em outras ciências que permeiam uso de tecnologias, a contabilidade também faz uso de alguns termos específi cos inerentes as suas técnicas. Para pessoa física ou jurídica, a qual o auditor analisará e emitirá um diagnóstico/parecer, adota-se um termo. Analise as alternativas e assinale aquela que apresenta o termo CORRETO: a) ( ) Auditado. b) ( ) Parecer. c) ( ) Opinião. d) ( ) Auditor. 22 Auditoria 4) Alguns órgãos ou entidades regulam e normatizam a auditoria quanto aos seus processos, procedimentos e formas de atuação, inclusive quanto à condução dos trabalhos de auditoria e postura do auditor. Assim, analise as afi rmativas e assinale quais podem ser órgãos ou entidades que regulam os trabalhos de Auditoria. I- CVM – Comissão de Valores Mobiliários II- IBRACON – Instituto Brasileiro de Contadores III- OAB – Ordem dos Advogados do Brasil IV- SEF – Secretaria de Estado da Fazenda Agora, analise a sentença CORRETA: a) ( ) As afi rmativas I e II estão corretas. b) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas. c) ( ) As afi rmativas II e IV estão corretas. d) ( ) Somente a afi rmativa II está correta. 5) Assim como em outras ciências que permeiam o uso de tecnologias, a contabilidade também faz uso de alguns termos específi cos inerentes as suas áreas específi cas, como acontece com a auditoria. Na auditoria, alguns termos principais são destacados, um desses termos é o Objeto de Auditoria. Analise as alternativas e assinale aquela que apresenta a defi nição de Objeto na auditoria: a) ( ) É o responsável por realizar a auditoria. b) ( ) São os processos, atos ou fatos que serão verifi cados pelo auditor. c) ( ) É o contratante do serviço de auditoria. d) ( ) São os papéis de trabalho do auditor. 4 FORMAS E NORMAS DE AUDITORIA Para este subtópico, são apresentadas as diferentes formas de realização da auditoria que se dividem de acordo com a sua: extensão, profundidade, natureza, fi ns a que se destina, relação entre auditor e empresa auditada. É necessário verifi car qual a fi nalidade de realização da auditoria para a seleção da forma mais adequada à empresa auditada. 23 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Todas as formas de auditoria são importantes e válidas, a sua fi nalidade de realização vai defi nir qual das formas é a mais adequada, o fator fi nanceiro no custo de realização da auditoria pode ser um diferencial na realização de auditoria. Logo, cabe ao auditor o conhecimento técnico para a realização da forma de auditoria à qual está sendo contratado a executar, assim, este profi ssional deverá estar habilitado e preparado para trabalhar em todas as formas de realização da auditoria. O auditor deverá adaptar-se às necessidades ou escolhas de forma de auditoria selecionada pela empresa auditada ou mesmo sugerir a forma de auditoria que atende aos objetivos que a empresa auditada está buscando alcançar. 4.1 FORMAS DE APLICAR A AUDITORIA As empresas, sejam prestadoras de serviços, indústrias ou mesmo comércio, normalmente de grande porte que recebem ou mesmo prestam contas aos seus investidores, precisam solicitar os trabalhos de auditoria para salvaguardar os procedimentos e registros realizados. Destacando as empresas de capital aberto, ou seja, que possuem negociações na bolsa de valores, estas devem seguir as regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – que normatiza a auditoria Fique ligado nas normatizações da CVM em relação à atuação da auditoria independente e quanto ao trabalho do auditor garantindo a segurança e qualidade nas informações aos investidores: http:// www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_independentes/sobre. html. 24 Auditoria Os gestores da empresa e contador devem alinhar as demandas e compartilhar com os auditores, todas as pessoas envolvidas nos processos para que se possa gerar relatórios de auditoria consistentes e fundamentados para as tomadas de decisão. A auditoria pode apresentar diversas formas. Franco e Marra (2000) apresentam as categorias de auditoria por formas e cada uma delas apresenta características peculiares, que são classifi cadas da seguinte maneira: 1. De acordo com a extensão do trabalho. 2. De acordo com a profundidade dos exames. 3. De acordo com a sua natureza. 4. De acordo com os fi ns a que se destina. 5. De acordo com as relações do auditor com a entidade auditada De acordo com a extensão do trabalho, Franco e Marra (2000) dividem essa forma em auditoria geral, auditoria parcial ou específi ca e revisão limitada.Já Sá (1998) a divide quanto ao seu limite em total ou parcial. A Auditoria Geral Total, segundo Franco e Marra (2000) é aquela exercida sobre todos os elementos componentes do patrimônio, bem como sobre todas as operações de um exercício, ao fi m do qual o auditor emite parecer sobre as demonstrações contábeis em conjunto e sobre os registros de que se originaram. Para Sá (1998, p. 37-38), "a auditoria geral é conhecida também sob o nome de 'Auditoria Financeira' porque se situa mais na análise das peças dos balanços e de suas conexões; [...] situa-se como exame de cúpula, de natureza geral sem indagação de pormenores". A norma dessa forma de auditoria é a de comprovação da veracidade do balanço e das peças que o acompanham no fi m de um exercício ou em um tempo certo do levantamento. Essa forma de auditoria pode variar em profundidade, exigindo exame integral ou por amostragem de acordo com o julgamento do auditor em relação à confi ança por ele sobre a fi delidade dos registros contábeis da entidade. A auditoria geral pode destinar-se a vários fi ns, pois é a forma de auditoria mais completa em extensão. Segundo Franco e Marra (2000, p. 204), os fi ns mais utilizados são: "acautelar interesses de acionistas e investidores, controle administrativo, atender exigências legais, e avaliar a confi abilidade das demonstrações contábeis". Para Sá (1998, p. 43), "a auditoria será total quando atingir todo o patrimônio, não deixando de objetivar sequer um componente". São inúmeros os fi ns que a auditoria se destina, e conforme sua fi nalidade, esta não precisa ser geral, podendo ser parcial ou específi ca, ou limitada. Auditoria Parcial ou Específi ca é a forma de auditoria que é feita em apenas uma ou algumas das demonstrações 25 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 contábeis, ou de livros, ou atos de gestão em determinados setores operacionais. Essa auditoria é realizada com o objetivo de apurar a situação econômica e/ou fi nanceira da entidade, conferir os custos, confi rmar a existência de determinados valores patrimoniais, confi rmar saldos de contas de terceiros, verifi car o cumprimento de obrigações fi scais, verifi car o atendimento dos preceitos da legislação societária, apurar desvios e malversações do patrimônio, apurar erros e fraudes e determinar o valor real do patrimônio líquido da sociedade (FRANCO; MARRA, 2000). Essa forma de exame pode ser realizada para atender aos interesses dos acionistas e investidores e até mesmo para o controle administrativo. Revisão Limitada refere-se a um conjunto específi co de exames que não aplicam todas as normas de auditoria. Isto é, refere-se ao exame do conjunto de demonstrações contábeis de um período sem aplicar todos os procedimentos de auditoria, com a extensão e profundidade necessárias para o auditor emitir uma opinião formal. Essa revisão é utilizada para fi ns de publicação das demonstrações contábeis trimestralmente pelas S/As de capital aberto e de capital fechado com 100 (cem) ou mais acionistas. A forma de realização da auditoria depende da extensão dos trabalhos a serem analisados. De acordo com a profundidade dos exames, Franco e Marra (2000) dividem essa categoria em revisão integral, auditoria por amostragem e revisão analítica. Na revisão integral, segundo os autores, "a revisão integral compreende o exame de todos os registros contábeis, bem como todos os documentos e controles da entidade, equivalente a uma perícia, com o fi m de descobrir erros ou fraudes nos registros, nos documentos ou nos controles" (FRANCO; MARRA, 2000, p. 206). A revisão integral se refere à profundidade do exame e não a sua extensão. É uma forma de auditoria economicamente inviável, nas grandes organizações, em função de seu custo elevado. A Auditoria por Amostragem ou Teste, segundo Franco e Marra (2000, p. 206), é o tipo de auditoria que "compreende o exame de determinada porcentagem dos registros, dos documentos ou dos controles, considerada sufi ciente para que o auditor faça seu juízo sobre a exatidão e legitimidade dos elementos examinados". Paralelo à amostragem, o auditor identifi ca as áreas de risco através de modelos matemáticos e estatísticos nos quais fi xará a quantidade de teste que deverá ser realizada para ser formada a opinião sobre o que está sendo analisado. Para Santi (1988, p. 149), o objetivo do auditor ao utilizar a técnica de amostragem é “corroborar a relativa correção de certos dados do cliente, tais como saldo de contas ou classes de transações ou avaliar a aderência aos procedimentos de controle interno no processamento dos dados”. 26 Auditoria Quando o número de amostras é considerado sufi ciente para que o auditor possa certifi car-se da exatidão e legitimidade das informações contidas nos registros e documentos, a auditoria por amostragem ou teste é a forma de auditoria mais viável, pois o tempo para realiza-la é menor que a integral e a analítica, reduzindo, com isso, o seu custo. A revisão analítica, segundo Sá (1998), é a forma de auditoria que não encontra limites na sua ação, abrange o exame de todas as transações, analisando todos os documentos, todas as contas e todos os valores fi sicamente verifi cáveis. Segundo Franco e Marra (2000, p. 208), a revisão analítica consiste “no exame profundo e minucioso de todo o fl uxo dos controles internos (para verifi car se são defi cientes e se estão sendo rigorosamente obedecidos) e do exame analítico das operações de determinada natureza ou de certo período do ano. A auditoria analítica se confunde com a auditoria integral. Como se verifi ca, a revisão analítica é uma revisão mais detalhada, o que a torna economicamente inviável, dado seu elevado custo, especialmente nas grandes empresas. Esse método deve ser utilizado quando o auditor, através de testes de auditoria, detecta erros nos registros contábeis ou na documentação na qual ele se baseia, ou quando encontra alguma defi ciência nos controles internos. Para Almeida (1996, p. 363), o objetivo da revisão analítica é “detectar e analisar situações anormais e signifi cativas constatadas nas demonstrações contábeis, mais precisamente nas contas do balanço patrimonial e nas da demonstração de resultado do exercício”. Essa revisão auxilia a identifi car áreas prioritárias ou áreas com problemas. Portanto, de acordo com a extensão do trabalho, a revisão da auditoria pode ser geral ou parcial, com a profundidade de verifi cação pode ser integral, por amostragem ou analítica, e com a sua natureza, pode ser permanente, eventual ou para fi ns específi cos. De acordo com a sua natureza, Sá (1998) divide essa categoria em: auditoria normal e auditoria especial. Enquanto Franco e Marra (2000) dividem essa categoria de forma mais abrangente em: auditoria permanente, auditoria eventual ou especial ou auditoria de balanço com fi m específi co. Auditoria permanente, segundo Franco e Marra (2000), é o tipo de auditoria que é exercida em caráter 27 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 permanente, em todos os exercícios sociais. A auditoria permanente pode ser realizada por auditores externos e internos, ela pode ser feita contínua ou periodicamente. Para realizar uma auditoria, se elabora um programa de trabalho no qual além de outras informações, deverá constar a tempestividade da auditoria. E a auditoria continuada ocorre quando o programa de trabalho visa ao exame permanente e contínuo das operações registradas e dos controles internos. Pode ser integral e incluir revisão contábil integral. Essa revisão tem como vantagem a presença frequente do auditor, que poderá auxiliar a solução de problemas contábeis que possam surgir e também os erros ou irregularidades podem ser descobertos pouco tempo após sua ocorrência, fazendo com que estes não se repitam. Já a auditoria periódica ocorre quando o programa prevê visitas periódicas do auditor. Esse período podevariar de acordo com o programa, pode ser a cada trimestre, semestre, ano ou outro período defi nido. Esse tipo de auditoria oferece vantagens para o auditor com relação às condições de execução de trabalho, pois poderá ser programada para execução após os balanços trimestrais, semestrais ou anuais da entidade. Essa prática traz economia de tempo para o auditor. Auditoria Eventual ou Especial é o tipo de auditoria que não tem caráter permanente, é realizada para atender a um fi m específi co, podendo ser geral ou parcial, integral ou por teste, como o auditor considerar ideal para ele obter elementos seguros de julgamento sobre a exatidão do objeto analisado. Segundo Sá (1998, p. 43), auditoria especial “é aquela que se realiza para obtenção de resultados e conclusões sobre fatos particularmente da gestão ou da atividade de um elemento certo, visando a um objeto específi co (fraude, liquidações etc.)”. Essa forma de auditoria, normalmente, é realizada para concessão de crédito, para atender às exigências legais, controles administrativos, isto é, para atender às necessidades eventuais da entidade e dos interessados nas informações do resultado da entidade. Auditoria de Balanço com Fim Específi co é o tipo de auditoria que possui um objetivo específi co para atender às necessidades dos seus usuários, que podem ser internos ou externos. "A auditoria poderá ter por objetivo apenas as demonstrações contábeis periódicas, com os fi ns de: acautelar 28 Auditoria interesses dos acionistas e investidores; controle administrativo; concessão de crédito; atender a exigências legais; apurar o valor real do patrimônio líquido da entidade" (FRANCO; MARRA, 2000, p. 87). Cabe ressaltar que para emitir o seu parecer, o auditor deve respeitar às normas de auditoria geralmente aceitas, pois seguindo essas normas, o auditor estará em condições de emitir seu relatório. Auditoria Normal, segundo Sá (1998, p. 43), "é aquela que se realiza com objetivos regulares de comprovação, sem fi nalidades isoladas ou específi cas, abrangendo a gestão administrativa sem particularização de fatos de qualquer natureza". As diferentes formas de auditorias visam atender às necessidades dos usuários das demonstrações contábeis e das informações geradas pela auditoria, e podem se destinar a diversas fi nalidades. De acordo com os fi ns a que se destina, Sá (1998, p. 30) descreve que "os fi ns da auditoria são os aspectos sob os quais seu objeto é considerado, ou para que serve". No início, a auditoria era uma ferramenta utilizada para um fi m específi co, descobrir fraudes. Porém, diversos profi ssionais protestam contra o conceito comum de que a auditoria é uma chave para descobrir fraudes, pois atualmente ela vem sendo utilizada também como ferramenta orientadora. Os fi ns da auditoria são variados, pois as necessidades das empresas que levam o administrador a contratar o serviço técnico de auditoria são variadas. Franco e Marra (2000) classifi cam os fi ns a que a auditoria se destina em: auditoria para equalizar interesses de acionistas e investidores; auditoria para controle administrativo; auditoria para apurar erros e fraudes; auditoria para concessão de crédito; auditoria para apurar o valor real do patrimonial líquido da empresa; auditoria para cumprimento de obrigações fi scais; auditoria para atender a exigências legais e auditoria para confi rmar a exatidão das demonstrações contábeis. Sá (1998, p. 30), ao descrever os fi ns da auditoria, o faz de maneira mais abrangente. Apesar da variação dos aspectos que levam uma empresa a contratar um serviço de auditoria, na maioria dos casos o auditor é procurado para prestar serviços com a fi nalidade de que a empresa certifi que a exatidão de seus registros e de sua política administrativa e patrimonial. Almeida (1996, p. 30), ao comentar sobre os “principais motivos que levam uma empresa a contratar um auditor externo ou independente, acrescenta, além dos já explanados acima: a fi m de atender às exigências do próprio estatuto ou contrato social da companhia ou empresa; e para fi ns de consolidação das demonstrações contábeis” (a qual é obrigatória para a companhia aberta que tiver mais que 30% do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas). 29 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Segundo Alberton (2002, p. 35), o mercado de capitais, atualmente, é “o maior campo de trabalho dos auditores contábeis independentes no Brasil”. Além da área contábil, a auditoria contempla outras especialidades, tais como, sistemas baseados em normas da International Standard Organization – ISO (9000 – Qualidade e 14000 – Gestão Ambiental), Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (Occupacional Health and Safety Assessment Series – OHSAS 18001), balanço social (Social Accounting – SA 8000), Sistemas de Gestão de Processos Integrados Certifi cáveis (ISO 9000, 14000, OHSAS 18001 e SA 8000). Portanto, a auditoria pode ser realizada para atender a diversos fi ns, objetivando suprir as necessidades dos seus usuários internos e externos. Além das formas de auditoria apresentadas, a auditoria também é realizada de acordo com o grau de independência do auditor com a entidade auditada, podendo ser interna ou externa. A relação do auditor com a entidade auditada pode ocorrer de duas formas: a primeira através da auditoria interna e a segunda através da auditoria externa Alberton (2002, p. 37) conceitua auditoria interna como uma atividade de avaliação independente e de assessoramento da administração, voltada para o exame e avaliação da adequação, efi ciência e efi cácia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho das áreas em relação às atribuições e aos planos, às metas, aos objetivos e às políticas defi nidas para as mesmas. A tarefa da "auditoria interna é executada por um profi ssional ligado à empresa, ou por uma seção própria para tal fi m, sempre em linha de dependência da direção empresarial" (PIERUCCI, 1977, p. 19). Segundo Attie (1988, p. 42), a atividade da auditoria interna "deve abranger o estado dos componentes internos aplicáveis às operações e atividades departamentais e à confi rmação da fi dedignidade dos valores expressos nas demonstrações fi nanceiras em todas as empresas associadas, de caráter permanente, ligadas à matriz". Sobre as fi nalidades da auditoria interna, Magalhães et al. (2001) descrevem ser as seguintes: proteger a organização; acompanhar o cumprimento das normas técnicas e a política da administração da empresa, na consecução de seus objetivos; emitir relatórios; executar os trabalhos com independência limitada seguindo as normas e procedimentos de auditoria; prevenir erros e fraudes, sugerindo aos detentores do poder de decisão os ajustes necessários. Cabe ressaltar que mesmo a auditoria interna sendo parte da auditoria externa, os profi ssionais que a realizam devem manter contatos frequentes com os auditores independentes, para que possam auxiliá-los quando necessário, e para que possam adotar procedimentos idênticos na realização das revisões. 30 Auditoria Cabe ressaltar que “o contador, na função de auditor independente, deve manter seu nível de competência profi ssional pelo conhecimento atualizado dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à profi ssão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específi ca aplicável à entidade auditada” (NBC, 2003, p. 76). Auditoria externa, segundo Franco e Marra (2000, p. 216), "é aquela realizada por profi ssional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade auditada e que poderá ser contratado para auditoria permanente ou eventual". A independência do auditor deve ser absoluta, não pode existir nenhum grau de infl uência peloauditado. Os auditores independentes, ao realizar a auditoria externa, têm geralmente como objetivo principal a revisão das demonstrações contábeis, o sistema de controles internos e o sistema contábil da empresa auditada. Sobre as fi nalidades da auditoria externa, Magalhães et al. (2001) apontam as seguintes: proteger os investidores; analisar e testar o sistema de controles internos e o sistema contábil, em busca de razoável fi dedignidade das demonstrações contábeis; emitir o parecer sobre as demonstrações contábeis; executar os trabalhos com independência segundo as normas de auditoria; reprimir erros e fraudes. Como se verifi ca, a auditoria externa e interna são praticamente semelhantes, o que vai diferenciar uma da outra é o grau de independência que os auditores devem manter em relação à empresa auditada. Elaboramos um quadro-resumo das formas de auditoria para que você possa compreender e sintetizar o assunto: QUADRO 5 – FORMAS DE AUDITORIA De acordo com a extensão do trabalho Auditoria geral Auditoria parcial ou específi ca Revisão limitada 31 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 De acordo com a profundidade dos exames Revisão integral Auditoria por amostragem ou testes De acordo com a sua natureza Auditoria permanente Eventual ou especial De acordo com os fi ns a que se destina Auditoria na área contábil Auditoria para acautelar interesses Auditoria para apurar erros e fraudes Auditoria para cumprimento de obrigações fi scais Auditoria para controle administrativo De acordo com as relações do auditor e a entidade auditada Auditoria interna Auditoria externa O relacionamento entre auditoria interna e externa FONTE: A autora No próximo subtópico, veremos as normas de auditoria, que são base para a realização dos trabalhos de auditoria além do conhecimento contábil que o profi ssional de contabilidade e auditor devem aperfeiçoar constantemente. 32 Auditoria 1) Uma das formas de auditoria é aquela exercida sobre todos os elementos componentes do patrimônio, bem como sobre todas as operações de um exercício, ao fi m do qual o auditor emite parecer sobre as demonstrações contábeis em conjunto e sobre os registros de que se originaram. Assinale qual alternativa identifi ca a forma de auditoria: a) ( ) Auditoria geral. b) ( ) Auditoria específi ca. c) ( ) Auditoria tributária. d) ( ) Auditoria de negócios. 2) As relações entre empresa auditada e empresa de auditoria integram também uma forma de realização da auditoria. Tem-se três formas de relação entre auditada e auditoria, assim, analise as afi rmativas, identifi cando as formas de relação da empresa auditada e da empresa de auditoria. I- Auditoria externa II- Auditoria de negócios III- Auditoria modelo IV- Auditoria interna Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas. b) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas. c) ( ) As afi rmativas III e IV estão corretas. d) ( ) Somente a afi rmativa III está correta. 3) De acordo com a natureza de sua realização, a auditoria pode ocorrer de duas maneiras: uma delas confi gura frequência de realizações e a outra forma ocorre apenas esporadicamente, sem previsão ou para um objetivo específi co. Analise as afi rmativas e classifi que V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) A auditoria pode ser exclusiva. ( ) A auditoria pode ser permanente. ( ) A auditoria pode por amostragem. ( ) A auditoria pode ser eventual. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 33 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) F – V – F – V. d) ( ) V – F – V – F. 4) De acordo com os fi ns a que possa de destinar, a auditoria pode ocorrer de cinco maneiras, sempre buscando atender e focar especifi camente uma área para atestar as atividades, rotinas e procedimentos realizados nessa área. Analise as afi rmativas e classifi que V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) A auditoria pode ser a área contábil. ( ) A auditoria pode ser para controle administrativo. ( ) A auditoria pode ser de teste. ( ) A auditoria pode ser para apurar erros ou fraudes. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) V– V – F – V. d) ( ) V – F – V – F. 5) De acordo com as relações do auditor e a entidade auditada, a auditoria pode ocorrer através da relação de dois profi ssionais, sempre mantendo as condutas éticas, profi ssionais e o conhecimento técnico essencial para desenvolver suas atividades. Analise as afi rmativas e classifi que V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) A auditoria pode ser realizada pelo fi scal. ( ) A auditoria pode ser realizada pelo controle de qualidade. ( ) A auditoria pode ser realizada pelo auditor externo. ( ) A auditoria pode ser realizada pelo auditor interno. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) F – F – V – V. d) ( ) V – F – V – F. 34 Auditoria 5 NORMAS DE AUDITORIA Em relação às normas de auditoria, tem-se um conjunto que determina os conhecimentos do auditor externo, auditor interno, as normas de execução dos trabalhos e normas aplicadas à auditoria pública. O auditor deve conhecer todas as normas de execução dos trabalhos, mesmo atuando apenas como auditor interno ou externo, pois é importante conhecer as duas normas. Quando atuar na área pública, as normas relacionadas ao setor público merecem atenção diferenciada. Como resultado do trabalho do auditor, a emissão de relatórios em que constam a opinião do auditor com base nos documentos analisados é o produto fi nal que a empresa auditada aguarda e, com base neste relatório, pode-se decidir sobre os processos, procedimentos, metas, organização e planejamento da empresa. 5.1 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE AUDITORIA A padronização dos exames e relatórios de auditoria, com o objetivo de evitar distorções nas análises, ocorre através das Normas brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria – NBC TA. Segundo Crepaldi (2009, p. 208), “essas normas determinam a estrutura dentro da qual o auditor decide sobre o que é necessário à elaboração de um exame de demonstrações fi nanceiras, à realização do exame e à redação do relatório”. A elaboração das normas direcionadas à auditoria tem cooperação de diferentes entidades e órgãos com os interesses de manter critérios e estabelecer transparência, além de confi ança dos trabalhos de auditoria. Assim, seguem algumas entidades que contribuem para a elaboração das normas de auditoria: 35 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 FIGURA 2 – ENTIDADES E ÓRGÃOS QUE ELABORAM NORMAS PARA AUDITORIA Realizando uma breve distribuição entre as normas, estas atendem ao trabalho de auditoria, ao profi ssional e ao relatório com a opinião: FIGURA 3 – BREVE DISTRIBUIÇÃO ENTRE AS NORMAS FONTE: A autora FONTE: A autora 36 Auditoria Essas normas estão disponíveis no site: https://cfc.org. br/tecnica/normas-brasi leiras-de-contabi l idade/nbc-pa-do- auditor-independente/. Devem ser constantemente visitadas e acompanhadas, pois novas normas estão sendo emitidas. Visite também e conheça mais sobre o papel e atribuições do auditor interno: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ti- de-auditoria-interna/. As normas aplicadas ao setor público serão apresentadas e estudadas no Capítulo 3. Quanto às normas relativas à pessoa do auditor, estas estão relacionadas ao comportamento e escolhas de cada pessoa. Além da sua qualifi cação como profi ssional, os comportamentos éticos e morais são tão relevantes quanto seu conhecimento técnico. Nesse sentido, Almeida (2010, p. 16) destaca: • a auditoria deve ser executada por pessoa legalmente habilitada, peranteo CRC; • o auditor deve ser independente em todos os seus assuntos relacionados com seu trabalho; • o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização do seu exame e na exposição de suas conclusões. Sendo divididas em duas categorias, essas normas atendem ao auditor interno, aquele que é contratado como empregado em uma empresa ou auditor externo, aquele que é contratado apenas para realizar um trabalho de auditoria, sem qualquer vínculo. Vamos conhecer essas normas: a) Normas profi ssionais do auditor externo independente: foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade em 17 de dezembro de 1997, pela Resolução CFC nº 821/97, que aprovou a NBC P 1 – Normas Profi ssionais de Auditor Independente. b) Normas profi ssionais do auditor interno: foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade em 24 de março de 1995, pela Resolução CFC nº 781/95, que aprovou a NBC P 3 – Normas Profi ssionais do Auditor Interno. 37 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 A Resolução nº 781/95 do CFC elencou as seguintes normas relativas à pessoa do auditor interno, assim, mesmo existindo o vínculo com a empresa contratante, devem-se resguardar os elementos a seguir: • competência técnico-profi ssional; • autonomia profi ssional; • responsabilidade do auditor interno na execução dos trabalhos; • relacionamento com profi ssionais de outras áreas; • sigilo; • cooperação com o auditor independente. Ainda é importante destacar que o auditor deve realizar uma prova para poder atuar e, constantemente, apresentar cursos de qualifi cação e atualização profi ssional: https://cfc.org.br/desenvolvimento-profi ssional-e-institucional/ exames/exame-de-qualifi cacao-tecnica/edicoes-do-exame/. 5.2 NORMAS PROFISSIONAIS DE AUDITORIA RELATIVAS À EXECUÇÃO DO TRABALHO Tais normas foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade em 17 de dezembro de 1997, pela Resolução CFC nº 820/97, que aprovou a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Essa resolução elencou as seguintes normas de execução dos trabalhos: • planejamento da auditoria; • relevância; • risco de auditoria; • supervisão e controle de qualidade; • estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos; • aplicação dos procedimentos de auditoria; • documentação da auditoria; • continuidade normal das atividades da entidade; • amostragem; • processamento eletrônico de dados (PED); 38 Auditoria • estimativas contábeis; • transações com partes relacionadas; • transações e eventos subsequentes; • carta de responsabilidade da administração; • contingências. A atualização destas normas pode ser acompanhada pelo site: http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre. aspx?Codigo=1997/000821. 5.3 NORMAS RELATIVAS AO PARECER DO AUDITOR EXTERNO INDEPENDENTE O auditor externo deve compreender que as normas devem expressar a profundidade dos exames a serem realizados, a natureza da auditoria realizada, dentre outros. Almeida (2010, p. 17) apresenta que essas normas determinam o alcance da opinião formulada e devem atender aos seguintes requisitos: [...] o parecer deve esclarecer: (1) se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas; (2) se as demonstrações contábeis examinadas foram preparadas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade; (3) se os referidos princípios foram aplicados, no exercício examinado, com uniformidade em relação ao exercício anterior; salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera satisfatórios os elementos contidos nas demonstrações contábeis examinadas e nas exposições informativas constantes das notas que as acompanham; o parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Quando não se puder expressar opinião sem ressalvas sobre todos os elementos contidos nas demonstrações contábeis e nas notas informativas, devem ser declaradas as razões que motivaram esse fato. Em todos os casos, o parecer deve conter indicação precisa da natureza do exame e do grau de responsabilidade assumida pelo auditor. 39 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Nesse sentido, as normas do parecer dos auditores independentes estabelecem as opiniões dos auditores e devem expressar a situação econômica e fi nanceira da empresa e salvaguardar o interesse dos investidores, mantendo a neutralidade e apresentando a real situação aos investidores. A seguir, apresentamos a síntese de alguns pontos da Resolução nº 1.203/2009, que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Na Resolução nº 1203/2009 destacam-se os objetivos gerais do auditor, seja interno ou externo: Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais do auditor são: (a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório fi nanceiro aplicável; e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor. Assim, essas normas gerais devem ser analisadas, sendo auditor interno ou independente, e tais características devem ser preservadas. Conhecidas as características básicas do auditor, deve-se verifi car quais os tipos de opinião emitidas pelo auditor independente: • Opinião não modifi cada: opinião sem ressalva. • Opinião modifi cada: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. O relatório ainda deve ser elaborado com coerência, destacando aos aspectos principais do resultado da auditoria. O conteúdo básico deve expressar com clareza os objetivos, os resultados dos exames, as conclusões e as recomendações. Os objetivos devem apresentar as áreas que foram auditadas, os tipos de exames de auditoria que foram realizados e o período em que foi realizada. Os resultados dos exames devem apresentar os problemas identifi cados, os detalhes desses problemas e os procedimentos operacionais que não estão sendo seguidos. 40 Auditoria Na conclusão deverá constar a opinião do auditor referente aos resultados identifi cados na auditoria. Nas recomendações são apresentadas sugestões para adaptação e melhoria dos procedimentos no sistema de controle interno da empresa. Conforme Almeida (1996, p. 398-399), o relatório deve conter: • nome da empresa auditada; • período da auditoria; • realização do exame de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, visando à emissão de um parecer sobre as demonstrações contábeis; este exame, portanto, não necessariamente revela todos os problemas. Esse parágrafo é importante devido ao fato de que a empresa espera normalmente que todas as suas falhas sejam reveladas no relatório do auditor; • procedimento em vigor ou situação constatada; • infl uências ou consequências; • sugestões ou recomendações. Para melhor escrever um relatório, lembre-se dos três cês (claro, conciso e correto): • claro – evite interpretações erradas; • conciso – priorize o que for importante e elimine palavras desnecessárias; • correto – informações corretas e bem redigidas. Analisando e conhecendo cada um dos tipos de relatórios, iniciaremos pela opinião ou relatório do auditor independente com opinião sem ressalva. Como característica, para a sua elaboração, este relatório apresenta que não existem quaisquer alterações, sugestões, correções a serem pontuadas ou realizadas, estando as demonstrações em conformidade com as normas contábeis, legais e institucionais da empresa. A Resolução nº 820/97 destaca que quanto à auditoria nas demonstrações contábeis, algunscritérios devem ser cuidadosamente analisados: a) A observância dos princípios contábeis geralmente aceitos. b) A aplicação de testes dos registros contábeis ao invés de uma verifi cação completa. c) Os erros de pouca relevância devem ser desconsiderados. 41 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 d) O nível de segurança do sistema de controle interno deve ser o sufi ciente para o auditor estabelecer confi ança nas informações contábeis auditadas. e) Os livros e registros da empresa auditada devem ter suas informações relacionadas nas demonstrações contábeis. Como modelo de relatório/opinião do auditor independente com opinião sem ressalva, Franco e Marra (1991, p. 531) contribuem: RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE Destinatário (1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e os controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. (3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Local e data Assinatura Nome do auditor-responsável técnico Contador nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria Nº de registro cadastral no CRC 42 Auditoria Para o relatório do auditor independente com opinião com ressalva, a opinião com ressalva ocorre quando o auditor observa algum tipo de discordância ou restrição na extensão de seus exames de auditoria, mas que não requeiram parecer adverso ou abstenção de opinião. A única diferença entre a opinião com ressalva e a opinião sem ressalva é a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de” quando se refere ao assunto objeto da ressalva. Franco e Marra (1991, p. 538) citam a Resolução nº 820/97 do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – que defi ne o parecer com ressalva da seguinte forma: 11.3.4.1 – O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opinião. 11.3.4.2 – O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, com a utilização das expressões ‘exceto por’, ‘exceto quanto’ ou ‘com exceção de’ referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. As circunstâncias que geram uma opinião com ressalva, segundo Floriani (2006, p. 78-79), são as seguintes: a.1. Quebra de consistência - Essa situação surge quando o cliente não emprega consistentemente os princípios contábeis e isto tem consequências materiais para as demonstrações fi nanceiras; a.2. Inobservância de princípios contábeis - Essa decorre da aplicação, pelo cliente, de princípios contábeis que não têm aceitação geral ou que diferem daqueles promulgados por entidades normativas; a.3. Divulgação inadequada - Deve-se incluir nas demonstrações fi nanceiras, ou em notas às mesmas, todas as informações necessárias a uma apresentação fi dedigna. De outra forma, não se pode considerar fi dedigna uma demonstração fi nanceira e o auditor tem de emitir parecer com ressalva. a.4. Limitação de escopo - Se, por qualquer motivo, o auditor foi impedido de aplicar todos os procedimentos ou de reunir todas as evidências consideradas necessárias, talvez seja o caso de emitir parecer com ressalva. a.5. Contingências ou incerteza material - Nas atividades de negócios surgem muitas situações cujo desfecho é imprevisível, exemplo: processos legais, resultado de renegociação de contrato e apelação contra glosa no imposto. a.6. Registros contábeis incompletos ou inadequados - Uma circunstância intimamente relacionada com a defi ciência 43 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 de controles e a de registros contábeis incompletos ou inadequados. Um modelo desse tipo de relatório é disponibilizado a seguir, por Araújo (1998, p. 195-196): RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE COM OPINIÃO COM RESSALVA Destinatário (Parágrafo do escopo) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Vou Passar, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. (Parágrafo das normas e procedimentos) (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria, e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. (Parágrafo da ressalva) (3) De acordo com suas instruções, não solicitamos a nenhum cliente que confi rmasse seus saldos relativos ao contas a receber. Como consequência, não podemos expressar opinião sobre o saldo de Duplicatas a Receber no montante de R$ 200.000,00, que representa 5% do total do Patrimônio Líquido da Companhia e 10% do seu resultado. (Parágrafo da opinião) Em nossa opinião, exceto quanto ao fato mencionado no parágrafo anterior, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Empresa Vou Passar em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de acordo com os Princípios 44 Auditoria Fundamentais de Contabilidade. Local e data Assinatura Nome do auditor – responsável técnico Nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria Nº de registro no CRC É importante destacar que esse relatório não invalida as demonstrações contábeis, apenas solicita pontos de atenção e revisão que precisam ser analisados e melhorados pela empresa. Relatório do auditor independente com opinião adversa Floriani (2006, p. 79) elenca alguns fatores que resultam na emissão da opinião adversa, podemos citar, conforme a inobservância dos princípios contábeis e a divulgação inadequada. A Resolução nº 820/97, do CFC, defi ne como emitir uma opinião adversa da seguinte forma: 11.3.5.1 - No parecer adverso, o auditor emite opinião de que as demonstrações contábeis não estão adequadamente representadas, nas datas e períodos indicados, de acordo com as disposições contidas no item 1.1.1.1. 11.3.5.2 - O auditor deve emitirparecer adverso quando verifi car que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com ressalva (FRANCO; MARRA, 1991, p. 565). É preciso atentar para os critérios e princípios contábeis adotados pela empresa, pois é fundamental rever os procedimentos adotados e ajustar as inconsistências. O auditor deverá descrever de forma clara e consistente todos os motivos que o levaram a tomar essa decisão e as consequências para as demonstrações fi nanceiras. Araújo (1998, p. 197-198) apresenta um exemplo de parágrafos com opinião adversa: RELATÓRIO/PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE COM OPINIÃO ADVERSA Destinatário (Parágrafo do escopo) 45 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Vou Passar, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. (Parágrafo das normas e procedimentos) (2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria, e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. (Parágrafo das ressalvas) 3. No exercício de 19X1, a Companhia deixou de contabilizar depreciações do Ativo Imobilizado no montante aproximado de R$ 400.000,00. Destarte, também não foi contabilizada a correção monetária correspondente, que envolve o valor aproximado de R$ 200.000,00, ocasionando uma superavaliação no resultado do exercício de 60%. 4. No exercício de 19X0, a Companhia deixou de contabilizar pelo princípio da Competência de Exercício o valor de R$ 550.000,00 relativos a juros sobre empréstimos, que foram reconhecidos neste exercício. Os juros devidos no exercício de 19X1, no valor de R$ 850.000,00, não foram contabilizados pela Companhia. Tais fatos também acarretaram superavaliação de 30% no resultado do exercício. 5. A Companhia não procedeu à contabilização da amortização do ativo diferido, que, se calculada a taxa mínima permitida pela legislação do Imposto de Renda relativo ao exercício de 19X1, seria de R$ 300.000,00. Consequentemente, também não foi reconhecida a correção monetária sobre essa amortização no valor aproximado de R$ 150.000,00, ocasionando uma superavaliação de 45% no resultado do exercício. 6. As atividades industriais não estão proporcionando resultados sufi cientes para a cobertura dos custos e despesas incorridas, principalmente dos encargos fi nanceiros, e para a amortização do ativo deferido. (Parágrafo da opinião) Em nossa opinião, em face dos fatos mencionados nos parágrafos 3 a 6, as 46 Auditoria demonstrações contábeis acima referidas não representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Empresa Vou Passar em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Local e data Assinatura Nome do auditor – responsável técnico Nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria Nº de registro no CRC Relatório do auditor independente com abstenção de opinião Este relatório, ao ser emitido pelo auditor, deve ser repassado junto aos administradores e gestores da empresa, a sua divulgação deve ser fundamentada em documentos assim como os demais relatórios de auditoria, e pode prejudicar inclusive a imagem da empresa, pois acaba repassando insegurança, falta de transparência, infl uenciando inclusive uma possível redução de valor desta empresa no mercado, pois não apresenta números confi áveis. Para Attie (2010, p. 80-81): 1. O parecer com abstenção de opinião é aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido fundamentação sufi ciente para fundamentá-la. 2. A abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possa infl uenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. Araújo (1998, p. 199-200) contribui com um modelo completo desse tipo de parecer: RELATÓRIO/PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE COM ABSTENÇÃO DE OPINIÃO Destinatário (Parágrafo do escopo) 47 ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 Fomos contratados para examinar os balanços patrimoniais da Empresa Vou Passar, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. (Parágrafo das normas e procedimentos) (2) Excetuando o fato mencionado no próximo parágrafo, nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. (Parágrafo da ressalva) De acordo com instruções recebidas da administração da Companhia Vou Passar, não estivemos presentes à contagem física dos estoques realizada em 31 de dezembro de 19X1. Bem como não foi possível a adoção de procedimentos alternativos de modo a possibilitar a verifi cação da existência desse ativo na data do balanço. Como consequência, não podemos expressar qualquer opinião com respeito a esse inventário, que monta a R$ 1.500.000,00, representando 90% do total do ativo da Companhia. (Parágrafo da opinião) Em virtude de o saldo dos estoques de 31 de dezembro de 19X1 ter importância substancial na determinação da posição patrimonial e fi nanceira e do resultado das operações da Companhia Vou Passar, não podemos expressar opinião sobre suas demonstrações fi nanceiras tomadas em conjunto. Local e data Assinatura Nome do auditor – responsável técnico Nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria Nº de registro no CRC As normas de auditoria profi ssionais técnicas alinhadas aos objetivos da auditoria permitem que os relatórios, quando elaborados por profi ssionais qualifi cados, experientes e preparados, destaquem os principais pontos a 48 Auditoria 1) A Resolução 781/95 do CFC elencou as seguintes normas relativas à pessoa do auditor interno, assim, mesmo existindo o vínculo com a empresa contratante, devem-se resguardar alguns elementos que não devem sobrepor-se às funções desempenhadas pelo vínculo contratado na empresa. Analise as sentenças a seguir e classifi que V para as verdadeiras e F para as falas. ( ) A autonomia profi ssional não é necessária para o auditor interno. ( ) Competência técnica e profi ssional devem ser de conhecimento do auditor interno. ( ) O sigilo é uma opção do auditor interno,
Compartilhar