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Auditoria e Controle: Aspectos Gerais

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AUDITORIA
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Maike Bauler Theis
Indaial - 2020
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
T377a
 Theis, Maike Bauler
 Auditoria. / Maike Bauler Theis. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 177 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-020-8
 ISBN Digital 978-65-5646-021-5
1. Auditoria. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 657.45
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Aspectos Gerais da Auditoria ......................................................7
CAPÍTULO 2
Auditoria Interna, Auditoria Externa e Auditoria 
no Setor Privado .........................................................................57
CAPÍTULO 3
Auditoria no Setor Público ..................................................... 113
APRESENTAÇÃO
Olá, pós-graduando! Seja muito bem-vindo ao livro de Auditoria e Controle. 
Auditoria é um campo de atuação da área contábil, sendo cada vez mais 
destacada, valorizada e reconhecida nos últimos anos, proporcionando aos 
contadores e auditores maior reconhecimento e alocação no mercado de trabalho.
Com o propósito de aprofundar os estudos do acadêmico da área de Auditoria, 
foi elaborado este material, com o objetivo de contribuir para o fornecimento de 
uma visão teórico-prática do trabalho de auditoria.
Neste material, abordaremos aspectos práticos do trabalho realizado pelo 
profissional de auditoria no exame das demonstrações contábeis e que envolvem 
programas, testes, papéis de trabalho e relatórios.
Assim, no Capítulo 1, iniciamos com o estudo do surgimento e evolução da 
auditoria, seus principais conceitos e os aspectos que envolvem a profissão de 
auditor. Conheceremos a importância das normas específicas da auditoria, bem 
como as formas de encaminhar um trabalho nesta área de acordo com a realidade 
da organização que será auditada.
As funções, as atividades e formas de atuação do auditor interno, externo são 
abordadas no Capítulo 2, que apresenta a importância do auditor nas empresas, 
mesmo que de pequeno porte, apresenta-se a importância da realização da 
auditoria garantindo-se a clareza, objetividade e transparência dos processos e 
procedimentos adotados. Tem-se, ainda, o detalhamento dos principais papéis de 
trabalho utilizados e empregados nos trabalhos de auditoria. 
Para entender a auditoria governamental, no Capítulo 3 apresenta-se a 
estrutura da administração pública, as suas funções nas esferas municipal, 
estadual e federal, além dos elementos que auxiliam e realizam o controle 
interno para a gestão das informações. Todos esses pontos são importantes para 
compreender como é realizado o trabalho do auditor que atua na área pública, 
além de visualizar alguns dos principais documentos adotados nos procedimentos 
de auditoria governamental.
Tenha um ótimo estudo!
Professora Maike Bauler Theis.
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• conhecer a origem e evolução da auditoria;
• entender como a auditoria é formada e realizada;
• compreender a estrutura das normas de auditoria;
• identifi car os principais tipos de relatórios de auditoria.
8
 Auditoria
9
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A auditoria é uma das ramifi cações da contabilidade, assim, para estudar 
auditoria, tem-se que conhecer um pouco da contabilidade. Estudada desde a 
Antiguidade, a contabilidade no Brasil passou a ser inserida após a vinda da 
família real, com o objetivo fi scal de arrecadação. Nesse período da vinda dos 
europeus, a arrecadação da coroa era realizada por três agentes: o contador, 
o procurador geral e um inspetor. No cenário atual, o contador se adapta e se 
estrutura não somente para as atividades fi scais, mas para adotar e implementar 
novas tecnologias às atividades, buscar o conhecimento e desenvolver habilidades 
de aprender, criar e participar e otimizar processos das empresas ou mesmo da 
sua empresa de prestação de serviços contábeis.
Segundo Zarifi an (2001), o conhecimento ou o “saber” é adquirido por meio 
da aprendizagem e a habilidade ou o “saber fazer” refere-se à capacidade do 
indivíduo de utilizar, nas situações de trabalho, os conhecimentos desenvolvidos. 
Para isso, o contador foi aperfeiçoando seu campo de atuação ampliado em 
diversos segmentos, tais como auditoria, perícia, fi scal, pública, gestão de 
empresas, ensino/pesquisa, consultoria e atuarial, conforme demonstrado na 
fi gura a seguir.
FIGURA 1 – RAMIFICAÇÕES DA CONTABILIDADE
FONTE: Adaptado de Souza (2009)
10
 Auditoria
Entre as áreas de atuação dos profi ssionais da contabilidade, a auditoria é 
considerada uma tecnologia contábil que vem sendo utilizada desde o surgimento 
das atividades econômicas, acompanhando os campos de atuação dos 
profi ssionais de contabilidade. Assim, conhecer a história da contabilidade e da 
auditoria auxilia a compreender a sua importância nos dias atuais nas empresas 
privadas ou públicas.
2 AUDITORIA NO MUNDO
Identifi car uma data de origem da auditoria não é possível, mas Krieck 
(2011) descreve que a auditoria teve sua origem com a contabilidade, pois ao 
realizar a contagem (contabilização) de um determinado patrimônio, em seguida 
se realizava a sua conferência, sendo esta uma característica de controle do 
patrimônio, logo pode ser entendida como uma forma primitiva de auditoria.
Voltando um pouco no tempo, imagine os egípcios, com suas pirâmides, 
faraós cheios de ouro. Essa civilização utilizava práticas de auditoria para conferir 
se as atividades estavam corretas e para verifi car os registros de arrecadação de 
impostos. Na antiga Grécia, existem relatos de inspeções feitas nas contas de 
funcionários públicos (BOYNTON et al., 2002).
Adiantando um pouco a história, iniciamos na Inglaterra. Em 1314 d.C., o país 
dominava os mares e controlava o comércio mundial. Foi lá que surgiram as primeiras 
grandes companhias de comércio e a taxação do Imposto de Renda, baseado nos 
lucros das empresas. O cargo de auditor foi criado na Inglaterra, pois o país era 
uma potência econômica desde a época das colonizações e, séculos depois, veio 
a se tornar o berço do capitalismo, com a Revolução industrial.
“Nesse mesmo período, em 1314 foi criado o cargo de Auditor na Inglaterra” 
(KRIECK, 2011 p. 38). O autor ainda destaca que no século XIII, na Europa, a 
auditoria era desenvolvida por meio de trabalhos executados por associações 
profi ssionais: Conselhos Londrinos; o Tribunal de Contas em Paris; ou ainda, o 
Collégio Dei Raxonatie, a Academia Dei Ragionieri, na Itália.
Quanto a sua expansão, Crepaldi (2004) destaca que a grandeza econômica 
e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fi ns do século passado, bem como 
dos Estados Unidos, onde hoje a profi ssão é mais desenvolvida, determinou a 
evolução da auditoria, como consequência do crescimento das empresas, do 
aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia 
popular nos grandes empreendimentos.
Em 1756, época da Revolução Industrial, a auditoria alcançou um maior 
11
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
graude evolução com a promulgação da legislação britânica em meados do século 
XIX (BOYNTON et al., 2002). Nesse período, as navegações marítimas também 
se tornaram mais frequentes, destacando-se a importância da necessidade de 
prestação de contas em cada viagem fi nalizada, controlando as receitas geradas e 
evitando possíveis desvios de recursos fi nanceiros que deveriam ser repassados 
ao governo.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque tornou-se o marco da 
necessidade de aprimoramento do sistema contábil e, por conseguinte, da 
auditoria, observando-se que muitas empresas não tinham transparência e 
consistência nos seus dados fi nanceiros, contribuindo, assim, com a já conhecida 
crise mundial. Houve, a partir de então, a necessidade de se apontar as falhas 
nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um dos primeiros passos 
a criação do Comitê May, que atribuía regras para as instituições que tinham as 
suas ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória a auditoria 
independentemente das demonstrações contábeis. Após a criação do Comitê 
May, a auditoria passou a ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento 
econômico mundial, alcançando o status de colaboradora para a continuidade 
das empresas, contribuindo diretamente com o aprimoramento do processo de 
governança corporativa, amenizando, assim, sua aparência histórica de somente 
gerar custos para a entidade.
Dessa data em diante, vamos viajar na velocidade da luz. O quadro a seguir 
demonstra, em ordem cronológica, fatos que contribuíram para o processo de 
evolução da auditoria no mundo.
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA AUDITORIA
ANO FATOS
1756 Na Inglaterra: a Revolução Industrial, o surgimento das pri-
meiras fábricas com uso intensivo de capital e a expansão 
do capitalismo propiciaram grande impulso para a profi ssão 
do auditor.
1880
1887
Também na Inglaterra a criação da Associação dos Conta-
dores Públicos Certifi cados.
A criação da Associação dos Contadores Públicos Certifi -
cados.
1894 Na Holanda: criação do Instituto Holandês de Contabilidade 
Pública.
Início do século XX Nos EUA: surgimento das grandes corporações e expansão 
do mercado de capitais. 
12
 Auditoria
1916
1917
Aparecimento do IPA (Institute of Public Accountants), que 
sucede a Associação dos Contadores Públicos Certifi cados 
de 1880 e 1887.
O IPA passou a ser AIA (American Institute Accontants).
1929 Ocorreu o famoso Crash da Bolsa de Valores.
Início dos anos 
1930
É proposta pelo AIA ao Congresso norte-americano a regu-
lamentação de normas e padrões contábeis por profi ssio-
nais altamente capacitados e a criação do Comitê May.
1934 Nos EUA é criada a SEC (Security and Exchange Co-
mission), aumentando a importância da profi ssão do audi-
tor como guardião da transparência das informações contá-
beis das organizações e sua divulgação para o mercado de 
capitais [...].
1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno.
1957 A AIA passa a se chamar AICPA (American Institute of Cer-
tifi ed Public Accountants), que teve importância decisiva 
para o desenvolvimento das práticas contábeis e de audi-
toria.
1971 No Brasil, foi criado o IBRACON (Instituto Brasileiro de 
Contadores).
1973 Surgiu nos EUA a FASB (Financial Accounting Standards 
Board), com o objetivo de determinar e aperfeiçoar os pro-
cedimentos, conceitos e normas contábeis.
1976 No Brasil, com a criação da Lei nº 6404 – Lei das So-
ciedades por Ações – foram normatizados as práticas e 
relatórios contábeis.
1977 Com a Lei nº 6385 é criada a CVM (Comissão de Valores 
Mobiliários), que tem a responsabilidade de normatizar as 
normas contábeis e os trabalhos de auditoria, além de fi s-
calizar as empresas de capital aberto.
FONTE: Adaptado de Floriani (2006, p. 85)
13
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Além da linha do tempo com os principais pontos históricos, ainda é 
importante destacar alguns fatores que contribuíram para o fortalecimento da 
auditoria quanto à origem, evolução e organização da profi ssão no mundo. De 
acordo com Krieck (2011), são elencados: 
• Grandes companhias inglesas de comércio e navegação. Com o advento 
da marinha mercantil, grandes operações comerciais foram realizadas e, 
por conseguinte, havia a necessidade de maiores controles.
• A necessidade de credibilidade nos registros contábeis. Devido ao 
advento do comércio internacional, houve a necessidade da oferta do 
crédito, que, por consequência, era apenas concedido para as empresas 
devidamente controladas e auditadas.
• Tributação do Imposto de Renda na Inglaterra, pois o governo inglês 
necessitava de maiores controles sobre o erário público.
• Desenvolveu-se com o aparecimento das grandes empresas, com 
operações mais complexas e necessidade de maior volume de controles.
• Empresas formadas por capitais de muitas pessoas. Poderiam ocorrer 
confl itos de interesses, e para evitar que uma minoria da sociedade de 
capital fosse prejudicada, a auditoria tornou-se necessária.
• Criação do cargo de auditor em contas públicas na Inglaterra, a partir de 
1314, devido à necessidade do controle do governo.
• Desenvolvimento da prática sistematizada nos séculos XIX e XX, em 
função da Revolução Industrial e expansão econômica do pós-guerra.
• Surgimento do Guia Profi ssional de New York e do Guia Comercial inglês 
em 1786.
• Aparecimento das primeiras associações de contadores na Inglaterra de 
1854 a 1867, e da Sociedade dos Contadores da Inglaterra em 1879.
• Aparecimento das primeiras associações de contadores nos Estados 
Unidos, de 1874 a 1882, da American Accounting Association (AAA), em 
1916, e da American Institute of Certifi ed Public Accountants (AICPA), 
em 1886.
• Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos, em 1894.
Seguindo ainda para a valorização do auditor, nas últimas décadas sur-
giram diversos escândalos corporativos que colocaram em discussão o papel 
do auditor na detecção de erros e fraudes. Em 2005, a Revista Exame publicou uma 
matéria enfatizando alguns escândalos de empresas que fraudavam as demon-
strações contábeis, os casos persistem e, em 2019, as notícias ainda repercutem 
e destacam-se pela relevância dos valores. O Quadro 2 apresenta alguns dos 
maiores escândalos das últimas décadas.
14
 Auditoria
QUADRO 2 – ESCÂNDALOS QUE MARCARAM A AUDITORIA CONTÁBIL
Ano Empresa O que ocorreu
2001 Enron
A empresa aumentou sua receita de forma ar-
tifi cial e escondeu suas dívidas no total de 11 bi-
lhões de dólares para poder manipular seu lucro. 
A Enron também foi acusada de manipular o 
mercado de energia do Texas e de pagar pro-
pina para ganhar licitações no exterior. Sem 
conseguir esconder sua verdadeira situação 
fi nanceira, acabou tendo que abrir falência.
2001 Arthur 
Andersen
A empresa era responsável pela auditoria da 
Enron, que foi à falência depois da descoberta 
de manipulação de balanços em 2001. Duran-
te a apuração do caso, descobriu-se que funcio-
nários da auditoria tinham destruído documentos 
relacionados à empresa de energia e a situação 
da Arthur Andersen foi abalada de vez.
2001 Word.com Adultera os balanços em US 3,8 bilhões.
2019
General Elet-
ric-GE
Adulteração das demonstrações fi nanceiras em 
mais de 38 bilhões de dólares, a empresa omitia 
as perdas de seus investidores emitindo balan-
ços falsos. 
FONTE: Adaptado de Revista Exame (2005; 2019)
Os fatos de escândalos que marcaram a auditoria contábil apresentados 
até 2015 no quadro, foram destacados porque eles infl uenciaram a criação 
da legislação americana Lei Sarbanes-Oxley (SOX), um marco da auditoria 
moderna, que possui dispositivos legais tais como aumento da responsabilidade 
dos administradores, auditores, diretores e advogados sobre as informações 
evidenciadas pela empresa, com o objetivo de proporcionar transparência de 
gestão e confi ança nas demonstrações publicadas. Conhecidos alguns dos 
pontos da auditoria no mundo, seguimos para identifi car como os fatosdo mundo 
contribuíram para a adoção da auditoria no Brasil.
15
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
2.1 AUDITORIA NO BRASIL
Com o fi m da Segunda Guerra Mundial, muitas empresas estrangeiras se 
instalaram no Brasil e trouxeram o hábito da auditoria, que já era considerada 
indispensável em outros países, principalmente pelo fato dos investidores 
permanecerem em seus países de origem e controlarem seus capitais a distância.
Culturalmente, essas empresas estrangeiras já realizavam a auditoria em 
suas demonstrações contábeis. Então, como no Brasil não havia empresa de 
auditoria, muitos escritórios estrangeiros de auditoria se instalaram aqui, com 
destaque para as empresas americanas.
Ricardino e Carvalho (2004) relatam que, no Brasil, a primeira empresa de 
auditoria independente que se estabeleceu foi a Deloitte Touche Tohmatsu, na 
cidade do Rio de Janeiro, em 1911. Mas Crepaldi (2004) afi rma que a primeira 
empresa foi a MCauliffe Davis Bell & Co., conhecida como Arthur Andersen, em 
1909, na cidade do Rio de Janeiro, existindo assim essa divergência.
No ano de 1960, foi criado o Instituto dos Auditores Internos do Brasil 
(AUDIBRA), em 1971, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
(IBRACON) e, em 1972, surgiram as normas de auditoria. Porém, só em 1976, 
Attie (2009) diz que ocorrem dois fatos que impulsionaram a consolidação da 
auditoria no país, sendo:
• A regulamentação do mercado de capitais, após a publicação da Lei 
nº 6.404/76, a Lei das Sociedades Anônimas, que tornou obrigatória a 
auditoria das demonstrações contábeis para empresas de capital aberto.
• A publicação da Lei nº 6.385, que instituiu a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), com o objetivo de fi scalização do funcionamento do 
mercado de capitais e das atividades dos auditores independentes.
A evolução da auditoria no Brasil teve um grande avanço com a instalação 
de empresas internacionais de auditoria independentes em nosso país. Para Attie 
(2009), além dos fatores apresentados, as principais infl uências que ajudaram o 
desenvolvimento da auditoria no Brasil foram:
a) Filiais e subsidiárias de fi rmas estrangeiras.
b) Financiamento de empresas brasileiras através de entidades 
internacionais.
c) Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização 
e diversifi cação de suas atividades econômicas.
16
 Auditoria
d) Evolução do mercado de capitais.
e) Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do 
Brasil, em 1972; e
f) Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades 
por Ações, em 1976.
Sintetizando em uma linha do tempo no mundo e no Brasil, a origem e 
evolução da auditoria é desenhada conforme demonstra o Quadro 3:
QUADRO 3 – COMPARATIVO ORIGEM E EVOLUÇÃO 
DA AUDITORIA NO MUNDO E NO BRASIL
FONTE: Jund (2006, p. 81)
17
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
No quadro verifi ca-se que, até 1972, o reconhecimento da profi ssão e a 
expansão da auditoria tornam-se os elementos centrais, quando em um segundo 
momento, a preocupação está na normatização e a preparação de auditores 
torna-se uma necessidade constante de atualização. 
O Quadro 4 expressa a atualidade para a auditoria, existindo os seguintes 
órgãos reguladores:
QUADRO 4 – ÓRGÃOS REGULADORES BRASILEIROS
C V M ( C omissão d e 
Valores Mobiliários)
Entidade autárquica vinculada ao Ministério da 
Fazenda. Funciona como um órgão fi scaliza-
dor do mercado de capitais.
IBRACON
Fixa princípios de Contabilidade.
Elabora normas e procedimentos relacio-
nados à auditoria (externa e interna) e 
perícias contábeis.
CFC (Conselho Federal de 
Contabilidade) e 
CRC (Conselho Regional de
Contabilidade)
Registro e fi scalização do exercício da profi s-
são de contabilista.
IIA (Instituto dos Auditores Inter-
nos do Brasil)
Promove o desenvolvimento da auditoria 
interna, mediante intercâmbio de ideias, 
reuniões, conferências, congresso etc., di-
vulgando a importância da auditoria interna.
Susep e Banco Central (Su-
perintendência de Seguros 
Privados e Banco Central do 
Brasil)
Contribuem para regular atividades espec-
cades.
FONTE: Adaptado de Souza (2009)
Desde 2015, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC – emite as Normas 
Brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria – NBC TA – em busca de 
uniformizar os critérios e estabelecer meios de realização de auditoria de uma 
maneira padronizada
18
 Auditoria
Fique ligado: acompanhe a publicação das Normas Brasileiras 
de Contabilidade Técnicas de Auditoria pelo site do Conselho Federal 
de Contabilidade: https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-
contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/.
3 CONCEITO DE AUDITORIA
A palavra auditoria tem sua origem no latim, Audire, que signifi ca ouvir. Esse 
termo foi utilizado pelos ingleses para rotular a técnica contábil de revisão, porém 
hoje possui um sentido mais amplo (SÁ, 1998).
Saber ouvir, observar e interpretar as consistências e veracidade dos atos e 
fatos organizacionais é papel do auditor. O auditor é um contador especializado 
nas técnicas de auditoria. Por meio das técnicas de auditoria é possível fazer um 
diagnóstico da situação atual da empresa analisada. A auditoria consiste num 
“levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, 
operações, rotinas e das demonstrações fi nanceiras de uma entidade” 
(CREPALDI, 2009).
Na evolução e complementação dos conceitos, Crepaldi (2009, p. 3) afi rma 
que “de forma bastante simples, pode-se defi nir auditoria como o levantamento, 
estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas 
e das demonstrações fi nanceiras de uma entidade”.
Ainda, Almeida (2010, p. 4) apresenta que novas empresas buscaram 
oportunidade em trabalhos de auditoria no Brasil: 
Nas últimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas 
com associações internacionais e auditoria externa. Esse fato 
ocorreu em função da necessidade legal, principalmente nos 
Estados Unidos da América e da Europa, de os investimentos 
no exterior serem auditados. Essas empresas praticamente 
iniciaram a auditoria no Brasil e trouxeram todo um conjunto de 
técnicas de auditoria, que posteriormente foram aperfeiçoadas.
19
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Segundo Sá (1998, p. 105), assim como em outras ciências que permeiam 
uso de tecnologias, a contabilidade também faz uso de alguns termos específi cos 
inerentes as suas técnicas. Para facilitar o entendimento do conteúdo ministrado, 
segue um glossário com os principais termos adotados na auditoria:
• Auditor: responsável pela auditoria.
• Objeto da auditoria: processos, atos ou fatos que serão 
verifi cados pelo auditor.
• Auditado: pessoa física ou jurídica, a qual o auditor analisará 
e emitirá um diagnóstico/ parecer.
• Contratante: pessoa física ou jurídica que, de acordo 
com seus interesses, contrata o auditor para verifi cação de 
determinado aspecto.
• Evidência em auditoria: é o conjunto de fatos comprovados, 
sufi cientes, competentes e pertinentes, obtidos durante os 
trabalhos de auditoria, que sustentam as conclusões do auditor.
• Papéis de trabalho: constituem a documentação preparada 
pelo auditor ou fornecida a este na execução da auditoria.
Alinhado o conceito, tem-se a necessidade de conhecer a sua aplicabilidade 
e objetivo, observando a necessidade de realização da auditoria, os usuários das 
informações e os documentos que fundamentam os trabalhos.
3.1 APLICAÇÃO E OBJETIVO DA 
AUDITORIA
Em seu objetivo, a auditoria busca examinar os sistemas, processos, 
procedimentos, controle e registros que infl uenciam o resultado das 
demonstrações contábeis. Segundo Crepaldi (2009), o objetivo geral da auditoria 
pode ser descrito como o processo pelo qual o auditor se certifi ca da veracidade 
das demonstrações fi nanceiras preparadas pela empresa auditada.
Já para NBC T11, a auditoria das demonstrações contábeisconstitui o 
conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer 
sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade 
e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação 
específi ca.
20
 Auditoria
Acompanhar e manter-se atualizado em relação às normas 
brasileiras de contabilidade técnicas – NBC Ts – é uma necessidade 
constante do profi ssional e para aqueles que desejam atuar na 
auditoria, assim, sugere-se conhecer e familiarizar-se com as 
NBC Ts. Acesse https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-
contabilidade/.
Paralelamente à contabilidade, a auditoria sendo uma ramifi cação, busca 
salvaguardar o patrimônio e a aplicação dos princípios contábeis. Para isso, 
muitas vezes, a auditoria é aplicada na verifi cação de erros e fraudes. Logo, 
limitar seu campo de aplicação da auditoria à execução de um processo sistêmico 
visa buscar evidências sobre a ocorrência de erros ou fraudes, porque seu papel 
é muito mais amplo.
A contabilidade em suas rotinas busca garantir a veracidade das informações, 
porém em empresas de grande porte, o quantitativo de movimentações, a 
demanda de atividades diárias e mensais mesmo priorizando a qualidade, 
terá uma maior credibilidade e segurança aos investidores se passar por um 
processo de auditoria. Assim, a auditoria é utilizada como tecnologia para apoio 
à decisão. Por meio das técnicas de auditoria é possível evidenciar a situação 
atual e verifi car se as metas e ações organizacionais estão sendo executadas 
conforme o planejado. A evidenciação da situação atual permite ao decisor 
identifi car o cenário de atuação e fornecer as informações para a projeção de 
ações estratégicas futuras. 
Com o apoio de tecnologias e ainda para contribuir gerencialmente, as 
técnicas de auditoria vêm sendo aplicadas em diversos campos e setores 
diferentes, não se isolando apenas no setor contábil, avaliando a empresa em 
todos os setores e processos: como sistemas de informação, recursos humanos, 
avaliação de desempenho, controladoria, ações de marketing, ações sociais, 
ambientais e outras aplicações que visam à avaliação/diagnóstico de um 
determinado aspecto que a auditada deseja focar.
21
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
1) O contador é um profi ssional preparado para atuar em diferentes 
segmentos que atendem à esfera pública, privada ou mesmo 
ao terceiro setor. Considerando que a atualização profi ssional 
é uma constante para o contador, independentemente de sua 
área se atuação, analise as afi rmativas e identifi que aquelas 
que apresentam CORRETAMENTE os campos de atuação do 
contador:
I- Advogado Tributarista
II- Auditor
III- Economista Fiscal
IV- Perito
 Agora, assinale a sentença CORRETA:
a) ( ) As afi rmativas II e IV estão corretas.
b) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas.
c) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afi rmativa II está correta.
2) O cargo de auditor foi criado na Inglaterra, pois o país era uma 
potência econômica desde a época das colonizações e, séculos 
depois, veio a se tornar o berço do capitalismo com a Revolução 
Industrial. Agora, analise as alternativas e assinale aquela que 
apresenta CORRETAMENTE a data de criação do cargo de 
auditor na Inglaterra:
a) ( ) 1.314.
b) ( ) 1.886.
c) ( ) 1.914.
d) ( ) 1.885.
3) Assim como em outras ciências que permeiam uso de tecnologias, 
a contabilidade também faz uso de alguns termos específi cos 
inerentes as suas técnicas. Para pessoa física ou jurídica, a qual 
o auditor analisará e emitirá um diagnóstico/parecer, adota-se um 
termo. Analise as alternativas e assinale aquela que apresenta o 
termo CORRETO:
a) ( ) Auditado.
b) ( ) Parecer.
c) ( ) Opinião.
d) ( ) Auditor.
22
 Auditoria
4) Alguns órgãos ou entidades regulam e normatizam a auditoria 
quanto aos seus processos, procedimentos e formas de atuação, 
inclusive quanto à condução dos trabalhos de auditoria e postura 
do auditor. Assim, analise as afi rmativas e assinale quais podem 
ser órgãos ou entidades que regulam os trabalhos de Auditoria.
I- CVM – Comissão de Valores Mobiliários
II- IBRACON – Instituto Brasileiro de Contadores
III- OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
IV- SEF – Secretaria de Estado da Fazenda
 Agora, analise a sentença CORRETA:
a) ( ) As afi rmativas I e II estão corretas.
b) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas.
c) ( ) As afi rmativas II e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afi rmativa II está correta.
5) Assim como em outras ciências que permeiam o uso de 
tecnologias, a contabilidade também faz uso de alguns termos 
específi cos inerentes as suas áreas específi cas, como acontece 
com a auditoria. Na auditoria, alguns termos principais são 
destacados, um desses termos é o Objeto de Auditoria. Analise 
as alternativas e assinale aquela que apresenta a defi nição de 
Objeto na auditoria:
a) ( ) É o responsável por realizar a auditoria.
b) ( ) São os processos, atos ou fatos que serão verifi cados pelo auditor.
c) ( ) É o contratante do serviço de auditoria.
d) ( ) São os papéis de trabalho do auditor.
4 FORMAS E NORMAS DE 
AUDITORIA
Para este subtópico, são apresentadas as diferentes formas de realização da 
auditoria que se dividem de acordo com a sua: extensão, profundidade, natureza, 
fi ns a que se destina, relação entre auditor e empresa auditada. É necessário 
verifi car qual a fi nalidade de realização da auditoria para a seleção da forma mais 
adequada à empresa auditada. 
23
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Todas as formas de auditoria são importantes e válidas, a sua fi nalidade de 
realização vai defi nir qual das formas é a mais adequada, o fator fi nanceiro no 
custo de realização da auditoria pode ser um diferencial na realização de auditoria.
Logo, cabe ao auditor o conhecimento técnico para a realização da forma de 
auditoria à qual está sendo contratado a executar, assim, este profi ssional deverá 
estar habilitado e preparado para trabalhar em todas as formas de realização da 
auditoria. O auditor deverá adaptar-se às necessidades ou escolhas de forma 
de auditoria selecionada pela empresa auditada ou mesmo sugerir a forma 
de auditoria que atende aos objetivos que a empresa auditada está buscando 
alcançar.
4.1 FORMAS DE APLICAR A 
AUDITORIA
As empresas, sejam prestadoras de serviços, indústrias ou mesmo comércio, 
normalmente de grande porte que recebem ou mesmo prestam contas aos seus 
investidores, precisam solicitar os trabalhos de auditoria para salvaguardar os 
procedimentos e registros realizados. Destacando as empresas de capital aberto, 
ou seja, que possuem negociações na bolsa de valores, estas devem seguir as 
regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – que normatiza a 
auditoria 
Fique ligado nas normatizações da CVM em relação à atuação 
da auditoria independente e quanto ao trabalho do auditor garantindo 
a segurança e qualidade nas informações aos investidores: http://
www.cvm.gov.br/menu/regulados/auditores_independentes/sobre.
html.
24
 Auditoria
Os gestores da empresa e contador devem alinhar as demandas e 
compartilhar com os auditores, todas as pessoas envolvidas nos processos para 
que se possa gerar relatórios de auditoria consistentes e fundamentados para as 
tomadas de decisão.
A auditoria pode apresentar diversas formas. Franco e Marra (2000) 
apresentam as categorias de auditoria por formas e cada uma delas apresenta 
características peculiares, que são classifi cadas da seguinte maneira:
1. De acordo com a extensão do trabalho.
2. De acordo com a profundidade dos exames.
3. De acordo com a sua natureza.
4. De acordo com os fi ns a que se destina.
5. De acordo com as relações do auditor com a entidade auditada
De acordo com a extensão do trabalho, Franco e Marra (2000) dividem essa 
forma em auditoria geral, auditoria parcial ou específi ca e revisão limitada.Já Sá 
(1998) a divide quanto ao seu limite em total ou parcial. A Auditoria Geral Total, 
segundo Franco e Marra (2000) é aquela exercida sobre todos os elementos 
componentes do patrimônio, bem como sobre todas as operações de um exercício, 
ao fi m do qual o auditor emite parecer sobre as demonstrações contábeis em 
conjunto e sobre os registros de que se originaram. 
Para Sá (1998, p. 37-38), "a auditoria geral é conhecida também sob o nome 
de 'Auditoria Financeira' porque se situa mais na análise das peças dos balanços 
e de suas conexões; [...] situa-se como exame de cúpula, de natureza geral sem 
indagação de pormenores". A norma dessa forma de auditoria é a de comprovação 
da veracidade do balanço e das peças que o acompanham no fi m de um exercício 
ou em um tempo certo do levantamento. 
Essa forma de auditoria pode variar em profundidade, exigindo exame 
integral ou por amostragem de acordo com o julgamento do auditor em relação à 
confi ança por ele sobre a fi delidade dos registros contábeis da entidade. A auditoria 
geral pode destinar-se a vários fi ns, pois é a forma de auditoria mais completa em 
extensão. Segundo Franco e Marra (2000, p. 204), os fi ns mais utilizados são: 
"acautelar interesses de acionistas e investidores, controle administrativo, atender 
exigências legais, e avaliar a confi abilidade das demonstrações contábeis".
Para Sá (1998, p. 43), "a auditoria será total quando atingir todo o patrimônio, 
não deixando de objetivar sequer um componente". São inúmeros os fi ns que 
a auditoria se destina, e conforme sua fi nalidade, esta não precisa ser geral, 
podendo ser parcial ou específi ca, ou limitada. Auditoria Parcial ou Específi ca é 
a forma de auditoria que é feita em apenas uma ou algumas das demonstrações 
25
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
contábeis, ou de livros, ou atos de gestão em determinados setores operacionais. 
Essa auditoria é realizada com o objetivo de apurar a situação econômica e/ou 
fi nanceira da entidade, conferir os custos, confi rmar a existência de determinados 
valores patrimoniais, confi rmar saldos de contas de terceiros, verifi car o 
cumprimento de obrigações fi scais, verifi car o atendimento dos preceitos da 
legislação societária, apurar desvios e malversações do patrimônio, apurar erros 
e fraudes e determinar o valor real do patrimônio líquido da sociedade (FRANCO; 
MARRA, 2000).
Essa forma de exame pode ser realizada para atender aos interesses dos 
acionistas e investidores e até mesmo para o controle administrativo. Revisão 
Limitada refere-se a um conjunto específi co de exames que não aplicam todas as 
normas de auditoria. Isto é, refere-se ao exame do conjunto de demonstrações 
contábeis de um período sem aplicar todos os procedimentos de auditoria, com 
a extensão e profundidade necessárias para o auditor emitir uma opinião formal.
Essa revisão é utilizada para fi ns de publicação das demonstrações contábeis 
trimestralmente pelas S/As de capital aberto e de capital fechado com 100 (cem) 
ou mais acionistas. A forma de realização da auditoria depende da extensão dos 
trabalhos a serem analisados.
De acordo com a profundidade dos exames, Franco e Marra (2000) dividem 
essa categoria em revisão integral, auditoria por amostragem e revisão analítica. 
Na revisão integral, segundo os autores, "a revisão integral compreende o exame 
de todos os registros contábeis, bem como todos os documentos e controles da 
entidade, equivalente a uma perícia, com o fi m de descobrir erros ou fraudes nos 
registros, nos documentos ou nos controles" (FRANCO; MARRA, 2000, p. 206). 
A revisão integral se refere à profundidade do exame e não a sua extensão. É 
uma forma de auditoria economicamente inviável, nas grandes organizações, em 
função de seu custo elevado. 
A Auditoria por Amostragem ou Teste, segundo Franco e Marra (2000, p. 206), 
é o tipo de auditoria que "compreende o exame de determinada porcentagem dos 
registros, dos documentos ou dos controles, considerada sufi ciente para que o 
auditor faça seu juízo sobre a exatidão e legitimidade dos elementos examinados". 
Paralelo à amostragem, o auditor identifi ca as áreas de risco através de modelos 
matemáticos e estatísticos nos quais fi xará a quantidade de teste que deverá ser 
realizada para ser formada a opinião sobre o que está sendo analisado. 
Para Santi (1988, p. 149), o objetivo do auditor ao utilizar a técnica de 
amostragem é “corroborar a relativa correção de certos dados do cliente, tais 
como saldo de contas ou classes de transações ou avaliar a aderência aos 
procedimentos de controle interno no processamento dos dados”. 
26
 Auditoria
Quando o número de amostras é considerado sufi ciente para que o 
auditor possa certifi car-se da exatidão e legitimidade das informações contidas 
nos registros e documentos, a auditoria por amostragem ou teste é a forma de 
auditoria mais viável, pois o tempo para realiza-la é menor que a integral e a 
analítica, reduzindo, com isso, o seu custo. A revisão analítica, segundo Sá 
(1998), é a forma de auditoria que não encontra limites na sua ação, abrange o 
exame de todas as transações, analisando todos os documentos, todas as contas 
e todos os valores fi sicamente verifi cáveis. 
Segundo Franco e Marra (2000, p. 208), a revisão analítica consiste “no 
exame profundo e minucioso de todo o fl uxo dos controles internos (para verifi car 
se são defi cientes e se estão sendo rigorosamente obedecidos) e do exame 
analítico das operações de determinada natureza ou de certo período do ano. 
A auditoria analítica se confunde com a auditoria integral. Como se verifi ca, a 
revisão analítica é uma revisão mais detalhada, o que a torna economicamente 
inviável, dado seu elevado custo, especialmente nas grandes empresas.
Esse método deve ser utilizado quando o auditor, através de testes de 
auditoria, detecta erros nos registros contábeis ou na documentação na qual ele 
se baseia, ou quando encontra alguma defi ciência nos controles internos. Para 
Almeida (1996, p. 363), o objetivo da revisão analítica é “detectar e analisar 
situações anormais e signifi cativas constatadas nas demonstrações contábeis, 
mais precisamente nas contas do balanço patrimonial e nas da demonstração 
de resultado do exercício”. Essa revisão auxilia a identifi car áreas prioritárias ou 
áreas com problemas. 
Portanto, de acordo com a extensão do trabalho, a revisão da 
auditoria pode ser geral ou parcial, com a profundidade de verifi cação 
pode ser integral, por amostragem ou analítica, e com a sua natureza, 
pode ser permanente, eventual ou para fi ns específi cos. 
De acordo com a sua natureza, Sá (1998) divide essa categoria em: auditoria 
normal e auditoria especial. Enquanto Franco e Marra (2000) dividem essa 
categoria de forma mais abrangente em: auditoria permanente, auditoria eventual 
ou especial ou auditoria de balanço com fi m específi co. Auditoria permanente, 
segundo Franco e Marra (2000), é o tipo de auditoria que é exercida em caráter 
27
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
permanente, em todos os exercícios sociais.
A auditoria permanente pode ser realizada por auditores externos e internos, 
ela pode ser feita contínua ou periodicamente. Para realizar uma auditoria, se 
elabora um programa de trabalho no qual além de outras informações, deverá 
constar a tempestividade da auditoria. E a auditoria continuada ocorre quando 
o programa de trabalho visa ao exame permanente e contínuo das operações 
registradas e dos controles internos. 
Pode ser integral e incluir revisão contábil integral. Essa revisão tem como 
vantagem a presença frequente do auditor, que poderá auxiliar a solução de 
problemas contábeis que possam surgir e também os erros ou irregularidades 
podem ser descobertos pouco tempo após sua ocorrência, fazendo com que 
estes não se repitam. 
Já a auditoria periódica ocorre quando o programa prevê visitas periódicas 
do auditor. Esse período podevariar de acordo com o programa, pode ser a cada 
trimestre, semestre, ano ou outro período defi nido. Esse tipo de auditoria oferece 
vantagens para o auditor com relação às condições de execução de trabalho, 
pois poderá ser programada para execução após os balanços trimestrais, 
semestrais ou anuais da entidade. Essa prática traz economia de tempo para o 
auditor. Auditoria Eventual ou Especial é o tipo de auditoria que não tem caráter 
permanente, é realizada para atender a um fi m específi co, podendo ser geral 
ou parcial, integral ou por teste, como o auditor considerar ideal para ele obter 
elementos seguros de julgamento sobre a exatidão do objeto analisado. 
Segundo Sá (1998, p. 43), auditoria especial “é aquela que 
se realiza para obtenção de resultados e conclusões sobre fatos 
particularmente da gestão ou da atividade de um elemento certo, 
visando a um objeto específi co (fraude, liquidações etc.)”. 
Essa forma de auditoria, normalmente, é realizada para concessão de crédito, 
para atender às exigências legais, controles administrativos, isto é, para atender 
às necessidades eventuais da entidade e dos interessados nas informações 
do resultado da entidade. Auditoria de Balanço com Fim Específi co é o tipo de 
auditoria que possui um objetivo específi co para atender às necessidades dos 
seus usuários, que podem ser internos ou externos. "A auditoria poderá ter por 
objetivo apenas as demonstrações contábeis periódicas, com os fi ns de: acautelar 
28
 Auditoria
interesses dos acionistas e investidores; controle administrativo; concessão de 
crédito; atender a exigências legais; apurar o valor real do patrimônio líquido da 
entidade" (FRANCO; MARRA, 2000, p. 87).
Cabe ressaltar que para emitir o seu parecer, o auditor deve respeitar às 
normas de auditoria geralmente aceitas, pois seguindo essas normas, o auditor 
estará em condições de emitir seu relatório. Auditoria Normal, segundo Sá (1998, 
p. 43), "é aquela que se realiza com objetivos regulares de comprovação, sem 
fi nalidades isoladas ou específi cas, abrangendo a gestão administrativa sem 
particularização de fatos de qualquer natureza". As diferentes formas de auditorias 
visam atender às necessidades dos usuários das demonstrações contábeis e das 
informações geradas pela auditoria, e podem se destinar a diversas fi nalidades.
De acordo com os fi ns a que se destina, Sá (1998, p. 30) descreve que 
"os fi ns da auditoria são os aspectos sob os quais seu objeto é considerado, ou 
para que serve". No início, a auditoria era uma ferramenta utilizada para um fi m 
específi co, descobrir fraudes. Porém, diversos profi ssionais protestam contra o 
conceito comum de que a auditoria é uma chave para descobrir fraudes, pois 
atualmente ela vem sendo utilizada também como ferramenta orientadora. 
Os fi ns da auditoria são variados, pois as necessidades das empresas que 
levam o administrador a contratar o serviço técnico de auditoria são variadas. 
Franco e Marra (2000) classifi cam os fi ns a que a auditoria se destina em: 
auditoria para equalizar interesses de acionistas e investidores; auditoria para 
controle administrativo; auditoria para apurar erros e fraudes; auditoria para 
concessão de crédito; auditoria para apurar o valor real do patrimonial líquido da 
empresa; auditoria para cumprimento de obrigações fi scais; auditoria para atender 
a exigências legais e auditoria para confi rmar a exatidão das demonstrações 
contábeis. Sá (1998, p. 30), ao descrever os fi ns da auditoria, o faz de maneira 
mais abrangente. 
Apesar da variação dos aspectos que levam uma empresa a contratar um 
serviço de auditoria, na maioria dos casos o auditor é procurado para prestar 
serviços com a fi nalidade de que a empresa certifi que a exatidão de seus 
registros e de sua política administrativa e patrimonial. Almeida (1996, p. 30), ao 
comentar sobre os “principais motivos que levam uma empresa a contratar um 
auditor externo ou independente, acrescenta, além dos já explanados acima: a 
fi m de atender às exigências do próprio estatuto ou contrato social da companhia 
ou empresa; e para fi ns de consolidação das demonstrações contábeis” (a qual 
é obrigatória para a companhia aberta que tiver mais que 30% do valor do seu 
patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas).
29
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Segundo Alberton (2002, p. 35), o mercado de capitais, atualmente, é “o 
maior campo de trabalho dos auditores contábeis independentes no Brasil”. Além 
da área contábil, a auditoria contempla outras especialidades, tais como, sistemas 
baseados em normas da International Standard Organization – ISO (9000 – 
Qualidade e 14000 – Gestão Ambiental), Sistemas de Gestão da Segurança e 
Saúde no Trabalho (Occupacional Health and Safety Assessment Series – OHSAS 
18001), balanço social (Social Accounting – SA 8000), Sistemas de Gestão de 
Processos Integrados Certifi cáveis (ISO 9000, 14000, OHSAS 18001 e SA 8000). 
Portanto, a auditoria pode ser realizada para atender a diversos fi ns, 
objetivando suprir as necessidades dos seus usuários internos e externos. Além 
das formas de auditoria apresentadas, a auditoria também é realizada de acordo 
com o grau de independência do auditor com a entidade auditada, podendo ser 
interna ou externa. A relação do auditor com a entidade auditada pode ocorrer 
de duas formas: a primeira através da auditoria interna e a segunda através da 
auditoria externa
Alberton (2002, p. 37) conceitua auditoria interna como uma atividade de 
avaliação independente e de assessoramento da administração, voltada para o 
exame e avaliação da adequação, efi ciência e efi cácia dos sistemas de controle, 
bem como da qualidade do desempenho das áreas em relação às atribuições e 
aos planos, às metas, aos objetivos e às políticas defi nidas para as mesmas. A 
tarefa da "auditoria interna é executada por um profi ssional ligado à empresa, ou 
por uma seção própria para tal fi m, sempre em linha de dependência da direção 
empresarial" (PIERUCCI, 1977, p. 19).
Segundo Attie (1988, p. 42), a atividade da auditoria interna "deve abranger 
o estado dos componentes internos aplicáveis às operações e atividades 
departamentais e à confi rmação da fi dedignidade dos valores expressos nas 
demonstrações fi nanceiras em todas as empresas associadas, de caráter 
permanente, ligadas à matriz". 
Sobre as fi nalidades da auditoria interna, Magalhães et al. (2001) descrevem 
ser as seguintes: proteger a organização; acompanhar o cumprimento das 
normas técnicas e a política da administração da empresa, na consecução de 
seus objetivos; emitir relatórios; executar os trabalhos com independência 
limitada seguindo as normas e procedimentos de auditoria; prevenir erros e 
fraudes, sugerindo aos detentores do poder de decisão os ajustes necessários. 
Cabe ressaltar que mesmo a auditoria interna sendo parte da auditoria externa, 
os profi ssionais que a realizam devem manter contatos frequentes com os 
auditores independentes, para que possam auxiliá-los quando necessário, e para 
que possam adotar procedimentos idênticos na realização das revisões. 
30
 Auditoria
Cabe ressaltar que “o contador, na função de auditor 
independente, deve manter seu nível de competência profi ssional 
pelo conhecimento atualizado dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das 
técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação 
inerente à profi ssão, dos conceitos e técnicas administrativas e da 
legislação específi ca aplicável à entidade auditada” (NBC, 2003, p. 
76). 
Auditoria externa, segundo Franco e Marra (2000, p. 216), "é aquela 
realizada por profi ssional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego 
com a entidade auditada e que poderá ser contratado para auditoria permanente 
ou eventual". A independência do auditor deve ser absoluta, não pode existir 
nenhum grau de infl uência peloauditado. 
Os auditores independentes, ao realizar a auditoria externa, têm geralmente 
como objetivo principal a revisão das demonstrações contábeis, o sistema de 
controles internos e o sistema contábil da empresa auditada. Sobre as fi nalidades 
da auditoria externa, Magalhães et al. (2001) apontam as seguintes: proteger 
os investidores; analisar e testar o sistema de controles internos e o sistema 
contábil, em busca de razoável fi dedignidade das demonstrações contábeis; 
emitir o parecer sobre as demonstrações contábeis; executar os trabalhos com 
independência segundo as normas de auditoria; reprimir erros e fraudes. Como 
se verifi ca, a auditoria externa e interna são praticamente semelhantes, o que 
vai diferenciar uma da outra é o grau de independência que os auditores devem 
manter em relação à empresa auditada. 
Elaboramos um quadro-resumo das formas de auditoria para que você possa 
compreender e sintetizar o assunto:
QUADRO 5 – FORMAS DE AUDITORIA
De acordo com a extensão do trabalho
Auditoria geral
Auditoria parcial ou específi ca
Revisão limitada
31
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
De acordo com a profundidade dos exames
Revisão integral
Auditoria por amostragem ou 
testes
De acordo com a sua natureza
Auditoria permanente
Eventual ou especial
De acordo com os fi ns a que se destina
Auditoria na área contábil
Auditoria para acautelar 
interesses
Auditoria para apurar erros e 
fraudes
Auditoria para cumprimento de 
obrigações fi scais
Auditoria para controle 
administrativo
De acordo com as relações do auditor e a 
entidade auditada
Auditoria interna
Auditoria externa
O relacionamento entre auditoria 
interna e externa
FONTE: A autora
No próximo subtópico, veremos as normas de auditoria, que são base para 
a realização dos trabalhos de auditoria além do conhecimento contábil que o 
profi ssional de contabilidade e auditor devem aperfeiçoar constantemente.
32
 Auditoria
1) Uma das formas de auditoria é aquela exercida sobre todos os 
elementos componentes do patrimônio, bem como sobre todas 
as operações de um exercício, ao fi m do qual o auditor emite 
parecer sobre as demonstrações contábeis em conjunto e sobre 
os registros de que se originaram. Assinale qual alternativa 
identifi ca a forma de auditoria:
a) ( ) Auditoria geral.
b) ( ) Auditoria específi ca.
c) ( ) Auditoria tributária.
d) ( ) Auditoria de negócios.
2) As relações entre empresa auditada e empresa de auditoria 
integram também uma forma de realização da auditoria. Tem-se 
três formas de relação entre auditada e auditoria, assim, analise 
as afi rmativas, identifi cando as formas de relação da empresa 
auditada e da empresa de auditoria.
I- Auditoria externa
II- Auditoria de negócios
III- Auditoria modelo
IV- Auditoria interna
 Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afi rmativas I e III estão corretas.
b) ( ) As afi rmativas I e IV estão corretas.
c) ( ) As afi rmativas III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afi rmativa III está correta.
3) De acordo com a natureza de sua realização, a auditoria pode 
ocorrer de duas maneiras: uma delas confi gura frequência de 
realizações e a outra forma ocorre apenas esporadicamente, sem 
previsão ou para um objetivo específi co. Analise as afi rmativas e 
classifi que V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) A auditoria pode ser exclusiva.
( ) A auditoria pode ser permanente.
( ) A auditoria pode por amostragem.
( ) A auditoria pode ser eventual.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
33
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – F – V – F.
4) De acordo com os fi ns a que possa de destinar, a auditoria pode 
ocorrer de cinco maneiras, sempre buscando atender e focar 
especifi camente uma área para atestar as atividades, rotinas e 
procedimentos realizados nessa área. Analise as afi rmativas e 
classifi que V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) A auditoria pode ser a área contábil.
( ) A auditoria pode ser para controle administrativo.
( ) A auditoria pode ser de teste.
( ) A auditoria pode ser para apurar erros ou fraudes.
 Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência 
CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) V– V – F – V.
d) ( ) V – F – V – F.
5) De acordo com as relações do auditor e a entidade auditada, a 
auditoria pode ocorrer através da relação de dois profi ssionais, 
sempre mantendo as condutas éticas, profi ssionais e o 
conhecimento técnico essencial para desenvolver suas 
atividades. Analise as afi rmativas e classifi que V para as 
verdadeiras e F para as falsas.
( ) A auditoria pode ser realizada pelo fi scal.
( ) A auditoria pode ser realizada pelo controle de qualidade.
( ) A auditoria pode ser realizada pelo auditor externo.
( ) A auditoria pode ser realizada pelo auditor interno.
 Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência 
CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – F.
34
 Auditoria
5 NORMAS DE AUDITORIA
Em relação às normas de auditoria, tem-se um conjunto que determina os 
conhecimentos do auditor externo, auditor interno, as normas de execução dos 
trabalhos e normas aplicadas à auditoria pública. 
O auditor deve conhecer todas as normas de execução dos trabalhos, mesmo 
atuando apenas como auditor interno ou externo, pois é importante conhecer as 
duas normas. Quando atuar na área pública, as normas relacionadas ao setor 
público merecem atenção diferenciada. 
Como resultado do trabalho do auditor, a emissão de relatórios em que 
constam a opinião do auditor com base nos documentos analisados é o produto 
fi nal que a empresa auditada aguarda e, com base neste relatório, pode-se decidir 
sobre os processos, procedimentos, metas, organização e planejamento da 
empresa.
5.1 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE 
AUDITORIA
A padronização dos exames e relatórios de auditoria, com o objetivo de evitar 
distorções nas análises, ocorre através das Normas brasileiras de Contabilidade 
Técnicas de Auditoria – NBC TA. Segundo Crepaldi (2009, p. 208), “essas normas 
determinam a estrutura dentro da qual o auditor decide sobre o que é necessário 
à elaboração de um exame de demonstrações fi nanceiras, à realização do exame 
e à redação do relatório”.
A elaboração das normas direcionadas à auditoria tem cooperação de 
diferentes entidades e órgãos com os interesses de manter critérios e estabelecer 
transparência, além de confi ança dos trabalhos de auditoria. Assim, seguem 
algumas entidades que contribuem para a elaboração das normas de auditoria: 
35
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
FIGURA 2 – ENTIDADES E ÓRGÃOS QUE ELABORAM NORMAS PARA AUDITORIA
Realizando uma breve distribuição entre as normas, estas atendem ao 
trabalho de auditoria, ao profi ssional e ao relatório com a opinião:
FIGURA 3 – BREVE DISTRIBUIÇÃO ENTRE AS NORMAS
FONTE: A autora
FONTE: A autora
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 Auditoria
Essas normas estão disponíveis no site: https://cfc.org.
br/tecnica/normas-brasi leiras-de-contabi l idade/nbc-pa-do-
auditor-independente/. Devem ser constantemente visitadas e 
acompanhadas, pois novas normas estão sendo emitidas.
Visite também e conheça mais sobre o papel e atribuições do 
auditor interno:
https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ti-
de-auditoria-interna/.
As normas aplicadas ao setor público serão apresentadas e estudadas 
no Capítulo 3. Quanto às normas relativas à pessoa do auditor, estas estão 
relacionadas ao comportamento e escolhas de cada pessoa. Além da sua 
qualifi cação como profi ssional, os comportamentos éticos e morais são tão 
relevantes quanto seu conhecimento técnico. Nesse sentido, Almeida (2010, p. 
16) destaca:
• a auditoria deve ser executada por pessoa legalmente 
habilitada, peranteo CRC;
• o auditor deve ser independente em todos os seus assuntos 
relacionados com seu trabalho;
• o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na 
realização do seu exame e na exposição de suas conclusões.
Sendo divididas em duas categorias, essas normas atendem ao auditor 
interno, aquele que é contratado como empregado em uma empresa ou auditor 
externo, aquele que é contratado apenas para realizar um trabalho de auditoria, 
sem qualquer vínculo. Vamos conhecer essas normas:
a) Normas profi ssionais do auditor externo independente: foram 
regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade em 17 de dezembro 
de 1997, pela Resolução CFC nº 821/97, que aprovou a NBC P 1 – Normas 
Profi ssionais de Auditor Independente.
b) Normas profi ssionais do auditor interno: foram regulamentadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade em 24 de março de 1995, pela Resolução 
CFC nº 781/95, que aprovou a NBC P 3 – Normas Profi ssionais do Auditor Interno. 
37
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
A Resolução nº 781/95 do CFC elencou as seguintes normas 
relativas à pessoa do auditor interno, assim, mesmo existindo 
o vínculo com a empresa contratante, devem-se resguardar os 
elementos a seguir:
• competência técnico-profi ssional;
• autonomia profi ssional;
• responsabilidade do auditor interno na execução dos trabalhos;
• relacionamento com profi ssionais de outras áreas;
• sigilo;
• cooperação com o auditor independente.
Ainda é importante destacar que o auditor deve realizar uma prova para 
poder atuar e, constantemente, apresentar cursos de qualifi cação e atualização 
profi ssional: https://cfc.org.br/desenvolvimento-profi ssional-e-institucional/
exames/exame-de-qualifi cacao-tecnica/edicoes-do-exame/.
5.2 NORMAS PROFISSIONAIS DE 
AUDITORIA RELATIVAS À EXECUÇÃO 
DO TRABALHO
Tais normas foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
em 17 de dezembro de 1997, pela Resolução CFC nº 820/97, que aprovou a NBC 
T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Essa 
resolução elencou as seguintes normas de execução dos trabalhos:
• planejamento da auditoria;
• relevância;
• risco de auditoria;
• supervisão e controle de qualidade;
• estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos;
• aplicação dos procedimentos de auditoria;
• documentação da auditoria;
• continuidade normal das atividades da entidade;
• amostragem;
• processamento eletrônico de dados (PED);
38
 Auditoria
• estimativas contábeis;
• transações com partes relacionadas;
• transações e eventos subsequentes;
• carta de responsabilidade da administração;
• contingências.
A atualização destas normas pode ser acompanhada 
pelo site: http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=1997/000821.
5.3 NORMAS RELATIVAS AO 
PARECER DO AUDITOR EXTERNO 
INDEPENDENTE
O auditor externo deve compreender que as normas devem expressar a 
profundidade dos exames a serem realizados, a natureza da auditoria realizada, 
dentre outros.
Almeida (2010, p. 17) apresenta que essas normas determinam o alcance da 
opinião formulada e devem atender aos seguintes requisitos:
[...] o parecer deve esclarecer: (1) se o exame foi efetuado 
de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas; 
(2) se as demonstrações contábeis examinadas foram 
preparadas de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade; (3) se os referidos princípios foram aplicados, 
no exercício examinado, com uniformidade em relação ao 
exercício anterior; salvo declaração em contrário, entende-se 
que o auditor considera satisfatórios os elementos contidos 
nas demonstrações contábeis examinadas e nas exposições 
informativas constantes das notas que as acompanham; 
o parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as 
demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Quando não 
se puder expressar opinião sem ressalvas sobre todos os 
elementos contidos nas demonstrações contábeis e nas notas 
informativas, devem ser declaradas as razões que motivaram 
esse fato. Em todos os casos, o parecer deve conter indicação 
precisa da natureza do exame e do grau de responsabilidade 
assumida pelo auditor.
39
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Nesse sentido, as normas do parecer dos auditores independentes 
estabelecem as opiniões dos auditores e devem expressar a situação econômica 
e fi nanceira da empresa e salvaguardar o interesse dos investidores, mantendo a 
neutralidade e apresentando a real situação aos investidores.
A seguir, apresentamos a síntese de alguns pontos da Resolução nº 
1.203/2009, que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução 
da auditoria em conformidade com normas de auditoria.
Na Resolução nº 1203/2009 destacam-se os objetivos gerais do auditor, seja 
interno ou externo:
Ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os 
objetivos gerais do auditor são: (a) obter segurança razoável 
de que as demonstrações contábeis como um todo estão 
livres de distorção relevante, independentemente se causadas 
por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor 
expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis 
foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em 
conformidade com a estrutura de relatório fi nanceiro aplicável; 
e (b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e 
comunicar-se como exigido pelas NBC TAs, em conformidade 
com as constatações do auditor.
Assim, essas normas gerais devem ser analisadas, sendo auditor interno 
ou independente, e tais características devem ser preservadas. Conhecidas as 
características básicas do auditor, deve-se verifi car quais os tipos de opinião 
emitidas pelo auditor independente:
• Opinião não modifi cada: opinião sem ressalva.
• Opinião modifi cada: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção 
de opinião. 
O relatório ainda deve ser elaborado com coerência, destacando aos 
aspectos principais do resultado da auditoria. O conteúdo básico deve expressar 
com clareza os objetivos, os resultados dos exames, as conclusões e as 
recomendações. 
Os objetivos devem apresentar as áreas que foram auditadas, os tipos de 
exames de auditoria que foram realizados e o período em que foi realizada.
Os resultados dos exames devem apresentar os problemas identifi cados, 
os detalhes desses problemas e os procedimentos operacionais que não estão 
sendo seguidos.
40
 Auditoria
Na conclusão deverá constar a opinião do auditor referente aos resultados 
identifi cados na auditoria.
Nas recomendações são apresentadas sugestões para adaptação e 
melhoria dos procedimentos no sistema de controle interno da empresa.
Conforme Almeida (1996, p. 398-399), o relatório deve conter:
• nome da empresa auditada;
• período da auditoria;
• realização do exame de acordo com as normas de auditoria 
geralmente aceitas, visando à emissão de um parecer sobre 
as demonstrações contábeis; este exame, portanto, não 
necessariamente revela todos os problemas. Esse parágrafo 
é importante devido ao fato de que a empresa espera 
normalmente que todas as suas falhas sejam reveladas no 
relatório do auditor;
• procedimento em vigor ou situação constatada;
• infl uências ou consequências;
• sugestões ou recomendações.
Para melhor escrever um relatório, lembre-se dos três cês (claro, 
conciso e correto): 
• claro – evite interpretações erradas;
• conciso – priorize o que for importante e elimine palavras 
desnecessárias;
• correto – informações corretas e bem redigidas.
Analisando e conhecendo cada um dos tipos de relatórios, iniciaremos pela 
opinião ou relatório do auditor independente com opinião sem ressalva.
Como característica, para a sua elaboração, este relatório apresenta que 
não existem quaisquer alterações, sugestões, correções a serem pontuadas 
ou realizadas, estando as demonstrações em conformidade com as normas 
contábeis, legais e institucionais da empresa.
A Resolução nº 820/97 destaca que quanto à auditoria nas demonstrações 
contábeis, algunscritérios devem ser cuidadosamente analisados:
a) A observância dos princípios contábeis geralmente aceitos.
b) A aplicação de testes dos registros contábeis ao invés de uma verifi cação 
completa.
c) Os erros de pouca relevância devem ser desconsiderados.
41
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
d) O nível de segurança do sistema de controle interno deve ser o sufi ciente 
para o auditor estabelecer confi ança nas informações contábeis 
auditadas.
e) Os livros e registros da empresa auditada devem ter suas informações 
relacionadas nas demonstrações contábeis.
Como modelo de relatório/opinião do auditor independente com opinião sem 
ressalva, Franco e Marra (1991, p. 531) contribuem:
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE
Destinatário
(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 
de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, 
das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos 
correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaborados sob a 
responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar 
uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e 
compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância 
dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e os controles internos 
da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos 
registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a 
avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas 
pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto.
(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam 
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e 
fi nanceira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado 
de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e 
aplicações de seus recursos referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de 
acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador nº de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
Nº de registro cadastral no CRC
42
 Auditoria
Para o relatório do auditor independente com opinião com ressalva, a 
opinião com ressalva ocorre quando o auditor observa algum tipo de discordância 
ou restrição na extensão de seus exames de auditoria, mas que não requeiram 
parecer adverso ou abstenção de opinião.
A única diferença entre a opinião com ressalva e a opinião sem ressalva é 
a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de” 
quando se refere ao assunto objeto da ressalva.
Franco e Marra (1991, p. 538) citam a Resolução nº 820/97 do Conselho 
Federal de Contabilidade – CFC – que defi ne o parecer com ressalva da seguinte 
forma:
11.3.4.1 – O parecer com ressalva é emitido quando o auditor 
conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição na 
extensão de um trabalho não é tal magnitude que requeira 
parecer adverso ou abstenção de opinião.
11.3.4.2 – O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo 
do parecer sem ressalva, com a utilização das expressões 
‘exceto por’, ‘exceto quanto’ ou ‘com exceção de’ referindo-se 
aos efeitos do assunto objeto da ressalva.
As circunstâncias que geram uma opinião com ressalva, segundo Floriani 
(2006, p. 78-79), são as seguintes:
a.1. Quebra de consistência - Essa situação surge quando o 
cliente não emprega consistentemente os princípios contábeis 
e isto tem consequências materiais para as demonstrações 
fi nanceiras;
a.2. Inobservância de princípios contábeis - Essa decorre da 
aplicação, pelo cliente, de princípios contábeis que não têm 
aceitação geral ou que diferem daqueles promulgados por 
entidades normativas;
a.3. Divulgação inadequada - Deve-se incluir nas 
demonstrações fi nanceiras, ou em notas às mesmas, todas 
as informações necessárias a uma apresentação fi dedigna. 
De outra forma, não se pode considerar fi dedigna uma 
demonstração fi nanceira e o auditor tem de emitir parecer com 
ressalva.
a.4. Limitação de escopo - Se, por qualquer motivo, o auditor 
foi impedido de aplicar todos os procedimentos ou de reunir 
todas as evidências consideradas necessárias, talvez seja o 
caso de emitir parecer com ressalva. 
a.5. Contingências ou incerteza material - Nas atividades de 
negócios surgem muitas situações cujo desfecho é imprevisível, 
exemplo: processos legais, resultado de renegociação de 
contrato e apelação contra glosa no imposto.
a.6. Registros contábeis incompletos ou inadequados - Uma 
circunstância intimamente relacionada com a defi ciência 
43
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
de controles e a de registros contábeis incompletos ou 
inadequados.
Um modelo desse tipo de relatório é disponibilizado a seguir, por Araújo 
(1998, p. 195-196):
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE COM OPINIÃO COM RESSALVA
Destinatário
(Parágrafo do escopo)
Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Vou Passar, levantados em 
31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, 
das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos 
correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaboradas sob a 
responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar 
uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(Parágrafo das normas e procedimentos)
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria, 
e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância 
dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos 
da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos 
registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a 
avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas 
pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto.
(Parágrafo da ressalva)
(3) De acordo com suas instruções, não solicitamos a nenhum cliente que 
confi rmasse seus saldos relativos ao contas a receber. Como consequência, 
não podemos expressar opinião sobre o saldo de Duplicatas a Receber no 
montante de R$ 200.000,00, que representa 5% do total do Patrimônio Líquido da 
Companhia e 10% do seu resultado.
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, exceto quanto ao fato mencionado no parágrafo anterior, as 
demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Empresa Vou 
Passar em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, 
as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos 
referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de acordo com os Princípios 
44
 Auditoria
Fundamentais de Contabilidade.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
Nº de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
Nº de registro no CRC
É importante destacar que esse relatório não invalida as demonstrações 
contábeis, apenas solicita pontos de atenção e revisão que precisam ser 
analisados e melhorados pela empresa. 
Relatório do auditor independente com opinião adversa
Floriani (2006, p. 79) elenca alguns fatores que resultam na emissão 
da opinião adversa, podemos citar, conforme a inobservância dos princípios 
contábeis e a divulgação inadequada. A Resolução nº 820/97, do CFC, defi ne 
como emitir uma opinião adversa da seguinte forma: 
11.3.5.1 - No parecer adverso, o auditor emite opinião de 
que as demonstrações contábeis não estão adequadamente 
representadas, nas datas e períodos indicados, de acordo com 
as disposições contidas no item 1.1.1.1. 
11.3.5.2 - O auditor deve emitirparecer adverso quando 
verifi car que as demonstrações contábeis estão incorretas ou 
incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do 
parecer com ressalva (FRANCO; MARRA, 1991, p. 565).
É preciso atentar para os critérios e princípios contábeis adotados pela 
empresa, pois é fundamental rever os procedimentos adotados e ajustar as 
inconsistências. O auditor deverá descrever de forma clara e consistente todos 
os motivos que o levaram a tomar essa decisão e as consequências para as 
demonstrações fi nanceiras.
Araújo (1998, p. 197-198) apresenta um exemplo de parágrafos com opinião 
adversa:
RELATÓRIO/PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE COM OPINIÃO 
ADVERSA
Destinatário
(Parágrafo do escopo)
45
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Vou Passar, levantados em 
31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, 
das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos 
correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, elaboradas sob a 
responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar 
uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(Parágrafo das normas e procedimentos)
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria, 
e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância 
dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos 
da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos 
registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a 
avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas 
pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto.
(Parágrafo das ressalvas)
3. No exercício de 19X1, a Companhia deixou de contabilizar depreciações do 
Ativo Imobilizado no montante aproximado de R$ 400.000,00. Destarte, também 
não foi contabilizada a correção monetária correspondente, que envolve o valor 
aproximado de R$ 200.000,00, ocasionando uma superavaliação no resultado do 
exercício de 60%.
4. No exercício de 19X0, a Companhia deixou de contabilizar pelo princípio 
da Competência de Exercício o valor de R$ 550.000,00 relativos a juros sobre 
empréstimos, que foram reconhecidos neste exercício. Os juros devidos no 
exercício de 19X1, no valor de R$ 850.000,00, não foram contabilizados pela 
Companhia. Tais fatos também acarretaram superavaliação de 30% no resultado 
do exercício.
5. A Companhia não procedeu à contabilização da amortização do ativo diferido, 
que, se calculada a taxa mínima permitida pela legislação do Imposto de Renda 
relativo ao exercício de 19X1, seria de R$ 300.000,00. Consequentemente, 
também não foi reconhecida a correção monetária sobre essa amortização no 
valor aproximado de R$ 150.000,00, ocasionando uma superavaliação de 45% no 
resultado do exercício.
6. As atividades industriais não estão proporcionando resultados sufi cientes 
para a cobertura dos custos e despesas incorridas, principalmente dos encargos 
fi nanceiros, e para a amortização do ativo deferido.
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, em face dos fatos mencionados nos parágrafos 3 a 6, as 
46
 Auditoria
demonstrações contábeis acima referidas não representam adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e fi nanceira da Empresa Vou 
Passar em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, 
as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos 
referentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
Nº de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
Nº de registro no CRC
Relatório do auditor independente com abstenção de opinião
Este relatório, ao ser emitido pelo auditor, deve ser repassado junto aos 
administradores e gestores da empresa, a sua divulgação deve ser fundamentada 
em documentos assim como os demais relatórios de auditoria, e pode prejudicar 
inclusive a imagem da empresa, pois acaba repassando insegurança, falta de 
transparência, infl uenciando inclusive uma possível redução de valor desta 
empresa no mercado, pois não apresenta números confi áveis.
Para Attie (2010, p. 80-81):
1. O parecer com abstenção de opinião é aquele em que o 
auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações 
contábeis, por não ter obtido fundamentação sufi ciente para 
fundamentá-la.
2. A abstenção de opinião em relação às demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto não elimina a responsabilidade 
do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio 
relevante que possa infl uenciar a decisão do usuário dessas 
demonstrações.
Araújo (1998, p. 199-200) contribui com um modelo completo desse tipo de 
parecer:
RELATÓRIO/PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE COM ABSTENÇÃO DE 
OPINIÃO
Destinatário
(Parágrafo do escopo)
47
ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA Capítulo 1 
Fomos contratados para examinar os balanços patrimoniais da Empresa Vou 
Passar, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas 
demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens 
e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios fi ndos naquelas datas, 
elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade 
é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(Parágrafo das normas e procedimentos)
(2) Excetuando o fato mencionado no próximo parágrafo, nossos exames foram 
conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o 
planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume 
de transações e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a 
constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam 
os valores e as informações contábeis divulgadas; e (c) a avaliação das práticas 
e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da 
entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em 
conjunto.
(Parágrafo da ressalva)
De acordo com instruções recebidas da administração da Companhia Vou Passar, 
não estivemos presentes à contagem física dos estoques realizada em 31 de 
dezembro de 19X1.
Bem como não foi possível a adoção de procedimentos alternativos de modo 
a possibilitar a verifi cação da existência desse ativo na data do balanço. Como 
consequência, não podemos expressar qualquer opinião com respeito a esse 
inventário, que monta a R$ 1.500.000,00, representando 90% do total do ativo da 
Companhia.
(Parágrafo da opinião)
Em virtude de o saldo dos estoques de 31 de dezembro de 19X1 ter importância 
substancial na determinação da posição patrimonial e fi nanceira e do resultado 
das operações da Companhia Vou Passar, não podemos expressar opinião sobre 
suas demonstrações fi nanceiras tomadas em conjunto.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
Nº de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
Nº de registro no CRC
As normas de auditoria profi ssionais técnicas alinhadas aos objetivos 
da auditoria permitem que os relatórios, quando elaborados por profi ssionais 
qualifi cados, experientes e preparados, destaquem os principais pontos a 
48
 Auditoria
1) A Resolução 781/95 do CFC elencou as seguintes normas 
relativas à pessoa do auditor interno, assim, mesmo existindo 
o vínculo com a empresa contratante, devem-se resguardar 
alguns elementos que não devem sobrepor-se às funções 
desempenhadas pelo vínculo contratado na empresa. Analise as 
sentenças a seguir e classifi que V para as verdadeiras e F para 
as falas.
( ) A autonomia profi ssional não é necessária para o auditor interno.
( ) Competência técnica e profi ssional devem ser de conhecimento 
do auditor interno.
( ) O sigilo é uma opção do auditor interno,

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