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Síndrome do X Frágil Renata Vale - 79 ● Gene afetado: FMR1 - Fragile X Mental Retardation 1; ○ Locus: Xq27.3; ○ Mutação: Metilação - Perda de função; ○ Herança: Ligado ao X dominante. ● Síndrome de Martin-Bell! ● Epidemiologia ○ Prevalência: 10-50:100.000 → Doença rara no Brasil (65:100.000)! ■ Homens: 14:100.000; ■ Mulheres: 7:100.000. ○ Idade de início: Neonatal/Infância; ○ Expectativa de vida: Normal; ■ Raros casos de morte súbita: Epilepsia ou acidentes cardiovasculares. ○ Estudos que relacionam SXF com aparecimento precoce de Alzheimer - FMR regula a produção da proteína precursora amiloide (APP), que em níveis aumentados predispõem a doença de Alzheimer. ○ 30% de todos os casos de atraso mental ligado ao X; ○ 1° causa hereditária e 2° causa genética mais comum de déficit cognitivo. ● Diagnóstico Clínico ○ Espectro clínico: Casos leves (QI normal) → Graves (Déficit cognitivo e autismo); ○ Maior manifestação clínica: Deficiência intelectual; ■ Primeiros anos de vida: Atraso nos marcos motores e de fala; ■ Limitação de aprendizado, movimentação e auto expressão. ○ Problemas comportamentais: Homens e 50% das mulheres; ■ Hiperatividade/ Déficit de atenção (TDAH), introversão, impulsividade, transtorno obsessivo-compulsivo e agressividade; ■ Sinais tendem a evoluir com o tempo; ■ Acredita-se que variabilidade de espectro é devido a proporção de cromossomos X ativos e inativos; ● Menor frequência e envolvimento mais leve. ○ Transtorno do Espectro Autista (TEA): 50-70% dos indivíduos com SXF; ■ Associação com problemas comportamentais mais graves e taxa aumentada de convulsões; ■ SFX é a causa mais comum de autismo: 2-3% de todos os casos de TEA. ○ Convulsões: De 10 a 20% dos meninos desenvolvem convulsões; ■ Mais comum na infância; ■ Relativamente fácil de controlar; ■ Episódios diminuem espontaneamente durante a infância. ○ Características físicas - Se tornam mais evidentes após a puberdade ■ Pavilhões auriculares largos e proeminentes; ● Característica mais comum e conhecida. ■ Face longa e fina; ■ Fronte larga; ■ Sobrancelhas proeminentes; ■ Macroorquidismo (após a puberdade masculina); ■ Prognatismo; ■ Palato arqueado/ ogival; ■ No RN - aumento da circunferência occipitofrontal [> 50º percentil]. ■ Outros achados já relatados: Hiperextensibilidade das articulações interfalângicas; subluxação dos polegares; prolapso da válvula mitral e pé plano. Tríade presente em cerca de 90% dos casos. ○ Déficit cognitivo significativo e autismo inexplicável - Suspeita de SXF. ● Etiologia ○ >99% dos casos - Expansão de trinucleotídeos CGG na região 5’ não traduzida promotora do gene FMR1; ○ <1% dos casos - Variante de sequência (missense e mutações em ponto), deleção parcial ou completa de FMR1; ○ FMR1 ■ Responsável por, pelo menos, 12 tipos de RNAm; ■ Splicing alternativo ● Epitélio; ● Cérebro; ● Testículos. ■ Responsável pela produção da proteína FMRP - Plasticidade sináptica e modulação de todo o cérebro e de outras proteínas; ● Grau de déficit cognitivo! ○ Grandes expansões - Metilação e inativação completa do gene - FMRP não expresso em nenhum tecido; ○ Trincas CGG ■ <55 repetições: Normal; ■ 55-200: Pré-mutação; ● Síndrome do Tremor e Ataxia associada ao X Frágil (FXTAS): Após os 50 anos; ○ 40% - Homens hemizigóticos; ○ 16-20% - Mulheres heterozigóticas. ○ Toxicidade do RNA; ○ Manifestações clínicas ■ Tremor de intenção; ■ Ataxia de marcha cerebelar; ■ Lentidão de movimentos; ■ Diminuição da expressão facial. ● Insuficiência Ovariana Primária associada ao X Frágil (FXPOI): Hipogonadismo hipergonadotrófico antes dos 40 anos; ○ 20% em mulheres com pré-mutação vs 1% da população geral. ○ FOP1: Xq26-Xqter - Afeta Xq27.3! ○ Desde os 11 - Amenorréia primária e puberdade tardia; ○ Infertilidade, menopausa, sintomas vasomotores, alterações de humor e secura vaginal; ○ Ciclos regulares, mas FSH aumentado, hormônio antimulleriano e inibina B diminuídos. ■ >200: SXF. ● Hereditariedade ○ Dominante ligado ao X; ○ Fenômeno de Antecipação ■ Mulheres com pré-mutação (55-200 expansões de trincas CGG) podem passar a mutação completa (>200 expansões) para seus descendentes; ■ Gametas femininos são instáveis e podem gerar mais expansões; ■ Homens com pré-mutação não costumam ser capazes de passar a mutação completa - Gametas masculinos são mais estáveis. ● Aconselhamento Genético ○ Necessidade de aconselhamento: Identificar familiares em risco, decisões sobre testes genéticos, opções reprodutivas e diagnósticos pré-natais. ■ Nem sempre mulheres portadoras passarão pelo fenômeno de antecipação; ■ Portadores também podem possuir quadros clínicos significativos; ■ Homens costumam possuir quadros clínicos mais significativos. ○ Genotipagem de trinucleotídeos AGG (responsáveis pela estabilidade das repetições CGG no gene FMR1) - Útil para identificar risco de fenômeno de antecipação. ■ PCR com primer repetido - Detectar e localizar os AGG. ○ Pode fazer seleção do sexo do embrião em fertilização in vitro - Indicação: Casais que já tenham comprovadamente a mutação em algum membro da família. ■ Seleção de embrião feminino! ● Testes Diagnósticos ○ Cariótipo: Não se usa mais - Alta probabilidade de falsos negativos; ○ PCR: Identifica com precisão regiões de repetição; ■ Pré-mutações ou mutações completas. ○ Southern blot: Valor aproximado de repetições, mosaicismo e estado de metilação do gene FMR1. ○ Se não encontrou expansões, mas a suspeita persiste (<1% dos casos): ■ Painel multigene: Duplicações ou deleções; ■ Teste genômico abrangente (sequenciamento de genoma ou exoma: Mutações em ponto. ○ Diagnóstico pré-natal ■ Análise molecular: Amostras de sangue, tecido e células do líquido amniótico e vilosidades coriônicas; ○ * PCR ou Southern blot por leucócitos negativo e suspeita persistir: Refaz com um segundo tipo de tecido (ex: fibroblastos da pele) - Mosaicismo! ● Manejo Clínico ○ Sem cura - Tratamento multidisciplinar e sintomatológico! ■ Psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neurologistas e entre outros profissionais. ● Musicoterapia também. ○ Terapia medicamentosa: TDAH, convulsões, irritabilidade, agressividade e tiques. ● Ensaios Clínicos ○ Vitamina C e E no tratamento de distúrbios comportamentais e cognitivos; ■ Ainda em testes. ○ Arbaclofen (Agonista GABA) no tratamento de distúrbios comportamentais e cognitivos; ■ Resultados sem melhoras, necessitando novos e maiores estudos. ○ Riluzol no tratamento de distúrbios comportamentais; ■ Usada para ELA; ■ Sem resultados positivos significativos. ○ Lovastatina (Hipocolestásico) + Intervenção comportamental de linguagem na melhora de comportamento verbal ■ Contrabalancear a ausência de FMRP; ■ Resultados sem diferenças entre grupos. ○ Canabidiol no tratamento de distúrbios comportamentais e emocionais; ■ Gel transdérmico; ■ Ansiedade, depressão e humor; ■ Resultados positivos, porém com necessidade de mais estudos (verificar eficácia, tolerância e segurança). ○ Metformina (Hipoglicemiante) ■ Normalizar vias de sinalização ERK/MERK do SNC envolvidas com a degradação de proteínas sinápticas; ■ Resultados positivos no peso, apetite, comportamento (retraimento social e ansiedade) e linguagem. ● Grupos de Apoio ○ Instituto Buko Kaesemodel - Internacional; ■ Ações informativas.
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