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Aspectos gerais do Sistema Endócrino

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Fisiologia do Sistema Endócrino.		DANIEL DUARTE MED79
GUYTON Cap. 75
· MENSAGEIROS QUÍMICOS, ESTRUTURA E SÍTESE DOS HORMÔNIOS
O corpo é dividido em diversos compartimentos funcionais, em células, em tecidos e em órgãos, os quais necessitam de comunicação entre eles, a fim de que haja a manutenção da homeostase no organismos. Para que exista essa comunicação, há alguns mensageiros químicos, são eles:
1. Neurotransmissores
2. Hormônios Endócrinos
3. Hormônios Neuroendócrinos
4. Parácrinos: São produzidos por células para atuar sobre células vizinhas, as quais possuem função diferente da célula produtora.
5. Autócrinos: São produzidos por células e liberados no meio extracelular para atuar sobre células semelhantes 
6. Citocinas: Estão relacionadas com as resposta imunológicas.
Esses 6 tipos de mensageiros químicos podem atuar em diferentes locais do corpo, assim como, de modo, específico ou não. Isso depende os receptores localizados nas células do organismo, se um determinado mensageiro químico possui receptor em diversas células ao longo do corpo, como o GH (hormônio do crescimento) ele vai conseguir atuar sobre todo o corpo. Porém, casso esse mensageiro só possua receptores em células especificas, como o Hormônio adrenocorticotrópico, só irá atua naquelas células-alvo específicas. Nesse caso, no córtex adrenal.
Agora o foco será sobre os hormônios endócrinos e neuroendócrinos, os quais podem apresentar constituição de três tipos:
1. Proteínas ou peptídeos: Insulina e glucagon (pâncreas), Paratormônio (paratireoide) e muitos outros.
2. Esteroides: testosterona (testículo), progesterona e estrógeno (ovários e placenta), aldosterona e cortisol (córtex adrenal).
3. A partir da tirosina : tiroxina e tri-iodotirosina (tireoide) e epinefrina e norepinefrina ( Medula adrenal).
Os hormônios PROTEICOS e PEPTÍDICOS são produzidos pelos ribossomos e pelo R.E.rugoso e armazenados na forma de pré-pró-hormônio. A seguir, sofre clivagem, entretanto permanece na forma inativa (pró-hormônio) para der encaminhado até o C. de golgi para sofrer uma nova clivagem permitindo que ele possa exercer sua função. Esses hormônios proteicos ficam armazenados em vesículas dispersas no citoplasma até que exista algum estímulo que desencadeia sua liberação (Entrada de Cálcio ou de cAMP que vão ativar proteinocinases responsáveis por iniciar a secreção hormonal) a partir da fusão da vesícula com a membrana celular.
Os hormônios ESTEROIDES são derivados do colesterol e eles, diferente dos proteicos, não são armazenados. Porém, as células responsáveis pela síntese de esteroides possuem grandes depósitos de colesterol para facilitar a síntese quando for necessário. Os esteroides depois de prontos, devido a sua natureza hidrofóbica, conseguem atravessar a membrana plasmática e ir até o meio intersticial.
Os hormônios derivados da TIROSINA também são armazenados no interior das glândulas. Há dois grupos, os produzidos pela tireoide e os produzidos pela medula adrenal. Os hormônios da tireoide são armazenados no seu interior e estão ligados a tireoglobulina, a qual será clivada no momento da secreção e os hormônios serão liberados no sangue podendo ligar-se a uma nova proteína. Os hormônios da medula adrenal, catecolaminas, permanecem armazenadas em vesicular e a secreção de epinefrina é maior que a de norepinefrina. Ao serem secretados, essas substâncias podem se ligar ou permanecerem na forma livre no plasma.
· SECREÇÃO, TRANSPORTE E DEPURAÇÃO HORMONAL
O comportamento do hormônio nesses três fenômenos fisiológicos vai está relacionado com a natureza do hormônio. Cada hormônio possui características de atuação própria, o que nos permite perceber sua ação em poucos minutos, como a epinefrina, ou em muitas horas ou dias, como o GH e a tiroxina. Outra informação importante, é que os hormônios endócrinos necessitam de uma concentração baixa para realizar sua função. 
O controle das concentrações hormonais é exercido em grande parte pelo mecanismo de feedback, na qual a própria ação do hormônio acaba por regular a sua secreção. Na maioria dos casos, o mecanismo de controle é por feedback negativo. Entretanto, no LH, há o feedback positivo onde a secreção do LH, secretado pelo hipófise anterior, atua nos ovários induzindo a secreção de estrógeno, o qual induz a secreção do LH. Isso ocorre até um momento que o LH chega a um pico, a partir daí, inicia-se o feedback negativo para controlar a concentração desse hormônio. Assim, percebe-se que o feedback negativo é um dos principais responsáveis por controlar as concentrações hormonais, mantendo-os em concentrações adequadas. Além disso, alterações sazonais também podem regular as concentrações hormonais de alguns hormônios, sobretudo, os neuroendócrinos.
Quanto ao TRANSPORTE dos HORMÔNIOS, ele é feito de acordo com a natureza química do hormônio e isso pode influenciar no tempo que leva para o hormônio atuar sobre a célula-alvo e no tempo de depuração desse hormônio. Hormônios de natureza hidrofílica, como os proteicos e a adrenalina, permanecem livres no plasma. Já os hormônios esteroides e a tiroxina necessitam de proteínas transportadoras no plasma para irem até o local de atuação, em virtude da ligação, esse hormônio permanece inativo e apresenta uma dificuldade de se desligar dessa proteína ao chegar no local alvo, o que torna sua atuação mais demorado. Por outro lado, a ligação às proteínas transportadoras permitem que exista uma reserva desses hormônios dispersos pelos plasma.
A DEPURAÇÃO desses hormônios está relaciona com a sua metabolização e com a sua velocidade de secreção. Quanto maior a metabolização e menor a velocidade de secreção de determinado hormônio, maior será a taxa de depuração desse hormônio. A metabolização dos hormônios ocorrem de algumas formas, são elas:
1. Metabolização pelos tecidos;
2. Ligação aos tecidos;
3. Excreção pela bile
4. Excreção pelos rins.
Hormônios livres apresentam uma depuração, normalmente, mais rápida que os hormônios que necessitam das proteínas.
· MECANISMOS DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS 
Após a produção e a saída do hormônio da célula produtora, ele necessita atuar sobre a célula-alvo. Para isso, existem os receptores, os quais são específicos para cada hormônio e apresentam variações de quantidades dependendo do tecido, o que permite o hormônio atuar mais sobre um tecido que sobre outro. Normalmente, varia de 2000 a 100000 receptores por célula. Os receptores podem encontrar-se em alguns lugares na célula-alvo, são eles:
1. Na membrana plasmática Normalmente, ligados a hormônios proteicos;
2. No citoplasma Normalmente, ligados a hormônios esteroides
3. No núcleo Normalmente, ligados a hormônios da tireoide. Eles estão relacionados com um gene.
As concentrações hormonais podem alterar as quantidades de receptores disponíveis para a interação com o hormônio de modo a aumentar (Up-regulation) ou a diminuir (Down-regulation) as quantidade do receptor. Quanto a diminuição dos receptores, está relacionada com 1. Inativação do receptor 2.inativação de molécula de sinalização 3. Sequestro temporário do receptor e 4. Destruição do receptor. Assim, as concentrações hormonais são capazes de deixar os tecidos alvos mais ou menos sensíveis, de acordo com a quantidade de receptores disponíveis para a interação hormônio-receptor, que será estudada agora.
A Sinalização Intracelular é iniciada após a ativação do receptor pela ligação com o hormônio, o que forma o complexo receptor-hormônio ( 1ª estágio da sinalização). Com a ativação do receptor, a célula alvo pode apresentar a abertura ou o fechamento de canais iônicos. A maioria dos íons atua, indiretamente, sobre esses canais, eles provocam esses fenômenos, através da ligação a proteína G (Proteína heterotrimérica deligação a guanosina trifosfato –GTP).
OBS: Os receptores são transmembranas e a proteína G encontra-se no interior da célula.
A ação da Proteína G está muito ligada a receptores de hormônios de natureza proteica. O Mecanismo de ação de receptores ligados à proteína G é da seguinte forma: Coma ativação do receptor, ele sofre mudanças de conformação e vão ligar-se a Proteína G. Esta, por sua vez possui três cadeias (α, β e ϒ), a cadeia α está ligada ao GDP e com a ativação do receptor, ela vai ligar-se ao receptor e o GDP passa a ser GTP e liga-se as outras cadeias da proteína G.
 Há a dissociação entre a cadeia α, a qual se liga a uma nova proteína de sinalização molecular, e as outras cadeias, que agora estão ligadas ao GTP.Com a ligação da cadeia α a essa nova proteína, ele altera a atividade dos canais iônicos ou de enzimas intracelulares, como adenilil ciclase e fosfolipase C. Esse processo é rapidamente desfeito quando o hormônio é removido. Há proteínas G que são estimuladores (GE) e inibitórias (GI) dos canais de íons.
O Mecanismo de ação de receptores ligados a enzimas é caracterizado pelo receptor se encontrar também no meio extracelular, porém sua parte intracelular pode apresentar função enzimática ou está associado a uma enzima inativa, a qual se torna ativa, devido a mudança de conformação do receptor após sua ativação. A enzima ativa vai promover a ação na célula-alvo, que pode ser mais rápida a partir da catalização imediata de algumas reações ou um pouco mais lentas, uma vez que depende da produção de novas proteínas.
Hormônios lipossolúveis, como os esteroides e os da tireoide, conseguem atravessar a membrana celular e chegar até o interior da célula e ligam-se a seus receptores no meio intracelular. O Mecanismos de ação dos receptores intracelular é caracterizado pela formação do complexo receptor-hormônio ( Esteroides- citoplasma, tireoides-núcleo), o qual migra até o núcleo celular para se ligar ao DNA regulador. Assim, eles podem ativar ou reprimir transcrições gênicas e a formação do RNAM. 
Alguns hormônios não conseguem provocar a ação hormonal direta, ele necessita de um auxiliar para desencadear a resposta hormonal, o Segundo Mensageiro. O Segundo mensageiro pode ser de três tipos
1. AMPc ;
2. Cálcio e a calmodulina;
3. Produtos da degradação de fosfolipídios.
O AMPC é formado a partir da ativação da adenilil ciclase, a qual é ativada pela cadeia α da proteína G. A adenilil ciclase transforma ATP em AMPC , a qual vai promover uma cascata de ativação enzimática responsável por promover a ação hormonal. Dependendo do maquinário celular da célula-alvo, efeito pode ser inibitório ou estimulatório. Isso é influenciado pela natureza da Proteína G, que pode aumentar a produção de AMPC (GE)ou diminuir a produção de AMPC (GI).
Outro segundo mensageiro são os produtos da degradação de fosfolipídios, os quais são de dois tipos. Um vai promover o aumento da concentração de cálcio, que pode resultar em uma ação de contração celular, e o outro ativa a proteinocinase C, a qual vai ativar uma série de enzimas, e é constituída pelo acido araquidônico, precursor das prostaglandinas.
Já os segundos mensageiros pelo cálcio, é resultado da maior permeabilidade da membrana a esse íon. O cálcio vai se ligar a calmodulina, a qual apresenta quatro regiões de ligação com o cálcio, e ativa-la. A calmodilina agora, pode ativar ou inibir a ação de algumas proteinocinases, o que marca a ação hormonal.
Os hormônios que atuam sobre o maquinário genético da célula: com já foi visto, os hormônios que atuam, diretamente, no maquinário genético são os lipossolúveis que possuem receptores intracelulares, ou seja, os esteroides e os derivados da tireoide. Os hormônios esteroide promovem um aumento da síntese proteica, através de uma ligação a uma porção do DNA especifica por ativar a transcrição gênica. Enquanto, os hormônios da tireoide atuam na transcrição gênica, uma vez que o complexo receptor-hormônio forma um fator transcrição ativado.

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