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Jurisdição - Resumo de Daniel Amorim Assumpção Neves

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Jurisdição – Amorim
1. Conceito
• Atuação estatal visando a aplicação do direito obje�vo ao caso concreto
→ Nem sempre haverá conflito de interesses
→ Não é obrigatório que a a�vidade jurisdicional subs�tua a vontade das partes
2. Aspectos da jurisdição
• Poder: O Estado intervém na esfera jurídica dos jurisdicionados
→ Aplicação do direito no caso concreto e resolução da crise jurídica
→ Impor o direito e edição da norma jurídica
→ Cria uma norma jurídica para o caso concreto, aplicando a norma legal
• Função: Encargo atribuído pela CF de exercer o poder jurisdicional concretamente
→ Em regra, o Poder Judiciário o recebe, mas os outros poderes também o possuem
• A�vidade: Atos pra�cados pelo agente estatal no processo
3. Equivalentes Jurisdicionais
• O Estado não tem o monopólio da solução dos conflitos
3.1. Autotutela
• Uma das partes sacrifica integralmente o seu interesse em razão da força da outra
→ A força é qualquer poder que ela possua, resultando na imposição da sua vontade
• Nosso direito a admite de forma excepcional, como a legí�ma defesa
→ O Estado não é onipresente
• Pode ser revista pelo Judiciário, não é defini�va
3.2. Formas consensuais de solução de conflitos
3.2.1. Introdução
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§1º É permi�da a arbitragem, na forma da lei.
§2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão
ser es�mulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
• Elas são muito valorizadas no Novo Código de Processo Civil
→ Cria uma estrutura e um procedimento para aplicar essas soluções
• Funcionam pois a pacificação é melhor ob�da pela vontade, não pela imposição
• Não se aplicam a todos os casos
→ Aqueles que não arcariam com o processo seriam prejudicados
Art. 165 Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas des�nados a auxiliar, orientar e es�mular a autocomposição. 
3.2.2. Autocomposição
• É o sacri:cio de interesses das partes em conflito através de sua própria vontade
→ Não há a interferência da jurisdição
• O conciliador tende a atuar onde não há vínculo anterior entre as partes
• Transação: Sacri:cio recíproco e parcial de interesses, vontade bilateral
• Renúncia: O �tular do direito dele abdica, vontade unilateral
• Submissão: O sujeito se submete à pretensão contrária, vontade unilateral
• Podem ocorrer durante o processo judicial, o juiz homologará a autocomposição
→ Há o exercício de jurisdição, pela sentença judicial homologatória
3.2.3. Mediação
• Não há o sacri:cio de interesses das partes envolvidas na crise jurídica
• Foca nas causas do conflito, não no conflito em si
• O mediador conduz as partes a descobrirem as causas do conflito, não propõe soluções
• Preferencialmente, atua quando já havia relação entre as partes
3.2.4. Tratamento procedimental da conciliação (autocomposição) e mediação
• A estrutura e o procedimento são os mesmos
3.2.4.1. Centros judiciários de solução consensual de conflitos
• Realizam sessões e audiências de conciliação e mediação
• Residualmente, o juiz con�nua a buscar a solução consensual no processo
• Serão vinculados a tribunais de segundo grau na Jus�ça Estadual e Federal
→ Eles definirão a organização e composição, de acordo com as normas do CNJ
3.2.4.2. Local �sico da conciliação e mediação
• Espaço :sico exclusivo para o desempenho das a�vidades de solução consensual
→ Não será essa a realidade em vários locais do país
• As audiências ou sessões poderiam realizar-se nos próprios juízos
→ Conduzida por conciliadores e mediadores
3.2.4.3. Conciliador e mediador
• Devem ser aprovados em concurso realizado por en�dade credenciada
• Exige-se a graduação a pelo menos 2 anos em curso de ensino superior
→ Não precisam ser advogados
Art. 167 Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação
serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de jus�ça ou de tribunal
regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área
profissional.
§1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por
en�dade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de
Jus�ça em conjunto com o Ministério da Jus�ça, o conciliador ou o mediador, com o
respec�vo cer�ficado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de
tribunal de jus�ça ou de tribunal regional federal.
• Sendo advogados, não pode exercer a a�vidade no juízo em que media ou concilia
Art. 172 O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do
término da úl�ma audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar
qualquer das partes. 
• Evita o aliciamento de clientes
• Tais impedimentos são estendidos à sociedade de advogados de que faça parte
• O tribunal pode criar quadro próprio de conciliadores e mediadores
→ Ingressarão na profissão por meio de concurso público
Art. 168 As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara
privada de conciliação e de mediação.
§1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no
tribunal.
§2º Inexis�ndo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre
aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respec�va formação.
§3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador.
• As partes podem escolher seu conciliador ou mediador
• A pluralidade de intermediários deve ser reservada a situações excepcionais
3.2.4.4. Princípios das formas consensuais de solução de conflitos
3.2.4.4.1. Introdução
• A conciliação e a mediação seguem os mesmos princípios
Art. 166 A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da
imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da
informalidade e da decisão informada.
§1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do
procedimento, cujo teor não poderá ser u�lizado para fim diverso daquele previsto por
expressa deliberação das partes.
§2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou
elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
§3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o obje�vo de proporcionar ambiente
favorável à autocomposição.
§4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados,
inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.
3.2.4.4.2. Independência
• Não podem sofrer pressão interna ou externa
• Podem deixar de redigir solução ilegal ou inexequível
• Respeito à ordem pública e às leis vigentes
3.2.4.4.3. Imparcialidade
• Busca a solução mais adequada para o conflito, não a vantagem de uma das partes
→ O uso de técnicas negociais não ofende a imparcialidade
• Ausência de favori�smo, preferência ou preconceito
• Aplicam-se a eles as mesmas hipóteses de impedimento e suspeição do juiz
3.2.4.4.4. Normalização do conflito
• As partes devem ficam concretamente sa�sfeitas com a solução encontrada
• Abrange os princípios do empoderamento e da validação
→ Ensinar as partes a resolverem melhor os conflitos futuros
→ Faz com que as partes se vejam como pessoas merecedoras de respeito
3.2.4.4.5. Autonomia da vontade
• A vontade não pode ser viciada
→ Se o for, a solução do conflito pode ser considerada nula• Aplica-se ao conteúdo da solução e ao procedimento de conciliação/mediação
• Também chamado de princípio da liberdade ou da autodeterminação
3.2.4.4.6. Confidencialidade
• O�miza a par�cipação das partes, facilitando a solução do conflito
• Estende-se a todas as informações produzidas no procedimento
→ Não poderão ser usadas para outros fins não pretendidos pelas partes
• O conciliador e o mediador não podem ser testemunhas no processo
→ Não podem divulgar os elementos advindos da mediação ou conciliação
• Esse princípio não se aplica a casos de violação da ordem pública ou das leis vigentes
3.2.4.4.7. Oralidade
• O essencial não constará do termo da audiência ou sessão realizada
• Obje�va a celeridade, a informalidade e a confidencialidade
• A solução em si deve ser reduzida a termo
→ É indispensável a forma documental escrita da solução consensual
→ Pode ser dispensada na mediação extrajudicial, mas não se há processo em trâmite
 - O processo será ex�nto por sentença homologatória da autocomposição
3.2.4.4.8. Informalidade
• Incen�va o relaxamento, levando as partes a se tranquilizarem
→ Aumenta as chances de solução consensual do conflito
• É necessário que o procedimento seja mais flexível, adaptado ao caso concreto
3.2.4.4.9. Decisão informada
• As partes devem saber dos aspectos fá�cos e jurídicos do conflito
• Questão: Como alguém sem formação jurídica garan�rá isso?
3.2.4.4.10. Isonomia entre as partes
• Este princípio aplica-se unicamente à mediação
• Válido mesmo que as partes não possuam isonomia material
• Mesmas oportunidades de manifestação e par�cipação
3.2.4.4.11. Busca do consenso
• Deve se buscar, de forma coopera�va com as partes, a solução consensual
3.2.4.5. Cadastros
• Os habilitados para conciliar e mediar serão cadastrados nacional e regionalmente
→ Esse cadastro é feito pelos tribunais de jus�ça e tribunais regionais federais
→ Constam as informações relevantes para sua atuação
→ Os dados acerca da par�cipação dos habilitados serão divulgados anualmente
 - Avaliação das formas alterna�vas de solução consensual de conflitos
• Distribuição dos processos de forma alternada e aleatória
→ Pres�gia a imparcialidade
→ Se as partes desejam pessoa específica, sua vontade prevalece
3.2.4.6. Remuneração do conciliador e do mediador
• Via de regra, a a�vidade é remunerada conforme tabela fixada pelo tribunal
→ A tabela é montada de acordo com parâmetros do CNJ
• Não será devida no caso de quadro próprio do tribunal ou voluntário
• O pagamento deve ser realizado pelas partes
→ O Estado pagará para o beneficiário da jus�ça gratuita
• As en�dades privadas devem realizar certa quan�dade de audiências não remuneradas
3.2.4.8. Impedimento do conciliador e do mediador
• Aplicam-se por analogia as causas de parcialidade previstas para o juiz
• Deve haver comunicação imediata da parcialidade e devolução dos autos
• O mediador não pode ser árbitro de conflito em que atuou como mediador
• A impossibilidade temporária do exercício da função deve ser informada ao centro
3.2.4.9. Causas de exclusão
• Agir com dolo ou culpa na condução do conflitou ou violar qualquer de seus deveres
• Atuar em procedimento de mediação ou conciliação em que é impedido ou suspeito
• A exclusão do cadastro depende de processo administra�vo
• Pode haver suspensão temporário do conciliador ou mediador por até 180 dias
→ Caso de atuação inadequada
3.2.4.10. Solução consensual no âmbito administra!vo
Art. 174 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação
e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito
administra�vo, tais como:
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e en�dades da administração pública;
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação,
no âmbito da administração pública;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.
• É possível dirimir conflitos envolvendo órgãos e en�dades da administração pública
→ Nem todo direito defendido pela Administração Pública é indisponível
→ No direito indisponível discute-se acerca da forma e prazo para cumprir a obrigação
3.2.4.11. Conciliação e mediação extrajudiciais
Art. 175 As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação
extrajudiciais vinculadas a órgãos ins�tucionais ou realizadas por intermédio de profissionais
independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica.
Parágrafo único. Os disposi�vos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas
de conciliação e mediação.
• Pode ser realizada por órgãos ins�tucionais ou profissionais independentes
3.3. Arbitragem
• Um terceiro resolve o conflito de interesses de forma imposi�va
• Só pode ser u�lizada no caso de direitos disponíveis
• Lei 9.307/1996: Lei de Arbitragem
• A arbitragem não é contrária ao princípio da inafastabilidade da jurisdição
→ É cons�tucional escolher uma ou outra
• É um equivalente jurisdicional
• Parte da doutrina defende que a arbitragem seria uma jurisdição privada
→ A decisão é uma sentença arbitral, sem precisar de homologação do juiz
→ A sentença torna-se imutável e indiscuSvel
• Para o NCPC, a arbitragem não é jurisdição
4. Escopos da Jurisdição
• São os obje�vos perseguidos com o exercício da função jurisdicional
• Escopo jurídico: Aplicação concreta da vontade do direito
→ Faz valer o direito obje�vo no caso concreto
• Escopo social: Resolver o conflito de interesses proporcionando a paz social
→ Processo rápido, barato, com amplo acesso de par�cipação e decisão justa
• Escopo educacional: Ensinar aos jurisdicionados seus direitos e deveres
→ Clareza e u�lização de linguagem simples nas decisões
• Escopo polí�co: Possui três vertentes
→ Fortalecer o Estado
→ Proteger as liberdades públicas e os direitos fundamentais
→ Incen�var a par�cipação democrá�ca por meio do processo
5. Caracterís/cas Principais
5.1. Caráter subs/tu/vo
• Subs�tui a vontade das partes pela vontade da lei no caso concreto
• Não é essencial à existência da jurisdição
→ Ações cons�tu�vas necessárias: Atribui eficácia jurídica ao acordo entre as partes
→ Execução indireta: A obrigação é sa�sfeita pela vontade voluntária do devedor
 - Diferente da submissão, pois a execução é resultado da pressão do PJ
5.2. Lide
• Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resis�da
• É criada antes do processo
• O juiz resolve o pedido do autor, não a lide em si
→ A lide pode não ser solucionada no processo
• É possível a existência de jurisdição sem lide
→ Processos obje�vos: Controles concentrados de cons�tucionalidade
→ Tutela inibitória
5.3. Inércia
• A movimentação inicial da jurisdição deve ser provocada pelo interessado
→ Limita-se ao princípio da demanda
→ O juiz não pode iniciar um processo de o:cio
• A jurisdição deve ser inerte
→ O juiz não pode transformar um conflito jurídico em um conflito social
→ Haveria o sacri:cio dos meios alterna�vos de solução dos conflitos
→ Perda da imparcialidade do juiz (se inicia o processo, reconhece o direito)
• A jurisdição só se movimenta nos limites definidos pelo objeto da demanda
→ O objeto é em regra determinado pelo autor e excepcionalmente pelo réu
→ Quanto ao que ficar fora da demanda, a jurisdição ficará inerte
• Provocada a jurisdição, aplica-se a regra do impulso oficial
→ Passa a caminhar independentemente de provocação
→ Pode depender das partes nos aspectos econômico e de prestação de informações
• A fase de execução pode ser iniciada de o:cio pelo juiz
→ Exceto expressa previsão legal, como a obrigação de pagar quan�a certa
5.4. Defini/vidade
• A solução jurisdicional é defini�va e imutável, deve ser respeitada por todos
• A coisa julgada material é priva�va das decisões jurisdicionais
→ Sua ausência não significa que não há natureza jurisdicional
6. Princípios da Jurisdição
6.1. Inves/dura
• O juizde direito é inves�do do poder da jurisdição, representando o Estado, através de
→ Concurso público
→ Indicação pelo Poder Execu�vo
 - Quinto cons�tucional
 - Composição do Supremo Tribunal Federal
6.2. Territorialidade (aderência ao território)
• O juiz só pode exercer a jurisdição dentro do território nacional
• As regras de competência territorial definirão um determinado foro
• Princípio da aderência ao território: A atuação jurisdicional só é legí�ma nesse limite
→ Atos pra�cados fora desse limite: Carta precatória ou rogatória
→ Exceções: Citação pelo correio, imóvel situado em mais de um foro, penhora online
6.3. Indelegabilidade
• O Poder Judiciário não pode delegar a função jurisdicional a outros poderes ou órgãos
→ Exceto se es�ver prevista na Cons�tuição a “função estatal aSpica”
• Competência determinada para uma demanda não pode ser delegada a outrem, salvo:
→ Expedir carta de ordem pelo Tribunal, delegando a produção de provas ao 1º grau
→ STF delega a função execu�va de seus julgados ao juízo de 1º grau
 - Só se aplica a atos materiais, o STF não tem estrutura para pra�cá-los
6.4. Inevitabilidade
• Vinculação obrigatória e automá�ca dos sujeitos ao processo judicial
→ Não depende de concordância do sujeito ou acordo entre as partes
• A geração dos efeitos jurisdicionais é inevitável
→ Estado de sujeição: Os sujeitos suportarão os efeitos da decisão jurisdicional
6.5. Inafastabilidade
• Dois aspectos:
→ Relação entre a jurisdição e a solução administra�va de conflitos
→ Acesso à ordem jurídica justa
• O interessado em buscar o Judiciário não precisa buscar ou esgotar a via administra�va
→ Exceto no caso da Jus�ça Despor�va, onde deve haver o esgotamento
→ Só cabe habeas data se há a prévia recusa da autoridade administra�va, gera lide
→ Prévio requerimento administra�vo para obtenção de bene:cio previdenciário
→ Esgotamento das vias administra�vas em caso de ato que ofenda súmula vinculante
→ Não cabe mandado de segurança enquanto pender julgamento de recurso
administra�vo com efeito suspensivo
• Os casos de exceção acima citados não ofendem o princípio da inafastabilidade
• Não existe coisa julgada material no processo administra�vo
• É inadmissível propor ação judicial para discu�r crédito tributário declarado inexistente
→ Viola o princípio da segurança jurídica
• Ideais da inafastabilidade:
→ Ampliação de acesso ao processo
→ Assistência judiciária ampla para os hipossuficientes
→ Tutela dos direitos difusos, cole�vos e individuais homogêneos
→ Respeito ao devido processo legal, efe�vando o contraditório e a cooperação
 - Aumento das chances de obter a pacificação social
 - Melhora a qualidade das decisões proferidas pelo juiz
→ Decisão com jus�ça, com a interpretação mais justa dentre as possíveis
→ Eficácia da decisão: Tutela de urgência, efe�vação das decisões e celeridade
 - A efe�vação pode ocorrer por execução indireta ou sanções processuais
6.6. Juiz natural
• Ninguém será processado senão pela autoridade competente
• É impossível escolher o juiz para julgamento de determinada demanda
→ É aleatório, seguindo regras gerais, abstratas e impessoais de competência
→ Competência absoluta do juízo que ex�ngue o processo sem resolução do mérito
→ Proíbe-se a formação de li�sconsórcio a�vo faculta�vo depois de saber o juiz
• É admissível a criação de varas e câmaras especializadas
→ Também é legal a competência por prerroga�va de função
• Não se pode criar um juízo com a tarefa de julgar fatos jurídicos que já ocorreram
→ Na época em que eles ocorreram já havia tribunal competente
→ São chamados de “tribunais de exceção”
6.7. Promotor natural
• O Procurador-Geral de Jus�ça não pode designar promotores discricionariamente
→ Figura do acusador público de encomenda
• Indicar promotor assistente para atuar com o promotor da causa não o ofende
• Equipes especializadas e forças-tarefas para determinada área de a�vidade são legais
7. Espécies de Jurisdição
• A jurisdição é una e indivisível, sendo esta divisão puramente acadêmica
7.1. Jurisdição penal ou civil
• Considera a natureza do objeto da demanda judicial
• Parcela da doutrina considera a divisão entre penal e civil muito restrita
• A jurisdição civil é subsidiária, quando a matéria tratada não é penal
7.2. Jurisdição superior ou inferior
• Inferior: Exercida pelo órgão jurisdicional que tem competência originária
• Superior: Atuação recursal dos tribunais
→ O tribunal exerce a jurisdição inferior nas ações de sua competência originária
7.3. Jurisdição comum e especial
• Especial: Exercida pelas jus�ças que tem a sua competência fixada cons�tucionalmente
→ Considera a matéria que será objeto da demanda
→ São a Jus�ça do Trabalho, a Jus�ça Eleitoral e a Jus�ça Militar
• Comum: Residual, abarca tudo que não é competência das jus�ças especiais
→ Composta pelas jus�ças federal e estadual, sendo esta úl�ma residual
Art. 108 No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos
expressos em lei.
Art. 109 A alienação da coisa ou do direito li�gioso por ato entre vivos, a Stulo par�cular, não
altera a legi�midade das partes.
§1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente li�sconsorcial
do alienante ou cedente.
§3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou
cessionário.
8. Jurisdição Voluntária
• A jurisdição tradicional é a contenciosa, sendo a voluntária excepcional
8.1. Caracterís/cas
8.1.1. Obrigatoriedade
• As partes precisam da intervenção do Poder Judiciário para obter o bem pretendido
→ Ex.: Ações cons�tu�vas necessárias
• Decorre exclusivamente da previsão legal, é uma opção polí�co-legisla�va
8.1.2. Princípio Inquisi/vo
• Na jurisdição contenciosa, misturam-se os sistemas disposi�vo e inquisi�vo
→ O juiz pode tomar providências não requeridas pelas partes
• A jurisdição voluntária é um misto dos sistemas, mas o inquisi�vo predomina
→ O juiz pode iniciar de o:cio certas demandas da jurisdição voluntária
→ Maiores poderes instrutórios, de produção de provas
→ Possibilidade do juiz decidir contra a vontade de ambas as partes
→ O juiz pode u�lizar o juízo de equidade no momento de julgar
8.1.3. Juízo de Equidade
Art. 723 O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo
adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
• O juiz não precisa se u�lizar da legalidade estrita
→ Deve fundamentar na decisão a não aplicação da lei
• Observa-se o que é melhor para as partes e para o bem comum
8.1.4. Par/cipação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica
Art. 721 Serão citados todos os interessados, bem como in�mado o Ministério Público, nos
casos do art. 178, para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.
• A par�cipação do Ministério Público não é obrigatória, depende do caso concreto
• A Fazenda Pública deve ser in�mada desde que exista interesse
8.2. Natureza jurídica
• Teoria clássica: Administra�va, é a administração pública de interesses privados
• Teoria revisionista: Jurisdicional, o juiz exerce a a�vidade jurisdicional
8.2.1. Inexistência de caráter subs/tu/vo
• Clássicos: Não há esse caráter pois o juiz não subs�tui a vontade das partes
→ A subs�tu�vidade não essencial à existência da jurisdição
8.2.2. Inexistência de aplicação do direito ao caso concreto
• A sentença do juiz apenas permite que sejam produzidos os efeitos jurídicos
→ A jurisdição vai muito além do seu escopo jurídico
8.2.3. Ausência de lide
• Na jurisdição voluntária não há um conflito de interesses entre as partes
→ A lide não é essencial à jurisdição
→ As partes estão insa�sfeitas por sua pretensão ser resis�da→ Existe lide em certos casos de jurisdição voluntária
8.2.4. Não há partes, mas meros interessados
• Não existem partes pois as pessoas não estão em conflito
→ É possível exis�r parte sem parte contrária
→ Não é preciso que as partes estejam em posições antagônicas para o serem
8.2.5. Não há processo, mas mero procedimento
• Na verdade há processo, desenvolvendo-se por meio de um procedimento
→ O contraditório será afastado
• Mesmo se a jurisdição voluntária fosse administra�va, haveria processo
→ O processo jurídico não é o único processo existente
8.2.6. Inexistência de coisa julgada material
• Se aplica à jurisdição voluntária as regras de coisa julgada material da contenciosa
→ Sua sentença não pode ser tão instável, até por questão de segurança jurídica
→ Eventual mudança da sentença não violaria a coisa julgada material
9. Tutela Jurisdicional
• É a proteção prestada pelo Estado quando provocado pelo processo
• Volta-se ao direito material e é una e indivisível
9.1. Espécie de crise jurídica
• Pode ser tutela de conhecimento, execu�va ou cautelar
→ Conhecimento: Meramente declaratória, cons�tu�va e condenatória
• Tutela meramente declaratória: A sentença resolve a incerteza
→ Declara a existência, inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica
• Tutela cons�tu�va: A sentença resolve a situação jurídica
→ Cria, ex�ngue ou modifica uma relação jurídica
• Tutela condenatória: A sentença resolve o inadimplemento
→ Reconhece o inadimplemento e imputa ao demandado que cumpra uma prestação
• Tutela execu�va: Resolve uma crise de sa�sfação
→ O direito já foi reconhecido, mas a parte contrária resiste
→ Pode ser ob�da por processo autônomo e fase procedimental
 - Na fase procedimental é chamada de cumprimento de sentença
• Tutela cautelar: Resolve uma crise de perigo
→ Dispensa a existência de um processo autônomo cautelar
→ Busca preservar a u�lidade do resultado final do processo
• Todas essas tutelas podem ser objeto de um mesmo processo
9.2. Natureza jurídica dos resultados jurídico-materiais
• Divide-se em tutela preven�va e tutela reparatória
• A tutela preven�va busca impedir a prá�ca de um ato ilícito
→ Prá�ca originária, con�nuação da prá�ca ou repe�ção da prá�ca
→ Não gera efeitos sobre o que já ocorreu
→ Tutela de forma ampla e genérica direitos materiais, vale a inafastabilidade
→ Antes, tutelava apenas ações determinadas
→ Não é necessário comprovar o dano ou a existência de culpa ou dano
→ Tutela de remoção do ilícito: O ilícito já acabou, mas os efeitos de estendem
• A tutela reparatória busca a reparação do prejudicado
→ Demanda o ato contrário ao direito e o dano
9.3. Coincidência de resultados com a sa/sfação voluntária
• A prestação da tutela jurisdicional gera resultados similares à sa�sfação da obrigação
• Tutela específica: A sa�sfação pela jurisdição é igual ao do cumprimento
→ A tutela inibitória é sempre específica
→ Visa os direitos materiais
• Tutela pelo equivalente em dinheiro: O resultado é diferente da obrigação
→ É diferente da natureza da obrigação
→ Se a obrigação não pode mais ser cumprida, essa é a única tutela disponível
• A tutela reparatória pode ser de ambos os modos
→ Prefere-se a específica pois repara efe�vamente o dano suportado
9.4. Espécie de técnicas procedimentais
9.4.1. Introdução
• A tutela comum é a prestada pelo procedimento comum
→ Não é capaz de dar tutela de qualidade para todas as situações
• A tutela diferenciada sa�sfaz as exigências do direito material no caso concreto
→ Procedimentos e técnicas procedimentais diferenciadas para tutelar o direito
9.4.2. Formas de concre/zação da tutela diferenciada
• Em regra, são matérias reguladas pelo Código Civil
• Técnicas contra a complexidade e morosidade do procedimento comum
→ Nem sempre criam-se novos procedimentos
→ Pode descartar fases procedimentais desnecessárias
• O juiz pode determinar os reajustes necessários
→ Respeita o contraditório e a ampla defesa
→ Medo de que surja insegurança jurídica e eventual quebra da isonomia
→ Dilatação dos prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova
 - Conforme a necessidade do caso concreto
 - Dilata prazos que ainda não foram cumpridos, depois ocorre a preclusão temporal
9.4.3. Cláusula geral de negócio jurídico processual
• Partes capazes podem definir regras para direitos que admitem a autocomposição
→ Antes ou durante o processo
→ Ônus, poderes, faculdades e deveres processuais
9.5. Cognição ver/cal (profundidade)
• A cognição sumária funda-se em um juízo de probabilidade, gera tutela provisória
→ Comum em tutelas de urgência, mas pode ocorrer em decisões até finais
→ Tutela de evidência
• A cognição exauriente funda-se em um juízo de certeza, gera tutela defini�va
→ Prolação da sentença em primeiro grau, do acórdão e das decisões monocrá�cas
→ Mesmo sendo passível de recurso, sua defini�vidade con�nua a exis�r
9.6. Sistema processual
• Propôs-se a conversão de ação individual em cole�va, mas não foi aprovada
• Individual: Protege direitos materiais individuais
• Cole�va: Visa a proteção de determinadas espécies de direitos materiais
→ É necessário que o legislador expressamente determine sua aplicação
→ Suas principais regras serão aplicadas a todas as ações cole�vas
→ Conjunto de normas processuais diferenciadas
→ Aplicada somente de forma subsidiária

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