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Comunicação de más notícias e Conferência Familiar Definições ⚫ Comunicar: - “tornar comum” - Pressupõe compreensão entre todas as partes envolvidas no processo - Comunicar X Informar ⚫ Má notícia: - Qualquer informação que altere negativamente a visão do sujeito sobre suas expectativas de vida, podem ameaçar seu estado físico ou mental, colocando em risco sua qualidade de vida. - Ex: diagnóstico, progressão da doença, metástase, recidiva, progressão da doença, alta ou cirurgia suspensa, entre outras. Principais objetivos da comunicação de más notícias ⚫ Recolher informação do paciente: visa conhecer o grau de informação que o paciente já possui, quais suas expectativas e seu preparo para receber a má notícia. ⚫ Prover informação médica de forma inteligível: a partir das possibilidades, necessidades e desejos do paciente. ⚫ Fornecer suporte ao paciente: o profissional se utiliza de habilidades para reduzir o impacto emocional da notícia e a sensação de isolamento vivenciada pelo receptor. ⚫ Estabelecer um estratégia: desenvolver, juntamente com o paciente, um plano de tratamento. Importância da Comunicação e Fatores envolvidos ⚫ Uma boa comunicação nos ajuda a identificar problemas e desenvolver bons planos de cuidados; ⚫ Favorece uma maior adesão ao tratamento, fazendo o paciente ativo nesse processo; ⚫ Redução de queixas em relação aos cuidados ofertados; ⚫ Menor indução de falsa esperança; ⚫ Diminuição das taxas de estresse e síndrome de burnout por parte dos médicos. Aspectos Bioéticos ⚫ Bioética - O princípio da autonomia - Não maleficência ⚫ Código de Ética Médica, estabelece em seu Capítulo V, no artigo 34 - Relação com pacientes e familiares, que é vedado ao médico “deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar danos, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal” Fatores Limitantes da Comunicação ⚫ Relacionados ao trabalho: ambiente; recursos disponíveis; equipe de suporte; satisfação do trabalho e treinamentos. ⚫ Intrínsecos ao profissional de saúde: tarefa estressante e aversiva; limitação terapêutica; temor legal e temor em expressar suas próprias emoções. ⚫ Referentes aos pacientes e familiares: ansiedade, medo. A psiquiátrica Dra. Kubler-Ross aborda alguns estágios que o paciente pode passar ao receber uma má notícias: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. Fatores que Facilitam o processo de Comunicação ⚫ Saber ouvir ⚫ Ter empatia ⚫ Toque ⚫ Estado Emocional Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 1 – Setting up the interviem (Planejando a entrevista) - Buscar criar o setting ideal - Preparação - Momento com tempo para a conversa - Local adequado - Diligência Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 2 – Accessing the patient’s perception (Avaliando a percepção do paciente) - Procura-se descobrir o conhecimento prévio que o paciente/família possuem. - Perceber o quanto o paciente quer saber sobre a doença - Buscar entender o grau de prontidão do paciente/família para ouvir a má notícia Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 3 – Obtaining the patient’s invitantion (Obtendo o convite do paciente) - Compartilhar informações de forma gradual e sempre de acordo com o que o paciente deseja saber. - A maioria dos pacientes desejam informações claras sobre sua condição clínica, contudo alguns pacientes não. - Caso o paciente não queira saber informações sobre sua situação, ofereça-se para conversar com algum parente ou amigo que o paciente autorizar Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 4 – Giving knowledge and information to the patient (dando conhecimento e informação ao paciente) - Informar ao paciente aquilo que ele deseja saber. - Linguagem clara e simples. - Evitar minimizar o problema - Evitar o uso de palavras negativas que demonstrem desesperança Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 5 – Addressing patient’s emotions with empathic responses (abordar as emoções dos pacientes com respostas afetivas) - Observar as emoções dos pacientes - O profissional deve expressar empatia pela dor do paciente - Dê um breve período de tempo para que o paciente expresse seus sentimentos e mostre-se conectados a ele Protocolo de SPIKES ⚫ Passo 6 – Strategy and summary (estratégia e resumo) - Certificar que o paciente entendeu tudo o que foi dito. - Estabelecer um plano juntamente com o paciente. - Promover encontros futuros e/ou mostra-se disponível, gerando assim diminuição da ansiedade e maior confiança na equipe por parte do paciente. Conferência Familiar ⚫ “A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os cuidados paliativos como práticas de cuidar desenvolvidas por uma equipe interdisciplinar, com o objetivo de melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação criteriosa e tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais” (p. 219) ⚫ A comunicação é considerada elemento central no contexto dos cuidados paliativos Conferência Familiar ⚫ A conferência familiar se caracteriza como um instrumento terapêutico utilizado pela equipe profissional, como um momento de diálogo planejado entre paciente, família e equipe. Tal instrumento ainda é pouco difundido entre os profissionais de saúde. ⚫ Existem algumas definições para conferência familiar, entre elas “uma intervenção que visa ao compartilhamento de informações, ao esclarecimento de dúvidas acerca das preocupações do paciente e da família e à comunicação de “más notícias”, de modo a permitir que a família compreenda a dinâmica dos cuidados que estão sendo prestados ao seu ente querido em processo de morrer e possibilite o estabelecimento de uma conexão afetiva para que seja possível alcançar um consenso na resolução de problemas.” (p.219) ⚫ Dessa maneira para melhor pensar em conferência familiar, separa-se em seus antecedentes, atributos e consequentes Antecedentes ⚫ Elementos que apontam a necessidade de realização de uma conferência familiar: - Situações de cuidados em fim de vida; - Quando há o aumento de dúvidas e angústias por parte da família em decidir como conduzir os planos de cuidados; - Presença de conflitos intrafamiliares; - Agravamento do quadro clínico Atributos - Funciona como instrumento de trabalho que possui uma estratégia de interação e boa comunicação; - Discutir sobre a doença, a resposta ao tratamento, os planos do paciente e suas expectativas; - Fórum de discussão – levantar dúvidas, prognóstico e preferências de cuidado; - Clarificar e validar informações de forma interativa: paciente – família – equipe - Estabelecimento de planos de cuidados; - Demonstrar respeito à família. Consequentes ⚫ Relacionados ao paciente, família e equipe: comunicação satisfatória; estabelecer de forma consensual um planejamento de cuidado, integrar pessoas envolvidas no processo de cuidado (equipe, paciente e família). ⚫ Relacionados ao paciente: cuidados individualizados, promovendo assim uma melhora na qualidade de cuidados; promoção de uma escuta ativa. ⚫ Relacionados à família: levantar e esclarecer dúvidas, tranquilizar a família e promover maior confiança na equipe. ⚫ Relacionados à equipe: identificar as necessidades; conhecer melhor a história clínica do paciente em um contexto biopsicossocial e conhecer as preferências de cuidado do paciente. Dica de Documentário ⚫ A Partida Final - Data de lançamento 04/05/2018 na Netflix (0h 40min) Direção: Rob Epstein e Jeffrey Friedman Elenco: atores desconhecidos Gênero: Documentário Nacionalidade: EUA - Em São Francisco, pacientes terminais conhecem médicos, enfermeiros e assistentes sociais extraordinários que trabalham para mudar a percepção sobre a vida e a morte de seus pacientes, de seus familiares e seus amigos. Referências Bibliográficas ⚫ SILVA ,RS, Trindade GSS, PaixãoGPN, Silva MJP. Family conference in palliative care: concept analysis. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018;71(1):206-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0055 ⚫ NETO, Isabel Galriça. A conferência familiar como instrumento de apoio à família em cuidados paliativos. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, [S.l.], v. 19, n. 1, p. 68-74, jan. 2003. ISSN 2182-5173. Disponível em: <http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/9906>. Acesso em: 29 maio 2018. ⚫ LINO, Carolina Arcanjo et al . Uso do protocolo Spikes no ensino de habilidades em transmissão de más notícias. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro , v. 35, n. 1, p. 52-57, Mar. 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-5502201100 0100008&lng=en&nrm=iso>. access on 28 May 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022011000100008. ⚫ WALTER F. Baile,a Robert Buckman,b Renato Lenzi,a Gary Glober,a Estela A. Beale,a Andrzej P. Kudelka . SPIKES – Um Protocolo em Seis Etapas para Transmitir MásNotícias:Aplicação ao Paciente com Câncer. http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/9906 http://dx.doi.org/10.1590/S0100-55022011000100008
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