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PENSAMENTO O pensamento é aquilo que é trazido à existência através da atividade intelectual. Por esse motivo, pode-se dizer que o pensamento é um produto da mente, que pode surgir mediante atividades racionais do intelecto ou por abstrações da imaginação. É através dele que os seres conseguem modelar as suas percepções do mundo. • A palavra pensar tem origem no latim “pensare”, que significa avaliar o peso de algo. No dia a dia, geralmente os indivíduos usam a palavra “pensar” de forma generalizada para cobrir quase todos os processos mentais. Muitos psicólogos a usam da mesma forma para se referir a uma gama de funções mentais. Durante o período de vigília os seres humanos usam muito do pensamento para analisar todas as informações recebidas pelos órgãos dos sentidos. Porém, também durante o sono algumas mensagens são processadas. Por esse motivo, alguns cientistas cognitivos consideram o ato de sonhar (que ocorre no sono REM) nada mais que um tipo especial de pensamento. LIGAÇÕES ENTRE PENSAMENTO E LINGUAGEM Todas as operações cognitivas – atenção, percepção, memória, pensamento e uso da linguagem – estão interconectadas. Por exemplo, o ato de aprender/dominar um idioma (linguagem) depende do pensamento. E, a linguagem, por sua vez, influencia na forma de pensar1. Entretanto, o pensamento não requer a linguagem tanto quanto a linguagem requer o pensamento. Uma prova disso é a capacidade dos animais de resolver problemas. 1 O linguista Benjamin Lee Whorf observou que pessoas que falam o mesmo idioma tendem a construir os mesmos conceitos e perceber significados semelhantes. Sendo assim, da mesma forma que as palavras podem facilitar o pensamento, elas podem limitá-lo. • Hipótese da relatividade linguística: proposta por Whorf, afirma que os conceitos das pessoas estão limitados pela estrutura do seu idioma. • Whorf também fala que informações de diferentes práticas de linguagem poderiam modelar o pensamento de culturas diversas. Por exemplo, esquimós que conhecem variedades de neve está mais apto a pensar sobre as diferenças das nevadas que uma pessoa comum que não tem esse conhecimento. COGNIÇÕES E EMOÇÕES As cognições, além de estarem mescladas entre si, estão ligadas a emoções e afetos. Por exemplo, ao vermos uma casa, não vemos simplesmente “uma casa”, mas sim, “uma casa bonita/feia”. Isso ocorre porque pouquíssimo conhecimento sobre um objeto é o bastante para https://conceito.de/peso despertar emoção. Assim, gostar ou desgostar tende a ser uma das primeiras impressões de alguém sobre algo. Então, podemos, por exemplo, esquecer toda a trama de um filme, mas facilmente lembraríamos se gostamos ou não quando assistimos. A cognição está diretamente ligada ao pensamento, pois esse pode implicar em uma série de operações racionais, como a análise, a síntese, a comparação etc. PENSAMENTO E IMAGEM Muitos cientistas cognitivos acreditam que as pessoas respondem a determinadas perguntas através da formação de algum tipo de imagem. Assim, caso alguém peça a descrição da imagem de uma cadeira, primeiro a pessoa pensa na imagem da cadeira antes de descrevê-la. Entretanto, da mesma forma que só podemos absorver uma quantidade limitada de informação visual, nosso espaço de imagem também é limitado. Um estudo sugere que as pessoas formam as imagens de acordo com suas percepções. Muitas tarefas problemáticas podem ser resolvidas usando a imaginação. Por exemplo, ao ser perguntado se pássaros tem orelhas, o indivíduo pode visualizar um pássaro mentalmente ou consultar seu depósito de fatos – estratégias geralmente usadas simultaneamente. Embora alguns tipos de pensamentos possam usar a imaginação, as imagens não são essenciais a todo e qualquer pensamento. Exemplificando, provavelmente uma pessoa não formará uma imagem se for solicitado que ela compare dois governos. PENSAMENTO E AÇÃO John Watson, fundador do Behaviorismo, defendia que o pensamento é em grande parte uma questão de ação, de conversar consigo mesmo silenciosamente. Quando as pessoas estão tentando resolver problemas lógicos, os psicólogos observam que elas fazem pequenos movimentos com a língua, a laringe e outras partes do aparelho da fala. Já os surdos fazem com que seus músculos dos dedos pareçam ativos. Um pesquisador observou os participantes de sua pesquisa e percebeu que durante a realização de tarefas, o corpo todo demonstrava grande atividade. Assim, a conclusão foi que as pessoas pensam com o corpo todo. Entretanto, é possível o pensar sem agir, pois mesmo quando não há movimentos musculares, as pessoas relatam que ainda estão pensando. CONCEITOS – CONSTRUINDO BLOCOS DE PENSAMENTOS Um dos conceitos mais fáceis de entender é a categoria ou classe. As pessoas subdividem as coisas do mundo em categorias, pois as diversas informações que chegam à mente são separadas em categorias de coisas já conhecidas anteriormente. Cada categoria é composta por exemplos individuais. Por exemplo, a categoria “animais” envolve crocodilos, gatos, cachorros etc. Mas, um único exemplo pode pertencer a diversas categorias ao mesmo tempo, tipo um canário, que é um ser vivo, um pássaro e pode ser um bicho de estimação. Entretanto, algumas categorias são excludentes, por exemplo, um ser vivo não pode ser considerado gato e cachorro ao mesmo tempo. As pessoas utilizam dois modelos para categorizar, o Clássico e o Prototípico. • Modelo Clássico: afirma que todos os exemplos de uma categoria compartilham propriedades comuns que definem o conceito. Esse modelo é bastante criticado por alguns psicólogos, pois a muitas categorias ainda não foram atribuídas características decisivas. • Modelo Prototípico: afirma que as pessoas geralmente categorizam coisas examinando até que ponto algo ou alguém se assemelha ao protótipo, o qual diz respeito a algo com características comuns a outros objetos da categoria. As categorias nos permitem ir além da informação que está diante de nós. Não precisamos estar em contato direto com algo para que possamos ter muito conhecimento sobre. Essa capacidade é fundamental para o pensamento. PENSAMENTO DIRIGIDO Os cientistas chamam de “pensamento dirigido” o controle que exercemos sobre o que pensamos invés de deixarmos a mente vagando. RACIOCÍNIO O raciocínio é um processo no qual usamos estratégias decisórias para responder a perguntas com precisão. Para questionamentos fáceis, as pessoas simplesmente recuperam informação da memória. Já em perguntas difíceis, há o uso da lógica. Os cientistas cognitivos acreditam que raciocinamos por exemplos e experiências. Para lembrarmos de algo, costumamos usar atalhos mentais e outras estratégias. Comparação com Protótipos: ao usar a comparação com protótipos (processo rápido e automático), os indivíduos decidem se um determinado objeto é membro de uma categoria específica comparando-o com o protótipo da categoria. O protótipo costuma superar outras informações quando raciocinamos rapidamente. Por exemplo: uma vez uma pessoa pediu ao seu colega de trabalho que respondesse se todos os sapatos têm cordões. Seu colega respondeu que “sim” imediatamente, mesmo que seu próprio sapato não tivesse cordão nenhum. Assim, é possível presumir que seu protótipo mental de sapatos tinha cordões. Todas as situações em que já passados podem ser consideradas protótipos plausíveis de comparação (é como comparar uma situação do passado com uma possível situação futura para decidir se quer realizar algo semelhante ou não). Busca de Exemplos: quando as pessoas tentam verificar se uma determinada afirmação é verdadeira, geralmente procuram exemplos e contra-exemplos ou fazem uma busca de exemplos. Suponha que um professor diga: “Todos os políticos são corruptos”. Automaticamente você pesquisará suas próprias experiências.Você já conheceu algum político que parecesse honesto? Em caso negativo, você estará propenso a aceitar a afirmação. Construção de Explicações Causais: as pessoas geralmente avaliam as probabilidades verificando se é fácil construir explicações casuais. Ao tentar entender uma história, aparentemente avaliamos com que plausibilidade os eventos podem ser encadeados em um modelo de causa e efeito. A estratégia de decisão por explicação casual implica alguns problemas, por exemplo, a dificuldade das pessoas de imaginar uma hipótese plausível quando os acontecimentos são complexos. Uma ilustração comum é a frase “pode acontecer com ele, mas não comigo”. SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Durante a solução de problemas, as pessoas têm um objetivo, enfrentam dificuldades e trabalham para superar os obstáculos e atingir o objetivo. Inicialmente uma pessoa que está resolvendo um problema identifica o desafio e prepara-se para ele. Trabalha para resolvê-lo e depois avalia a solução. É preciso identificar quais problemas são válidos para serem resolvidos, visto que muitas vezes simplesmente os criamos. Para isso usamos nosso juízo de valor. Geralmente buscamos resolver aquilo que nos desperta interesse. Toda solução de problemas requer algum conhecimento anterior/prévio sobre o assunto. Os períodos de descanso (incubação) também são importantes para a resolução desses conflitos. Quando as pessoas continuam trabalhando em uma tarefa, elas frequentemente se fixam em determinadas táticas. Após um descanso, os pensamentos podem mudar mais facilmente de rumo. REFERÊNCIA: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA – LINDA L. DAVIDOFF
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