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DISCRIMINAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

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DISCRIMINAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO
Conceito de Discriminação
Discriminação é a forma de tratamento injusto e negativo proferido a outra pessoa.
A título exemplificativo, pode-se citar a discriminação da mulher em relação a faixa salarial que é bem divergente da que o homem recebe exercendo a mesma função.
No ambiente de trabalho, se manifesta quando a igualdade profissional é diferenciada por conta de algum preconceito, de qualquer nível, ou racismo.
O preconceito é caracterizado pela formação de opinião antecipada sobre determinada pessoa ou grupo, baseada exclusivamente nos estereótipos, o qual também pode se manifestar como ato discriminatório.
Como exemplo, podemos mencionar a opinião precipitada feita a pessoa com deficiência, mediante o pré-julgamento de que esta é incapaz de exercer suas funções no interior da empresa.
Oportuno destacar que, existem diversos atos discriminatórios, porém, a legislação não aborda por completo todas as formas, uma vez que esta pode se manifestar de várias maneiras dentro das relações humanas.
Vedação aos Atos Discriminatórios
com a finalidade de evitar qualquer ato discriminatório, em consonância com a Constituição Federal, o artigo 5° da CLT, estabelece que o trabalho desempenhado com as mesmas qualidades técnicas, deverá receber como contraprestação o mesmo valor de salário, vedando diferenciação, inclusive, de sexo.
Além do mais, de acordo com o artigo 76 da CLT, cabe ao empregador realizar o pagamento de, ao menos, um salário mínimo nacional ao trabalhador, independente do sexo, de forma a proporcionar uma contraprestação digna a fim de atender as suas necessidades básicas, tais como alimentação, habitação, vestuário, saúde e transporte. 
O artigo 461 da CLT, prevê que, se a atividade do empregado for exercida com a mesma função técnica e com a mesma produtividade, deverá ser remunerada com o mesmo salário dos demais empregados da mesma função, vendando-se diferenciação em relação a etnia, sexo, idade ou nacionalidade. No mesmo sentido é a Súmula n° 6 do TST.
Na sequência, o § 1°do artigo 461 da CLT, esclarece que para ser considerado trabalho de igual valor, além da mesma qualidade técnica e produtividade semelhante, para que a remuneração seja idêntica, os empregados que desempenham a mesma função não poderão ter diferença de tempo de serviço dentro da empresa superior a quatro anos e, diferença de tempo na mesma função superior a dois anos.
Como exceção à regra, o § 2°do artigo 461 da CLT, institui que, a equiparação salarial poderá deixar de ser observada quando o empregador dispuser de quadro de carreira da empresa ou de plano de cargos e salários por meio de norma coletiva interna da empresa ou negociação coletiva, sendo que, para tanto, dispensa-se homologação ou registro das disposições adotadas em órgão público.
Ademais, por força do § 6°, do mesmo regramento supramencionado, sendo comprovado que houve diferença salarial de empregados por conta de discriminação por motivo de sexo ou etnia, o empregador ficará sujeito ao pagamento de multa no valor de 50% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, em favor do empregado discriminado, além do pagamento das diferenças salariais a ele devidas.
Oportuno realçar que, nos artigos 372 ao 401-B da CLT, existe uma seção específica acerca do trabalho da mulher, dispondo da duração, das condições e dos atos discriminatórios.
Igualmente, é importante acentuar que, todo empregado tem o direito em optar pela associação profissional ou sindical, garantida a igualdade de condições sem qualquer distinção, nos moldes do artigo 544 da CLT.
Por fim, cabe pontuar que, a comprovação de qualquer forma de discriminação suportada caberá ao próprio empregado, por força do artigo 818 da CLT.
Condutas Discriminatórias
 Preconceito de Origem, Raça ou Cor
Em relação ao preconceito decorrente da origem, a Constituição Federal proíbe o tratamento diferenciado entre brasileiros natos ou naturalizados, vedando que qualquer legislação disponha em sentido contrário, com exceção das situações por ela previstas, nos termos do artigo 12, § 2° da CF/88.
No mesmo sentido, a CF/88, nos artigos 5°, inciso XLII e artigo 7°, inciso XXX, veda qualquer ato de discriminação oriundo de cor ou raça, prevendo, até mesmo, a configuração de crime a prática de racismo, estando o ofensor sujeito a pena de prisão.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
 Deve então o empregador garantir aos empregados condições dignas e semelhantes dentro do ambiente de trabalho e, caso deixe de observá-las, estará sujeito às penalidades cabíveis, entre elas, processo criminal e processo na esfera trabalhista que poderá ensejar o pagamento de indenização em favor do trabalhador decorrente dos danos morais materiais sofridos, como assevera a Súmula n° 392 do TST.
Discriminação por Motivo de Idade
Por força do artigo 7°, inciso XXX, da CF/88 e do Decreto n° 6.481/2008, a idade do trabalhador não poderá ser considerada como critério para admissão ou demissão, salvo quando se tratar de seleção para contratação de aprendizes ou empregados menores de 18 anos, excepcionalmente.
Discriminação em Função do Estado Civil
É vedada a realização de rescisão do contrato de trabalho em virtude da alteração do estado civil da mulher, nos termos do artigo 391 da CLT.
Frisa-se que a referida discriminação também é proibida em relação ao homem, uma vez que o artigo 5°, inciso I, da CF/88, estabelece que todos são iguais perante a lei.
 Proteção do Trabalho da Mulher
O regramento jurídico impede a diferenciação do tratamento para o exercício de função, bem como em relação ao motivo da admissão e salários, por conta de gênero.
Neste diapasão, salientamos o artigo 7°, incisos XX e XXX, da CF/88, o qual estabelece estímulos destinados exclusivamente a assistência ao trabalho feminino.
Na mesma seara, os artigos 372 a 401-B da CLT, definem as medidas protetivas ao trabalho desempenhado pela mulher, e caso o empregador deixe de observar tais preceitos será penalizado com as sanções cabíveis.
Convém ressaltar o disposto no artigo 5° da CF/88, bem como no artigo 461 da CLT, observemos:
Art. 5°Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
 É proibido qualquer ato de discriminação ao empregado por conta de distinção de sexo.
Orientação Sexual
O artigo 5° da CF/88 é enfático ao dispor que: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...).
Em consonância, o inciso X, do artigo 5° da CF/88, define que a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis, cabendo direito a indenização de cunho moral e material em caso de violação de tal direito.
É possível notar que a Constituição Federal apresente em seu texto avanços significativos e de considerável importância para o convício social da diversidade humana, proibindo atos de discriminação em todas as suas formas, seja de raça, gênero, sexo, crenças religiosas ou idade.
A Constituição Federal assegura a garantia de igualdade de direitos, promove o respeito às diferenças humanas,com a finalidade de construir uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos sociais.
Logo, independente da orientação sexual do trabalhador, é garantido a ele a igualdade de direitos, vedada qualquer forma de manifestação de preconceito ou desigualdade.
Empregados Sindicalizados
Consoante o artigo 543 da CLT, não é permitido tratamento diferenciado ao empregado que for eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, de modo que a ele é garantido o exercício de sua função, sendo coibida a transferência desse trabalhador para lugar diverso que dificulte as suas atribuições sindicais.
Portanto, o empregado eleito para o desempenho de mandato sindical deve ser tratado sem qualquer distinção pelo empregador, sob pena de sanções legais
 Pessoas com Necessidades Especiais
A Lei n° 7.853/89, promulgada em 25.10.1989, apresenta diversas formas de viabilizar a garantia de direitos e igualdade e, do mesmo jeito, busca inserir a pessoa com deficiência dentro do mercado de trabalho, assegurando a esse cidadão, em relação a qualquer outro trabalhador, a garantia de igualdade de direitos formada pela norma constitucional.
Ainda, na procura pela referida igualdade, o Brasil também ratificou a Convenção n° 159 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), por meio do Decreto n° 3.298/99, objetivando a inclusão social da pessoa com deficiência.
Isto posto, é vedado qualquer tipo de discriminação no ambiente de trabalho por conta de deficiência do empregado, pois este possui o direito de igualdade em consonância com todos os cidadãos.
 Cegos Acompanhados de Cães-Guia nos Locais de Trabalho
É garantido as pessoas com deficiência visual a utilização de cão-guia em qualquer estabelecimentos, seja público ou privado, permitido o acesso e a permanência com o animal em qualquer lugar, é o que descreve a Lei n° 11.126/2005.
Então, o impedimento ou qualquer ato que torne a dificultar o exercício desse direito, configurará ato de discriminação, o qual poderá ser punido mediante a aplicação de multa e interdição do local.
Discriminação em Virtude de Acordos Realizados pela MP n° 936/2020
A Medida Provisória n° 936/2020, promulgada especialmente por conta do período de calamidade pública instaurada pela pandemia do Covid-19, prevê hipóteses de redução de jornada e salários ou suspensão dos contratos de trabalho.
A princípio, a regra estabelecida pela norma não impede que o empregador adote situações diversas em relação a cada empregado.
Entretanto, considerando o preceito fundamental da igualdade de direitos, previsto, especialmente, no artigo 5°, da CF/88, orienta-se ao empregador adotar critérios internos na empresa acerca da realização dos acordos, de forma que tal situação não gere discriminação em relação ao tratamento ou adoção de medida diferenciada para cada empregado.

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