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Sibilância recorrente

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Sibilância do Lactente e Pré-escolar 
síndrome que abrange número variado de entidades nosológicas (diferentemente da sibilância na criança escolar ou no adolescente, 
onde a asma é causa da grande maioria dos casos). 
Classificação dos sibilantes em três grupos: 
- sibilantes precoces: que exibem sintoma apenas até os três anos de vida -pulmões funcionalmente pequenos ao nascimento e 
exposição ao tabagismo materno 
- sibilantes tardios: que se tornam sintomáticos após os três anos, associados à asma e alergia 
- sibilantes persistentes: que apresentam o sintoma antes e após os três anos de idade. 
SIBILÂNCIA RECORRENTE DO LACTENTE (BEBÊ CHIADOR) 
Definida por: presença de 03 ou mais episódios de sibilos em um período de 06 meses OU persistência de episódio de sibilância por 30 
dias ou mais, em crianças menores de 02 anos 
A SRL é a segunda doença pulmonar obstrutiva do ser humano, em ordem cronológica ao longo da vida e a mais frequente de todas 
elas. 
A prevalência de SRL no Brasil varia de 21,9 – 36,3%. 
FATORES DE RISCO E FISIOPATOLOGIA 
Dentre os fatores de risco para sibilância em geral 3 merecem destaque: atopia (predisposição a reações de hipersensibilidade tipo 1 
(respostas alérgicas)), infecções respiratórias virais e fatores ambientais (sensibilização alérgica precoce) 
um pré-escolar com asma pode ter os sintomas desencadeados não por aeroalérgenos, mas por vírus respiratórios. A relação entre 
infecções virais e desenvolvimento de asma ainda é pouco conhecida. Todavia, sabe-se que estes são os principais desencadeantes de 
sibilância, especialmente o vírus sincicial respiratório (RSV). As infecções virais no lactente podem ser indutoras de sibilância. 
Pelo menos dois medicamentos parecem estar relacionados com o risco de sibilância e asma neste grupo etário – antibióticos e 
paracetamol. 
RELAÇÃO INFECÇÕES VIRAIS: 
A relação entre VSR e asma é contraditória: alguns estudos mostram uma predisposição para asma após infecção precoce por VSR. 
Outros já mostram que essa relação não existe. 
Já a relação com o rinovírus e desenvolvimento posterior de asma é estabelecida. 
TEORIA DA HIGIENE: 
Uma criança com predisposição genética quando exposta nos primeiros meses de vida (período de desenvolvimento do sistema 
imunológico)a antígenos bacterianos e animais pode REDUZIR a probabilidade de manifestar asma. 
Isso se dá pois nessas crianças temos um desvio na diferenciação de linfócitos de TH2 para TH1, que estimula a produção de IgG4 (que 
atua contra os agentes infecciosos). Ao contrário do TH2 que estimula a produção de IgE . 
EXPOSIÇÃO INTRAUTERINA AO TABAGISMO: 
Determina uma redução da função pulmonar do RN e está associada com maior risco de desenvolver infecção respiratória associada a 
sibilos (devido a inflamação). No período pós-natal teremos a irritação no trato aéreo. E também teremos a alterações: na produção 
de citocinas, da função das células mononucleares e da imunidade inata. 
 
MEDICAMENTOS: 
o consumo de antibiótico no período neonatal aumenta o risco de sibilância em aproximadamente 3 vezes. 
Uma série de estudos, incluindo um coorte e uma meta análise de ensaios e estudos observacionais demonstrou associação entre o 
consumo de paracetamol e risco de asma em crianças e adultos. 
GÊNERO: 
a maioria dos estudos mostra maior prevalência de sibilância nos lactentes masculinos. Atribui-se isto ao menor calibre das vias 
aéreas nessa idade, maior prevalência de atopia e de hiperresponsividade brônquica 
PREMATURIDADE E BAIXO PESO AO NASCER: 
São fatores de risco para desenvolver asma devido à imaturidade do sistema respiratório e também alta taxa de Broncodisplasia 
pulmonar, que reduz a função pulmonar aos 07 anos de idade 
RELAÇÃO COM DRGE: 
A DRGE pode causar doença respiratória por aspiração de conteúdo gástrico, reflexo vagal, aumento da reatividade brônquica, ou 
liberação de taquicininas. Por outro lado, a própria doença respiratória pode provocar RGE pelo aumento do gradiente de pressão 
transdiafragmática, retificação do diafragma por hiperinsuflação, ou uso de fármacos (metilxantinas, simpaticomiméticos, 
antibióticos). 
FATORES ANATOMICOS: 
Menor calibre das vias aéreas 
Maior complacência da caixa torácica 
Recolhimento elástico mais eficiente 
Inserção mais horizontalizada do diafragma 
Maior número de glândulas mucosas 
 
QUADRO CLÍNICO + DIAGNÓSTICO 
Principais achados: sibilância recorrente, tosse espasmódica noturna, desconforto respiratório e despertares noturnos. 
RELEMBRANDO .... 
Sibilância recorrente = presença de 03 ou mais episódios de sibilos em um período de 06 meses OU persistência de episódio de 
sibilância por 30 dias ou mais. 
Normalmente temos a sibilância desencadeada por infecção viral (VSR, adenovírus....) 
Na ausculta pulmonar podemos encontrar: sibilos expiratórios difusos, estertores. 
Além da ausculta pulmonar modificada podemos notar sinais de desconforto respiratório (tiragens intercostais e subdiafragmatica, 
retração de fúrcula, batimento de asa nasal) 
A resposta com broncodilatadores e/ou corticoides inalatórios e histórico familiar de asma também nos auxiliam no diagnóstico. 
 
 
 
 
Índice Preditivo de Asma para o lactente: 
Critérios maiores 
Presença de asma nos pais 
Dermatite atópica na criança 
Sensibilização por aeroalérgenos 
Critérios menores 
Presença de rinite alérgica 
Sibilância na ausência de resfriado 
Eosinofilia sanguínea ≥ 4%. 
Sensibilização para alérgenos alimentares 
A presença de UM critério maior e/ou DOIS critérios menores são preditores de asma 
a European Respiratory Society caracteriza a sibilância recorrente de lactentes e pré-escolares em: 
1. Episódica (viral): quando é geralmente desencadeada por infecções virais e a criança não tem tosse ou sibilância entre os 
episódios. 
2. De múltiplos desencadeantes: além dos resfriados, choro, riso, variação climática, poeira, e outros fatores provocam crises 
A de múltiplos desencadeantes está relacionada com a ASMA 
O coorte “Prevention and Incidence of Asthma and Mite Allergy” (PIAMA) foi elaborado para predizer asma na idade escolar antes 
dos quatro anos de vida. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
• Causas frequentes: bronquiolite viral aguda e asma. 
• Causas pouco frequentes: DRGE, outras síndromes aspirativas (ex: incoordenação cricofaríngea), bronquiolite obliterante, fibrose 
cística, displasia broncopulmonar, tuberculose. 
• Causas raras: aspiração de corpo estranho, síndrome eosinofílica pulmonar, insuficiência cardíaca, anel vascular, fístula 
traqueoesofágica, traqueomalácia, cisto broncogênico, enfisema lobar congênito, tumores mediastinais, discinesia ciliar, 
imunodeficiências, micoses pulmonares. 
TRATAMENTO 
- Sibilantes intermitentes deverão utilizar beta agonistas pela via inalatória apenas nas crises. 
- Pré-escolares sibilantes persistentes deverão receber beta agonistas nas crises e antagonista de leucotrieno ou corticosteroide 
inalatório de forma contínua 
No que concerne à terapia inalatória neste grupo etário, algumas recomendações devem ser seguidas: 
• Beta-2 agonistas de ação curta e corticosteroides inalados devem ser utilizados preferentemente sob a forma de inaladores 
dosimetrados (Corticoide inalatório - Beclometasona), com espaçadores valvulados. Inaladores de pó não podem ser utilizados em 
crianças deste grupo etário. 
• Menores de quatro anos devem utilizar, tanto nos espaçadores quanto nos nebulizadores, máscara acoplada ao dispositivo. Crianças 
maiores devem utilizar preferentemente adaptador bucal (boquilha). 
• Os agentes beta agonistas de longa ação não são recomendados a menores de quatro anos. Havendo necessidade de um fármaco 
poupador de corticosteroide neste grupo, recomenda-se os antagonistas de leucotrienos, cujo único disponível no Brasil é o 
montelucaste. 
PROFILAXIA 
Aleitamento materno exclusivo até os 06 meses- a cada mês de aleitamento exclusivo temos uma redução de 15%do risco de Sibilância 
recorrente 
Evitar aglomerações e contato com pessoas doentes (especialmente crianças) 
Vacinação contra o influenza (a partir dos 06 meses)