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RINITE ALÉRGICA, sinusite, gripe e resfriado

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Soniely Melo 
Residência Médica 
GRIPES E RESFRIADO 
 
 
03 dias de anti-inflamatório -> alivia a faringite -> já iria melhorar mesmo sem medicação; dura 
de 7 a 10 dias, tomando ou não o remédio; febre pode aparecer, mas bem no início!! 
Nem sempre evolui para tosse seca e produtiva; 
Tratamento: sintomático!!! 
Coriza: descongestionante nasal + anti-histamínico 
Tosse produtiva: ambroxol 
Celestamine: desclorfeniramida + 
Febre no 7° - 8° dia: atenção!! 
Crianças: 6 a 10 episódios ao ano!! Auge de 3-5 anos de idade; 
Adultos: 3 a 5 episódios ao ano!! 
Soniely Melo 
Residência Médica 
 
Tosse é um sintoma muito variável, depende da sensibilidade laríngea do paciente; é uma defesa 
do organismo, um reflexo para impedir que atinja o pulmão; perda desse reflexo = causa 
pneumonia; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Soniely Melo 
Residência Médica 
RINITE ALÉRGICA 
É uma inflamação no tecido do nariz e de 
estruturas adjacentes, decorrente de 
exposição a alérgenos. 
Classificação – Rinite Alérgica: 
 
Fatores de risco - de risco - Rinite alérgica: 
• História familiar 
• Asma 
• Ambiente 
• Atopias – eczema, urticária e alergias 
do sist. Digestório 
Quadro clínico – Rinite alérgica: 
• Rinorreia hialina 
• Espirros 
• Prurido 
• Congestão nasal 
Ausência de febre! 
Ausência de dor de garganta! 
Idade de inicio é precoce: 5-20 anos 
Prurido não se limita ao nariz, podendo 
envolver palato, olhos, faringe e laringe, 
ouvidos. 
Sintomas oculares: prurido, lacrimejamento 
e hiperemia conjuntival. 
Disfunção tubária: estalidos e estouros nos 
ouvidos. 
Exame físico – Rinite alérgica: 
Edema das pálpebras e cianose 
periorbitárias 
Prega acima da ponta do nariz 
Linhas de Dennie-Morgan (pregas na 
pálpebra inferior) 
Mucosa dos cornetos hiperemiada ou pálida, 
edematosa e secreção hialina. 
Rosto alongado, boca sem fechamento dos 
lábios, eminências malares planas, narinas 
estreitas e mandíbulas retraídas. 
Diagnóstico – Rinite alérgica: 
História clínica + Testes diagnósticos 
→ Prick test: possibilita testar varias 
substancias simultaneamente; leitura 
em 20-30 minutos; 
→ IgE específica no sangue: indicada 
quando não for possível realizar o 
teste cutâneo. 
→ Citológico nasal: avaliação das 
secreções nasais => porcentagem de 
eosinófilos entre 10 e 100%; *rinite 
infecciosa predomina os neutrófilos; 
Tratamento – Rinite Alérgica: 
→ Controle ambiental 
→ Soluções salinas fisiológicas 
intranasais, nebulizadores e duchas => 
limpeza 
→ Descongestionantes: aliviam a 
congestão nasal, mas não o prurido e 
os espirros; NÃO usar por mais de 5-
7 dias – pode causar taquifilaxia 
(diminuição do seu efeito) e efeito 
rebote do edema da mucosa; 
Soniely Melo 
Residência Médica 
→ Cromoglicato dissódico: controla 
espirros, Rinorreia e prurido; seu 
efeito pleno surge em 2 a 4 semanas; 
efeito adverso: irritação local e 
espirros; 
→ Anti-histamínicos: a primeira escolha 
deve ser os de 2ª geração, por não 
terem efeito sedativo! 
→ Antileucotrienos (montelucaste): têm 
efeito anti-inflamatório e 
broncodilatadora; controla Rinorreia, 
espirros, prurido e obstrução nasal. 
→ Corticoides tópicos: padrão-ouro; 1ª 
linha; gestantes = budesonida; efeitos 
colaterais: aumento da pressão 
intraocular, irritação, espirros, 
sensação de mucosa seca, epistaxe. 
Muito raro o uso de corticoide oral! 
→ Imunoterapia: capaz de alterar a 
evolução natural da doença; realizada 
por, no mínimo, 3 anos; indicações 
específicas c/ alergologista. 
 
Corticoide nasal -> principal tto! Tratamento 
de crise e de manutenção; o pct tem estado 
de inflamação mínimo; 
2 jatos na narina -> por 30 dias -> melhora -
> diminui a dose -> 1 jato em cada narina -> 
por 2 meses -> melhorou -> faz intermitente 
(dia sim, dia não) 
RINITE NÃO ALÉRGICA 
Podem ser de origem infecciosa (resfriado 
comum/ gripe) ou não infecciosas: 
→ Idiopática: + sexo feminino, entre 40-
60 anos. 
Soniely Melo 
Residência Médica 
→ Eosinofílica não alérgica: eosinofilia 
nasal com teste alérgico cutâneo e 
dosagem sérica de IgE normais; 
→ Irritativa: causada por agentes 
irritantes – produtos químicos, gases, 
partículas de óleo diesel e poluentes 
ambientais; 
→ Ocupacional: no ambiente de 
trabalho; 
→ Medicamentosa: resultado do uso 
prolongado de vasoconstritores 
nasais tópicos = congestão nasal com 
edema e vermelhidão; 
→ Induzida por fármacos: IECA, 
reserpina, fentolamina, metildopa, 
prazosina; 
→ Hormonal: durante menstruação, 
anticoncepcionais, hipotireoidismo, 
acromegalia; 
→ Gestacional: congestão nasal nas 
ultimas 6 semanas ou mais de 
gravidez, desaparecendo 2 semanas 
após o parto. 
→ Do idoso 
→ Do atleta: efeito rebote porque o 
exercício é, por si só, um 
vasoconstritor. 
→ Gustativa: contato com alimentos 
condimentados e quentes. 
RINOSSINUSITE AGUDA 
É o processo inflamatório dos seios 
paranasais que compromete o revestimento 
nasal e tem na própria fossa nasal o seu 
início. 
Fisiopatologia- Rinossinusite aguda: é a 
resposta inflamatória com desequilíbrio da 
unidade mucociliar a responsável pelos sinais 
e sintomas dos pacientes. 
Etiologia – Rinossinusite aguda: viral, 
fúngica, bacteriano, alérgica, etc. 
Haemophilus influenzae, Streptococcus 
pneumoniae e, mais raramente, Moraxella 
catarrhalis ou Streptococcus pyogenes. 
Diagnóstico – Rinossinusite aguda: 
01 sintoma maior + 02 ou + sintomas menores 
Sintoma maior: 
▪ Obstrução/ congestão nasal ou 
descarga nasal (gotejamento nasal 
anterior ou posterior); 
▪ Associado ou não a pressão/ dor 
facial e/ou alteração do olfato; 
Sintomas menores: 
▪ Febre 
▪ Halitose 
▪ Tosse 
▪ Pressão nos ouvidos 
▪ Dor dentária 
Orientação europeia: 
▪ RSA viral: quadros de até 10 dias de 
duração; 
▪ RSA pós-viral: aqueles com sintomas 
que durem mais de 10 dias; 
▪ RSA bacteriana: presença de 3 dos 
seguintes sinais e sintomas: 
1. Qualquer tipo de secreção com 
predominância de um lado ou 
francamente purulenta no 
cavum; 
2. Dor intensa de aspecto 
unilateral 
3. Febre >38°C 
4. Elevação da VHS/PCR 
5. Recaída dos sinais e sintomas 
Exames complementares – Rinossinusite 
aguda: 
Soniely Melo 
Residência Médica 
▪ Punção maxilar: via meato inferior ou 
fossa canina – padrão-ouro, invasivo. 
Para pacientes imunossuprimidos, com 
febre de origem indeterminada e com 
falha terapêutica. 
▪ Endoscopia nasal 
▪ Radiografia de seios paranasais não 
deve ser solicitada para diagnóstico 
▪ TC observa a oclusão, porém não 
define o tipo de conteúdo nos seios. 
Tratamento – Rinossinusite aguda: 
RSA VIRAL E PÓS-VIRAL: 
Alívio sintomático; 
Até resolução espontânea entre 7 e 10 dias, 
ou mais tempo, se sem recaídas ou sintomas 
de complicações. 
RSA BACTERIANA: 
Observação ativa (“watchful waiting”) se dor 
leve e febre abaixo de 38,3°C. 
1ª amoxicilina 45mg/kg (500mg, 3x/dia, por 
10 dias) 
Reavaliação em 48-72h 
Pode indicar troca de ATB ou aumento da 
dose (90mg/kg) com ou sem inibidor de 
betalactamase. 
Alérgicos a amoxicilina: sulfametoxazol-
trimetoprim, macrolídeos ou quinolonas 
orais. 
A falha no tratamento pode ser avaliada no 
7º dia após o diagnóstico. 
Corticoide tópico (mometasona, 200Mg, 
2x/dia) isolado pode ser utilizado nas 48h 
anteriores ao inicio do ATB, em casos leves 
e não complicados. 
Todo resfriado é uma renossinusite aguda 
viral; 
Na prática, não costuma solicitar o VHS e 
PCR! 
NÃO iniciar antibiótico na pós-viral!!! 
Fechamento dos óstios dos seios de 
drenagem da face -> sinusite -> acúmulo de 
secreção -> 95% das sinusites começa com 
gripe ou resfriado 
Mas 0,5 % de resfriado tem chance de 
evoluir para sinusite; 
Complicações de resfriado: sinusite 
bacteriana (“gripe mal curada”), otite média 
crônica, pneumonia. 
Soniely Melo 
Residência Médica 
2ª escolha:amoxicilina + clavulanato; 
Sinusite -> Seios da face 
Depois de algo gelado -> rinite por 
mecanismo vasomotor!! 
Existem vários tipos de rinite: 
medicamentosa, do idoso. 
Disfunção tubária -> causa da otite! 
Associação da síndrome de Cushing com o 
uso crônico de corticoides intranasal -> 
raríssimo, porque tem baixa absorção. 
Uso de vasoconstritores (sorine) -> muito 
comum no desvio de septo, e na rinite; 
Lavagem nasal é importante. 
RINOSSINUSITE CRÔNICA 
É a inflamação da mucosa de revestimento 
do nariz e dos seios paranasais que persiste 
por mais de 12 semanas. 
Classificação – Rinossinusite crônica: 
1. Rinossinusite crônica SEM polipose 
nasossinusal (RSCsPN) 
2. Rinussinusite crônica COM polipose 
nasossinusal (RSCcPN) 
Fisiopatologia – Rinossinusite crônica: 
Predisposição genética: 
Pacientes com estímulo Th1 cursam com 
RSCsPN -> responde com fibrose; 
Pacientes com estímulo Th2 ou Th17 cursam 
com RSCcPN -> responde com edema, 
gerando pólipos nasais bilateralmente; 
Diagnóstico – Rinossinusite Crônica: 
Clinica + sinais endoscópicos nasossinusais 
Pelo menos 2 dos seguintes: 
▪ Obstrução nasal/congestão facial 
▪ Rinorreia anterior/posterior 
▪ Hiposmia/anosmia 
▪ Dor ou pressão facial 
Obrigatoriamente 01 dos seguintes: 
▪ Obstrução nasal/congestão facial 
▪ Rinorreia anterior/posterior 
Endoscopia nasal pode mostrar: 
▪ Secreção purulenta nos meatos nasais 
▪ Edema/obstrução no meato médio 
▪ Pólipos nasais 
Sintomas menores: otalgia, tontura, 
halitose, dor dental, pigarro, irritação 
traqueal, disfonia, tosse, sonolência, mal-
estar, distúrbios do sono. 
Exames complementares – RINUSSINOSITE 
CRÔNICA: 
TC de seios paranasais -> para excluir outras 
causas (tumores nasossinusais), p/ estadiar 
a extensão da doença; 
Tratamento – Rinossinusite crônica: 
Uso de antibióticos nos pacientes com 
RSCsPN ou RSCsPN é preconizado apenas se 
houver infecção aguda vigente, que se 
sobreponha aos sintomas crônicos. 
1° corticoide tópico (corticoide oral pode 
ser utilizado na RSCcPN) 
Soniely Melo 
Residência Médica 
2° cirurgia se falha no tto clínico: abertura, 
drenagem e aeração dos seios paranasais e 
exérese dos pólipos nasossinusais, se for o 
caso.

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