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Depressão na Terceira Idade - TCC

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Prévia do material em texto

COLÉGIO AMORIM 
 
 
EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES 
GABRIEL DELAZERI CASTRO 
LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA 
LUCAS GALVÃO 
SANDRO SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES 
GABRIEL DELAZERI CASTRO 
LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA 
LUCAS GALVÃO 
SANDRO SILVA JÚNIOR 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
que possui o objetivo de informar o 
leitor sobre a Depressão na Terceira 
Idade requisitado para a formação 
do Ensino Médio pelo Colégio 
Amorim. 
 
Orientadora: Prof.ª: Fátima Rebelo 
Orientador: Prof.º: Vinícius Bessi 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES 
GABRIEL DELAZERI CASTRO 
LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA 
LUCAS GALVÃO 
SANDRO SILVA JÚNIOR 
 
 
 
DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
que possui o objetivo de informar o 
leitor sobre a Depressão na Terceira 
Idade, requisitado para a formação 
do Ensino Médio pelo Colégio 
Amorim. 
Aprovado em: __/__/__ 
 
BANCA EXAMINADORA 
Examinador(a):___________________________________________ 
Assinatura:______________________________________________ 
 
Examinador(a):___________________________________________ 
Assinatura:______________________________________________ 
 
Examinador(a):___________________________________________ 
Assinatura:______________________________________________ 
 
Examinador(a):___________________________________________ 
Assinatura:______________________________________________ 
 
DEDICATÓRIA 
Dedicamos este projeto a todos os professores que nos influenciaram em 
nossa trajetória. Em especial aos professores Fátima e Vinícius, orientadores com os 
quais compartilhamos nossas dúvidas e angústias a respeito do tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Com o fim do nosso TCC nesse ano tão atípico, gostaríamos de agradecer a 
professora Fátima Rebelo, que infelizmente não pode nos acompanhar até o final, 
mas mesmo assim nos deixou uma base muito sólida para que o professor Vinícius 
Bessi pudesse nos auxiliar nessa reta final, ao qual gostaríamos de agradecer 
também. Obrigado a nossa família e a todo corpo docente do colégio que, mesmo 
distantes, certamente fizeram parte de nossa jornada em mais um ano letivo e 
contribuíram direta e indiretamente, para que nosso trabalho pudesse ser concluído. 
Somos muito gratos a todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O homem é a síntese de infinito e de finito, 
de temporal e de eterno, de liberdade e de 
necessidade, é, em suma, uma síntese. Uma 
síntese é a relação de dois termos. Sob este 
ponto-de-vista, o eu não existe ainda.” 
(Sören Aabye Kierkegaard) 
 
RESUMO 
O objetivo deste trabalho é demonstrar as variações das depressões em 
diferentes faixas etárias dando uma ênfase maior na depressão na terceira idade, 
mostrando assim seus sintomas, causas, diagnósticos e tratamentos além de 
apresentar uma solução para reduzir o impacto da doença nessa idade e de certa 
forma corroborar para que o idoso venha se prevenir de um possível enfermo. Este 
trabalho foi feito em busca de analisar um tema observado na realidade, explicando 
como e por que ele ocorre e identificar os fatores que contribuem para que a tese em 
questão se materialize, usando assim a metodologia de estudo de caso. A depressão 
atualmente é a doença que mais cresce no mundo, e mesmo assim não recebe a 
devida atenção, essa pesquisa poderá contribuir para o entendimento do objeto 
mostrando assim sua importância e que há necessidades de mudanças urgentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The objective of this work is to demonstrate the variations of depressions in 
different age groups with greater emphasis on depression in the elderly, thus showing 
its symptoms, causes, diagnoses and treatments besides presenting a solution to 
reduce the impact of the disease at this age and in a way corroborate for the elderly to 
prevent a possible case. This work was done in order to analyze a theme observed in 
reality, explaining how and why it occurs and also identifying the factors that contribute 
to the subject in question materialising,using the case study methodology. Depression 
is currently the fastest growing disease in the world, and still does not receive due 
attention, this research may contribute to the understanding of the object thus showing 
its importance and that there are needs for urgent change. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO………….……………..………………………………………………….13 
CAPÍTULO I. A TERCEIRA IDADE…………………………………………………….15 
1.1 FASES DA VIDA.………………………………………………………………........16 
1.2 INFÂNCIA...…………………………………………………………………………..16 
1.3 ADOLESCÊNCIA…...……………………………………………………………....17 
1.4 ADULTO………..…………………………………………………………………….18 
1.5 TERCEIRA IDADE……...…………………………………………………………...19 
1.6 PROBLEMAS RELACIONADOS A IDADE…………......…………………….....20 
CAPÍTULO II. A DEPRESSÃO…………………….…………………………………..22 
2.1 O QUE É DEPRESSÃO...….…....………………………………………………….22 
2.1.1 SINTOMAS………………………………………………………………………...22 
2.1.2 CAUSAS…………………………………………………………………………...24 
2.2 DIAGNÓSTICO….…………………………………………………………………..28 
2.3 TRATAMENTO……………………………………………………………………...31 
2.3.1 REMÉDIOS………………………………………………………………………...31 
2.3.2 TERAPIAS………………………………………………………………………....36 
2.3.3 PREVENÇÃO……………………………………………………………………...38 
2.4 DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO…………..……………...…..40 
2.5 TIPOS DE DEPRESSÃO……………………………………….…………………..41 
2.6 DEPRESSÃO E O SUICÍDIO............................................................................42 
 
2.7 CURA?..............................................................................................................44 
CAPÍTULO III. DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE………………………………..45 
3.1 TRATAMENTO CLÍNICO…………………………………………………………...48 
3.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO……………………......50 
3.3 DEPRESSÃO EM IDOSOS AO REDOR DO MUNDO…………………………...52 
3.4 POLÍTICAS PÚBLICAS.....................................................................................53 
CONCLUSÃO………………………………………………………………………….....55 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TABELAS 
 
Tabela 1 - Algumas causa de depressão (continua) 26 
Tabela 2 - Algumas causas de depressão (conclusão) 27 
Tabela 3 - Nomes de remédios para depressão 33 
Tabela 4 - Usos de antidepressivos em outros distúrbios médicos 34 
Tabela 5 - Efeitos colaterais e estratégias para contorná-los 35 
Tabela 6 - Sentimentos e pensamentos de pessoas suicidas 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURAS 
 
Figura 1 - Sintomas para o diagnóstico 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – População no Brasil 15 
Gráfico 2 – População nos anos 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Alvo de muitas pesquisas científicas, a depressão é definida como “estado 
mental caracterizado por tristeza, desespero e desestímulo quanto a qualquer 
atividade; abatimento moral”. (AURÉLIO: 2011, p.291) Atualmente ela afeta mais de 
322 milhões pessoas (das quais as mulheres são o grupo mais atingido), o que 
representa um aumento de cerca de 18%, entre 2005 e 2015, na quantidade de 
pessoas diagnosticadas com a doença no mundo. (WHO: 2017, tradução nossa)1 
Mesmo as pessoas idosas também são vítimas desta doença, embora não 
sejam as mais assistidas quando se trata da saúde emocional. E o número de pessoasidosas (com 60 anos ou mais) deverá aumentar de 962 milhões em 2017 para 1,4 
bilhão em 2030 e 2,1 bilhão em 2050. A população com mais de 60 anos está 
crescendo cerca de 3% por ano. Atualmente, 62% dos idosos vivem em países 
desenvolvidos e deverá se aproximar de até 80% até 2050. (ONU: 2019) Em 2015, a 
população com mais de 60 anos que apresentavam a doença era de 4 a 5% em 
homens e 5% a 8% em mulheres, cerca de 4% em ambas ao redor do mundo2. 
Sintomas da depressão podem surgir nos mais variados quadros clínicos, não 
incluindo apenas a alteração de humor, mas também diversas alterações cognitivas, 
psicomotoras e vegetativas. (PORTO: 1999) Na terceira idade o surgimento pode 
estar vinculado aos mais diversos casos, indo de problemas relacionados ao bem-
estar e estilo de vida até o desencadeamento psicológico resultante de outras 
complicações. (MINISTÉRIO DA SAÚDE: 2006, p.101-103) 
Como se pode observar, a depressão na terceira idade é algo comum, mas 
que pode muitas vezes ser evitada, principalmente com o aumento da divulgação de 
informações sobre o assunto. 
Por esse motivo, é importante saber as características de cada fase da vida 
humana. São elas: 
– Infância: uma fase marcada pela inocência. 
– Adolescência: é quando começamos a tomar consciência de quem somos, 
o que queremos e nossas preferências. 
 
 1 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders (tradução nossa) 
 2 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 
 
– Adulta: É uma longa fase, pode se dizer que começa no momento que 
saímos da escola, mas isso é relativo. É principalmente marcada pelo trabalho e pelas 
relações pessoais. 
– Velhice: É a fase final da vida, na qual o indivíduo já viveu a maioria de suas 
experiências únicas e onde, para muitos, é um momento de descanso de trabalho e 
de outros afazeres. 
Cada qual tem mais particularidades, que serão explicitadas nos capítulos a 
seguir. 
Por isso, esse trabalho visa apresentar como é a depressão na terceira idade, 
demonstrando seus fatores de risco biológico e social e a importância de se propagar 
informações sobre a doença na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I. A TERCEIRA IDADE 
Nesse capítulo será abordada a terceira idade que, como dito anteriormente, 
é a última das quatro fases que compõem o ser humano. A pirâmide etária abaixo 
(Gráfico 1) mostra que homens e mulheres de 15 a 44 são maioria no Brasil em 2020. 
 Gráfico 1 – População no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já no Gráfico 2, numa estimativa em 2100, a população brasileira diminui em 
30 milhões em relação a 2020. E é visível que a pirâmide tem uma modificação, na 
qual há um estreitamento da base e um aumento do topo, o que significa que até 2100 
é estimado que tenhamos mais Adultos e Idosos do que Crianças e Adolescentes. 
 
 Gráfico 2 – População nos anos 
 
Fonte: Population Pyramid, 2019 
 
1.1 FASES DA VIDA 
A vida humana é dividida em quatro fases. (ARAGUAIA)3 Cada fase da vida 
tem suas particularidades e objetivos específicos. Na infância, por exemplo, ainda não 
sabemos o que queremos. Na fase adulta, entretanto, somos cobrados pela sociedade 
e por nós mesmos, para termos um futuro e uma carreira de sucesso. Não é cabível 
comparar a vida de uma criança a de um adulto, e por isso ela é dividida em fases. 
 
1.2 INFÂNCIA 
A primeira fase da vida é a infância, que se inicia no nascimento e termina aos 
11 anos de idade. Nesse período da vida, o indivíduo passa por um processo de 
grande aprendizagem e novidades. É quando passamos a descobrir a vida em si, suas 
relações e individualidades. Porém, tudo nessa fase é descoberto de maneira artificial 
ou rasa, as coisas são mais simples e inocentes. Nessa fase, a criança é totalmente 
dependente de seus pais. Ainda assim, ela tem total direito e deve ser encorajada a 
aproveitar ao máximo esse momento, pois importantes traços de seu caráter 
começam a ser desenvolvidos nos seus primeiros anos de vida. (MINISTÉRIO DA 
CIDADANIA)3 
Pode se dizer que dentro da própria infância existe uma subdivisão, que seria 
dos primeiros meses até os 6 anos de idades, na qual é marcada por uma série de 
potencialidades. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 
BÁSICA: 2009, p. 32)4 
Na área legislativa foi apenas no período pós-industrial que a criança passou 
a ser apreendida com suas características e necessidades próprias. Surgiram, como 
consequência, as legislações que protegem seus direitos como descrevem a seguir. 
Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a carta magna 
internacional assinada pelo Brasil em 1990, entende-se por infância o período 
de vida de todo indivíduo com menos de dezoito anos de idade, “salvo se, em 
virtude da lei que lhe seja aplicável, tenha atingido antes a maioridade”. 
 
 
3 ARAGUAIA, Mariana. Fases da Vida. Escola Kids - UOL. 
4 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
 
Ainda de acordo com a convenção e conforme disposto na Declaração dos 
Direitos da Criança, “a criança, em virtude de sua falta maturidade física e 
mental, necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida 
proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento”. 
 
No Brasil, há ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que 
estabelece as normativas para o Estado e para a sociedade na garantia dos 
direitos das crianças e adolescentes. (USP apud EDUCAÇÃO INTEGRAL: 
2018) 
Atualmente, ainda há dúvidas se infância e adolescência são a mesma coisa, 
mas elas são fases distintas e cada uma tem sua particularidade.5 
 
 
1.3 ADOLESCÊNCIA 
A adolescência é a fase seguinte à infância. Segundo o ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), ela começa aos 12 (anos) e se encerra ao completar 18. 
(EISENSTEIN: 2005) Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) entende diferente. 
Ela define a adolescência em três partes: pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos; 
adolescência – dos 15 aos 19 anos completos; e, por fim, a juventude como um todo 
dos 15 aos 24 anos.6 
Também é uma fase marcada por muitas mudanças no corpo do indivíduo, 
seja ele do sexo masculino ou feminino. Isso se dá por conta da alteração acelerada 
dos hormônios, afetando diretamente o estado físico, mental, emocional, sexual e 
social, esse fenômeno biológico leva o nome de puberdade. (HERCOWITZ: 2015) 
Geralmente é durante esse período que o jovem começa a formar o seu caráter e sua 
personalidade, deste modo, mudanças repentinas de humor, por exemplo, se tornam 
comuns. 
Claro que algumas destas mudanças são completamente diferentes entre os 
sexos, porquanto alguns hormônios neles são distintos. Porém, existem alterações 
específicas que podem acontecer em ambos os sexos, como os exemplos a seguir: 
 
5 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 
6 Corpo do Menino. http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/corpo-do-menino Acesso em: 
5 de julho de 202 
 
— Agir impulsivamente, o que acontece porque o córtex pré-frontal não está 
totalmente desenvolvido, pois continua a se moldar durante a já citada puberdade 
(FONDELLO e SCIVOLETTO: 2018)7 
— Distanciamento dos pais, o que é necessário para os adolescentes 
desenvolverem uma visão própria de mundo e possam amadurecer como pessoas.5 
Além disso, existem hormônios que estão presentes tanto no corpo dos 
homens quanto no das mulheres, como prolactina, andrógenos e somatotrofina (o 
hormônio do crescimento), embora com diferentes quantidades médias para cada 
sexo. (ADOLESCÊNCIA) 6 
 
 
1.4 ADULTO 
Essa transição, da adolescência para fase adulta, é uma linha bem tênue, 
não há uma definição exata, varia de individuo para indivíduo. Agora, existem três 
fases da adolescência: início da adolescência entre 12 e 14 anos, adolescênciamédia entre 15 e 17 anos, e adolescência final de 18 a 25 anos. (UOL: 2013) 
No entanto, muitos adultos na faixa dos 30, 40, 50 anos ou mais começam a 
lutar contra estes distúrbios de novas maneiras quando adultos. A mudança 
de ambiente repentina junto a toda a responsabilidade e pressão social 
imposta, contribui ao desenvolvimento ou discorrimento de problemas 
médicos, e as perdas que são experienciadas à medida do envelhecimento 
podem afetar a forma como estes indivíduos se sentem e portam-se diante 
ao mundo a seu redor. Essas mudanças podem afetar tanto seu humor 
quanto sua estabilidade mental. (PSICO: 2013) 
A saúde mental de uma pessoa adulta pode ser alterada por muitas situações 
em sua vida, alguns dos mais comuns são problemas médicos, perdas pessoais, 
mudança de relacionamento com crianças e pais ou dificuldades em situações 
financeiras e no trabalho. (MACKINNON et al.: 2019) 
Para adultos com transtorno de humor, é comum o desenvolvimento da crise 
de meia idade onde o indivíduo busca se reconciliar com os problemas de sua vida, 
alterando sua mentalidade para superar o envelhecimento e problemas que causem 
estresse. Nessa fase, considerando os aspectos culturais da divisão sexual do 
 
7 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na 
adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 
 
trabalho e dos papéis de gênero os homens se concentram diretamente em suas 
realizações e em seu desejo de provar seu sucesso a outras pessoas ao seu redor, 
enquanto as mulheres tendem a se fixar em sua aparência física, atração sexual e no 
que podem fazer quando os deveres dos pais terminarem. 
 As pessoas que passam a vida dedicadas a cumprir suas aspirações e 
objetivos possuem menos probabilidade de adquirir uma crise de meia idade. 
Na transição para idades mais avançadas ocorrem mudanças de humor, mas 
não significa que o mal humor seja algo natural do envelhecimento.8 De fato, estudos 
mostram que a maioria dos idosos se sentem satisfeitos com a vida, apesar de serem 
mais suscetíveis a doenças ou problemas físicos. (BRILHO DO SOL: 2013) 
No entanto, mudanças importantes na vida que acontecem à medida que 
envelhecemos podem causar sentimentos de desconforto, estresse e tristeza. 
Por exemplo, a morte de um ente querido, passar do trabalho para a 
aposentadoria ou lidar com uma doença grave pode deixar as pessoas tristes 
ou ansiosas. Após um período de adaptação, muitos idosos podem recuperar 
seu equilíbrio emocional, mas outros não, e podem desenvolver cargas 
emocionais.5 
Porém, acontecem mudanças importantes na vida conforme envelhecemos, 
e isso pode acarretar sensações de desconforto, estresse e tristeza. Além disso, para 
evitar possíveis problemas físicos, manter uma dieta e exercícios regulares irá ajudar 
a manter uma qualidade vida que possa garantir uma vida mais saudável. (STELLA et 
al: 2002, p. 6) 
 
 
1.5 TERCEIRA IDADE 
 
De acordo com o ministério da saúde, atualmente na legislação brasileira uma 
pessoa que possui 60 ou mais de idade é considerada idosa. 
A terceira idade é caracterizada por diversas mudanças físicas que ocorrem 
em todo o organismo do indivíduo, assim alterando suas funções e comportamentos, 
pensamentos, ações e reações entre outras. Além dessas mudanças físicas que 
ocorrem no organismo do idoso, há também alterações aos seus papéis sociais que 
resultam em mudanças bio-psicológicas relacionadas ao avanço da idade. 
 
8 OLIVETO, Paloma. Solidão maltrata o corpo e a mente dos idosos. Correio 
Braziliense. 
 
O termo “Terceira Idade” foi criado pelo gerontologista francês Huet, do qual 
o início cronológico coincide com a aposentadoria (entre 60 e 65 anos). Diversas 
terminologias têm sido utilizadas para designar a terceira idade, apesar de que, para 
a maioria dos estudiosos, toda essa diversidade de expressões sejam eufemismos. O 
envelhecimento acontece em diferentes dimensões como: biológica, social, 
psicológica, econômica, jurídica, política e depende de diversos fatores ocorridos nas 
fases anteriores da vida, como as experiências vividas na família, na escola ou em 
outras instituições. 
 
 
1.5 PROBLEMAS RELACIONADOS A IDADE 
O idoso tem alteração de imunidade constante e maior risco de infecção, 
sendo assim, a chance de ter um melhor envelhecimento está ligada a hábitos 
saudáveis, tais como boas alimentações, higienização, questões e características 
pessoais. Nos próximos títulos falaremos sobre cada uma. 
Com o avanço da idade, muitas doenças acabam se tornando recorrentes, 
tais como doenças cardiovasculares (infarto, angina e insuficiência cardíaca, por 
exemplo) trazendo sintomas como falta de ar, dor no peito, inchaço e palpitações. 
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) também acaba se tornando parte da vida 
de alguns idosos, trazendo problemas como desmaio, tontura e paralisia súbita. 
Porém pode ser facilmente prevenido com atividades físicas regulares, abandono do 
tabaco e fumo, controlando a pressão das artérias, do peso e colesterol. 
O câncer é uma das doenças que mais atinge e agride pessoas da terceira 
idade, porém a gravidade depende do tipo diagnosticado, por isso a principal 
recomendação é consultar um médico para ter uma opinião profissional. Todavia, o 
sintoma mais comum é a perda de massa corporal (emagrecimento) sem explicação. 
Pneumonia, enfisema, bronquite crônica, infecção urinária, diabetes dentre 
outras doenças também podem ser desenvolvidos com a idade. Por isso, consultas 
rotineiras são necessárias para certificar que a saúde do idoso está nos conformes. 
Mais um exemplo de doença que está presente na terceira idade é a 
depressão. Porém, não significa que ela atinge apenas as pessoas desse núcleo. 
 
Especificamente nos idosos, ela se dá pelo fato da diminuição das atividades comuns, 
afastamento dos amigos e pessoas próximas perdendo contato com seu vínculo 
social, e por assim desenvolvendo a doença. Este assunto dos capítulos 2 e 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II. A DEPRESSÃO 
A depressão vem se tornando cada vez mais comum na atual sociedade em 
que vivemos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é a quarta doença mais 
comum da humanidade. Por muitos, considerada uma epidemia nos últimos anos. E 
ainda com tudo isso, com todos esses números, é uma doença silenciosa, da qual 
muitos sofrem e as pessoas ao seu redor acabam nem mesmo desconfiando. 
Adiante citaremos, com mais foco e detalhe, seu desenvolvimento e impactos 
no indivíduo. 
 
 
2.1 O QUE É DEPRESSÃO 
A depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e 
pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, 
acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo 
menos duas semanas. (OPAS/OMS: 2017) 
A depressão não é um sinal de fraqueza, e distingui-la da tristeza psicológica 
— aquela que é transitória e inerente à vida humana — podendo afetar qualquer 
pessoa em qualquer idade. A doença se divide em três graus: leve (distimia), 
moderado e grave. 
 
 
2.1.1 SINTOMAS 
Identificar os sintomas da doença pode não ser tão simples como parece, já 
que a mesma pode ser confundida com apenas uma tristeza corriqueira. A falta do 
diagnóstico correto pode agravar o quadro de depressão, expondo a pessoa a 
inúmeros riscos de saúde, é o que diz João Nolasco em entrevista à Agência Brasil.9 
Muitas pessoas com depressão não conseguem sentir emoções – incluindo 
luto, alegria e prazer – de forma normal. O mundo parece ter menos cores e menos 
vida. É possível que a pessoa deprimida esteja preocupada com intenso sentimento 
 
9 OLIVETO, Paloma. Solidão maltrata o corpo e a mente dos idosos. Acesso em 5 de 
julho de 2020 
 
de culpa e autodestrutivos e talvez não consiga se concentrar. Ela pode ter 
sentimentos de desespero, solidão e inutilidade. (CORYELL: 2018) 
Em entrevista concedida ao Dr. Drauzio Varella,o médico psiquiatra Ricardo 
Moreno, ao ser questionado sobre os sintomas mais característicos de um quadro 
depressivo, disse: 
São muitos os sintomas da depressão. Talvez o mais evidente seja o humor 
depressivo, que se caracteriza por tristeza e melancolia, acompanhado por 
falta de ânimo e de disposição, incapacidade de sentir prazer em atividades 
habitualmente agradáveis, alterações do sono e do apetite, pensamentos 
negativos, desesperança, desamparo. (MORENO: 2011. Grifo nosso) 
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (2005, 
Ibidem) os sintomas da depressão podem ser listados a seguir: 
— Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia; 
— Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as 
coisas; 
— Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades 
anteriormente consideradas agradáveis; 
— Desinteresse, falta de motivação e apatia; 
— Falta de vontade e indecisão; 
— Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, 
desamparo e vazio; 
— Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa 
autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, 
doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de 
morrer ou tentar suicídio; 
— Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica 
depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e seu mundo; 
— Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; 
— Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, 
mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido; 
— Perda ou aumento do apetite e do peso; 
— Muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas 
antes do horário. Habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono 
(dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo); 
— Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, 
como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, 
tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo 
pesado ou de pressão no peito, entre outros. 
Segundo Beck e Alford (2016, p.22), às vezes as principais queixas assumem 
uma mudança na forma das ações e reações da vida. O paciente pode, por exemplo, 
afirmar: “Eu não tenho mais objetivo algum”, “Eu não me importo mais com o que 
acontece comigo”, “Eu não vejo mais sentido em viver”.10 
 
 
 
10 T. BECK, Aaron; A. ALFORD, Brad. Depressão: Causas e Tratamento. Editora 
Artmed, 2016. p. 22. 
 
2.1.2 CAUSAS 
São diversas causas que desencadeiam a depressão. Entretanto, nem todas 
as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores 
que funcionam como gatilho para as crises. (DRAUZIO) 
Em entrevistas ao Brasil Telemedicina, médicos selecionam algumas causas 
para o desenvolvimento da doença: 
A depressão é uma doença multifatorial, causada, segundo a médica 
psiquiatra Giuliana Cividanes, mestre em Psiquiatria pela Universidade 
Federal de São Paulo (Unifesp), por fatores genéticos, biológicos e 
ambientais. [...] O médico homeopata e especialista em Nutróloga Médica, 
Silvio Laganá de Andrade, de São Paulo (SP), afirma que hoje também se 
considera a possibilidade de que o transtorno depressivo possa ser 
decorrente de uma pequena inflamação do cérebro, que ocasionaria 
deficiências no sistema neuro receptor, ou seja, mesmo com níveis 
adequados de neurotransmissores os indivíduos predispostos estariam mais 
suscetíveis à doença devido a essa falha. (BRASIL TELEMEDICINA: 2015) 
Vários fatores podem desempenhar um papel na depressão. Como em outros 
transtornos mentais, existem diversas causas, mas na doença em questão não se 
sabe exatamente. Segue algumas explicações segundo pesquisas médicas do Mayo 
Clinic: 
— Diferenças biológicas: Pessoas com depressão parecem ter alterações 
físicas em seus cérebros. O significado dessas mudanças ainda é incerto, mas pode 
eventualmente ajudar a identificar as causas. 
— Química cerebral: Neurotransmissores são substâncias químicas 
cerebrais de ocorrência natural que provavelmente desempenham um papel na 
depressão. Pesquisas recentes indicam que alterações na função e efeito desses 
neurotransmissores e como eles interagem com os neuro circuitos envolvidos na 
manutenção da estabilidade do humor podem desempenhar um papel significativo na 
depressão e no seu tratamento. 
— Hormônios: Alterações no equilíbrio hormonal do corpo podem estar 
envolvidas em causar ou desencadear depressão. As alterações hormonais podem 
resultar da gravidez e durante as semanas ou meses após o parto (pós-parto) e de 
problemas da tireoide, menopausa ou várias outras condições. 
— Traços herdados: A depressão é mais comum em pessoas cujos parentes 
sanguíneos também têm essa condição. Os pesquisadores estão tentando encontrar 
 
genes que podem estar envolvidos na causa da depressão. (MAYO CLINIC, grifo 
deles, tradução nossa) 
Muitas vezes se pensam que fatores sociais e psicológicos fazem parte das 
causas, porém é uma definição errada pois são consideradas consequências. 
(BVSMS: 2005) Em entrevista ao Dráuzio Varella o médico Ricardo Moreno cita alguns 
“gatilhos” que disparam o processo depressivo: 
Sabemos hoje que existe predisposição genética para a depressão. Os 
indivíduos nascem com vulnerabilidade para a doença, mas ela não se 
manifesta em todas as pessoas predispostas. Isso vai depender de vários 
fatores, chamados estressores, que funcionam como gatilho. Por exemplo, o 
estresse psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o 
estresse físico, certas doenças, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas 
e alguns medicamentos de uso contínuo podem precipitar os quadros. 
Entre as drogas lícitas destaca-se o álcool e entre as ilícitas, as estimulantes 
como a cocaína e a as anfetaminas. (MORENO: 2011. Grifo nosso) 
Segue na próxima página a Tabela 1 e Tabela 2 listada pelo site Manual Merck 
Sharp & Dohme Corp (MSD) baseada nas pesquisas do médico e professor William 
Coryell: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1 - Algumas causa de depressão (continua) 
Quadro Clínico Exemplos 
 
 
 
 
 
Distúrbios do cérebro e do sistema nervoso 
 
Tumores cerebrais 
Demência (nos estágios iniciais) 
Traumatismo craniano 
Esclerose múltipla 
Doença de Parkinson 
Apneia do sono 
Acidente vascular cerebral 
Convulsões parciais complexas que afetam o 
lobo temporal 
 
 
Câncer 
Câncer disseminado por todo o corpo 
(metastático) 
Câncer do pâncreas 
Doenças do tecido conjuntivo Lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus) 
 
 
 
 
 
 
Distúrbios hormonais 
Doença de Addison 
Síndrome de Cushing 
Diabetes mellitus 
Níveis elevados de hormônio da paratireóide 
(hiperparatireoidismo) 
Níveis baixos ou elevados de hormônio da 
tireoide (hipotireoidismo ou hipertireoidismo) 
Níveis baixos de hormônios pituitários 
(hipopituitarismo) 
Níveis baixos de testosterona (hipogonadismo) 
 
 
 
Infecções 
AIDS 
Gripe 
Mononucleose 
Sífilis (fase tardia) 
Tuberculose 
Hepatite viral 
Pneumonia viral 
 
 
 
 
 
Tabela 2 - Algumas causas de depressão (conclusão) 
Quadro Clínico Exemplos 
 
 
 
Transtornos mentais além dos transtornos do 
humor 
Transtornos devido ao uso de substâncias 
Transtorno de personalidade antissocial 
Transtornos de ansiedade 
Transtorno de personalidade limítrofe 
Demência nos estágios iniciais 
Esquizofrenia 
 
 
Transtornos alimentares 
Pelagra (carência de vitamina B6) 
Anemia perniciosa (uma forma de deficiência de 
vitamina B12) 
 
 
Outras doenças 
Doença arterial coronariana 
Fibromialgia 
Insuficiência renal 
Insuficiência hepática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicamentos 
Álcool 
Abstinência de anfetamina 
Anfotericina B 
Medicamentos antipsicóticos 
Betabloqueadores (alguns) 
Cimetidina 
Contraceptivos (orais) 
Corticosteróides 
Ciclosserina 
Terapia hormonal (estrogênio)Interferon 
Mercúrio 
Metildopa 
Metoclopramida 
Reserpina 
Tálio 
Vimblastina 
Vincristina 
Fonte: MSD Manuals, 2018 
 
 
Um grande agravante atualmente é o stress, a tensão gerada pela cobrança 
excessiva pelo ambiente competitivo em que vivemos.11 Mesmo assim a classe social, 
origem étnica e fatores culturais não exercem influência no aparecimento da doença.12 
 
 
2.2 DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas (que duram mais de 2 semanas 
e pelo menos 5 sintomas supracitados) e o histórico de vida do paciente. [...] Como o 
estado depressivo pode ser desencadeado por outras doenças, é importante 
estabelecer o diagnóstico referencial13: 
O diagnóstico diferencial é um método da medicina usada para identificar 
doenças por meio do processo de eliminação.14 Essa técnica pode se apoiar de 
exames de sangue, urina etc., os quais são pedidos pelo médico apenas para 
diferenciar a depressão das demais doenças.15 
É de extrema importância obter um diagnóstico médico preciso, para que o 
paciente possa receber o tratamento adequado com base nos seguintes 
testes/exames listados pelo Mayo Clinic: 
— Exame físico: O seu médico pode fazer um exame físico e fazer perguntas 
sobre sua saúde. Em alguns casos, a depressão pode estar ligada a um problema de 
saúde físico subjacente; 
— Testes de laboratório: Por exemplo, seu médico pode fazer um exame de 
sangue chamado hemograma completo ou testar sua tireoide para garantir que esteja 
funcionando corretamente; 
— Avaliação psiquiátrica: Seu profissional de saúde mental pergunta sobre 
seus sintomas, pensamentos, sentimentos e padrões de comportamento. Você pode 
ser solicitado a preencher um questionário para ajudar a responder a essas perguntas; 
 
11 SILVEIRA TELES, Maria Luiza. Oque é depressão. Editora Brasiliense, 2017. p. 9 
12 CORYELL, William. Depressão. MSD Manuals, 2018 
13 VARELLA, Drauzio. Depressão. Ob. Cit. 
14 VELHO, P. H. I. Diagnóstico diferencial: entenda a técnica. Hospital Moinho de 
Ventos. Acesso em: 29 de Abril de 2020 
15 NARDI, A. E. Depressão. Academia Nacional de Medicina. Acesso em: 29 de Abril de 
2020 
 
— DSM-5: Seu profissional de saúde mental pode usar os critérios para 
depressão listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-
5), publicado pela American Psychiatric Association. 
Normalmente o tratamento e diagnóstico é feito por médicos e psicólogos, 
mas o ideal é um psiquiatra (médico com foco em transtornos mentais) [...] é possível 
que durante as sessões de psicoterapia, o psicólogo perceba a presença da 
depressão. (RUPRECHT: 2018) 
Nenhum sinal ou sintoma psicopatológico é, por si, patognomônico. A 
confecção do diagnóstico deve levar em conta que os critérios da CID16 
apresentam certo grau de subjetividade, devendo-se evitar a 
psicologização, a medicalização e a farmacologização de sentimentos e 
condições humanas normais. (SUS-SC: 2015, p.05, grifo nosso) 
Pelo menos dois dos principais sintomas centrais e dois dos sintomas 
adicionais da Figura 1 abaixo, têm de estar presentes: 
 Figura 1 - Sintomas para o diagnóstico 
 
FONTE: iFightDepression17 
 
Segundo a CID (Classificação Internacional de Doença), dependendo da 
quantidade e intensidade, podemos classificar a depressão em 3 tipos: leve, 
 
16 CID: Classificação Internacional de Doença 
17 iFightDepression. Diagnosticar a Depressão. Acesso em: 29 de Abril de 2020 
 
moderado e grave. A seguir são listados a CID-10 que relaciona a Depressão (F32-
F33): 
— F32.0 Episódio depressivo leve: Geralmente estão presentes ao menos 
dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a 
presença destes sintomas, mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior 
parte das atividades; 
— F32.1 Episódio depressivo moderado: Geralmente estão presentes 
quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente e o paciente aparentemente tem 
muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina; 
— F32.2 Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos: Episódio 
depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a 
perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa. As ideias e os atos suicidas são 
comuns e observa-se em geral uma série de sintomas “somáticos”. 
Depressão de episódio único sem sintomas psicótico pode ter como 
consequências uma pessoa mais agitada; 
— F32.3 Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos: Episódio 
depressivo correspondente a descrição de um episódio depressivo grave (F32.2) mas 
acompanhado de alucinações, ideias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de 
estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se 
impossíveis; pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de 
desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter 
dominante do distúrbio afetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 TRATAMENTO 
O tratamento é essencialmente medicamentoso, existindo mais de 30 
antidepressivos disponíveis. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos 
episódios, nem cura a depressão. (BVSMS: 2005, Ibidem) 
No entanto, muitas pessoas com depressão também se beneficiam com a 
consulta de um psiquiatra, psicólogo ou outro profissional de saúde mental. 
[...] Se você tiver depressão grave, pode precisar de internação hospitalar ou 
participar de um programa de tratamento ambulatorial até que seus sintomas 
melhorem. (MAYO CLINIC, Ibidem) 
As consultas psicoterapêuticas citadas são normalmente indicadas para 
casos mais leves —pois respondem bem-. [...] “Há evidências de que a atividade física 
associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso 
importante para reverter o quadro de depressão.”18 
Para muitos a prática regular de exercícios ajuda a criar sentimentos positivos 
e superar a crise. (APA: 2017, tradução nossa)19 O tratamento depende da gravidade 
e do tipo de depressão: 
— Depressão leve: Terapia de suporte (incluindo visitas frequentes ao médico 
e educação) e psicoterapia; 
— Depressão moderada a grave: Medicamentos, psicoterapia ou ambos e, 
às vezes, eletroconvulsoterapia; 
— Depressão sazonal:20 Fototerapia. (CORYELL: 2018, Ibidem)21 
 
 
2.3.1 REMÉDIOS 
Existem diversos tipos de antidepressivos (medicamento usado para o 
tratamento da depressão). Eles incluem: 
— Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs); 
— Antidepressivos mais modernos; 
— Antidepressivos heterocíclicos; 
— Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs); 
 
18 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 
19 PAREKH, Ranna. Whats is depression? APA, 2017. 
20 Depressão relacionada a mudanças nas estações e redução da exposição à luz solar. 
21 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
 
— Medicamento similar à cetamina;21 
A química do cérebro contribui para o desenvolvimento da doença, e com os 
remédios podem ajudar a modificar essa química. O medicamento pode fazer efeitos 
nas duas primeiras semanas, mas os benefícios completos são vistos após 3 meses 
de uso. Psiquiatras recomendam a continuar tomando a medicação por seis ou mais 
meses após a melhora dos sintomas. (APA: 2017, tradução nossa)22 
A Mayo Clinic lista alguns tipos de antidepressivos a seguir: 
— Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs). Os médicos 
geralmente começam prescrevendo um SSRI. Esses medicamentos são 
considerados mais seguros e geralmente causam menos efeitos colaterais 
incômodos do que outros tipos de antidepressivos. Os ISRS incluem 
citalopram (Celexa), escitalopram (Lexapro), fluoxetina (Prozac), paroxetina 
(Paxil, Pexeva), sertralina (Zoloft) e vilazodona (Viibryd); 
— Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina 
(SNRIs). Exemplos de SNRIs incluem duloxetina (Cymbalta), venlafaxina 
(Effexor XR), desvenlafaxina (Pristiq, Khedezla)e levomilnacipran (Fetzima); 
— Antidepressivos atípicos. Esses medicamentos não se enquadram 
perfeitamente em nenhuma das outras categorias de antidepressivos. Eles 
incluem bupropiona (Wellbutrin XL, Wellbutrin SR, Aplenzin, Forfivo XL), 
mirtazapina (Remeron), nefazodona, trazodona e vortioxetina (Trintellix); 
— Antidepressivos tricíclicos. Esses medicamentos - como imipramina 
(Tofranil), nortriptilina (Pamelor), amitriptilina, doxepina, trimipramina 
(Surmontil), desipramina (Norpramin) e protriptilina (Vivactil) - podem ser 
muito eficazes, mas tendem a causar efeitos colaterais mais graves do que 
os mais novos antidepressivos. Portanto, tricíclicos geralmente não são 
prescritos, a menos que você tenha experimentado um SSRI primeiro sem 
melhora; 
— Inibidores da monoamina oxidase (MAOIs). Os MAOIs - como 
tranylcypromine (Parnate), phenelzine (Nardil) e isocarboxazid (Marplan) - 
podem ser prescritos, normalmente quando outros medicamentos não 
funcionaram, porque podem ter efeitos colaterais graves. O uso de MAOIs 
requer uma dieta rigorosa devido a interações perigosas (ou mesmo mortais) 
com alimentos - como certos queijos, picles e vinhos - e alguns medicamentos 
e suplementos de ervas. A selegilina (Emsam), uma MAOI mais recente que 
adere à pele como adesivo, pode causar menos efeitos colaterais do que 
outras MAOIs. Esses medicamentos não podem ser combinados com os 
ISRS; 
— Outros medicamentos: Outros medicamentos podem ser adicionados a 
um antidepressivo para aumentar os efeitos antidepressivos. O seu médico 
pode recomendar a combinação de dois antidepressivos ou a adição de 
medicamentos como estabilizadores de humor ou 
antipsicóticos. Medicamentos anti ansiedade e estimulantes também podem 
ser adicionados para uso a curto prazo.23 
A Tabela 3 a seguir relaciona três classes de antidepressivos com alguns 
remédios e seus respectivos efeitos colaterais: 
 
22 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na 
adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 
23 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 
 
Tabela 3 - Nomes de remédios para depressão 
Classe do 
Antidepressivo 
Nomes Efeitos Colaterais 
 
Antidepressivo tricíclicos 
Imipramina, 
Clomipramina, 
Amitriptilina, 
desipramina e 
Nortriptilina 
Boca seca, retenção urinária, 
prisão de ventre, delírios, 
sonolência, cansaço, pressão 
baixa e tonturas ao levantar-se. 
 
Inibidores seletivos da 
recaptação da serotonina 
Fluoxetina, 
Paroxetina, 
Citalopram, 
Escitalopram e 
Sertralina 
Boca seca, sonolência, produção 
excessiva de suor, tremores, 
prisão de ventre, diarreia, náusea, 
fadiga, dor de cabeça e insônia, 
disfunção sexual 
Inibidores da recaptação 
da serotonina e da 
noradrenalina 
Venlafaxina, 
Duloxetina e 
Mirtazapina 
Boca seca, insônia, nervosismo, 
tremores, sonolência, enjoos, 
vômitos, disfunção sexual, 
excesso de suor e visão turva 
Fonte: Tua Saúde24 
 
O custo inicial dos antidepressivos tricíclicos citados na Tabela 3 continuam 
com um preço mais acessível, mas se colocado em questão o tratamento, os 
antidepressivos modernos ficam mais baratos. (DE GOMES SOUZA: 1999) 
Seguindo no ramo de remédios, existem os naturais — tomados sob 
supervisão médica — sendo listados a seguir: 
— 5-HTP: Essa é uma substância naturalmente produzida pelo corpo e que 
participa na produção de serotonina, que pode estar diminuída por situações 
como estresse, falta de magnésio e resistência à insulina, por exemplo. Com 
a ingestão desse suplemento a quantidade de serotonina, conhecida como 
hormônio do prazer é aumentada e a pessoa se sente melhor e mais feliz. A 
dose recomendada varia entre 50 a 300 mg, até 3 vezes ao dia. 
— Damiana: Esta planta medicinal aumenta a circulação sanguínea, induz o 
relaxamento, alivia a depressão e combate a ansiedade. O exemplo de um 
suplemento que contém Damiana é o Argin-Max. A dose recomendada varia 
entre 400 e 800 mg, até 3 vezes ao dia. 
— Hipericão: É uma planta medicinal que ajuda no tratamento da depressão 
leve a moderada, sendo útil na manutenção do equilíbrio emocional, desde 
que seja usado por, pelo menos, 4 semanas. A dose indicada é de até 300 
mg por dose, sendo no máximo 3 doses ao dia. 
— Melatonina: Apesar de ser mais indicada para melhorar a qualidade de 
sono, a melatonina também ajuda a diminuir o mau humor, sendo uma boa 
ajuda para auxiliar o tratamento da depressão. A dose pode variar entre 0,5 
e 5 mg antes de dormir. (ABREU) 
 
24 TUA SAÚDE. Melhores remédios para depressão. Acesso em 30 de abril de 2020 
https://www.tuasaude.com/5htp-hidroxitriptofano/
https://www.tuasaude.com/damiana/
https://www.tuasaude.com/hipericao/
https://www.tuasaude.com/melatonina/
https://www.tuasaude.com/melatonina/
 
Importante esclarecer que mesmo desaparecendo os sintomas, como dito 
antes o correto seria continuar tomando o antidepressivo por um longo tempo ainda, 
interromper abruptamente ou a falta de doses da medicação sem consultar antes ao 
médico, podem causar abstinência ou um aumento repentino da doença (dependência 
física, diferente do vício).25 Pessoas com mais de 50 anos podem precisar tomá-los 
por até dois anos.26 
O avanço da pesquisa em psicofarmacologia de antidepressivos vem 
oferecendo aos pacientes substâncias com perfis farmacocinéticos, de tolerância e de 
interações com outras drogas bastante diferentes entre si. (HUPFIELD et al: 1999.) 
Os antidepressivos podem ser usados no tratamento de outras doenças além 
da depressão por possuírem efeitos que de alguma forma auxilia no tratamento, são 
mostrados na Tabela 4 alguns exemplos de doenças que se beneficiam do 
antidepressivo. 
 Tabela 4 - Usos de antidepressivos em outros distúrbios médicos (continua) 
Distúrbios que podem usar antidepressivos para o tratamento 
Anorexia Nervosa 
Ansiedade/pânico 
Bulimia 
Cataplexia/narcolepsia 
Déficit de atenção/hiperatividade 
Distúrbio obsessivo compulsivo 
Distúrbio do pânico 
Distúrbio do estresse pós-traumático 
Enurese 
Enxaqueca (profilaxia) 
Parar de Fumar 
Náusea com quimioterapia 
 
25 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 
26 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
 
Dor crônica 
Úlcera Péptica 
Urticária 
 FONTE: Brazilian Journal of Psychiatry (1999)27 
 
O principal aspecto negativo dos antidepressivos são os possíveis efeitos 
colaterais, variáveis de acordo com o antidepressivo, que podem vir a ocorrer em um 
paciente. Alguns desses medicamentos podem aumentar o ganho de peso, por isso o 
acompanhamento médico é inevitável. (GRIFFIN, tradução nossa)28 
Em alguns casos, crianças, adolescentes e jovens com menos de 25 anos 
podem ter pensamentos ou comportamentos suicidas ao tomarem antidepressivos.29 
Uma vez que pensamentos suicidas também são sintomas da depressão, o médico 
tem de se estar sempre avisado sobre os comportamentos do paciente, inicialmente 
essa conduta foi associada aos ISRSs.30 
Além da ganha de peso e pensamento suicida, outros efeitos podem aparecer, 
é o que diz o psiquiatra Ricardo Moreno em entrevista ao Drauzio Varella: 
Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, 
intestino preso; outros, tremor. Os mais recentes, os chamados 
antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, 
inquietação, náuseas e, às vezes, vômitos. No entanto, isso acontece com 
pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação, talvez 20% ou 
30% delas. (grifo nosso)31 
Mesmo que existem efeitos secundários, algumas estratégias podem ajudar 
a reduzi-los, mostrados na Tabela 5. 
Tabela 5 - Efeitos colaterais e estratégias para contorná-los (continua) 
Efeitos secundários frequentes: O que se pode fazer: 
Náuseas, boca seca Beber mais água, mastigar pastilha sem açúcar 
Tonturas, tensão baixa Atividade física moderada, duchas quentes-frios 
Obstipação Beber mais água, alimentosricos em fibras, exercício 
físico 
 
27 MORENO et al. Psicofarmacologia de antidepressivos. Brazilian Journal of 
Psychiatry 1999. Acesso em: 30 de Abril de 2020 
28 GRIFFIN, R. Morgan, Treatment-Resistant Depression: Your Continuum of Care. 
WebMD 
29 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 
 
30 Sigla ISRSs: Inibidores seletivos de recaptação da serotonina 
31 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 
 
Aumento de peso Comer melhor e menos; andar mais 
Disfunção sexual Peça conselho ao seu médico ex., redução da dose 
ou mudança de antidepressivo ou tomar medicação 
para recuperar a função sexual 
 Fonte: iFightDepression32 
 
 
 
2.3.2 TERAPIAS 
 
Existem diversos tipos de terapias, entre elas a mais comum é a 
Psicoterapia,33 usada sozinha para depressão leve e com medicamentos para 
depressão grave.34 Diferentes tipos de psicoterapia podem ser eficazes como a 
terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou terapia interpessoal, são usadas para 
solução de problemas.35 
A TCC ajuda a eliminar pensamento negativos e de desespero, se concentra 
nos papéis sociais passados e presentes da pessoa, identifica problemas com o modo 
como a pessoa interage com outras pessoas e oferece orientação.34 A psicoterapia 
pode ser individual ou em grupo (pessoas com a mesma doença), podendo ter 
resultados após 10 a 15 sessões.35 
Terapeutas podem explicar aos pacientes como os pensamentos podem criar 
sentimentos depressivos — sentimentos e pensamentos são fenômenos distintos. 
(LEAHY: 2009, p.9)36 As estratégias usadas nesse tratamento são três:37 
1) Foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos; 
2) Foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros; e 
 
32 iFightDepression. Efeitos secundários dos antidepressivos. Acesso em: 30 de Abril 
de 2020 
33 Tipo de terapia cuja finalidade é tratar os problemas psicológicos. 
34 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
35 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na 
adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 
36 LEAHY, Robert L. Cognitive therapy techniques: a practitioner's guide. Guilford 
Press, 2003. p. 9, tradução nossa 
37 BECK, Judith S. Cognitive Therapy: Basics and Beyond. Guilford Publications, 1995. 
P. 302-303, tradução nossa 
 
3) Mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da 
situação problema. 
A psicoterapia pode ajudá-lo: 
— Ajustar a uma crise ou outra dificuldade atual; 
— Identificar crenças e comportamentos negativos e substitua-os por 
saudáveis e positivos; 
— Explorar relacionamentos e experiências e desenvolver interações 
positivas com outras pessoas; 
— Encontrar maneiras melhores de lidar e resolver problemas; 
— Identificar problemas que contribuem para a sua depressão e mude 
comportamentos que pioram; 
— Recuperar um sentimento de satisfação e controle em sua vida e ajude a 
aliviar os sintomas de depressão, como desesperança e raiva; 
— Aprender a estabelecer metas realistas para sua vida; 
— Desenvolver a capacidade de tolerar e aceitar a angústia usando 
comportamentos mais saudáveis. 38 
Ainda nas terapias, existe a Eletroconvulsoterapia (ECT) usada no 
tratamento de depressão grave, sobretudo, quando se tratam de pessoas psicóticas, 
que fazem ameaças de suicídio ou se recusam a comer.34 O paciente recebe 
estímulos elétricos no cérebro sob anestesia durante 6 a 12 semanas ou cinco a sete 
sessões.35 
Abaixo são listados alguns benefícios da ECT: 
— A ECT tem índices de eficácia que chegam a 90%. Além disso, estudos 
demonstram sua superioridade em relação a tratamentos com 
medicamentos, que apresentam eficácia entre 60 e 70%. Nos casos de 
episódios depressivos primários, ou seja, onde há ausência de transtornos 
mentais comórbidos e ausência de doenças físicas, a taxa de remissão é 
estimada entre 80 e 90%; 
— A Eletroconvulsoterapia é um tratamento de resposta rápida (em geral, 
após oito aplicações); 
— A ECT é um tratamento seguro, realizado em ambiente hospitalar e com 
alta no mesmo dia; 
— As aplicações de ECT são realizadas por médicos psiquiatras e, a cada 
sessão, é avaliada a evolução do tratamento; 
— Após a fase inicial da Eletroconvulsoterapia (de aproximadamente doze 
sessões), o psiquiatra avalia se haverá e qual será o programa de 
manutenção. (ROSA) 
Existe ainda a fototerapia (banhos de luz), nela “o paciente é exposto à luz 
brilhante por cerca de 15 a 30 minutos. Os olhos são mantidos abertos, embora não 
fiquem voltados diretamente para a luz, mas é através deles que a luz atua sobre a 
glândula Pineal e o Núcleo Supraquiasmático, localizado no Hipotálamo, provocando 
a inibição e a liberação de melatonina e de serotonina.” (OIEDUCA) 
 
38 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders. Acesso em 29 de Abril 
de 2020 
 
Os banhos de luz são recomendados para pacientes com depressão 
sazonal39 ou depressão de inverno. Mas sempre se recomenda a terapia com o 
próprio sol, de modo natural.4 
Ainda uma terapia que estimula o cérebro, é a estimulação magnética 
transcraniana repetitiva (EMT), nela uma bobina eletromagnética colocada na 
cabeça envia pulsos eletromagnéticos para estimular as células nervosas que causam 
a regulação do humor.40 Os efeitos colaterais são dores de cabeça e desconforto na 
área onde a bobina foi posicionada.41 
O sucesso do tratamento é medido pela redução ou pelo desaparecimento 
dos sintomas da depressão. De acordo com os resultados, pode ser também 
possível reduzir ou até mesmo suspender os medicamentos antidepressivos. 
(DE ANDRADE e JACOBSEN: 2015) 
A última terapia que estimula o cérebro é a estimulação no nervo vago 
(VNS), a qual pode reduzir as crises, usada geralmente em último caso.42 
Implanta-se um dispositivo semelhante a um marca-passo cardíaco 
(estimulador do nervo vago) sob a clavícula esquerda e liga-se ao nervo vago 
no pescoço com um cabo sob a pele. (O par de nervos vagos sai do tronco 
encefálico, localizado na base do crânio, passa pelo pescoço e nas laterais 
do tórax e abdômen até chegar a órgãos, como o coração e os pulmões.) O 
aparelho é programado para estimular periodicamente o nervo vago por meio 
de um sinal elétrico indolor.41 
 
 
 
 
2.3.3 PREVENÇÃO 
Alguns tipos de depressão não podem ser evitados, já que estudos científicos 
revelam que eles podem ser causados pelo mau funcionamento do cérebro. 
(MINHAVIDA: 2007) A seguir são listados segundo estudos, hábitos simples que 
podem ajudar na prevenção: 
Dormir bem: quanto melhor é a noite de sono, ficamos menos propensos a 
desenvolver depressão; 
Exercitar-se: 30 minutos de exercícios físicos moderados aumentam os 
níveis de substâncias ligadas à sensação de bem-estar; 
Meditar: como a meditação ativa áreas do cérebro ligadas à felicidade, 
também é uma arma importante contra ansiedade e depressão; 
 
39 Depressão causada pelo clima, normalmente em estações frias. 
40 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 
41 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
42 ABE (Associação Brasileira de Epilepsia). Estimulador de nervo vago. Acesso em 30 de 
Abril de 2020 
 
Encontrar uma paixão: hobbies ou atividades que dão extremo prazer 
ajudam a atravessar fases difíceis, pois são motivadoras e proporciona 
realização pessoal; 
Controlar as taxas de açúcar: corpo e mente estão intimamente ligados. 
Quedas e altas na taxa de açúcar no organismo (hipoglicemia e hiperglicemia 
respectivamente) têm a capacidade de alterar o nosso humor. Se isso ocorrer 
repetidamente, pode levar a um quadro de depressão. (DE ALBUQUERQUE: 
2017) 
Além disso são listados a seguir dicas da Clinic Mayo: 
— Simplifique sua vida. Reduza as obrigações sempre que possível e 
defina metas razoáveis para si mesmo. Permita-se fazer menos quando se 
sentir triste; 
— Escreva em um diário. O registro no diário, como parte do seu tratamento,pode melhorar o humor, permitindo que você expresse dor, raiva, medo ou 
outras emoções; 
— Leia livros e sites de autoajuda respeitáveis. Seu médico ou terapeuta 
pode recomendar livros ou sites para leitura; 
— Localize grupos úteis. Muitas organizações, como a Aliança Nacional 
para Doenças Mentais (NAMI) e a Aliança para Depressão e Bipolar, 
oferecem educação, grupos de apoio, aconselhamento e outros recursos 
para ajudar na depressão. Programas de assistência a empregados e grupos 
religiosos também podem oferecer ajuda para problemas de saúde mental; 
— Não fique isolado. Tente participar de atividades sociais e se reúna 
regularmente com familiares ou amigos. Grupos de apoio a pessoas com 
depressão podem ajudar você a se conectar com outras pessoas que 
enfrentam desafios semelhantes e compartilhar experiências; 
— Aprenda maneiras de relaxar e gerenciar seu estresse. Exemplos 
incluem meditação, relaxamento muscular progressivo, ioga e tai chi; 
— Estruture seu tempo. Planeje seu dia. Você pode achar que é útil fazer 
uma lista de tarefas diárias, usar notas como lembretes ou usar um planejador 
para se manter organizado; 
— Não tome decisões importantes quando estiver deprimido. Evite tomar 
decisões quando estiver deprimido, pois você pode não estar pensando 
claramente.43 
Setembro amarelo é uma grande campanha de prevenção a transtornos 
mentais. Um mês dedicada ao auxílio para pessoas que estão com a doença ou 
podem vir a desenvolver ela. (PSIQUIATRIA PAULISTA: 2019) Para isso existem 
canais de atendimento para pessoas desabafarem emocionalmente, é o chamado 
Centro de Valorização a Vida ou CVV, com um canal de atendimento 24h, o 188. 
 
 
 
 
43 MAYO, Clinic. Depression and Others Common Disorders. Acesso em 30 de Abril de 2020 
 
2.4 DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO 
Para a psicóloga Glória Maria (2014), tristeza e depressão não são iguais, 
enquanto um é apenas o sentimento, afeto, o outro é uma situação de adoecimento, 
uma tristeza que não melhora, um vazio que persiste. 
Quando se está triste o mundo parece vazio e sem sentido, já na depressão 
é a gente que se sente vazio e não temos uma importância para se estar vivo.44 Para 
Freud (1917, p.08-12), a tristeza é melancólica com um desânimo profundo, já a 
depressão é um sintoma que pode estar presente em qualquer estrutura psíquica. 
A tristeza é um sentimento momentâneo, considerado saudável e até 
importante pelos médicos, mas se ela não passa e começa a surgir outros 
sentimentos, pode ser um claro sintoma de depressão. (EDICASE: 2017, p. 4) No livro 
“A tristeza transforma, a depressão paralisa’’, Botega (2018, p.68-69) diz sobre a 
dificuldade de diferenciar os dois em situação de luto. 
Diferente da tristeza, um processo normal para elaborar perdas, o grave 
aprofundamento da tristeza conhecido como depressão é patológico e grave. 
Enquanto um vai e volta sem maiores danos para pessoa, a outra é uma 
doença grave. (DAMETTO: 2015, p. 9) 
O centro de saúde mental Lindner Center of HOPE, em 2013, listou algumas 
características para distinguir os dois sentimentos, são elas: 
Duração: Para ser considerado depressivo, um indivíduo deve apresentar 
sintomas significativos por pelo menos duas semanas de forma 
contínua. Indivíduos que estão se sentindo um pouco "deprimidos" 
geralmente afastam esses sentimentos em alguns dias, se não horas. A 
sensação de "desabafar" que todos nós tivemos é digna de nota por ser 
temporária. Sem tratamento, a depressão verdadeira, por outro lado, pode 
durar meses ou anos, ou pode ocorrer com frequência. 
Intensidade: Além de durar mais tempo, a verdadeira depressão clínica 
também é mais intensa do que um caso de "tristeza". Geralmente, as pessoas 
que estão se sentindo "blue"45 ou "deprimidas" conseguem realizar suas 
atividades diárias regulares. Indivíduos com um episódio de depressão 
geralmente não conseguem funcionar normalmente. A depressão interfere no 
trabalho, relacionamento e atividades diárias. Em casos extremos, a 
depressão pode levar a sentimentos de total desesperança e pensamentos 
ou atos suicidas. (tradução nossa) 
O blog Dr. Consulta em 2017 também destacou as principais disparidades que 
devem ser conhecida para a avaliação se é ou não depressão: 
 
44 ARAGUAIA, Mariana. Fases da Vida. Escola Kids - UOL. 
45 Decidimos deixar a palavra original, por não possuir tradução equivalente para o 
português. 
 
Motivação: A primeira delas está relacionada ao motivo da emoção. É 
possível apontar uma causa específica que justifique a tristeza? Por exemplo: 
a pessoa perdeu o emprego, um ente querido está doente ou faleceu, um filho 
se mudou para uma cidade distante, brigou com um amigo etc.? Se houver 
uma causa definida, as chances são grandes de ser apenas tristeza. Se tudo 
vai bem na vida, mas a pessoa ainda assim está triste, é um sinal de alerta: 
pode ser uma depressão. 
Tempo: Outro marcador é o tempo. Normalmente, as tristezas costumam 
passar depois de aproximadamente dois meses. É claro que cada pessoa 
tem um tempo diferente para processar emoções. No entanto, passados três 
meses, se a tristeza não for diluída, outro sinal de depressão. 
Cansaço: Um dos principais sintomas da depressão é a fadiga crônica. A 
pessoa pode não ter mais atividades do que o normal, mas, mesmo assim, 
ela se sente incapacitada de realizar as tarefas normais do dia a dia. Na 
tristeza, isso raramente acontece. 
Insônia: Apesar da constante fadiga, é comum a pessoa deprimida também 
apresentar insônia. Não importa o quanto o dia foi cansativo, quem está 
deprimido simplesmente não consegue dormir. A falta de sono pode ser, 
portanto, um indício da depressão. 
Genética: Enquanto todas as pessoas estão sujeitas a momentos de tristeza 
ao longo da vida, a depressão tem um componente genético. 
Estresse: Além disso, fatores crônicos, como o estresse e a tristeza do 
cotidiano, também podem levar à depressão. O mais perigoso é quando o 
estresse de intensidade moderada continua por tempo prolongado — superior 
a seis meses. 
 
 
2.5 TIPOS DE DEPRESSÃO 
Existem diversos tipos de depressão, são normalmente relacionados a sua 
origem. 
O tipo clássico de depressão e o mais comum é o transtorno depressivo maior 
(depressão unipolar), ela é caracterizada pelo humor sombrio e perda de interesse e 
prazer, incluindo também diversos problemas para dormir, alterações no apetite ou no 
peso, perda de energia, geralmente tratada com psicoterapia. 
A distimia (transtorno depressivo persistente) é um tipo de depressão crônica 
que chega a durar pelo menos dois anos, porem ela não pode atingir a intensidade de 
depressão maior. Os sintomas mais comuns dessa depressão é a tristeza e ficar 
cabisbaixo, mesmo realizando tarefas do dia a dia. 
Há outros dois tipos de depressão sendo eles o transtorno afetivo sazonal e a 
depressão pós-parto ou perinatal, esse como já diz o nome pode ocorrer durante a 
gravidez ou até mesmo 12 meses após o parto, afeta uma a cada sete mulheres que 
dão à luz, podendo atingir o bebe e a mãe, com sintomas de tristeza, ansiedade e 
 
exaustão, já o transtorno afetivo sazonal é uma depressão que surge no inverno, 
quando a incidência de luz solar é baixa, vem acompanhada com retraimento social, 
aumento do sono e ganho de peso. O tratamento é feito com terapia com luz citada 
no capítulo de terapias. 
Antes conhecidas como doença maníaco-depressiva o transtorno bipolar são 
caracterizados pelo humor extremamente alto-eufórico ou irritável. 
Um outro transtorno mental é a psicótica que ocorre quando a pessoa tem 
depressão grave e psicose (delírios, alucinações), esses sintomas levam junto com si 
sentimento de culpa, pobreza ou doença. 
Além desses há outros 3 transtornos, sendo eles, o disfórico pré-menstrual 
(TDPM) que começa após a ovulação e termina quando a menstruação começa e isso 
ocorre por conta da baixa de estrógeno. Transtorno disruptivo de desregulação do 
humor, ocorre principalmente naadolescência e infância, caracterizada por explosões 
de raivas, comportamento e linguagem agressivas. E por última tem o transtorno 
depressivo induzido por substância/ medicamente, esse transtorno está associada a 
ingestão, injeção ou inalação de uma substância causando a abstinência. 
 
2.6 DEPRESSÃO E O SUICÍDIO 
O suicídio atualmente ainda é tratado como tabu, a prevenção é de suma 
importância no enfrentamento desta problemática na sociedade moderna, pois sabe-
se da importância da avaliação dos fatores de risco e de proteção (BARBOSA, et. al.: 
2011) 
O estigma, particularmente em torno de transtornos mentais e suicídio, faz 
com que muitas pessoas que estão pensando em tirar suas próprias vidas ou 
que já tentaram suicídio não procurem ajuda e, por isso, não recebam o 
auxílio que necessitam. A prevenção não tem sido tratada de forma adequada 
devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde 
pública. Em diversas sociedades, o tema é um tabu e, por isso, não é 
discutido abertamente. Até o momento, apenas alguns países incluíram a 
prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 38 países relatam 
possuir uma estratégia nacional para isso.46 
Assim como a depressão, o suicídio vem sendo considerado um grave 
problema de saúde pública, uma vez que representa uma questão que se 
agrava a cada dia, traduzindo-se em índices extremamente significativos. O 
comportamento suicida é classificado, com frequência, em três categorias: 
 
46 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
 
ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. (VIEIRA e 
COUTINHO: 2008, grifo nosso) 
Nas pessoas com depressão grave, cerca de 15% se suicidam. (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, P. 33) 
A importância do tratamento da depressão para prevenção do suicídio é 
extremamente importante. Um estudo realizado em Gotland, uma ilha da 
Suécia, é um bom exemplo de como uma intervenção que incluiu capacitação 
de profissionais, visando à maior detecção e ao tratamento adequado da 
depressão, pode reduzir o número de suicídios. Dois anos após o início do 
projeto, houve redução de 60% no coeficiente de mortalidade por suicídio. 
(CHACHAMOVICH, STEFANELLO ET AL.: 2009) 
Estima-se que cerca de 20% dos suicídios globais acontecem por auto 
envenenamento com pesticidas, dos quais a maioria ocorre em zonas rurais 
de países com baixa e média renda. Outros métodos recorrentes são 
enforcamento e uso de armas de fogo. (PAOPAS/OMS: 2018)47 
Um estudo recente revelou um aumento de 24% entre os anos de 2006 e 2015 
na taxa de suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos, 41% disse conhecer alguém 
que se suicidou. Os homens, no entanto, são os mais vulneráveis, uma vez que eles 
se dizem envergonhados em se abrir sobre a doença. (JAEN-VARAS et al: 2019) 
Depressão é o diagnóstico mais comum em suicídios consumados, na Tabela 
6 estão algumas frases ditas por pessoas que estão com pensamento suicidas. 
 Tabela 6 – Sentimentos e pensamentos de pessoas suicidas 
Sentimentos: Pensamentos 
Tristeza, depressão “Eu preferia estar morto” 
Solidão “Eu não posso fazer nada” 
Desamparo “Eu não aguento mais” 
Desesperança “Eu sou um perdedor e um peso pros outros” 
Auto-desvalorização “Os outros vão ser mais felizes pros outros” 
Fonte: OMS 2000 
 
Expressões, sintomas e perturbações podem ser um indicador de possível 
suicídio, é muito importante levar sempre em consideração. (CUNHA: 2013) Está 
envolvida em mais de 50% das tentativas de suicídio e em uma porcentagem ainda 
maior de suicídios consumados. (CLAYTON: 2018)48 
Nunca se deve ignorar um pensamento suicida, ignorando-os como por 
exemplo, dizer a eles: 
— Você está exagerando, não é tal mal assim. 
 
47 OPAS/OMS. Folha Informativa – Suicídio. 2018 
48 CLAYTON, Paula J. Comportamento Suicida. 2018 
 
— Todos temos problemas, você precisa reagir. 
— Sei o que você está passando, já me senti assim, também.49 
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (APB), 90% estão 
ligados a doenças como depressão, o transtorno por uso de substâncias, a 
esquizofrenia e os transtornos de ansiedade. (ROSA, 2019) Além disso, os 
antidepressivos aumentam discretamente a frequência de pensamentos suicidas e 
tentativas de suicídio (mas não de suicídios consumados).50 
Desde 2015, existe a campanha Setembro Amarelo, mês dedicado a 
prevenção do suicídio, ainda existem canais de atendimento como CVV. 
 
 
2.7 CURA? 
O psiquiatra acredita na cura com tratamento de início imediato e apoio 
familiar e de amigos [...] O primeiro passo para vencer é querer e apostar que é 
possível sair. (ON LINE EDITORA) 
Se partirmos do princípio de que a grande fonte da depressão é um conjunto 
de pensamentos negativos e persistentes, podemos dizer que a correção e 
suavização desses esquemas pode aliviar bastante o quadro depressivo. 
(LEAO: 2019) 
A depressão tem cura somente quando tratada em todos os aspectos 
neurológicos e psicológicos, como os medicamentos e terapias. (SBIE: 2019) Ouvir 
pessoas com depressão e desabafar é uma etapa libertadora e que pode ajudar muito, 
como toda doença ela precisa de diagnóstico e tratamento. (COSENZA: 2019) 
 
 
 
 
 
 
 
49 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 
50 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 
 
CAPÍTULO III. DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE 
Agora que já foi aprofundado mais abertamente o que é a terceira idade e o 
que é a depressão, vamos entender como são os casos de depressão na terceira 
idade com a finalidade de exemplificar e propor possíveis soluções para o problema. 
A depressão é uma doença que foi classificada como “crise global” pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela alerta que a depressão entre idosos lidera 
o ranking de diagnósticos. Especificamente, a taxa que lidera no mundo com o maior 
índice de diagnósticos seria a relacionada a idosos entre 70 e 74 anos. (REPÓRTER 
BRASIL: 2019) 
No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente, de 2013, identificou 
que 11,2 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Segundo os dados do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de pessoas na faixa dos 60 a 64 
anos lidera o ranking, com 11,1% dos indivíduos diagnosticados. Embora para alguns 
especialistas esses números sejam comuns, a depressão entre idosos está longe de 
ser ‘’normal’’51. 
Esse crescimento da doença pode estar ligado diretamente a fatores da vida 
dos idosos. O registro de denúncias de abandono por idosos cresce semestre após 
semestre. Do primeiro semestre de 2014 para o primeiro de 2015, cresceu em mais 
de 2 mil casos e isso tem se tornado um padrão. As denúncias de dano ao idoso não 
se resumem em abandono, a negligência ou abandono corresponde à maior parte das 
denúncias, apontada em 77,6% dos casos. Em seguida, estão registros de violência 
psicológica (51,7%), abuso financeiro (38,9%) e violência física (26,5%). (CANCIAN: 
2015) 
Milhares de idosos sofrem todos os dias com a falta de respeito, isso parte 
não só das pessoas que convivem em seu cotidiano, mas também dos servidores 
públicos, em estudo, foi constatado que o desrespeito com pessoas da terceira idade 
vem acontecendo muito nos meios de transportes públicos e em filas de atendimento 
preferencial. Um a cada quatro idosos avalia que esses serviços não são respeitados 
 
51 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros de 60 a 64 anos. Correio 
Braziliense. Acesso em: 2 de setembro de 2020 
 
no país, em levante feito pelo Datafolha, publicado no jornal Folha de São Paulo. 
(CENTRAPE: 2018)52 
Tendo em vista que até 2034 os idosos devem atingir 15% da população 
brasileira (IBGE) esses problemas devem ser solucionados para garantir uma melhora 
na qualidade de vida do idoso, não só os do futuro, como os de hoje também. 
(COMUNICARE: 2019)53 
Na terceira idade é difícil diagnosticara depressão porque a tristeza não é sua 
principal característica. Para o psiquiatra gerontólogo Eduardo Nogueira: 
Enquanto a tristeza nem sempre está presente nos idosos deprimidos, há 
outras características que merecem atenção, como apatia, redução de 
contato social e negativismo. (OLIVETO: 2017) 
Para Nogueira, nesses casos é muito comum a doença se manifestar de forma 
silenciosa, sem a trazer consigo a tristeza, porém aparecendo no idoso que fica muito 
silencioso. Na matéria, é dado o exemplo da perita criminal aposentada Raimunda de 
Barros Rebelo Rocha, de 79 anos. Sempre muito animada, brincalhona e fã de um 
shopping center, há três anos ela começou a perder o interesse por tudo, ela diz: 
Não tinha prazer em mais nada. Não ligava nem para o marido, nem para o 
filho. Não queria mais comer, não queria mais fazer compras. Eu não tinha 
vontade de morrer, mas também não tinha de viver. 54 
Em seu relato, ela conta que ao sair de casa, se sentia ainda pior, se sentia 
extremamente sozinha e angustiada. Recorreu a ajuda dos familiares e diz que 
atualmente suas vontades voltaram a aparecer, e alegria da vida junto. 
Outro fator que foi levantado, é a “viuvez”. Generalizando, a perda de entes 
queridos. Na fase final da vida, os idosos vão vendo pessoas com as quais viveram a 
vida toda, desde irmãos, primos, maridos e esposas, partirem. Esses fatores têm 
grande impacto em seu psicológico. 
É o caso da servidora aposentada Nilça Tavares de Albuquerque de 75 anos, 
que se sentiu extremamente deprimida ao perder seu marido, com quem era casada 
por 5 décadas. Afundada em tristeza e angústia, ela foi diagnosticada com depressão. 
Em seu relato, ela diz: 
Agora é aguardar a minha hora também. Não tenho expectativa de muita 
coisa, não. A gente com 75 anos não tem mais muita grandeza no mundo 
para passar. Não é só a falta dele (do marido). É a idade da gente. 
 
52 CENTRAPE. Desrespeito aos idosos. Acesso em:1 de outubro de 2020 
53 COMUNICARE. Entenda qual o cenário do envelhecimento no Brasil. Acesso em: 1 de 
outubro de 2020 
54 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros entre 60 e 64 anos. 
Correio Braziliense. Acesso em: 2 de Setembro de 2020 
 
Essa visão pessimista e o desânimo são traços característicos da depressão 
que podem colocar em risco a saúde do idoso, segundo a Psicóloga Raquel Cohen, 
que atua como pesquisadora da Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, esse sentimento pode fazer com que o idoso tenha 
menor possibilidade de buscar um tratamento ou hábitos que garantam uma 
melhora.55 
Um fator relevante é que, para o Brasil, estima-se que em 2045 teremos um 
número maior de idosos do que o número de crianças. Esse processo de 
envelhecimento populacional tem sido grande responsável pelo aumento de doenças 
nessa população, principalmente as doenças psiquiátricas, como a de foco do nosso 
trabalho, a depressão. 
Em uma pesquisa realizada, que foi submetida e aprovada pelo Comitê de 
Ética em Pesquisa na Área da Saúde (CEPAS) da Universidade Federal de Pelotas 
(Processo 320.865/2013), foi constatado que, nessa região, a cada 5 idosos um 
possuía depressão. (GULLICH, et al: 2006) 
Pouco mais da metade (54%) pertencia ao sexo feminino e, na sua grande 
maioria (93%), os indivíduos eram de cor da pele branca; pelo menos 7 em 
cada 10 eram casados, 10% não sabiam ler nem escrever, 53% de suas 
famílias possuíam renda mensal de pelo menos 3 salários mínimos e 96% 
deles recebiam aposentadoria. Ainda, nessa mesma tabela, é possível 
verificar que 8% eram fumantes, ou seja, haviam fumado pelo menos 1 
cigarro por dia nos últimos 30 dias; 28% praticaram alguma atividade física 
nos últimos 7 dias; e 81% referiram participar regularmente de alguma 
atividade de lazer. Por fim, 78% disseram usar diariamente algum tipo de 
medicamento, dois terços haviam se consultado com médico nos últimos 3 
meses e cerca de 1 em cada 4 havia sido hospitalizado ou tido alguma queda 
nos últimos 12 meses. Cerca de dois em cada três deles afirmaram, segundo 
diagnóstico feito por médico, ser portadores de hipertensão arterial sistêmica, 
diabetes mellitus e/ou depressão.56 
Esses dados e relatos geridos de pesquisas que foram apresentadas 
anteriormente neste capítulo reforçam que fatores externos têm grande impacto na 
incidência da depressão na vida dos idosos. É destacado em muitos deles, como o 
abandono da família, a perda de um cônjuge ou até deficiência no corpo, perda de 
ação de algum membro e até mesmo aposentadoria podem ter grande impacto no 
psicológico de um idoso, fazendo com que ele se isole e desenvolva uma depressão 
silenciosa. 
 
55 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros entre 60 e 64 anos. 
Correio Braziliense. Acesso em: 2 de Setembro de 2020 
56 GULLICH, et al. Depressão entre idosos: um estudo de base populacional no Sul do 
Brasil. Scielo, 2016 
 
3.1 TRATAMENTO CLÍNICO 
Quando se trata do tratamento, existem algumas possibilidades, por isso, 
existe grande dúvida da eficácia de cada prática. Na parte clínica, iremos abordar os 
principais tratamentos e seus processos. 
O tratamento da depressão no idoso tem por finalidade reduzir o sofrimento 
psíquico causado por esta enfermidade, diminuir o risco de suicídio, melhorar 
o estado geral do paciente e garantir uma melhor qualidade de vida. O 
tratamento da depressão, como também de outras doenças 
neuropsiquiátricas no idoso, constitui um desafio que envolve intervenção 
especializada. (STELLA et al: 2002, p.04) 
No início do tratamento clínico, o objetivo é identificar os sintomas principais 
presentes. Também é destacado uma análise se o paciente não possui receita com 
outro remédio para tratar alguma doença que pode estar relacionada com a 
depressão. Esses remédios que amenizam a insônia, a hipertensão ou anti-
inflamatórios podem estar ligados ao aparecimento de sintomas depressivos.57 
Como citado anteriormente no trabalho, é analisado também fatores 
psicossociais dos pacientes a fim de um tratamento mais detalhado. Quando se trata 
do tratamento especificamente, existem dois tipos de abordagem. A inicial é a 
psicoterapêutica, que é realizada por terapeutas especializados em idosos. 
A intervenção psicoterapêutica, preferencialmente com profissionais 
especializados em idosos, ajuda a identificar os fatores desencadeadores do 
processo depressivo, contribuindo para a orientação dos familiares, dos 
cuidadores e do próprio paciente. Atividades do tipo terapia ocupacional, 
participação em atividades artísticas e de lazer também têm seu papel no 
tratamento do idoso deprimido. A intervenção psicoterapêutica, 
particularmente indicada para idosos, é a modalidade denominada de 
psicoterapia breve. Esta modalidade, além de minimizar o sofrimento psíquico 
do paciente, ajuda o idoso deprimido a reorganizar seu projeto de vida. É uma 
terapia prospectiva, voltada para o presente e para o futuro, com duração, em 
geral, de seis meses. (STELLA et al. Ibidem) 
O tratamento psicoterapêutico, em resumo, é muito eficaz quando a 
depressão ainda atua de forma mais amena e mais ligada ao psicológico em si, onde 
através de conversas e atividades com o terapeuta, é possível diminuir cada vez mais 
os sintomas. 
Quando os sintomas de depressão estão em estágios mais graves, os quais 
colocam a vida do idoso em risco, são feitas intervenções com tratamentos de 
 
57 STELLA, et al. Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade 
Física. UNESP, 2002 
 
farmacoterapia. Sua principal característica é a medicação do paciente com 
antidepressivos e outros remédios. 
Os tratamentos alternativos podem trazer bons resultados em longo prazo, 
muito embora não substituam os realizados pelos especialistas. Porém, quando feitos 
em conjunto com os medicamentos, eles podem ser de extremo auxílio. O objetivo da 
fisioterapia para idosos varia segundo a patologia

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