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COLÉGIO AMORIM EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES GABRIEL DELAZERI CASTRO LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA LUCAS GALVÃO SANDRO SILVA JÚNIOR DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE SÃO PAULO 2020 EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES GABRIEL DELAZERI CASTRO LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA LUCAS GALVÃO SANDRO SILVA JÚNIOR DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE Trabalho de Conclusão de Curso que possui o objetivo de informar o leitor sobre a Depressão na Terceira Idade requisitado para a formação do Ensino Médio pelo Colégio Amorim. Orientadora: Prof.ª: Fátima Rebelo Orientador: Prof.º: Vinícius Bessi SÃO PAULO 2020 EDUARDO DE LUCCA FERREIRA FERNANDES GABRIEL DELAZERI CASTRO LUAN HENRIQUE PACHECO DE OLIVEIRA LUCAS GALVÃO SANDRO SILVA JÚNIOR DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE Trabalho de Conclusão de Curso que possui o objetivo de informar o leitor sobre a Depressão na Terceira Idade, requisitado para a formação do Ensino Médio pelo Colégio Amorim. Aprovado em: __/__/__ BANCA EXAMINADORA Examinador(a):___________________________________________ Assinatura:______________________________________________ Examinador(a):___________________________________________ Assinatura:______________________________________________ Examinador(a):___________________________________________ Assinatura:______________________________________________ Examinador(a):___________________________________________ Assinatura:______________________________________________ DEDICATÓRIA Dedicamos este projeto a todos os professores que nos influenciaram em nossa trajetória. Em especial aos professores Fátima e Vinícius, orientadores com os quais compartilhamos nossas dúvidas e angústias a respeito do tema. AGRADECIMENTOS Com o fim do nosso TCC nesse ano tão atípico, gostaríamos de agradecer a professora Fátima Rebelo, que infelizmente não pode nos acompanhar até o final, mas mesmo assim nos deixou uma base muito sólida para que o professor Vinícius Bessi pudesse nos auxiliar nessa reta final, ao qual gostaríamos de agradecer também. Obrigado a nossa família e a todo corpo docente do colégio que, mesmo distantes, certamente fizeram parte de nossa jornada em mais um ano letivo e contribuíram direta e indiretamente, para que nosso trabalho pudesse ser concluído. Somos muito gratos a todos. “O homem é a síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese. Uma síntese é a relação de dois termos. Sob este ponto-de-vista, o eu não existe ainda.” (Sören Aabye Kierkegaard) RESUMO O objetivo deste trabalho é demonstrar as variações das depressões em diferentes faixas etárias dando uma ênfase maior na depressão na terceira idade, mostrando assim seus sintomas, causas, diagnósticos e tratamentos além de apresentar uma solução para reduzir o impacto da doença nessa idade e de certa forma corroborar para que o idoso venha se prevenir de um possível enfermo. Este trabalho foi feito em busca de analisar um tema observado na realidade, explicando como e por que ele ocorre e identificar os fatores que contribuem para que a tese em questão se materialize, usando assim a metodologia de estudo de caso. A depressão atualmente é a doença que mais cresce no mundo, e mesmo assim não recebe a devida atenção, essa pesquisa poderá contribuir para o entendimento do objeto mostrando assim sua importância e que há necessidades de mudanças urgentes. ABSTRACT The objective of this work is to demonstrate the variations of depressions in different age groups with greater emphasis on depression in the elderly, thus showing its symptoms, causes, diagnoses and treatments besides presenting a solution to reduce the impact of the disease at this age and in a way corroborate for the elderly to prevent a possible case. This work was done in order to analyze a theme observed in reality, explaining how and why it occurs and also identifying the factors that contribute to the subject in question materialising,using the case study methodology. Depression is currently the fastest growing disease in the world, and still does not receive due attention, this research may contribute to the understanding of the object thus showing its importance and that there are needs for urgent change. SUMÁRIO INTRODUÇÃO………….……………..………………………………………………….13 CAPÍTULO I. A TERCEIRA IDADE…………………………………………………….15 1.1 FASES DA VIDA.………………………………………………………………........16 1.2 INFÂNCIA...…………………………………………………………………………..16 1.3 ADOLESCÊNCIA…...……………………………………………………………....17 1.4 ADULTO………..…………………………………………………………………….18 1.5 TERCEIRA IDADE……...…………………………………………………………...19 1.6 PROBLEMAS RELACIONADOS A IDADE…………......…………………….....20 CAPÍTULO II. A DEPRESSÃO…………………….…………………………………..22 2.1 O QUE É DEPRESSÃO...….…....………………………………………………….22 2.1.1 SINTOMAS………………………………………………………………………...22 2.1.2 CAUSAS…………………………………………………………………………...24 2.2 DIAGNÓSTICO….…………………………………………………………………..28 2.3 TRATAMENTO……………………………………………………………………...31 2.3.1 REMÉDIOS………………………………………………………………………...31 2.3.2 TERAPIAS………………………………………………………………………....36 2.3.3 PREVENÇÃO……………………………………………………………………...38 2.4 DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO…………..……………...…..40 2.5 TIPOS DE DEPRESSÃO……………………………………….…………………..41 2.6 DEPRESSÃO E O SUICÍDIO............................................................................42 2.7 CURA?..............................................................................................................44 CAPÍTULO III. DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE………………………………..45 3.1 TRATAMENTO CLÍNICO…………………………………………………………...48 3.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO……………………......50 3.3 DEPRESSÃO EM IDOSOS AO REDOR DO MUNDO…………………………...52 3.4 POLÍTICAS PÚBLICAS.....................................................................................53 CONCLUSÃO………………………………………………………………………….....55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................58 TABELAS Tabela 1 - Algumas causa de depressão (continua) 26 Tabela 2 - Algumas causas de depressão (conclusão) 27 Tabela 3 - Nomes de remédios para depressão 33 Tabela 4 - Usos de antidepressivos em outros distúrbios médicos 34 Tabela 5 - Efeitos colaterais e estratégias para contorná-los 35 Tabela 6 - Sentimentos e pensamentos de pessoas suicidas 43 FIGURAS Figura 1 - Sintomas para o diagnóstico 29 GRÁFICOS Gráfico 1 – População no Brasil 15 Gráfico 2 – População nos anos 15 INTRODUÇÃO Alvo de muitas pesquisas científicas, a depressão é definida como “estado mental caracterizado por tristeza, desespero e desestímulo quanto a qualquer atividade; abatimento moral”. (AURÉLIO: 2011, p.291) Atualmente ela afeta mais de 322 milhões pessoas (das quais as mulheres são o grupo mais atingido), o que representa um aumento de cerca de 18%, entre 2005 e 2015, na quantidade de pessoas diagnosticadas com a doença no mundo. (WHO: 2017, tradução nossa)1 Mesmo as pessoas idosas também são vítimas desta doença, embora não sejam as mais assistidas quando se trata da saúde emocional. E o número de pessoasidosas (com 60 anos ou mais) deverá aumentar de 962 milhões em 2017 para 1,4 bilhão em 2030 e 2,1 bilhão em 2050. A população com mais de 60 anos está crescendo cerca de 3% por ano. Atualmente, 62% dos idosos vivem em países desenvolvidos e deverá se aproximar de até 80% até 2050. (ONU: 2019) Em 2015, a população com mais de 60 anos que apresentavam a doença era de 4 a 5% em homens e 5% a 8% em mulheres, cerca de 4% em ambas ao redor do mundo2. Sintomas da depressão podem surgir nos mais variados quadros clínicos, não incluindo apenas a alteração de humor, mas também diversas alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas. (PORTO: 1999) Na terceira idade o surgimento pode estar vinculado aos mais diversos casos, indo de problemas relacionados ao bem- estar e estilo de vida até o desencadeamento psicológico resultante de outras complicações. (MINISTÉRIO DA SAÚDE: 2006, p.101-103) Como se pode observar, a depressão na terceira idade é algo comum, mas que pode muitas vezes ser evitada, principalmente com o aumento da divulgação de informações sobre o assunto. Por esse motivo, é importante saber as características de cada fase da vida humana. São elas: – Infância: uma fase marcada pela inocência. – Adolescência: é quando começamos a tomar consciência de quem somos, o que queremos e nossas preferências. 1 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders (tradução nossa) 2 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 – Adulta: É uma longa fase, pode se dizer que começa no momento que saímos da escola, mas isso é relativo. É principalmente marcada pelo trabalho e pelas relações pessoais. – Velhice: É a fase final da vida, na qual o indivíduo já viveu a maioria de suas experiências únicas e onde, para muitos, é um momento de descanso de trabalho e de outros afazeres. Cada qual tem mais particularidades, que serão explicitadas nos capítulos a seguir. Por isso, esse trabalho visa apresentar como é a depressão na terceira idade, demonstrando seus fatores de risco biológico e social e a importância de se propagar informações sobre a doença na sociedade. CAPÍTULO I. A TERCEIRA IDADE Nesse capítulo será abordada a terceira idade que, como dito anteriormente, é a última das quatro fases que compõem o ser humano. A pirâmide etária abaixo (Gráfico 1) mostra que homens e mulheres de 15 a 44 são maioria no Brasil em 2020. Gráfico 1 – População no Brasil Já no Gráfico 2, numa estimativa em 2100, a população brasileira diminui em 30 milhões em relação a 2020. E é visível que a pirâmide tem uma modificação, na qual há um estreitamento da base e um aumento do topo, o que significa que até 2100 é estimado que tenhamos mais Adultos e Idosos do que Crianças e Adolescentes. Gráfico 2 – População nos anos Fonte: Population Pyramid, 2019 1.1 FASES DA VIDA A vida humana é dividida em quatro fases. (ARAGUAIA)3 Cada fase da vida tem suas particularidades e objetivos específicos. Na infância, por exemplo, ainda não sabemos o que queremos. Na fase adulta, entretanto, somos cobrados pela sociedade e por nós mesmos, para termos um futuro e uma carreira de sucesso. Não é cabível comparar a vida de uma criança a de um adulto, e por isso ela é dividida em fases. 1.2 INFÂNCIA A primeira fase da vida é a infância, que se inicia no nascimento e termina aos 11 anos de idade. Nesse período da vida, o indivíduo passa por um processo de grande aprendizagem e novidades. É quando passamos a descobrir a vida em si, suas relações e individualidades. Porém, tudo nessa fase é descoberto de maneira artificial ou rasa, as coisas são mais simples e inocentes. Nessa fase, a criança é totalmente dependente de seus pais. Ainda assim, ela tem total direito e deve ser encorajada a aproveitar ao máximo esse momento, pois importantes traços de seu caráter começam a ser desenvolvidos nos seus primeiros anos de vida. (MINISTÉRIO DA CIDADANIA)3 Pode se dizer que dentro da própria infância existe uma subdivisão, que seria dos primeiros meses até os 6 anos de idades, na qual é marcada por uma série de potencialidades. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA: 2009, p. 32)4 Na área legislativa foi apenas no período pós-industrial que a criança passou a ser apreendida com suas características e necessidades próprias. Surgiram, como consequência, as legislações que protegem seus direitos como descrevem a seguir. Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), a carta magna internacional assinada pelo Brasil em 1990, entende-se por infância o período de vida de todo indivíduo com menos de dezoito anos de idade, “salvo se, em virtude da lei que lhe seja aplicável, tenha atingido antes a maioridade”. 3 ARAGUAIA, Mariana. Fases da Vida. Escola Kids - UOL. 4 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 Ainda de acordo com a convenção e conforme disposto na Declaração dos Direitos da Criança, “a criança, em virtude de sua falta maturidade física e mental, necessita de proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento”. No Brasil, há ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que estabelece as normativas para o Estado e para a sociedade na garantia dos direitos das crianças e adolescentes. (USP apud EDUCAÇÃO INTEGRAL: 2018) Atualmente, ainda há dúvidas se infância e adolescência são a mesma coisa, mas elas são fases distintas e cada uma tem sua particularidade.5 1.3 ADOLESCÊNCIA A adolescência é a fase seguinte à infância. Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), ela começa aos 12 (anos) e se encerra ao completar 18. (EISENSTEIN: 2005) Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) entende diferente. Ela define a adolescência em três partes: pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos; adolescência – dos 15 aos 19 anos completos; e, por fim, a juventude como um todo dos 15 aos 24 anos.6 Também é uma fase marcada por muitas mudanças no corpo do indivíduo, seja ele do sexo masculino ou feminino. Isso se dá por conta da alteração acelerada dos hormônios, afetando diretamente o estado físico, mental, emocional, sexual e social, esse fenômeno biológico leva o nome de puberdade. (HERCOWITZ: 2015) Geralmente é durante esse período que o jovem começa a formar o seu caráter e sua personalidade, deste modo, mudanças repentinas de humor, por exemplo, se tornam comuns. Claro que algumas destas mudanças são completamente diferentes entre os sexos, porquanto alguns hormônios neles são distintos. Porém, existem alterações específicas que podem acontecer em ambos os sexos, como os exemplos a seguir: 5 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 6 Corpo do Menino. http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/corpo-do-menino Acesso em: 5 de julho de 202 — Agir impulsivamente, o que acontece porque o córtex pré-frontal não está totalmente desenvolvido, pois continua a se moldar durante a já citada puberdade (FONDELLO e SCIVOLETTO: 2018)7 — Distanciamento dos pais, o que é necessário para os adolescentes desenvolverem uma visão própria de mundo e possam amadurecer como pessoas.5 Além disso, existem hormônios que estão presentes tanto no corpo dos homens quanto no das mulheres, como prolactina, andrógenos e somatotrofina (o hormônio do crescimento), embora com diferentes quantidades médias para cada sexo. (ADOLESCÊNCIA) 6 1.4 ADULTO Essa transição, da adolescência para fase adulta, é uma linha bem tênue, não há uma definição exata, varia de individuo para indivíduo. Agora, existem três fases da adolescência: início da adolescência entre 12 e 14 anos, adolescênciamédia entre 15 e 17 anos, e adolescência final de 18 a 25 anos. (UOL: 2013) No entanto, muitos adultos na faixa dos 30, 40, 50 anos ou mais começam a lutar contra estes distúrbios de novas maneiras quando adultos. A mudança de ambiente repentina junto a toda a responsabilidade e pressão social imposta, contribui ao desenvolvimento ou discorrimento de problemas médicos, e as perdas que são experienciadas à medida do envelhecimento podem afetar a forma como estes indivíduos se sentem e portam-se diante ao mundo a seu redor. Essas mudanças podem afetar tanto seu humor quanto sua estabilidade mental. (PSICO: 2013) A saúde mental de uma pessoa adulta pode ser alterada por muitas situações em sua vida, alguns dos mais comuns são problemas médicos, perdas pessoais, mudança de relacionamento com crianças e pais ou dificuldades em situações financeiras e no trabalho. (MACKINNON et al.: 2019) Para adultos com transtorno de humor, é comum o desenvolvimento da crise de meia idade onde o indivíduo busca se reconciliar com os problemas de sua vida, alterando sua mentalidade para superar o envelhecimento e problemas que causem estresse. Nessa fase, considerando os aspectos culturais da divisão sexual do 7 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 trabalho e dos papéis de gênero os homens se concentram diretamente em suas realizações e em seu desejo de provar seu sucesso a outras pessoas ao seu redor, enquanto as mulheres tendem a se fixar em sua aparência física, atração sexual e no que podem fazer quando os deveres dos pais terminarem. As pessoas que passam a vida dedicadas a cumprir suas aspirações e objetivos possuem menos probabilidade de adquirir uma crise de meia idade. Na transição para idades mais avançadas ocorrem mudanças de humor, mas não significa que o mal humor seja algo natural do envelhecimento.8 De fato, estudos mostram que a maioria dos idosos se sentem satisfeitos com a vida, apesar de serem mais suscetíveis a doenças ou problemas físicos. (BRILHO DO SOL: 2013) No entanto, mudanças importantes na vida que acontecem à medida que envelhecemos podem causar sentimentos de desconforto, estresse e tristeza. Por exemplo, a morte de um ente querido, passar do trabalho para a aposentadoria ou lidar com uma doença grave pode deixar as pessoas tristes ou ansiosas. Após um período de adaptação, muitos idosos podem recuperar seu equilíbrio emocional, mas outros não, e podem desenvolver cargas emocionais.5 Porém, acontecem mudanças importantes na vida conforme envelhecemos, e isso pode acarretar sensações de desconforto, estresse e tristeza. Além disso, para evitar possíveis problemas físicos, manter uma dieta e exercícios regulares irá ajudar a manter uma qualidade vida que possa garantir uma vida mais saudável. (STELLA et al: 2002, p. 6) 1.5 TERCEIRA IDADE De acordo com o ministério da saúde, atualmente na legislação brasileira uma pessoa que possui 60 ou mais de idade é considerada idosa. A terceira idade é caracterizada por diversas mudanças físicas que ocorrem em todo o organismo do indivíduo, assim alterando suas funções e comportamentos, pensamentos, ações e reações entre outras. Além dessas mudanças físicas que ocorrem no organismo do idoso, há também alterações aos seus papéis sociais que resultam em mudanças bio-psicológicas relacionadas ao avanço da idade. 8 OLIVETO, Paloma. Solidão maltrata o corpo e a mente dos idosos. Correio Braziliense. O termo “Terceira Idade” foi criado pelo gerontologista francês Huet, do qual o início cronológico coincide com a aposentadoria (entre 60 e 65 anos). Diversas terminologias têm sido utilizadas para designar a terceira idade, apesar de que, para a maioria dos estudiosos, toda essa diversidade de expressões sejam eufemismos. O envelhecimento acontece em diferentes dimensões como: biológica, social, psicológica, econômica, jurídica, política e depende de diversos fatores ocorridos nas fases anteriores da vida, como as experiências vividas na família, na escola ou em outras instituições. 1.5 PROBLEMAS RELACIONADOS A IDADE O idoso tem alteração de imunidade constante e maior risco de infecção, sendo assim, a chance de ter um melhor envelhecimento está ligada a hábitos saudáveis, tais como boas alimentações, higienização, questões e características pessoais. Nos próximos títulos falaremos sobre cada uma. Com o avanço da idade, muitas doenças acabam se tornando recorrentes, tais como doenças cardiovasculares (infarto, angina e insuficiência cardíaca, por exemplo) trazendo sintomas como falta de ar, dor no peito, inchaço e palpitações. O AVC (Acidente Vascular Cerebral) também acaba se tornando parte da vida de alguns idosos, trazendo problemas como desmaio, tontura e paralisia súbita. Porém pode ser facilmente prevenido com atividades físicas regulares, abandono do tabaco e fumo, controlando a pressão das artérias, do peso e colesterol. O câncer é uma das doenças que mais atinge e agride pessoas da terceira idade, porém a gravidade depende do tipo diagnosticado, por isso a principal recomendação é consultar um médico para ter uma opinião profissional. Todavia, o sintoma mais comum é a perda de massa corporal (emagrecimento) sem explicação. Pneumonia, enfisema, bronquite crônica, infecção urinária, diabetes dentre outras doenças também podem ser desenvolvidos com a idade. Por isso, consultas rotineiras são necessárias para certificar que a saúde do idoso está nos conformes. Mais um exemplo de doença que está presente na terceira idade é a depressão. Porém, não significa que ela atinge apenas as pessoas desse núcleo. Especificamente nos idosos, ela se dá pelo fato da diminuição das atividades comuns, afastamento dos amigos e pessoas próximas perdendo contato com seu vínculo social, e por assim desenvolvendo a doença. Este assunto dos capítulos 2 e 3. CAPÍTULO II. A DEPRESSÃO A depressão vem se tornando cada vez mais comum na atual sociedade em que vivemos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é a quarta doença mais comum da humanidade. Por muitos, considerada uma epidemia nos últimos anos. E ainda com tudo isso, com todos esses números, é uma doença silenciosa, da qual muitos sofrem e as pessoas ao seu redor acabam nem mesmo desconfiando. Adiante citaremos, com mais foco e detalhe, seu desenvolvimento e impactos no indivíduo. 2.1 O QUE É DEPRESSÃO A depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. (OPAS/OMS: 2017) A depressão não é um sinal de fraqueza, e distingui-la da tristeza psicológica — aquela que é transitória e inerente à vida humana — podendo afetar qualquer pessoa em qualquer idade. A doença se divide em três graus: leve (distimia), moderado e grave. 2.1.1 SINTOMAS Identificar os sintomas da doença pode não ser tão simples como parece, já que a mesma pode ser confundida com apenas uma tristeza corriqueira. A falta do diagnóstico correto pode agravar o quadro de depressão, expondo a pessoa a inúmeros riscos de saúde, é o que diz João Nolasco em entrevista à Agência Brasil.9 Muitas pessoas com depressão não conseguem sentir emoções – incluindo luto, alegria e prazer – de forma normal. O mundo parece ter menos cores e menos vida. É possível que a pessoa deprimida esteja preocupada com intenso sentimento 9 OLIVETO, Paloma. Solidão maltrata o corpo e a mente dos idosos. Acesso em 5 de julho de 2020 de culpa e autodestrutivos e talvez não consiga se concentrar. Ela pode ter sentimentos de desespero, solidão e inutilidade. (CORYELL: 2018) Em entrevista concedida ao Dr. Drauzio Varella,o médico psiquiatra Ricardo Moreno, ao ser questionado sobre os sintomas mais característicos de um quadro depressivo, disse: São muitos os sintomas da depressão. Talvez o mais evidente seja o humor depressivo, que se caracteriza por tristeza e melancolia, acompanhado por falta de ânimo e de disposição, incapacidade de sentir prazer em atividades habitualmente agradáveis, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo. (MORENO: 2011. Grifo nosso) De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (2005, Ibidem) os sintomas da depressão podem ser listados a seguir: — Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia; — Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; — Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis; — Desinteresse, falta de motivação e apatia; — Falta de vontade e indecisão; — Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio; — Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio; — Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e seu mundo; — Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; — Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido; — Perda ou aumento do apetite e do peso; — Muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário. Habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo); — Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros. Segundo Beck e Alford (2016, p.22), às vezes as principais queixas assumem uma mudança na forma das ações e reações da vida. O paciente pode, por exemplo, afirmar: “Eu não tenho mais objetivo algum”, “Eu não me importo mais com o que acontece comigo”, “Eu não vejo mais sentido em viver”.10 10 T. BECK, Aaron; A. ALFORD, Brad. Depressão: Causas e Tratamento. Editora Artmed, 2016. p. 22. 2.1.2 CAUSAS São diversas causas que desencadeiam a depressão. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises. (DRAUZIO) Em entrevistas ao Brasil Telemedicina, médicos selecionam algumas causas para o desenvolvimento da doença: A depressão é uma doença multifatorial, causada, segundo a médica psiquiatra Giuliana Cividanes, mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por fatores genéticos, biológicos e ambientais. [...] O médico homeopata e especialista em Nutróloga Médica, Silvio Laganá de Andrade, de São Paulo (SP), afirma que hoje também se considera a possibilidade de que o transtorno depressivo possa ser decorrente de uma pequena inflamação do cérebro, que ocasionaria deficiências no sistema neuro receptor, ou seja, mesmo com níveis adequados de neurotransmissores os indivíduos predispostos estariam mais suscetíveis à doença devido a essa falha. (BRASIL TELEMEDICINA: 2015) Vários fatores podem desempenhar um papel na depressão. Como em outros transtornos mentais, existem diversas causas, mas na doença em questão não se sabe exatamente. Segue algumas explicações segundo pesquisas médicas do Mayo Clinic: — Diferenças biológicas: Pessoas com depressão parecem ter alterações físicas em seus cérebros. O significado dessas mudanças ainda é incerto, mas pode eventualmente ajudar a identificar as causas. — Química cerebral: Neurotransmissores são substâncias químicas cerebrais de ocorrência natural que provavelmente desempenham um papel na depressão. Pesquisas recentes indicam que alterações na função e efeito desses neurotransmissores e como eles interagem com os neuro circuitos envolvidos na manutenção da estabilidade do humor podem desempenhar um papel significativo na depressão e no seu tratamento. — Hormônios: Alterações no equilíbrio hormonal do corpo podem estar envolvidas em causar ou desencadear depressão. As alterações hormonais podem resultar da gravidez e durante as semanas ou meses após o parto (pós-parto) e de problemas da tireoide, menopausa ou várias outras condições. — Traços herdados: A depressão é mais comum em pessoas cujos parentes sanguíneos também têm essa condição. Os pesquisadores estão tentando encontrar genes que podem estar envolvidos na causa da depressão. (MAYO CLINIC, grifo deles, tradução nossa) Muitas vezes se pensam que fatores sociais e psicológicos fazem parte das causas, porém é uma definição errada pois são consideradas consequências. (BVSMS: 2005) Em entrevista ao Dráuzio Varella o médico Ricardo Moreno cita alguns “gatilhos” que disparam o processo depressivo: Sabemos hoje que existe predisposição genética para a depressão. Os indivíduos nascem com vulnerabilidade para a doença, mas ela não se manifesta em todas as pessoas predispostas. Isso vai depender de vários fatores, chamados estressores, que funcionam como gatilho. Por exemplo, o estresse psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o estresse físico, certas doenças, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas e alguns medicamentos de uso contínuo podem precipitar os quadros. Entre as drogas lícitas destaca-se o álcool e entre as ilícitas, as estimulantes como a cocaína e a as anfetaminas. (MORENO: 2011. Grifo nosso) Segue na próxima página a Tabela 1 e Tabela 2 listada pelo site Manual Merck Sharp & Dohme Corp (MSD) baseada nas pesquisas do médico e professor William Coryell: Tabela 1 - Algumas causa de depressão (continua) Quadro Clínico Exemplos Distúrbios do cérebro e do sistema nervoso Tumores cerebrais Demência (nos estágios iniciais) Traumatismo craniano Esclerose múltipla Doença de Parkinson Apneia do sono Acidente vascular cerebral Convulsões parciais complexas que afetam o lobo temporal Câncer Câncer disseminado por todo o corpo (metastático) Câncer do pâncreas Doenças do tecido conjuntivo Lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus) Distúrbios hormonais Doença de Addison Síndrome de Cushing Diabetes mellitus Níveis elevados de hormônio da paratireóide (hiperparatireoidismo) Níveis baixos ou elevados de hormônio da tireoide (hipotireoidismo ou hipertireoidismo) Níveis baixos de hormônios pituitários (hipopituitarismo) Níveis baixos de testosterona (hipogonadismo) Infecções AIDS Gripe Mononucleose Sífilis (fase tardia) Tuberculose Hepatite viral Pneumonia viral Tabela 2 - Algumas causas de depressão (conclusão) Quadro Clínico Exemplos Transtornos mentais além dos transtornos do humor Transtornos devido ao uso de substâncias Transtorno de personalidade antissocial Transtornos de ansiedade Transtorno de personalidade limítrofe Demência nos estágios iniciais Esquizofrenia Transtornos alimentares Pelagra (carência de vitamina B6) Anemia perniciosa (uma forma de deficiência de vitamina B12) Outras doenças Doença arterial coronariana Fibromialgia Insuficiência renal Insuficiência hepática Medicamentos Álcool Abstinência de anfetamina Anfotericina B Medicamentos antipsicóticos Betabloqueadores (alguns) Cimetidina Contraceptivos (orais) Corticosteróides Ciclosserina Terapia hormonal (estrogênio)Interferon Mercúrio Metildopa Metoclopramida Reserpina Tálio Vimblastina Vincristina Fonte: MSD Manuals, 2018 Um grande agravante atualmente é o stress, a tensão gerada pela cobrança excessiva pelo ambiente competitivo em que vivemos.11 Mesmo assim a classe social, origem étnica e fatores culturais não exercem influência no aparecimento da doença.12 2.2 DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas (que duram mais de 2 semanas e pelo menos 5 sintomas supracitados) e o histórico de vida do paciente. [...] Como o estado depressivo pode ser desencadeado por outras doenças, é importante estabelecer o diagnóstico referencial13: O diagnóstico diferencial é um método da medicina usada para identificar doenças por meio do processo de eliminação.14 Essa técnica pode se apoiar de exames de sangue, urina etc., os quais são pedidos pelo médico apenas para diferenciar a depressão das demais doenças.15 É de extrema importância obter um diagnóstico médico preciso, para que o paciente possa receber o tratamento adequado com base nos seguintes testes/exames listados pelo Mayo Clinic: — Exame físico: O seu médico pode fazer um exame físico e fazer perguntas sobre sua saúde. Em alguns casos, a depressão pode estar ligada a um problema de saúde físico subjacente; — Testes de laboratório: Por exemplo, seu médico pode fazer um exame de sangue chamado hemograma completo ou testar sua tireoide para garantir que esteja funcionando corretamente; — Avaliação psiquiátrica: Seu profissional de saúde mental pergunta sobre seus sintomas, pensamentos, sentimentos e padrões de comportamento. Você pode ser solicitado a preencher um questionário para ajudar a responder a essas perguntas; 11 SILVEIRA TELES, Maria Luiza. Oque é depressão. Editora Brasiliense, 2017. p. 9 12 CORYELL, William. Depressão. MSD Manuals, 2018 13 VARELLA, Drauzio. Depressão. Ob. Cit. 14 VELHO, P. H. I. Diagnóstico diferencial: entenda a técnica. Hospital Moinho de Ventos. Acesso em: 29 de Abril de 2020 15 NARDI, A. E. Depressão. Academia Nacional de Medicina. Acesso em: 29 de Abril de 2020 — DSM-5: Seu profissional de saúde mental pode usar os critérios para depressão listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- 5), publicado pela American Psychiatric Association. Normalmente o tratamento e diagnóstico é feito por médicos e psicólogos, mas o ideal é um psiquiatra (médico com foco em transtornos mentais) [...] é possível que durante as sessões de psicoterapia, o psicólogo perceba a presença da depressão. (RUPRECHT: 2018) Nenhum sinal ou sintoma psicopatológico é, por si, patognomônico. A confecção do diagnóstico deve levar em conta que os critérios da CID16 apresentam certo grau de subjetividade, devendo-se evitar a psicologização, a medicalização e a farmacologização de sentimentos e condições humanas normais. (SUS-SC: 2015, p.05, grifo nosso) Pelo menos dois dos principais sintomas centrais e dois dos sintomas adicionais da Figura 1 abaixo, têm de estar presentes: Figura 1 - Sintomas para o diagnóstico FONTE: iFightDepression17 Segundo a CID (Classificação Internacional de Doença), dependendo da quantidade e intensidade, podemos classificar a depressão em 3 tipos: leve, 16 CID: Classificação Internacional de Doença 17 iFightDepression. Diagnosticar a Depressão. Acesso em: 29 de Abril de 2020 moderado e grave. A seguir são listados a CID-10 que relaciona a Depressão (F32- F33): — F32.0 Episódio depressivo leve: Geralmente estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O paciente usualmente sofre com a presença destes sintomas, mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades; — F32.1 Episódio depressivo moderado: Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina; — F32.2 Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos: Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa. As ideias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de sintomas “somáticos”. Depressão de episódio único sem sintomas psicótico pode ter como consequências uma pessoa mais agitada; — F32.3 Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos: Episódio depressivo correspondente a descrição de um episódio depressivo grave (F32.2) mas acompanhado de alucinações, ideias delirantes, de uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis; pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. As alucinações e os delírios podem não corresponder ao caráter dominante do distúrbio afetivo. 2.3 TRATAMENTO O tratamento é essencialmente medicamentoso, existindo mais de 30 antidepressivos disponíveis. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. (BVSMS: 2005, Ibidem) No entanto, muitas pessoas com depressão também se beneficiam com a consulta de um psiquiatra, psicólogo ou outro profissional de saúde mental. [...] Se você tiver depressão grave, pode precisar de internação hospitalar ou participar de um programa de tratamento ambulatorial até que seus sintomas melhorem. (MAYO CLINIC, Ibidem) As consultas psicoterapêuticas citadas são normalmente indicadas para casos mais leves —pois respondem bem-. [...] “Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante para reverter o quadro de depressão.”18 Para muitos a prática regular de exercícios ajuda a criar sentimentos positivos e superar a crise. (APA: 2017, tradução nossa)19 O tratamento depende da gravidade e do tipo de depressão: — Depressão leve: Terapia de suporte (incluindo visitas frequentes ao médico e educação) e psicoterapia; — Depressão moderada a grave: Medicamentos, psicoterapia ou ambos e, às vezes, eletroconvulsoterapia; — Depressão sazonal:20 Fototerapia. (CORYELL: 2018, Ibidem)21 2.3.1 REMÉDIOS Existem diversos tipos de antidepressivos (medicamento usado para o tratamento da depressão). Eles incluem: — Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs); — Antidepressivos mais modernos; — Antidepressivos heterocíclicos; — Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs); 18 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 19 PAREKH, Ranna. Whats is depression? APA, 2017. 20 Depressão relacionada a mudanças nas estações e redução da exposição à luz solar. 21 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 — Medicamento similar à cetamina;21 A química do cérebro contribui para o desenvolvimento da doença, e com os remédios podem ajudar a modificar essa química. O medicamento pode fazer efeitos nas duas primeiras semanas, mas os benefícios completos são vistos após 3 meses de uso. Psiquiatras recomendam a continuar tomando a medicação por seis ou mais meses após a melhora dos sintomas. (APA: 2017, tradução nossa)22 A Mayo Clinic lista alguns tipos de antidepressivos a seguir: — Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs). Os médicos geralmente começam prescrevendo um SSRI. Esses medicamentos são considerados mais seguros e geralmente causam menos efeitos colaterais incômodos do que outros tipos de antidepressivos. Os ISRS incluem citalopram (Celexa), escitalopram (Lexapro), fluoxetina (Prozac), paroxetina (Paxil, Pexeva), sertralina (Zoloft) e vilazodona (Viibryd); — Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (SNRIs). Exemplos de SNRIs incluem duloxetina (Cymbalta), venlafaxina (Effexor XR), desvenlafaxina (Pristiq, Khedezla)e levomilnacipran (Fetzima); — Antidepressivos atípicos. Esses medicamentos não se enquadram perfeitamente em nenhuma das outras categorias de antidepressivos. Eles incluem bupropiona (Wellbutrin XL, Wellbutrin SR, Aplenzin, Forfivo XL), mirtazapina (Remeron), nefazodona, trazodona e vortioxetina (Trintellix); — Antidepressivos tricíclicos. Esses medicamentos - como imipramina (Tofranil), nortriptilina (Pamelor), amitriptilina, doxepina, trimipramina (Surmontil), desipramina (Norpramin) e protriptilina (Vivactil) - podem ser muito eficazes, mas tendem a causar efeitos colaterais mais graves do que os mais novos antidepressivos. Portanto, tricíclicos geralmente não são prescritos, a menos que você tenha experimentado um SSRI primeiro sem melhora; — Inibidores da monoamina oxidase (MAOIs). Os MAOIs - como tranylcypromine (Parnate), phenelzine (Nardil) e isocarboxazid (Marplan) - podem ser prescritos, normalmente quando outros medicamentos não funcionaram, porque podem ter efeitos colaterais graves. O uso de MAOIs requer uma dieta rigorosa devido a interações perigosas (ou mesmo mortais) com alimentos - como certos queijos, picles e vinhos - e alguns medicamentos e suplementos de ervas. A selegilina (Emsam), uma MAOI mais recente que adere à pele como adesivo, pode causar menos efeitos colaterais do que outras MAOIs. Esses medicamentos não podem ser combinados com os ISRS; — Outros medicamentos: Outros medicamentos podem ser adicionados a um antidepressivo para aumentar os efeitos antidepressivos. O seu médico pode recomendar a combinação de dois antidepressivos ou a adição de medicamentos como estabilizadores de humor ou antipsicóticos. Medicamentos anti ansiedade e estimulantes também podem ser adicionados para uso a curto prazo.23 A Tabela 3 a seguir relaciona três classes de antidepressivos com alguns remédios e seus respectivos efeitos colaterais: 22 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 23 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders Tabela 3 - Nomes de remédios para depressão Classe do Antidepressivo Nomes Efeitos Colaterais Antidepressivo tricíclicos Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina, desipramina e Nortriptilina Boca seca, retenção urinária, prisão de ventre, delírios, sonolência, cansaço, pressão baixa e tonturas ao levantar-se. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina Fluoxetina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram e Sertralina Boca seca, sonolência, produção excessiva de suor, tremores, prisão de ventre, diarreia, náusea, fadiga, dor de cabeça e insônia, disfunção sexual Inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina Venlafaxina, Duloxetina e Mirtazapina Boca seca, insônia, nervosismo, tremores, sonolência, enjoos, vômitos, disfunção sexual, excesso de suor e visão turva Fonte: Tua Saúde24 O custo inicial dos antidepressivos tricíclicos citados na Tabela 3 continuam com um preço mais acessível, mas se colocado em questão o tratamento, os antidepressivos modernos ficam mais baratos. (DE GOMES SOUZA: 1999) Seguindo no ramo de remédios, existem os naturais — tomados sob supervisão médica — sendo listados a seguir: — 5-HTP: Essa é uma substância naturalmente produzida pelo corpo e que participa na produção de serotonina, que pode estar diminuída por situações como estresse, falta de magnésio e resistência à insulina, por exemplo. Com a ingestão desse suplemento a quantidade de serotonina, conhecida como hormônio do prazer é aumentada e a pessoa se sente melhor e mais feliz. A dose recomendada varia entre 50 a 300 mg, até 3 vezes ao dia. — Damiana: Esta planta medicinal aumenta a circulação sanguínea, induz o relaxamento, alivia a depressão e combate a ansiedade. O exemplo de um suplemento que contém Damiana é o Argin-Max. A dose recomendada varia entre 400 e 800 mg, até 3 vezes ao dia. — Hipericão: É uma planta medicinal que ajuda no tratamento da depressão leve a moderada, sendo útil na manutenção do equilíbrio emocional, desde que seja usado por, pelo menos, 4 semanas. A dose indicada é de até 300 mg por dose, sendo no máximo 3 doses ao dia. — Melatonina: Apesar de ser mais indicada para melhorar a qualidade de sono, a melatonina também ajuda a diminuir o mau humor, sendo uma boa ajuda para auxiliar o tratamento da depressão. A dose pode variar entre 0,5 e 5 mg antes de dormir. (ABREU) 24 TUA SAÚDE. Melhores remédios para depressão. Acesso em 30 de abril de 2020 https://www.tuasaude.com/5htp-hidroxitriptofano/ https://www.tuasaude.com/damiana/ https://www.tuasaude.com/hipericao/ https://www.tuasaude.com/melatonina/ https://www.tuasaude.com/melatonina/ Importante esclarecer que mesmo desaparecendo os sintomas, como dito antes o correto seria continuar tomando o antidepressivo por um longo tempo ainda, interromper abruptamente ou a falta de doses da medicação sem consultar antes ao médico, podem causar abstinência ou um aumento repentino da doença (dependência física, diferente do vício).25 Pessoas com mais de 50 anos podem precisar tomá-los por até dois anos.26 O avanço da pesquisa em psicofarmacologia de antidepressivos vem oferecendo aos pacientes substâncias com perfis farmacocinéticos, de tolerância e de interações com outras drogas bastante diferentes entre si. (HUPFIELD et al: 1999.) Os antidepressivos podem ser usados no tratamento de outras doenças além da depressão por possuírem efeitos que de alguma forma auxilia no tratamento, são mostrados na Tabela 4 alguns exemplos de doenças que se beneficiam do antidepressivo. Tabela 4 - Usos de antidepressivos em outros distúrbios médicos (continua) Distúrbios que podem usar antidepressivos para o tratamento Anorexia Nervosa Ansiedade/pânico Bulimia Cataplexia/narcolepsia Déficit de atenção/hiperatividade Distúrbio obsessivo compulsivo Distúrbio do pânico Distúrbio do estresse pós-traumático Enurese Enxaqueca (profilaxia) Parar de Fumar Náusea com quimioterapia 25 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 26 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 Dor crônica Úlcera Péptica Urticária FONTE: Brazilian Journal of Psychiatry (1999)27 O principal aspecto negativo dos antidepressivos são os possíveis efeitos colaterais, variáveis de acordo com o antidepressivo, que podem vir a ocorrer em um paciente. Alguns desses medicamentos podem aumentar o ganho de peso, por isso o acompanhamento médico é inevitável. (GRIFFIN, tradução nossa)28 Em alguns casos, crianças, adolescentes e jovens com menos de 25 anos podem ter pensamentos ou comportamentos suicidas ao tomarem antidepressivos.29 Uma vez que pensamentos suicidas também são sintomas da depressão, o médico tem de se estar sempre avisado sobre os comportamentos do paciente, inicialmente essa conduta foi associada aos ISRSs.30 Além da ganha de peso e pensamento suicida, outros efeitos podem aparecer, é o que diz o psiquiatra Ricardo Moreno em entrevista ao Drauzio Varella: Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso; outros, tremor. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e, às vezes, vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação, talvez 20% ou 30% delas. (grifo nosso)31 Mesmo que existem efeitos secundários, algumas estratégias podem ajudar a reduzi-los, mostrados na Tabela 5. Tabela 5 - Efeitos colaterais e estratégias para contorná-los (continua) Efeitos secundários frequentes: O que se pode fazer: Náuseas, boca seca Beber mais água, mastigar pastilha sem açúcar Tonturas, tensão baixa Atividade física moderada, duchas quentes-frios Obstipação Beber mais água, alimentosricos em fibras, exercício físico 27 MORENO et al. Psicofarmacologia de antidepressivos. Brazilian Journal of Psychiatry 1999. Acesso em: 30 de Abril de 2020 28 GRIFFIN, R. Morgan, Treatment-Resistant Depression: Your Continuum of Care. WebMD 29 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 30 Sigla ISRSs: Inibidores seletivos de recaptação da serotonina 31 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 Aumento de peso Comer melhor e menos; andar mais Disfunção sexual Peça conselho ao seu médico ex., redução da dose ou mudança de antidepressivo ou tomar medicação para recuperar a função sexual Fonte: iFightDepression32 2.3.2 TERAPIAS Existem diversos tipos de terapias, entre elas a mais comum é a Psicoterapia,33 usada sozinha para depressão leve e com medicamentos para depressão grave.34 Diferentes tipos de psicoterapia podem ser eficazes como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou terapia interpessoal, são usadas para solução de problemas.35 A TCC ajuda a eliminar pensamento negativos e de desespero, se concentra nos papéis sociais passados e presentes da pessoa, identifica problemas com o modo como a pessoa interage com outras pessoas e oferece orientação.34 A psicoterapia pode ser individual ou em grupo (pessoas com a mesma doença), podendo ter resultados após 10 a 15 sessões.35 Terapeutas podem explicar aos pacientes como os pensamentos podem criar sentimentos depressivos — sentimentos e pensamentos são fenômenos distintos. (LEAHY: 2009, p.9)36 As estratégias usadas nesse tratamento são três:37 1) Foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos; 2) Foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros; e 32 iFightDepression. Efeitos secundários dos antidepressivos. Acesso em: 30 de Abril de 2020 33 Tipo de terapia cuja finalidade é tratar os problemas psicológicos. 34 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 35 FONDELLO e SCIVOLETTO. Mudanças emocionais e comportamentais na adolescência: o que pode ser considerado normal? SBU Jovem, 2018 36 LEAHY, Robert L. Cognitive therapy techniques: a practitioner's guide. Guilford Press, 2003. p. 9, tradução nossa 37 BECK, Judith S. Cognitive Therapy: Basics and Beyond. Guilford Publications, 1995. P. 302-303, tradução nossa 3) Mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da situação problema. A psicoterapia pode ajudá-lo: — Ajustar a uma crise ou outra dificuldade atual; — Identificar crenças e comportamentos negativos e substitua-os por saudáveis e positivos; — Explorar relacionamentos e experiências e desenvolver interações positivas com outras pessoas; — Encontrar maneiras melhores de lidar e resolver problemas; — Identificar problemas que contribuem para a sua depressão e mude comportamentos que pioram; — Recuperar um sentimento de satisfação e controle em sua vida e ajude a aliviar os sintomas de depressão, como desesperança e raiva; — Aprender a estabelecer metas realistas para sua vida; — Desenvolver a capacidade de tolerar e aceitar a angústia usando comportamentos mais saudáveis. 38 Ainda nas terapias, existe a Eletroconvulsoterapia (ECT) usada no tratamento de depressão grave, sobretudo, quando se tratam de pessoas psicóticas, que fazem ameaças de suicídio ou se recusam a comer.34 O paciente recebe estímulos elétricos no cérebro sob anestesia durante 6 a 12 semanas ou cinco a sete sessões.35 Abaixo são listados alguns benefícios da ECT: — A ECT tem índices de eficácia que chegam a 90%. Além disso, estudos demonstram sua superioridade em relação a tratamentos com medicamentos, que apresentam eficácia entre 60 e 70%. Nos casos de episódios depressivos primários, ou seja, onde há ausência de transtornos mentais comórbidos e ausência de doenças físicas, a taxa de remissão é estimada entre 80 e 90%; — A Eletroconvulsoterapia é um tratamento de resposta rápida (em geral, após oito aplicações); — A ECT é um tratamento seguro, realizado em ambiente hospitalar e com alta no mesmo dia; — As aplicações de ECT são realizadas por médicos psiquiatras e, a cada sessão, é avaliada a evolução do tratamento; — Após a fase inicial da Eletroconvulsoterapia (de aproximadamente doze sessões), o psiquiatra avalia se haverá e qual será o programa de manutenção. (ROSA) Existe ainda a fototerapia (banhos de luz), nela “o paciente é exposto à luz brilhante por cerca de 15 a 30 minutos. Os olhos são mantidos abertos, embora não fiquem voltados diretamente para a luz, mas é através deles que a luz atua sobre a glândula Pineal e o Núcleo Supraquiasmático, localizado no Hipotálamo, provocando a inibição e a liberação de melatonina e de serotonina.” (OIEDUCA) 38 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders. Acesso em 29 de Abril de 2020 Os banhos de luz são recomendados para pacientes com depressão sazonal39 ou depressão de inverno. Mas sempre se recomenda a terapia com o próprio sol, de modo natural.4 Ainda uma terapia que estimula o cérebro, é a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMT), nela uma bobina eletromagnética colocada na cabeça envia pulsos eletromagnéticos para estimular as células nervosas que causam a regulação do humor.40 Os efeitos colaterais são dores de cabeça e desconforto na área onde a bobina foi posicionada.41 O sucesso do tratamento é medido pela redução ou pelo desaparecimento dos sintomas da depressão. De acordo com os resultados, pode ser também possível reduzir ou até mesmo suspender os medicamentos antidepressivos. (DE ANDRADE e JACOBSEN: 2015) A última terapia que estimula o cérebro é a estimulação no nervo vago (VNS), a qual pode reduzir as crises, usada geralmente em último caso.42 Implanta-se um dispositivo semelhante a um marca-passo cardíaco (estimulador do nervo vago) sob a clavícula esquerda e liga-se ao nervo vago no pescoço com um cabo sob a pele. (O par de nervos vagos sai do tronco encefálico, localizado na base do crânio, passa pelo pescoço e nas laterais do tórax e abdômen até chegar a órgãos, como o coração e os pulmões.) O aparelho é programado para estimular periodicamente o nervo vago por meio de um sinal elétrico indolor.41 2.3.3 PREVENÇÃO Alguns tipos de depressão não podem ser evitados, já que estudos científicos revelam que eles podem ser causados pelo mau funcionamento do cérebro. (MINHAVIDA: 2007) A seguir são listados segundo estudos, hábitos simples que podem ajudar na prevenção: Dormir bem: quanto melhor é a noite de sono, ficamos menos propensos a desenvolver depressão; Exercitar-se: 30 minutos de exercícios físicos moderados aumentam os níveis de substâncias ligadas à sensação de bem-estar; Meditar: como a meditação ativa áreas do cérebro ligadas à felicidade, também é uma arma importante contra ansiedade e depressão; 39 Depressão causada pelo clima, normalmente em estações frias. 40 MAYO, Clinic. Depression and Other Common Mental Disorders 41 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 42 ABE (Associação Brasileira de Epilepsia). Estimulador de nervo vago. Acesso em 30 de Abril de 2020 Encontrar uma paixão: hobbies ou atividades que dão extremo prazer ajudam a atravessar fases difíceis, pois são motivadoras e proporciona realização pessoal; Controlar as taxas de açúcar: corpo e mente estão intimamente ligados. Quedas e altas na taxa de açúcar no organismo (hipoglicemia e hiperglicemia respectivamente) têm a capacidade de alterar o nosso humor. Se isso ocorrer repetidamente, pode levar a um quadro de depressão. (DE ALBUQUERQUE: 2017) Além disso são listados a seguir dicas da Clinic Mayo: — Simplifique sua vida. Reduza as obrigações sempre que possível e defina metas razoáveis para si mesmo. Permita-se fazer menos quando se sentir triste; — Escreva em um diário. O registro no diário, como parte do seu tratamento,pode melhorar o humor, permitindo que você expresse dor, raiva, medo ou outras emoções; — Leia livros e sites de autoajuda respeitáveis. Seu médico ou terapeuta pode recomendar livros ou sites para leitura; — Localize grupos úteis. Muitas organizações, como a Aliança Nacional para Doenças Mentais (NAMI) e a Aliança para Depressão e Bipolar, oferecem educação, grupos de apoio, aconselhamento e outros recursos para ajudar na depressão. Programas de assistência a empregados e grupos religiosos também podem oferecer ajuda para problemas de saúde mental; — Não fique isolado. Tente participar de atividades sociais e se reúna regularmente com familiares ou amigos. Grupos de apoio a pessoas com depressão podem ajudar você a se conectar com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes e compartilhar experiências; — Aprenda maneiras de relaxar e gerenciar seu estresse. Exemplos incluem meditação, relaxamento muscular progressivo, ioga e tai chi; — Estruture seu tempo. Planeje seu dia. Você pode achar que é útil fazer uma lista de tarefas diárias, usar notas como lembretes ou usar um planejador para se manter organizado; — Não tome decisões importantes quando estiver deprimido. Evite tomar decisões quando estiver deprimido, pois você pode não estar pensando claramente.43 Setembro amarelo é uma grande campanha de prevenção a transtornos mentais. Um mês dedicada ao auxílio para pessoas que estão com a doença ou podem vir a desenvolver ela. (PSIQUIATRIA PAULISTA: 2019) Para isso existem canais de atendimento para pessoas desabafarem emocionalmente, é o chamado Centro de Valorização a Vida ou CVV, com um canal de atendimento 24h, o 188. 43 MAYO, Clinic. Depression and Others Common Disorders. Acesso em 30 de Abril de 2020 2.4 DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO Para a psicóloga Glória Maria (2014), tristeza e depressão não são iguais, enquanto um é apenas o sentimento, afeto, o outro é uma situação de adoecimento, uma tristeza que não melhora, um vazio que persiste. Quando se está triste o mundo parece vazio e sem sentido, já na depressão é a gente que se sente vazio e não temos uma importância para se estar vivo.44 Para Freud (1917, p.08-12), a tristeza é melancólica com um desânimo profundo, já a depressão é um sintoma que pode estar presente em qualquer estrutura psíquica. A tristeza é um sentimento momentâneo, considerado saudável e até importante pelos médicos, mas se ela não passa e começa a surgir outros sentimentos, pode ser um claro sintoma de depressão. (EDICASE: 2017, p. 4) No livro “A tristeza transforma, a depressão paralisa’’, Botega (2018, p.68-69) diz sobre a dificuldade de diferenciar os dois em situação de luto. Diferente da tristeza, um processo normal para elaborar perdas, o grave aprofundamento da tristeza conhecido como depressão é patológico e grave. Enquanto um vai e volta sem maiores danos para pessoa, a outra é uma doença grave. (DAMETTO: 2015, p. 9) O centro de saúde mental Lindner Center of HOPE, em 2013, listou algumas características para distinguir os dois sentimentos, são elas: Duração: Para ser considerado depressivo, um indivíduo deve apresentar sintomas significativos por pelo menos duas semanas de forma contínua. Indivíduos que estão se sentindo um pouco "deprimidos" geralmente afastam esses sentimentos em alguns dias, se não horas. A sensação de "desabafar" que todos nós tivemos é digna de nota por ser temporária. Sem tratamento, a depressão verdadeira, por outro lado, pode durar meses ou anos, ou pode ocorrer com frequência. Intensidade: Além de durar mais tempo, a verdadeira depressão clínica também é mais intensa do que um caso de "tristeza". Geralmente, as pessoas que estão se sentindo "blue"45 ou "deprimidas" conseguem realizar suas atividades diárias regulares. Indivíduos com um episódio de depressão geralmente não conseguem funcionar normalmente. A depressão interfere no trabalho, relacionamento e atividades diárias. Em casos extremos, a depressão pode levar a sentimentos de total desesperança e pensamentos ou atos suicidas. (tradução nossa) O blog Dr. Consulta em 2017 também destacou as principais disparidades que devem ser conhecida para a avaliação se é ou não depressão: 44 ARAGUAIA, Mariana. Fases da Vida. Escola Kids - UOL. 45 Decidimos deixar a palavra original, por não possuir tradução equivalente para o português. Motivação: A primeira delas está relacionada ao motivo da emoção. É possível apontar uma causa específica que justifique a tristeza? Por exemplo: a pessoa perdeu o emprego, um ente querido está doente ou faleceu, um filho se mudou para uma cidade distante, brigou com um amigo etc.? Se houver uma causa definida, as chances são grandes de ser apenas tristeza. Se tudo vai bem na vida, mas a pessoa ainda assim está triste, é um sinal de alerta: pode ser uma depressão. Tempo: Outro marcador é o tempo. Normalmente, as tristezas costumam passar depois de aproximadamente dois meses. É claro que cada pessoa tem um tempo diferente para processar emoções. No entanto, passados três meses, se a tristeza não for diluída, outro sinal de depressão. Cansaço: Um dos principais sintomas da depressão é a fadiga crônica. A pessoa pode não ter mais atividades do que o normal, mas, mesmo assim, ela se sente incapacitada de realizar as tarefas normais do dia a dia. Na tristeza, isso raramente acontece. Insônia: Apesar da constante fadiga, é comum a pessoa deprimida também apresentar insônia. Não importa o quanto o dia foi cansativo, quem está deprimido simplesmente não consegue dormir. A falta de sono pode ser, portanto, um indício da depressão. Genética: Enquanto todas as pessoas estão sujeitas a momentos de tristeza ao longo da vida, a depressão tem um componente genético. Estresse: Além disso, fatores crônicos, como o estresse e a tristeza do cotidiano, também podem levar à depressão. O mais perigoso é quando o estresse de intensidade moderada continua por tempo prolongado — superior a seis meses. 2.5 TIPOS DE DEPRESSÃO Existem diversos tipos de depressão, são normalmente relacionados a sua origem. O tipo clássico de depressão e o mais comum é o transtorno depressivo maior (depressão unipolar), ela é caracterizada pelo humor sombrio e perda de interesse e prazer, incluindo também diversos problemas para dormir, alterações no apetite ou no peso, perda de energia, geralmente tratada com psicoterapia. A distimia (transtorno depressivo persistente) é um tipo de depressão crônica que chega a durar pelo menos dois anos, porem ela não pode atingir a intensidade de depressão maior. Os sintomas mais comuns dessa depressão é a tristeza e ficar cabisbaixo, mesmo realizando tarefas do dia a dia. Há outros dois tipos de depressão sendo eles o transtorno afetivo sazonal e a depressão pós-parto ou perinatal, esse como já diz o nome pode ocorrer durante a gravidez ou até mesmo 12 meses após o parto, afeta uma a cada sete mulheres que dão à luz, podendo atingir o bebe e a mãe, com sintomas de tristeza, ansiedade e exaustão, já o transtorno afetivo sazonal é uma depressão que surge no inverno, quando a incidência de luz solar é baixa, vem acompanhada com retraimento social, aumento do sono e ganho de peso. O tratamento é feito com terapia com luz citada no capítulo de terapias. Antes conhecidas como doença maníaco-depressiva o transtorno bipolar são caracterizados pelo humor extremamente alto-eufórico ou irritável. Um outro transtorno mental é a psicótica que ocorre quando a pessoa tem depressão grave e psicose (delírios, alucinações), esses sintomas levam junto com si sentimento de culpa, pobreza ou doença. Além desses há outros 3 transtornos, sendo eles, o disfórico pré-menstrual (TDPM) que começa após a ovulação e termina quando a menstruação começa e isso ocorre por conta da baixa de estrógeno. Transtorno disruptivo de desregulação do humor, ocorre principalmente naadolescência e infância, caracterizada por explosões de raivas, comportamento e linguagem agressivas. E por última tem o transtorno depressivo induzido por substância/ medicamente, esse transtorno está associada a ingestão, injeção ou inalação de uma substância causando a abstinência. 2.6 DEPRESSÃO E O SUICÍDIO O suicídio atualmente ainda é tratado como tabu, a prevenção é de suma importância no enfrentamento desta problemática na sociedade moderna, pois sabe- se da importância da avaliação dos fatores de risco e de proteção (BARBOSA, et. al.: 2011) O estigma, particularmente em torno de transtornos mentais e suicídio, faz com que muitas pessoas que estão pensando em tirar suas próprias vidas ou que já tentaram suicídio não procurem ajuda e, por isso, não recebam o auxílio que necessitam. A prevenção não tem sido tratada de forma adequada devido à falta de consciência do suicídio como um grave problema de saúde pública. Em diversas sociedades, o tema é um tabu e, por isso, não é discutido abertamente. Até o momento, apenas alguns países incluíram a prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 38 países relatam possuir uma estratégia nacional para isso.46 Assim como a depressão, o suicídio vem sendo considerado um grave problema de saúde pública, uma vez que representa uma questão que se agrava a cada dia, traduzindo-se em índices extremamente significativos. O comportamento suicida é classificado, com frequência, em três categorias: 46 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. (VIEIRA e COUTINHO: 2008, grifo nosso) Nas pessoas com depressão grave, cerca de 15% se suicidam. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, P. 33) A importância do tratamento da depressão para prevenção do suicídio é extremamente importante. Um estudo realizado em Gotland, uma ilha da Suécia, é um bom exemplo de como uma intervenção que incluiu capacitação de profissionais, visando à maior detecção e ao tratamento adequado da depressão, pode reduzir o número de suicídios. Dois anos após o início do projeto, houve redução de 60% no coeficiente de mortalidade por suicídio. (CHACHAMOVICH, STEFANELLO ET AL.: 2009) Estima-se que cerca de 20% dos suicídios globais acontecem por auto envenenamento com pesticidas, dos quais a maioria ocorre em zonas rurais de países com baixa e média renda. Outros métodos recorrentes são enforcamento e uso de armas de fogo. (PAOPAS/OMS: 2018)47 Um estudo recente revelou um aumento de 24% entre os anos de 2006 e 2015 na taxa de suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos, 41% disse conhecer alguém que se suicidou. Os homens, no entanto, são os mais vulneráveis, uma vez que eles se dizem envergonhados em se abrir sobre a doença. (JAEN-VARAS et al: 2019) Depressão é o diagnóstico mais comum em suicídios consumados, na Tabela 6 estão algumas frases ditas por pessoas que estão com pensamento suicidas. Tabela 6 – Sentimentos e pensamentos de pessoas suicidas Sentimentos: Pensamentos Tristeza, depressão “Eu preferia estar morto” Solidão “Eu não posso fazer nada” Desamparo “Eu não aguento mais” Desesperança “Eu sou um perdedor e um peso pros outros” Auto-desvalorização “Os outros vão ser mais felizes pros outros” Fonte: OMS 2000 Expressões, sintomas e perturbações podem ser um indicador de possível suicídio, é muito importante levar sempre em consideração. (CUNHA: 2013) Está envolvida em mais de 50% das tentativas de suicídio e em uma porcentagem ainda maior de suicídios consumados. (CLAYTON: 2018)48 Nunca se deve ignorar um pensamento suicida, ignorando-os como por exemplo, dizer a eles: — Você está exagerando, não é tal mal assim. 47 OPAS/OMS. Folha Informativa – Suicídio. 2018 48 CLAYTON, Paula J. Comportamento Suicida. 2018 — Todos temos problemas, você precisa reagir. — Sei o que você está passando, já me senti assim, também.49 De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (APB), 90% estão ligados a doenças como depressão, o transtorno por uso de substâncias, a esquizofrenia e os transtornos de ansiedade. (ROSA, 2019) Além disso, os antidepressivos aumentam discretamente a frequência de pensamentos suicidas e tentativas de suicídio (mas não de suicídios consumados).50 Desde 2015, existe a campanha Setembro Amarelo, mês dedicado a prevenção do suicídio, ainda existem canais de atendimento como CVV. 2.7 CURA? O psiquiatra acredita na cura com tratamento de início imediato e apoio familiar e de amigos [...] O primeiro passo para vencer é querer e apostar que é possível sair. (ON LINE EDITORA) Se partirmos do princípio de que a grande fonte da depressão é um conjunto de pensamentos negativos e persistentes, podemos dizer que a correção e suavização desses esquemas pode aliviar bastante o quadro depressivo. (LEAO: 2019) A depressão tem cura somente quando tratada em todos os aspectos neurológicos e psicológicos, como os medicamentos e terapias. (SBIE: 2019) Ouvir pessoas com depressão e desabafar é uma etapa libertadora e que pode ajudar muito, como toda doença ela precisa de diagnóstico e tratamento. (COSENZA: 2019) 49 GHDX. Causes of Death. Acesso em 30 de março de 2020 50 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A criança de 6 anos. 1° Edição. Brasília, 2006, p. 32 CAPÍTULO III. DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE Agora que já foi aprofundado mais abertamente o que é a terceira idade e o que é a depressão, vamos entender como são os casos de depressão na terceira idade com a finalidade de exemplificar e propor possíveis soluções para o problema. A depressão é uma doença que foi classificada como “crise global” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela alerta que a depressão entre idosos lidera o ranking de diagnósticos. Especificamente, a taxa que lidera no mundo com o maior índice de diagnósticos seria a relacionada a idosos entre 70 e 74 anos. (REPÓRTER BRASIL: 2019) No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente, de 2013, identificou que 11,2 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de pessoas na faixa dos 60 a 64 anos lidera o ranking, com 11,1% dos indivíduos diagnosticados. Embora para alguns especialistas esses números sejam comuns, a depressão entre idosos está longe de ser ‘’normal’’51. Esse crescimento da doença pode estar ligado diretamente a fatores da vida dos idosos. O registro de denúncias de abandono por idosos cresce semestre após semestre. Do primeiro semestre de 2014 para o primeiro de 2015, cresceu em mais de 2 mil casos e isso tem se tornado um padrão. As denúncias de dano ao idoso não se resumem em abandono, a negligência ou abandono corresponde à maior parte das denúncias, apontada em 77,6% dos casos. Em seguida, estão registros de violência psicológica (51,7%), abuso financeiro (38,9%) e violência física (26,5%). (CANCIAN: 2015) Milhares de idosos sofrem todos os dias com a falta de respeito, isso parte não só das pessoas que convivem em seu cotidiano, mas também dos servidores públicos, em estudo, foi constatado que o desrespeito com pessoas da terceira idade vem acontecendo muito nos meios de transportes públicos e em filas de atendimento preferencial. Um a cada quatro idosos avalia que esses serviços não são respeitados 51 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros de 60 a 64 anos. Correio Braziliense. Acesso em: 2 de setembro de 2020 no país, em levante feito pelo Datafolha, publicado no jornal Folha de São Paulo. (CENTRAPE: 2018)52 Tendo em vista que até 2034 os idosos devem atingir 15% da população brasileira (IBGE) esses problemas devem ser solucionados para garantir uma melhora na qualidade de vida do idoso, não só os do futuro, como os de hoje também. (COMUNICARE: 2019)53 Na terceira idade é difícil diagnosticara depressão porque a tristeza não é sua principal característica. Para o psiquiatra gerontólogo Eduardo Nogueira: Enquanto a tristeza nem sempre está presente nos idosos deprimidos, há outras características que merecem atenção, como apatia, redução de contato social e negativismo. (OLIVETO: 2017) Para Nogueira, nesses casos é muito comum a doença se manifestar de forma silenciosa, sem a trazer consigo a tristeza, porém aparecendo no idoso que fica muito silencioso. Na matéria, é dado o exemplo da perita criminal aposentada Raimunda de Barros Rebelo Rocha, de 79 anos. Sempre muito animada, brincalhona e fã de um shopping center, há três anos ela começou a perder o interesse por tudo, ela diz: Não tinha prazer em mais nada. Não ligava nem para o marido, nem para o filho. Não queria mais comer, não queria mais fazer compras. Eu não tinha vontade de morrer, mas também não tinha de viver. 54 Em seu relato, ela conta que ao sair de casa, se sentia ainda pior, se sentia extremamente sozinha e angustiada. Recorreu a ajuda dos familiares e diz que atualmente suas vontades voltaram a aparecer, e alegria da vida junto. Outro fator que foi levantado, é a “viuvez”. Generalizando, a perda de entes queridos. Na fase final da vida, os idosos vão vendo pessoas com as quais viveram a vida toda, desde irmãos, primos, maridos e esposas, partirem. Esses fatores têm grande impacto em seu psicológico. É o caso da servidora aposentada Nilça Tavares de Albuquerque de 75 anos, que se sentiu extremamente deprimida ao perder seu marido, com quem era casada por 5 décadas. Afundada em tristeza e angústia, ela foi diagnosticada com depressão. Em seu relato, ela diz: Agora é aguardar a minha hora também. Não tenho expectativa de muita coisa, não. A gente com 75 anos não tem mais muita grandeza no mundo para passar. Não é só a falta dele (do marido). É a idade da gente. 52 CENTRAPE. Desrespeito aos idosos. Acesso em:1 de outubro de 2020 53 COMUNICARE. Entenda qual o cenário do envelhecimento no Brasil. Acesso em: 1 de outubro de 2020 54 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros entre 60 e 64 anos. Correio Braziliense. Acesso em: 2 de Setembro de 2020 Essa visão pessimista e o desânimo são traços característicos da depressão que podem colocar em risco a saúde do idoso, segundo a Psicóloga Raquel Cohen, que atua como pesquisadora da Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esse sentimento pode fazer com que o idoso tenha menor possibilidade de buscar um tratamento ou hábitos que garantam uma melhora.55 Um fator relevante é que, para o Brasil, estima-se que em 2045 teremos um número maior de idosos do que o número de crianças. Esse processo de envelhecimento populacional tem sido grande responsável pelo aumento de doenças nessa população, principalmente as doenças psiquiátricas, como a de foco do nosso trabalho, a depressão. Em uma pesquisa realizada, que foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde (CEPAS) da Universidade Federal de Pelotas (Processo 320.865/2013), foi constatado que, nessa região, a cada 5 idosos um possuía depressão. (GULLICH, et al: 2006) Pouco mais da metade (54%) pertencia ao sexo feminino e, na sua grande maioria (93%), os indivíduos eram de cor da pele branca; pelo menos 7 em cada 10 eram casados, 10% não sabiam ler nem escrever, 53% de suas famílias possuíam renda mensal de pelo menos 3 salários mínimos e 96% deles recebiam aposentadoria. Ainda, nessa mesma tabela, é possível verificar que 8% eram fumantes, ou seja, haviam fumado pelo menos 1 cigarro por dia nos últimos 30 dias; 28% praticaram alguma atividade física nos últimos 7 dias; e 81% referiram participar regularmente de alguma atividade de lazer. Por fim, 78% disseram usar diariamente algum tipo de medicamento, dois terços haviam se consultado com médico nos últimos 3 meses e cerca de 1 em cada 4 havia sido hospitalizado ou tido alguma queda nos últimos 12 meses. Cerca de dois em cada três deles afirmaram, segundo diagnóstico feito por médico, ser portadores de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e/ou depressão.56 Esses dados e relatos geridos de pesquisas que foram apresentadas anteriormente neste capítulo reforçam que fatores externos têm grande impacto na incidência da depressão na vida dos idosos. É destacado em muitos deles, como o abandono da família, a perda de um cônjuge ou até deficiência no corpo, perda de ação de algum membro e até mesmo aposentadoria podem ter grande impacto no psicológico de um idoso, fazendo com que ele se isole e desenvolva uma depressão silenciosa. 55 OLIVETO, Paloma. Depressão é mais comum entre brasileiros entre 60 e 64 anos. Correio Braziliense. Acesso em: 2 de Setembro de 2020 56 GULLICH, et al. Depressão entre idosos: um estudo de base populacional no Sul do Brasil. Scielo, 2016 3.1 TRATAMENTO CLÍNICO Quando se trata do tratamento, existem algumas possibilidades, por isso, existe grande dúvida da eficácia de cada prática. Na parte clínica, iremos abordar os principais tratamentos e seus processos. O tratamento da depressão no idoso tem por finalidade reduzir o sofrimento psíquico causado por esta enfermidade, diminuir o risco de suicídio, melhorar o estado geral do paciente e garantir uma melhor qualidade de vida. O tratamento da depressão, como também de outras doenças neuropsiquiátricas no idoso, constitui um desafio que envolve intervenção especializada. (STELLA et al: 2002, p.04) No início do tratamento clínico, o objetivo é identificar os sintomas principais presentes. Também é destacado uma análise se o paciente não possui receita com outro remédio para tratar alguma doença que pode estar relacionada com a depressão. Esses remédios que amenizam a insônia, a hipertensão ou anti- inflamatórios podem estar ligados ao aparecimento de sintomas depressivos.57 Como citado anteriormente no trabalho, é analisado também fatores psicossociais dos pacientes a fim de um tratamento mais detalhado. Quando se trata do tratamento especificamente, existem dois tipos de abordagem. A inicial é a psicoterapêutica, que é realizada por terapeutas especializados em idosos. A intervenção psicoterapêutica, preferencialmente com profissionais especializados em idosos, ajuda a identificar os fatores desencadeadores do processo depressivo, contribuindo para a orientação dos familiares, dos cuidadores e do próprio paciente. Atividades do tipo terapia ocupacional, participação em atividades artísticas e de lazer também têm seu papel no tratamento do idoso deprimido. A intervenção psicoterapêutica, particularmente indicada para idosos, é a modalidade denominada de psicoterapia breve. Esta modalidade, além de minimizar o sofrimento psíquico do paciente, ajuda o idoso deprimido a reorganizar seu projeto de vida. É uma terapia prospectiva, voltada para o presente e para o futuro, com duração, em geral, de seis meses. (STELLA et al. Ibidem) O tratamento psicoterapêutico, em resumo, é muito eficaz quando a depressão ainda atua de forma mais amena e mais ligada ao psicológico em si, onde através de conversas e atividades com o terapeuta, é possível diminuir cada vez mais os sintomas. Quando os sintomas de depressão estão em estágios mais graves, os quais colocam a vida do idoso em risco, são feitas intervenções com tratamentos de 57 STELLA, et al. Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física. UNESP, 2002 farmacoterapia. Sua principal característica é a medicação do paciente com antidepressivos e outros remédios. Os tratamentos alternativos podem trazer bons resultados em longo prazo, muito embora não substituam os realizados pelos especialistas. Porém, quando feitos em conjunto com os medicamentos, eles podem ser de extremo auxílio. O objetivo da fisioterapia para idosos varia segundo a patologia
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