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Micoses Superficiais (Resumo + Caso)

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MICOSES SUPERFICIAIS 
 
 
 
Os fungos, que são seres eucariontes, com parede 
celular composta pelo polissacarídeo quitina (ou 
celulose em alguns casos) contendo glucanas e 
mananas (esses açucares são reconhecidos pelo 
sistema imune durante infecções) e que se 
apresentam basicamente em duas formas: 
filamento e leveduras; podem ocasionar várias 
doenças. As micoses, como podemos classificar 
essas doenças, podem ser divididas em cinco 
grandes grupos: 
1. Micoses superficiais (atingem principalmente 
as camadas lúcida e estrato córneo da 
epiderme) 
2. Micoses cutâneas (atingem principalmente o 
estrato espinoso, granuloso e germinativo) 
3. Micoses subcutâneas (acontecem quando a 
derme fica exposta) 
4. Micoses sistêmicas (mais profundas) 
5. Micoses oportunistas (aproveitam de 
problemas no organismo do hospedeiro 
para infectarem). 
MICOSES SUPERFICIAIS 
PTIRÍASIS (TINEA) VESICOLOR 
Trata-se da descoloração ou despigmentação da 
pele, que podem se dar pela Hipercromia, quando 
há excesso de pigmentação e manchas escuras, e 
Hipocromia, quando há falta de pigmentação, ou 
seja, manchas claras. É causada pela Malassezia 
spp., uma levedura lipofílica, que possui a lipase, 
responsável por degradar lipídeos para se alimentar. 
Existem algumas espécies desse gênero, como: 
Malassezia furfur, M. obtusa, M. globosa, M. 
pachydermatis, M. sympodialis e M. restricta. 
Esse fungo faz parte da microbiota da pele. No 
entanto, quando em condições na qual há 
desbalanço de algum fator, como temperatura ou 
umidade do ar, ocorre a exacerbação da reprodução 
dos fungos, que produzem filamentos. 
Características Clínicas: máculas com descamação 
na pele, principalmente em regiões seborreicas do 
corpo. Prurido pode ocorrer em casos graves. O ácido 
azelaico, presente no fungo, interfere na formação 
de melanina, fazendo com que haja hipocromia na 
pele. A hipercromia ocorre quando há o aumento da 
distribuição de melanossomas, que são estruturas 
que fabricam a melanina. A exposição ao sol pode 
acentuar as cromias. 
 
Figura 1. Hipercromia por Malassezia spp. 
Epidemiologia: Acomete principalmente pessoas 
entre 10 e 60 anos, em regiões tropicais. Pré-
disposição genética, má nutrição e estados como 
gravidez, DM (diabetes mellitus) ou 
imunodeficiências, na qual ocorre maior produção 
de sebo, podem auxiliar na infecção. 
Diagnóstico: O exame com a lâmpada de Wood 
evidencia lesões amareladas. Os sinais da unhada 
de besnier e do estiramento de Zileri podem auxiliar 
a visualização da descamação. Os fungos também 
podem ser cultivados em meios com óleos de oliva 
e girassol, em temperaturas de 35ºC-37ºC, e 
crescem em até 7 dias. 
MICOSES SUPERFICIAIS 
Microscopicamente, quando são analisadas 
escamas de pele, pode se notar a presença de 
células blastoconídeos (leveduras) em cacho ou hifas 
curtas (mais raras de serem vistas), como na imagem 
abaixo. 
 
Figura 2. Pitiríase Versicolor 
Tratamento: Geralmente a cura é espontânea, mas 
pode ser feito pelo uso tópico de azóis ou xampu 
com sulfeto de selênio. Para infecção mais 
generalizada, o cetoconazol ou itraconazol por via 
oral podem ser utilizados. 
TINEA NEGRA 
A Tinea negra é causada pela Hortaea werneckii, 
uma hifa dematiácea (negra) e septada. Pode 
crescer também em meio de cultura a 25°C, na qual 
o fungo filamentoso negro produz aneloconídios. 
Não faz parte da microbiota permanente, e sim da 
transitória, ou seja, estão no ambiente mas após o 
contato com o corpo, não se estabelecem de forma 
permanente. Está presente no solo e areia da praia, 
e infecta o indivíduo após inoculação traumática na 
epiderme. 
Características clínicas: Presença de mácula na pele, 
isolada e irregular, pigmentada e quase sempre na 
palma das mãos ou planta dos pés. 
 
Figura 3. Mácula escura causada por Hortaea werneckii. 
As lesões são pouco ou nada descamativas, e 
geralmente assintomáticas. 
Epidemiologia: Atinge principalmente 
pacientes abaixo de 20 anos, em locais tropicais. 
Diagnóstico: As hifas são vistas no exame 
microscópico das escamas da pele. Na primeira 
semana, o crescimento é leveduriforme, com septo 
central. Posteriormente, aparece o micélio aéreo, 
formado por hifas septadas e conídios. 
Tratamento: É utilizada a pomada Whitfield e cremes 
com azóis e terbinafina. 
As Piedras 
São fungos que ficam na haste dos fios do corpo. A 
consistência deles é diferente: fazem nódulos 
endurecidos de coloração variável. Esse é um fator 
de virulência deles: produção de nódulos 
melanizados. 
PIEDRA PRETA 
Piedraia hortae (atinge o cabelo) causa a presença 
de nódulos negros de tamanhos variados, na haste 
dos pelos. É super aderida ao cabelo, por isso, só se 
consegue remover se o cabelo for cortado. 
Epidemiologia: É uma doença incomum, mas no 
Brasil é uma endemia na região amazônica. 
Diagnóstico: Na microscopia, é examinado o pelo 
infectado. São vistos os fungos filamentosos na 
forma de ascos, que formam os ascóporos 
fusiformes. As hifas (ascos) são pigmentadas. 
Quando cultivada, percebe-se a 25°C a formação de 
leveduras, que formam, posteriormente, hifas 
melanizadas. 
Tratamento: O corte dos cabelos infectados é uma 
opção importante. Lavagens regulares são 
recomendadas. A utilização de derivados 
imidazólicos por 15 dias também é receitado. 
 
Figura 4. Piedra Preta. Nódulo escuro. 
 
 
MICOSES SUPERFICIAIS 
PIEDRA BRANCA 
O Trata-se de uma micose superficial, na qual são 
vistos nódulos ao redor dos pelos de qualquer parte 
do corpo. É muitas vezes confundida com lêndeas. 
Os fungos leveduriformes do gênero Trichosporon 
spp. crescem na haste do cabelo e pelos axilares e 
pubianos, deixando nódulos de coloração branca. 
As três principais espécies são: 
• T. ovoides (infecta o cabelo e couro 
cabeludo); 
• T. inkin (principal agente que infecta os pelos 
púbicos); 
• T. asahii. 
Epidemiologia: Acontece principalmente em regiões 
tropicais e atinge pessoas que não secam os 
cabelos de modo adequado. Relaciona-se com a 
falta de higiene. 
Diagnóstico: Na análise microscópica, podem ser 
vistos hifas na forma de micélio hialino, e células de 
leveduras no processo de brotamento 
(blastoconídios). Colônias de coloração creme serão 
formadas após incubação do fungo, na temperatura 
ambiente, após, pelo menos, três dias. 
Tratamento: O cabelo pode ser cortado/os pelos 
podem ser depilados. Uso de itraconazol oral 
também é receitado. 
 
Figura 5. Piedra Branca e seu nódulo claro, formado por 
hifas e artrosporos. 
Casos Clínicos 
Caso 1) Homem, 22 anos, estudante de Medicina da 
Uninove, relata “manchas brancas” (ilustração) e 
indolores “nas costas” , após viagem de Carnaval no 
Litoral de São Paulo. Relata também que as 
manchas “apareceram” após tomar sol na praia. Ao 
realizar o exame físico na paciente, o médico 
observou lesão macular, finamente descamativa, de 
tamanho variável, hipocrômica, observada em áreas 
seborreicas do corpo. Solicitou exames 
complementares com o raspado de 
pele: exame micológico direto e cultura. 
 
Resultados dos exames complementares 
• Microscopia direta: blastoconídios em 
cachos / hifas curtas e curvas. 
• Cultivo (ágar sabourad com óleo de oliva): 
colônias leveduriformes de cor creme ou 
branca, aspecto mucoide e brilhante. 
Características importantes do fungo em questão: 
• Levedura; 
• Lipodependente; 
• Polimórfico; 
• Faz parte da microbiota cutânea do ser 
humano; 
• Saprófito na natureza. 
 
Questões sobre o caso 1. 
1) Qual é a micose em questão? 
2) Como essa micose é classificada? 
3) Como o paciente pode ter desenvolvido essa 
doença? 
4) Cite o fator de virulência do fungo em 
questão, do conteúdo exposto. 
 
RESPOSTAS 
Caso Clínico 1) 
1) A micose é a Pitiríase (Tinea) Vesicolor. 
2) A micose é superficial. 
3) O Malassezia furfur é um fungo presente na 
microbiota da pele. Em decorrência de o 
paciente ter ido a uma região úmida e 
quente, há a maior produção de sebo, 
ocorrendo um desequilíbrio da produçãode 
Malassezia furfur. 
MICOSES SUPERFICIAIS 
4) O Malassezia furfur é lipodependente, ou 
seja, necessita de lipídios para o seu 
metabolismo. Sendo assim, a lipase é um 
importante fator de virulência. 
 
Referências: 
J., T.G.; R., F.B.; L., C.C. Microbiologia. Grupo A, 2017. 
9788582713549. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9
788582713549/. Acesso em: 24 Apr 2021. 
 
P.R.M. Microbiologia Médica Básica. Grupo GEN, 
2018. 9788595151758. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9
788595151758/. Acesso em: 24 Apr 2021

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