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Anemia na infância

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1 
PRÁTICAS MÉDICAS I – PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
ANEMIA NA INFÂNCIA 
Consiste na redução da massa eritrocitária, que é a hemoglobina e o hematócrito, total do organismo, já a anemia em si é um 
marcador da doença, normalmente analisa-se a presença da anemia como marcador de doença por meio das mucosas, caso 
estejam pálidas é um indicativo. 
➔ Diagnóstico: 
▪ Anamnese e exame físico 
▪ Questões a serem feitas: 
O paciente está anêmico? As mucosas estão pálidas? 
A história e o exame físico sugerem quadro agudo ou crônico? 
Há risco de descompensação cardíaca? Há emergência? 
Normalmente quando os níveis de hemoglobina estão abaixo de 7 faz-se transfusão. 
 
➔ Classificação das anemias: 
Analisa-se se tem um mal funcionamento sem aparente causa ou sem repercussão clínica. 
▪ Baixa produção: É uma falência medular, diminuição da produção da eritropoietina. 
▪ Eritropoieses ineficaz: Anormalidades na maturação citoplasmática, nuclear, anemia sideroblástica. 
▪ Aumento na destruição: Congênitas. 
▪ Fisiológica: Ocorre em torno de 2 a 4 meses. 
 Está relacionado à diminuição da HbF e ao aumento da HbA. 
 Não possuem sinais clínicos associados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Classificação quanto ao tamanho da hemácia (VCM): 
▪ Anemias microcíticas: Deficiência de ferro, intoxicação pelo chumbo, síndromes talassêmicas, anemias sideroblástica, 
doenças crônicas e algumas Hb instáveis. 
▪ Anemias macrocíticas: Deficiência de vit. B12, ácido fólico, aplasias, doença hepática, hipotireoidismo, neoplasias, 
anemias diseritropoiéticas. 
▪ Anemias normocíticas: Anemias hemolíticas congênitas e adquiridas, perdas agudas, sequestro esplênico e doenças 
crônicas. 
 
A anemia é uma manifestação da doença e geralmente é definida como uma redução na massa eritrocitária (Ht e Hb). 
A OMS define: Hb < 11g/dl para crianças de 6 meses a 5 anos. 
Hb < 11,5 g/dl para crianças de 5 a 12 anos. 
➔ Anemias carenciais: 
As anemias carenciais são as anemias ferropriva e a anemia megaloblástica, que ocorre devido a deficiência do folato 
(ácido fólico) e da vitamina B12. 
 
2 
PRÁTICAS MÉDICAS I – PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
▪ Anemia ferropriva: 
É a deficiência nutricional mais comum nos países em desenvolvimento, bem como nos países industrializados. Estima-se que 
cerca de 2,15 bilhões de pessoas no mundo sejam anêmicas por deficiência de ferro, segundo a OMS, tornando essa patologia 
um problema de saúde pública. 
A OMS define um problema de saúde pública: 
Os dados epidemiológicos no brasil estão entre 40-50% em crianças < 5 anos. 
 
 
 
 
A quantidade de ferro ao nascimento e o aumento da demanda pelo crescimento são os principais fatores, principalmente se a 
mãe não tiver o suprimento adequado de ferro desde o começo da gestação. 
▪ Principais fatores: Aporte inadequado; 
 Crescimento; 
 Perda sanguínea; 
 
Qual a função do ferro? 
A absorção do ferro é feita no duodeno, a forma de absorção é a forma ferrosa, de forma geral 5 a 10% do ferro vem da 
alimentação, quando a criança está anêmica consegue absorver cerca de 20%, os outros 80% vem da reutilização do ferro 
próprio. No adulto tem-se 95% de reciclagem e na criança de 70 a 80%. 
O ácido clorídrico ou suco gástrico, é necessário para a solubilização dos sais de ferro e para a manutenção do ferro na forma 
ferrosa e também é importante para a absorção do ferro. 
A anemia tem efeito no crescimento e desenvolvimento de populações em risco. 
Provoca a diminuição de cáries dentárias, alteração de odores e alteração na imunidade não específica, paladar e apetite. 
Crianças com queda do ferro sérico tem maior quantidade de quadros de pica, estresse metabólico e atraso audiovisual. 
 
Absorção do ferro: 
Fatores facilitadores: Ac. ascórbico, frutose, carotenoides, citratos e aminoácidos. 
Fatores inibidores: Fitatos, fibras, cafeínas, oxalatos, compostos fenólicos, zinco, cálcio e fósforo. 
 
Ferro e alimentação complementar: 
Cerca de 70% das necessidades de ferro do lactente devem ser supridas pela 
alimentação complementar. 
 
Ferro na dieta: 
A quantidade de ferro presente na comida não significa biodisponibilidade, desse 
modo tem-se alguns alimentos que tem muito ferro p.ex. cereais, que possuem 12,5 
mg de ferro, entretanto, apenas em torno de 20% disso é absorvido. 
 
O leite materno e o leite de vaca possuem cerca de 0,5mg/100g de ferro, no entanto, 
a biodisponibilidade deles é bem diferente, de forma que o leite materno tem uma 
biodisponibilidade de 52% e o leite de vaca possui uma biodisponibilidade de apenas 
10%. 
 
Fatores de risco para se ter anemia ferropriva: 
▪ Filhos de mãe com anemia; 
▪ Prematuridade; 
▪ Baixo peso ao nascer; (indica um sofrimento fetal) 
▪ Sangramento durante o parto; 
▪ Desmame precoce; 
▪ Dieta vegetariana; 
▪ Uso de leite de vaca no primeiro ano de vida; 
 
 
 
3 
PRÁTICAS MÉDICAS I – PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Quadro clínico da criança com anemia: 
▪ Déficit de crescimento e desenvolvimento; 
▪ Alterações de pele e anexos; 
▪ Alterações gastrointestinais; 
▪ Distúrbios do comportamento; 
▪ Diminuição da atividade; 
▪ Inapetência; 
▪ Alterações da imunidade; 
 
Fases da anemia ferropriva:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depleção de 
Ferro
 Ferritina
Eritropoiese 
ferro-
dependente
 Ferro sérico, Sat. 
de transferina , 
Protoporfirina
eritrocitária livre
Anemia 
ferropriva

hemoglobina
Primeiro estágio: 
Absorção menos excreção diminui. Poucos 
efeitos sistêmicos por causa das reservas de ferro 
compostos pela ferritina e a hemossiderina. 
Níveis de hemoglobina praticamente estáveis. 
Não há nenhuma alteração fisiopatológica nem 
alteração da velocidade de produção eritrocitária 
no organismo. 
Segundo estágio: 
Perda mais acentuada do ferro. 
Reservas se esgotam e a saturação 
da transferrina sérica começa a 
diminuir progressivamente 
enquanto a capacidade total de 
ligação ao ferro (TIBC) aumenta. 
Ainda não anemia. 
Terceiro estágio: 
Ocorre quando a saturação da transferrina cai para 
valores abaixo de 20% (normal de 30% a 50%) e a 
síntese de hemoglobina é afetada. Com esses níveis 
a hemoglobina assume uma conformação 
hipocrômica e microcítica, caracterizando anemia 
ferropriva. A sintomatologia clássica geralmente é 
alcançada com valores de saturação inferiores a 
20%. 
 
4 
PRÁTICAS MÉDICAS I – PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Exames: 
Hemograma: Hemoglobina  
 Características das hemácias: VCM ( microcitose) 
 HCM ( hipocromia) 
 RDW ( anisocitose): 11,5 – 14,5% 
 Ferritina sérica (): 10 – 16 mcg/dl = anemia ferropriva (estoques) 
 CTLF¹: Aumenta na deficiência de ferro (Valores normais: 250 – 390 mcg/dl) 
 Ferro sérico: <30 mcg/dl (marcador ruim, aumenta em outras condições também). 
 Contagem de reticulócitos: Aumentada em quadros de anemia, mostrando que a medula precisa trabalhar mais. 
 Saturação de transferrina: Não é específico, mas é importante para saber se tem anemia mesmo. 
 Receptores de transferrina; 
 Depósito de ferro na MO (padrão-ouro): Faz-se após a tentativa de tratamento sem sucesso. 
CTLF¹: Capacidade total de ligação do ferro ou transferrina. 
 
Teste terapêutico: INDICA UMA MELHORA. 
Sulfato ferroso 3 a 5 mg/kg/ dia, com isso observa-se se: 
 Hb 0,25 – 0,4 g/dL/ dia ou HTC 1%/dia. 
 Reticulócitos: Pico em torno do 5º ao 10º dia. 
 
 
 
Diagnóstico diferencial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
PRÁTICAS MÉDICAS I – PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Tratamento: 
▪ Orientaçãonutricional: 
Leite materno exclusivo até o 6º mês. 
Fórmulas fortificadas com ferro até 1 ano. 
Cereais/farinhas fortificadores do 6º mês ao 1º ano. 
Dieta com facilitadores e sem inibidores. 
 
▪ Tratamento medicamentoso: 
Sulfato ferroso: SUS – 25mg/ml (20 gotas) 
 Iberim fólico; 
 Novofer; 
 Combiron; 
Hidróxido de ferro polimaltosado: Noripurum – xarope 50mg/10ml – gotas 50 mg/ml (20 gotas). 
Ferro quelato glicinado: Utiliza-se caso tenha efeitos colaterais com o sulfato ferroso. 
 Neutrofer – gotas 50mg/ml – Flaconete 50mg 
Ferro aminoácido quelato: Folifer 
Fumarato ferroso: Utilizado mais para as mães. 
 Iloban; 
 Materna; 
Carbonato ferroso: Utilizado mais para as mães. 
 Supradyn; 
Citrato férrico amoniacal: Utilizado mais para as mães. 
 Ferroben. 
 
Efeitos adversos: Baixa adesão devido aos sintomas adversos. 
 Náuseas, vômitos, gosto metálico, pirose, dispepsia, plenitude ou desconforto abdominal. 
 Diarreia e obstipação. 
 Mancha nos dentes. 
 Todos os efeitos colaterais são reversíveis e se solucionam completamente após a suspensão da medicação. 
▪ Profilaxia: 
Fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico. 
Orientação nutricional. 
Suplementação dos 6 aos 18 meses: 25 mg de ferro elementar 1x por semana. 
 
A SBP recomenda que seja feita uma profilaxia até os 2 anos de idade, a qual consiste em 1mg/kg/dia a partir de 3 meses e a 
gestante faz das 20 semanas de gestação até o fim do aleitamento. 
 
Profilaxia global: Saneamento básico, educação nutricional, acesso à serviços de saúde, profilaxia (aleitamento materno e 
suplementação), evitar fatores inibidores e tratamento de parasitoses.

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