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Bioestatística – Laís Nunes [2º semestre] INTRODUÇÃO Á BIOESTATÍSTICA Estatística é a ciência que fornece os princípios e os métodos por coleta, organização, resumo, análise e interpretação de dados, dados corretamente coletados fornecem conhecimentos que não seriam obtidos por simples especulação; Bioestatística é a aplicação da estatística dentro da ciência biológica; CONCEITOS FUNDAMENTAIS Unidade: é a menor unidade que fornece uma informação. Ex: pessoa, animal, fato, planta, etc; Unidade experimental: indivíduos submetidos a uma situação de experimento controlado. Ex: tratamento e o controle de algo, sendo assim, manipulativos, pois podem ser feito alterações, podendo ser em laboratórios ou de campo; Unidade de observação: estudos planejados que não interferem ou alteram o universo estudado. Ex: diagnostico de áreas, levantamento de doença, etc; Dados: são informação (numéricas ou não) obtidas a partir de uma determinada variável. Ex: uma pessoa de 35 anos é fumante e tem diabetes; Variável: é a condição ou característica que se mede (observa) no estudo, variando de uma unidade ou de um indivíduo para outro, são classificadas em dois tipos. Ex: peso, altura, sexo, etc; Quantitativa (ou numérica): dados expressos por números, como por exemplo a contagem de cada tipo de bactéria. Ex: idade, estatura, peso; Qualitativa (ou categórica): dados não podem ser quantificados, pois possuem categorias exclusivas, como por exemplo tipos de bactérias. Ex: cor dos olhos, sexo, local de nascimento. O tipo de variável determina o tipo de análise que usará no estudo; Quantitativa ou numérica Qualitativa ou categórica Discreta: contagem de números inteiros. Ex: número de filhos, bactérias por litro de leite; Nominais: SEM graduação entre as categorias. Ex. sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio. Contínuas: valores fracionais, medidas por instrumento. Ex: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade. Ordinais: COM graduação entre as categorias. Ex.: escolaridade (1o, 2o, 3o graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação. População ou universo: é o conjunto de unidades, que tenham algo em comum, sobre a qual desejamos obter informações (=objeto de interesse). Ex.: Comunidade de espécies, pacientes, exames, prontuários, brasileiros, etc. Amostra: subconjunto de unidades, fração ou porção retiradas de uma população para obter a informação desejada (=objeto de estudo). As amostras devem ser representativas, com margem de erro conhecidas, para permitir obter respostas razoáveis. Ex: parcela representativa dos brasileiros. PORQUE SE USAM AMOSTRA? As razões que levam os pesquisadores a trabalhar com amostras e não com toda a população são poucas, mas absolutamente relevantes, como: Custo e demora dos censos; Populações muito grandes; Impossibilidade física de examinar toda a população; Comprovado valor cientifico das informações coletadas por meio de amostras; Indispensável quando a coleta leva a destruição do material utilizado. O QUE É AMOSTRAGEM? Coletar dados relativos a alguns elementos da população e a sua análise, que pode proporcionar informações relevantes sobre toda a população. O plano de amostragem deve responder às seguintes questões: O que pesquisar (unidade de amostragem); Quanto pesquisar (o tamanho da amostra); Como selecionar (o procedimento da amostragem); Definir objetivos, conceitos e recursos; Obter e avaliar cadastros disponíveis; Planejar a amostra (definir plano amostral); Esquema para seleção das unidades a pesquisar; Procedimento para controle da amostra. Definir procedimentos para estimação; Estimadores para as quantidades de interesse; Medidas da precisão – Avaliação. QUALIDADE DE UMA BOA AMOSTRA Precisão: Refere-se à exatidão dos resultados de medições obtidos na amostra(estatísticas) em relação aos resultados que seriam obtidos de toda a população(parâmetros). É a medida do erro amostral: quanto menor, mais precisa a amostra. Eficiência: Um projeto é mais eficiente do que outro se, sob condições específicas, trouxer resultados mais confiáveis do que outro, ou se, para um dado custo, produzir resultados de maior precisão, ou se, ainda, resultados com a mesma precisão forem obtidos a um menor custo Correção: Refere-se ao grau de ausência de vieses não amostrais na amostra. São oriundos de influências, conhecidas ou não, que fazem com que os resultados pendam mais numa direção do que outra. COMO SE OBTEM UMA AMOSTRA? Antes de se obter uma amostra é necessário definir os critérios que serão usados para selecionar as unidades que comporão essa amostra. De acordo com a técnica usada, tem-se um tipo de amostra: Bioestatística – Laís Nunes [2º semestre] Amostra aleatória, casual ou probabilística (simples ou estratificada); Amostra semiprobabilística (sistemática, por conglomerados e por quotas); Amostra não-probabilística ou de conveniência, julgamento, bola de neve ou desproporcional. AMOSTRA ALEATÓRIA, CASUAL OU PROBABILÍSTICA Uma amostra aleatória ou probabilística é localizada por n unidades retiradas ao acaso da população. Em outras palavras, a amostra aleatória é obtida por sorteio, logo, toda unidade da população tem a possibilidade de pertencer à amostra. Elas são divididas em simples e estratificadas. Simples: obtida por sorteio de uma população constituída por unidades homogêneas para a variável que você quer estudar. EX: bingo, bolas de pingpong entre outros; Estratificada: usada quando a população é constituída por unidades heterogêneas para a variável que se quer estudar. Nesse caso, as unidades da população devem ser identificadas e, depois, as unidades similares devem ser reunidas em subgrupos chamados estratos, sendo assim, o sorteio é feito dentro de cada estrato. EX: Em uma sala composta de 54 meninos e 36 meninas determine o tamanho da amostra. AMODTRA SEMIPROBABILÍSTICA Uma amostra semiprobabilística é constituída por n unidades retiradas da população por procedimento parcialmente aleatório. Dentre as amostras semiprobabilísticas, temos: Amostra sistemática: é constituída por n unidades retiradas da população segundo um sistema preestabelecido. Por exemplo, se você quiser uma amostra constituída por 1/8 da população, você sorteia um número que caia entre 1 e 8. Se for sorteado o número 3, por exemplo, a terceira unidade (número 3) será selecionada para uma amostra, daí sistematicamente, uma terceira unidade de cada oito, em sequência. No caso do exemplo, a primeira unidade é 3. Seguem, de oito em oito, como unidades de números: 11, 19, 27 etc. Amostra por conglomerados: Diferente das amostras probabilísticas anteriormente apresentadas, que selecionam primeiro o indivíduo, a amostra por conglomerados tem como fase inicial a seleção de um grupo (cidade ou estado em um país) para compor a amostragem. Desse modo, a amostra é realizada em mais de uma etapa, assim como a amostra estratificada. No primeiro estágio, os grupos (ou conglomerados) são definidos. Assim, somente no último estágio os indivíduos que participarão da entrevista serão sorteados. Por exemplo, casas, quarteirões, bairros, cidades, regiões, etc. Amostra por cotas: é uma forma de amostragem muito utilizada em pesquisas de mercado, eleitorais e de opinião pública. Ela é uma amostra que, por meio de cotas, seleciona proporcionalmente pessoas com semelhantes características de uma população. Para efetuar esse tipo de amostragem, deve-se primeiramente segmentar o universo estudado em características. Por exemplo, dividir a população de uma cidade em cotas como idade, sexo e escolaridade.Depois disso, os pesquisadores devem escolher características, nessa população, que sejam relevantes para a pesquisa. AMOSTRA NÃO-PROBABILÍSTICA é aquela em que a coleta é baseada em critérios definidos previamente, em que nem todos o universo tem a mesma chance de ser entrevistado, mas que no final o trabalho de campo o resultado seja representativo e passível de extrapolação. Um exemplo de aplicação de uma amostra não probabilística são as pesquisas eleitorais. Neste tipo de levantamento, o procedimento mais comum é uma amostragem por cotas, em que as entrevistas são baseadas em um perfil já conhecido da população. Conveniência: são um tipo de amostra que não exige tanto critério na pré-seleção do público a ser pesquisado, ou seja, o universo da pesquisa não precisa estar totalmente definido para que essa seja efetuada. Por exemplo, um pesquisador que vá em um lugar público, como uma praça, e lá mesmo faz a sua pesquisa, sem muito critério de controle com o perfil da amostra. Assim, a seleção passa a ser apenas com pessoas que passaram por lá, foram abordadas e concordaram em responder a pesquisa. Julgamento: a escolha dos respondentes é feita partir do julgamento do pesquisador. Assim, o pesquisador busca por indivíduos que possuem características definidas previamente para sua amostra. Dessa forma, a amostra por julgamento, assim como a amostra por conveniência, tem uma função mais exploratória em uma pesquisa de opinião ou mercado. Ela pode ser utilizada para pesquisas menores, ou como um pré-pesquisa para outras que buscarão dados mais aprofundados. Bola de neve: por ser uma técnica de amostragem não-probabilística, também é feita quando não há um universo definido para a pesquisa. Ela recebe esse nome, pois a última pessoa entrevistada indica ou convida uma próxima para participar do questionário, fazendo com que a amostragem se comporte como uma bola de neve, presentando um caráter acumulativo na hora das escolhas dos Bioestatística – Laís Nunes [2º semestre] respondentes, podendo ser uma boa técnica para encontrar subgrupos ou segmentos de uma população que são desconhecidos ou dificilmente encontrados, como por exemplo, minorias e pessoas que possuem um comportamento ilegal ou socialmente estigmatizado. Linear: Cada indivíduo indica um único participante para a próxima pesquisa. Exponencial: Cada indivíduo indica 2 ou mais pessoas para a próxima entrevista. Desproporcional: é utilizada quando há grupos e subgrupos que geram resultados com pesos dessemelhantes em uma pesquisa. Diferente da amostra por cotas, não há a preocupação em ter uma exata proporcionalidade da população estudada, o importante na amostra desproporcional é quanto um grupo dessa população é importante para o estudo.
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