Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Fillipe Virgolino – Engº. Mecânico RECIFE, 2019.1 GRADUAÇÃO ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA : PROCESSOS DE FABRICAÇÃO II (USINAGEM) CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RECIFE CAMPUS SAN MARTIN APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR • Doutorando em engenharia Mecânica • Mestre em engenharia Mecânica • Especialista Engenharia de Segurança do Trabalho • Engenheiro Mecânico; Contato: fsmecanica@gmail.com FILLIPE VIRGOLINO mailto:fsmecanica@gmail.com CONTEÚDO DO CURSO Unidade 1 Conceituação 1.1. Conceitos Básicos sobre usinagem. Unidade 2 Geometria das Ferramentas de Corte 2.1. Planos; 2.2. Ângulos e arestas; 2.3. Quinas e pontas. Unidade 3 Mecanismo de Formação do Cavaco e Formas de Cavacos 3.1 - Grau de recalque; 3.2 - Tipos e formas de cavacos; 3.3 - Quebra-cavacos; 3.4 - Cuidados de armazenagem e preservação do meio ambiente. Unidade 4 Materiais usados nas Ferramentas 4.1 - Tipos, características e restrições. Unidade 5 Força e Potência de Usinagem 5.1 - Pressão específica. CONTEÚDO DO CURSO UNIDADE 6 USINABILIDADE 6.1 - Conceitos. Unidade 7 Fluidos de Corte 7.1 - Tipos e características; 7.2 - Influência sobre o meio ambiente. Unidade 8 Falhas e Desgastes das Ferramentas 8.1 - Critérios de fim de vida. Unidade 9 Curva de Vida de uma Ferramenta 9.1 - Conceitos. Unidade 10 Determinação das Condições Ecônomicas de Usinagem 10.1 - Velocidade de corte de máxima produção e velocidade de mínimo custo; 10.2 - Intervalo de máxima eficiência. CONTEÚDO DO CURSO Unidade 11 Torno Paralelo Unidade 12 Tornos Unidade 13 Plainas Unidade 14 Furadeiras Unidade 15 Mandriladoras Unidade 16 Brochamento Unidade 17 Fresamento Unidade 18 Dentadoras • DINIZ, Anselmo Eduardo. Tecnologia da Usinagem dos Materiais. São Paulo: mm editora. • FERRARESI, Dino. Fundamentos da Usinagem dos Metais. São Paulo: Ed. Edgar Blücher Ltda, 1995, 9ª reimpressão. • TELECURSO 2000 PROFISSIONALIZANTE. Mecânica. Processos de Fabricação. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Introdução: Movimentos e Grandezas Ativos : promovem remoção de Material Movimento de corte (B) Movimento de avanço (A): Contínuo no Torneamento (Figura 1) e Furadeira; Intermitente na operação de Aplainamento(Filme) Movimento efetivo de Corte: Contínuo = M. de corte + M. de avanço; Intermitente = M.de corte Figura 1 Introdução: Movimentos e Grandezas Ativos : promovem remoção de Material Movimento de corte (B) Movimento de avanço (A): Contínuo no Torno e Furadeira; Intermitente na Plaina Movimento efetivo de Corte: Contínuo = M. de corte + M. de avanço; Intermitente = M.de corte Movimento de corte Movimento deAvanço n D A A Direção dos movimentos de corte, avanço e efetivo de corte no torneamento. : ângulo da direção do avanço; : ângulo da direção efetiva Geometria do Torneamento Movimentos do Processo de Usinagem A-A Cunha de corte A A Superfície de folga Superfície de saída Aresta principal de corten V f Peça A-A A-A n D A A Direção dos movimentos de corte, avanço e efetivo de corte no torneamento. : ângulo da direção do avanço; : ângulo da direção efetiva Movimento efeitvo n Vf Peça A-A Ve Vc =90º Movimento de corte Ferramenta de corteMovimento de avanço Plano de trabalho Figura 1: Torneamento Movimentos do Processo de Usinagem Passivos: Não promovem remoção de material ao ocorrerem: Movimento de ajuste (C): pré-determinação da espessura da camada de material a ser removida. Sangramento, furação e brochamento não ocorre este movimento Movimento de correção: compensação no posicionamento causado por fatores como desgaste, variações térmicas, def. plásticas, etc. Movimento de aproximação: antes da usinagem Movimento de recuo: após a usinagem Importância: Tempo total de fabricação depende do tempo gasto em cada um desses movimentos. Movimentos Passivos Movimentos Passivos D Movimento de Ajuste C ap A-A Movimento de ajuste (C): pré-determinação da espessura da camada de material a ser removida. Sangramento, furação e brochamento não ocorre este movimento Movimento de ajuste (C): pré-determinação da espessura da camada de material a ser removida. Sangramento, furação e brochamento não ocorre este movimento ap Vf n Sangramento: ap equivale a espessura da lâmmina que penetra no metal Peça Vf Vc n Furação: ap equivale ao diâmetro da broca dividido por 2 Movimentos Passivos Movimento de ajuste (C): pré-determinação da espessura da camada de material a ser removida. Sangramento, furação e brochamento não ocorre este movimento Brochamento: ap equivale a espessura da lâmina que penetra no metal até atingir a forma final Brochamento: Seqüência da operação Movimentos Passivos Movimentos Passivos n D A A desgaste x Movimento de Correção C A-A x A-A Movimento de correção: compensação posicionamento por fatores def. no causado como variações plásticas, desgaste, térmicas, etc. Movimentos Passivos D A R Movimento de aproximação: antes da usinagem Movimento de recuo: após a usinagem n Movimento de Recuo (R) Movimento de Aproximação (A) Grandezas do Processo de Usinagem cvn D i 2 D f a p D i Profundidade de usinagem, ap (mm) Velocidade de corte, Vc (m/min) 1000 i c V D n Rotação da peça, n (rpm) D i l D f vc ap n vf f Velocidade de avanço, Vf (mm/min) v f n f Exemplo 1 - Determinar a velocidade de corte em uma operação de torneamento de uma peça de 45mm de diâmetro, girando a 750 rpm. 1000 45750 Vc= Vc = 106m/min 70 Exemplo 2 - Em uma operação de torneamento de uma peça de 70 mm, a velocidade de corte indicada é de 160m/min. Determinar a rotação a ser selecionada no torno. n= 1000 Vc n= 1000 160 D n = 728 rpm Exemplos Grandezas do Processo de Usinagem Onde: - Ângulo de Posição ap - Profundidade de Usinagem f - Avanço b - largura de corte h - Espessura de corte ap s en h f sen b 90º f Área da seção do cavaco (A) A = ap * f = seção do cavaco ( = 90º ) A= b * h = seção do cavaco ( 90º ) ap f A ap b A f h b h ap Grandezas do Processo de Usinagem f c v t L D i L D f vc ap f n Tempo de corte tc (min) Onde L é comprimento de corte (mm) Taxa de remoção de material, Q , (mm3/min) Q vc ap f Potência de corte (kW) P Q u Onde u (W*seg/mm3) é a energia específica de corte e depende do material Necessidades de energia (aproxm.) em operações de usinagem (no motor rendimento de 80% e multiplicar por 1.25 para ferramentas desgastadas Energia específica (u) Material W.s/mm3 hp.min/in.3 Ligas de Alumínio 0,4-1,1 0,15-0,4 Ferros fundidos 1,6-5,5 0,6-2,0 Ligas de cobre 1,4-3,3 0,5-1,2 Ligas para altas temperaturas 3,3-8,5 1,2-3,1 Ligas de magnésio 0,4-0,6 0,15-0,2 Ligas de Níquel 4,9-6,8 1,8-2,5 Ligas Refratárias 3,8,9,6 1,1-3,5 Aços inoxidáveis 3,0-5,2 1,1-1,9 Aços em geral 2,7-9,3 1,0-3,4 Ligas de titânio 3,0-4,1 1,1-1,5 Grandezas do Processo de Usinagem Vc e f - parâmetros usados para otimização de corte ap - fixado para dimensões iniciais e finais - limitado pela ferramenta de corte Exemplo 4: Numa operação de torneamento cilíndrico de um aço ABNT 1045. O comprimento considerado para o corte é de 150 mm (L), o avanço (f) usado será de 0,15 mm/revolução, a velocidade de corte (vc) é de 150 m/min. O diâmetro inicial da peça é de 100 mm e o diâmetro final de 90mm. A profunidade de usinagem (ap) em cada passo será de 2,5 mm. Calcule: Rotação da peça; b) Velocidade de avanço, c) tempo de corte para realizar a operação ; d) taxa de remoção de material e; e) a potência de corte. L a) b) c) O tempo de corte para realizar a operação será o tc x 2 passos ou 4,18 minutos d) e) Grandezas do Processo de Usinagem Velocidade de corte (Vc) variação de 5 mm/seg a 10 m/seg (podendo chegar a 50m/seg) Típico: 50 mm/seg a 3 m/seg Avanço (f ) 13 m a 2.5 mm por revolução Profundidade de usinagem (ap) até 25,4 mm Volume de material removido pelo tempo (Q) > 28 cm3/seg (possível) Típico: 1.3 - 2.8 cm3/seg Geometria da Cunha de Corte GEOMETRIA DA FERRAMENTA GEOMETRIA DA FERRAMENTA ÂNGULO DE PLANO DE MEDIÇÃO DEFINIÇÃO ESQUEMA GEOMÉTRICO POSIÇÃO Referência Ângulo entre o plano efetivo de corte e o plano de trabalho Plano de Trabalho Plano de Corte PONTA Referência Ângulo entre o plano principal de corte e o plano lateral de corte Plano Lateral de Corte Plano de Corte INCLINAÇÃO Corte Ângulo entre a aresta de corte e o plano de referência Plano de Referência da Ferramenta FOLGA Medida Ângulo entre a superfície de folga e o plano de corte Plano de Corte AB Referência Superfície Superfície de Folga de Saída Plano de Corte A B Plano de Medida Plano de Corte CUNHA Medida Ângulo entre a superfície de folga e a superfície de saída SAÍDA Medida Ângulo entre a superfície de saída e o plano de referência GEOMETRIA DA FERRAMENTA GEOMETRIA DA FERRAMENTA Grandezas do Processo de Usinagem Onde: - Ângulo de Posição ap - Profundidade de Usinagem f - Avanço b - largura de corte h - Espessura de corte ap sen h f sen b 90º f Área da seção do cavaco (A) A = ap * f = seção do cavaco ( = 90º ) A= b * h = seção do cavaco ( 90º ) ap f A ap b A f h b h ap FORÇAS E POTÊNCIA DE USINAGEM Seção do Cavaco = q p a pc Sen = Pc / b b = Pc/Sen Sen = h / a h = a . Sen q = b . h q = pc . a.Sen q = pc . a a ҳ h Sen Relação sugerida entre “pc” e “a” Para os aços: pc = 2a Para os Ferros Fundidos: pc = 4a Forças de Usinagem A força de usinagem depende de diversos fatores: • Material da peça • Área da seção de corte • Espessura de corte h • Geometria da ferramenta e ângulo de posição • Estado de afiação da ferramenta • Material da ferramenta • Lubrificação • Velocidade de corte Forças de Usinagem (Corte Ortogonal) Forças de Usinagem (Corte Ortogonal) força de avanço Forças de Usinagem (Corte Ortogonal) tg F N Coeficiente de atrito Tensão cisalhante no plano de cisalhamento Tensão normal no plano de cisalhamento 1 - As forças de corte e de avanço no corte ortogonal são 1470 N e 1589 N, respectivamente. O ângulo de saída é 5°, a largura de corte é 5 mm, a espessura de corte é 0,6 mm e a grau de recalque é 2,63. Determine (a) a resistência ao cisalhamento do material da peça e (b) o coeficiente de atrito na operação. EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 2. Em uma operação de corte ortogonal, o ângulo de saída vale -5º, a espessura de corte é 0,2 mm, a largura de corte é 4,0 mm e a fator de recalque 2,5. Determine (a) a espessura do cavaco, (b) o ângulo de cisalhamento, (c) o ângulo de atrito, (d) o coeficiente de atrito e (d) a deformação cisalhante. FORÇAS E POTÊNCIA DE USINAGEM Torneamento Fu = Fc + Fa + Fp Fu Fc Fa Va V Ve = . a . p (Força de usinagem) Fc = ks . a . p (Força de Corte) Fa= ka . a . p (Força de Avanço) Fp= kp . a . p (Força de Profundidade) Fu Ku Fp Ku = pressão específica de usinagem FORÇAS E POTÊNCIA DE USINAGEM Torneamento a p s = a . p = b . h = área da seção do cavaco Fu = ku . s ku: Pressão Específica de Usinagem Fc= ks . a . p (Força de Corte) Fa= ka . a . p (Força de Avanço) Fp= kp . a . p (Força de Profundidade) Componente de Fu num plano perpendicular ao plano de trabalho (Fp = força passiva ou de profundidade); esta componente não contribui para a potência de usinagem, pois é perpendicular aos movimentos (é perpendicular ao plano de trabalho, onde ocorrem os movimentos de corte e de avanço). Esta força é responsável pela deflexão elástica da peça e da ferramenta durante o corte e, portanto, é responsável pela dificuldade de obtenção de tolerâncias de forma e dimensão apertadas. Potência de Corte Potência de Corte Pc é o produto da força de corte Fc com a velocidade de corte vc Para Fc em kgf e vc em m/min tem-se (CV- cavalo vapor) (8) Potência de avanço Pa é o produto da força de avanço Fa (kgf) com a velocidade de avanço va (mm/min) (CV) (9) c Fc vc 60 75 P 100060 75 a Fa vaP Potência de Corte Potência fornecida pelo motor onde η é o rendimento da máquina operatriz, igual a 60 a 80%. c m P P PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE Taylor: para FoFo cinzento para FoFo branco para aço doce 88 sk f 0.25 ap0.07 138 s f 0.25 ap0.07 k f 0.07 k s 200 PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE ASME onde Ca = constante do material f = avanço n = 0.2 para aço e 0.3 para ferro fundido Tabela V.3 p. 176-177 (aço rápido-18% W, 4% Cr, 1% V) . Para = 60º = 8º e = 6º . s f n k Ca PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE AWF onde Cw = constante do material f = avanço Tabela V.3 para = 45o f 0.477 Cw sk PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE Kienzle A Tabela V4 apresenta os valores de ks1 e 1-z dos materiais ensaiados por Kienzle. Fc ks h b k h 1z bs1 PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE Geometria da ferramenta r (mm) Usinagem de aço 5 79 6 -4 90 45 1 Usinagem de ferro fundido 5 83 2 -4 90 45 1 Ferramenta afiada (para ferramentas com desgaste, no fim da vida, considerar um aumento de ks1 até 30%) As condições de ensaio foram as seguintes: •Velocidade de corte variando de 90 a 125 m/min •Espessura de corte variando de 0,1 a 1,4 mm (extrapolação permissível até h = 0,05 mm e h = 2,5 mm) •Ferramenta de MD sem fluido de corte FORÇAS E POTÊNCIA DE USINAGEM ks = ks1 . h -Z Fc = ks1 . b . h (1-Z) ks1 e Z = (mat. Peça, geom ferram., veloc.)f Potências de Usinagem ]kW[ . V.F cc 31060 cP 56Prof. Fernando Penteado. Potência de Corte Fc [N] e Vc [m/min] Potências de Usinagem ]kW[ . V.F ff 61060 fP 57Prof. Fernando Penteado. Potência de Avanço Ff [N] e Vc [mm/min] Potências de Usinagem c P Pm 58Prof. Fernando Penteado. Como Pf<<<Pc costuma-se dimensionar o motor da máquina operatriz apenas pela Pc Potência fornecida pelo motor 60% a 80% para máquinas convencionais e 90% para máquinas CNC Potências de Usinagem A.KF sc 59Prof. Fernando Penteado. A força de corte pode ser expressa pela relação: Ks = Pressão específica de corte A = b.h = ap.f = Área da seção de corte Cálculo da pressão específica de corte - Ks zh. s1KKs b.h.Kb.h.KF zss 11c 60Prof. Fernando Penteado. Segundo Kienzle Ks é função da espessura de corte h Cálculo da pressão específica de corte - Ks Material σt [N/mm²] 1-z Ks1 [N/mm²] Aço 1030 520 0,74 1990 1040 620 0,83 2110 1050 720 0,70 2260 1045 670 0,86 2220 1060 770 0,82 2130 8620 770 0,74 2100 4320 630 0,70 2260 4140 730 0,74 2500 4137 600 0,79 2240 6150 600 0,74 2220 Fofo HRc = 46 0,81 2060 61Prof. Fernando Penteado. Exercício 62Prof. Fernando Penteado. Determinar a potência do motor de um torno universal que deve fazer um torneamento cilíndrico em uma barra de aço 8620 com diâmetro 50 mm e = 90º . Parâmetros de corte: Vc = 110 m/min, ap = 1,4 mm e f = 0,4 mm/rot. Ferramenta: Metal duro s/fluido de corte. Rendimento mecânico da transmissão do motor à árvore principal: 70%. OBRIGADO!
Compartilhar