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RESUMO HISTOEMBRIO ORAL - AMELOGENESE E ESMALTE DENTÁRIO

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
Amelogênese 
 O esmalte dentário é o tecido mais 
mineralizado do corpo humano, e recobre a coroa 
dos dentes; é formado por células provenientes no 
ectoderma; quando completamente formado e após 
a erupção, é o único tecido acelular do organismo. 
 Sua composição é majoritariamente de 
conteúdo inorgânico, 97%, os outros 3% se dividem 
em conteúdo orgânico e outros compostos; essa 
composição faz com que o 
esmalte dentário seja 
extremamente duro e friável; 
por isso a ligação com a 
dentina subjacente lhe 
proporciona sustentação. A 
cor dos dentes, depende da 
natureza cristalina e 
translucida do esmalte, que 
permite a vemos a cor da 
dentina subjacente. 
Fases do desenvolvimento 
 Lembrando que as células do órgão do 
esmalte se diferenciam em ameloblastos, estas 
formaram o esmalte. Os ameloblastos só 
completam a sua diferenciação quando o há a 
deposição da primeira camada de dentina, tendo, 
então, início na fase de coroa. A partir daí, os 
ameloblastos passam por etapas sucessivas de 
diferenciação, que são: 
• Fase morfogênica 
Acontece paralelo a fase de campanula, 
determinando a forma da coroa do dente; o material 
intracelular é destinado para fins intracelulares, 
como o desenvolvimento de organelas. 
• Fase de diferenciação 
Depois da divisão, as células do epitélio 
interno do esmalte se alongam dobrando de 
tamanho, assumindo uma forma cilíndrica; é 
possível ver o estrato intermediário bem 
demarcado, quando se observa duas ou três 
camadas de células achatadas. 
Com àquele alongamento, tem-se a inversão 
de polaridade das células, em que o núcleo se 
localiza próximo ao estrato intermediário, nessa 
fase as células se denominam como pré-
ameloblastos, que induzem a diferenciação das 
células da papila dentária; durante esse processo 
os pré-ameloblastos continuam se desenvolvendo, 
é possível perceber o complexo de Golgi e o RER 
bem desenvolvidos, além da síntese de diversas 
organelas fundamentais e especializadas, também 
é possível ver a secreção de enzimas lisossomais, 
estas irão degradar a lâmina basal. 
Os processos que os pré-ameloblastos 
desenvolvem, vão se ligando aos odontoblastos e 
às vesículas da matriz, estabelecendo junções 
comunicantes do tipo gap, desmossomos e junções 
oclusiva, que formam os complexos juncionais 
proximais e distais; diante disso, tem-se os 
ameloblastos diferenciados, prontos para secretar a 
matriz do esmalte. 
• Fase secretora 
No começo dessa fase, vamos ter órgão do 
esmalte formado pelo epitélio externo, reticulo 
estrelado, estrato intermediário e os ameloblastos, 
que acabaram se diferenciar. Nessa etapa todos os 
componentes estão conectados por junções gap e 
desmossomos. 
A fase secretora marca o início real da 
amelogênese, quando os ameloblastos começam a 
sintetizar e secretar proteínas da matriz orgânica do 
esmalte. Os grânulos de secreção, produzidos e 
secretados pelo RER e complexo de Golgi, 
respectivamente, migram e são liberados acima da 
dentina do manto; as organelas nos ameloblastos 
se alinham ao longo do eixo celular, ficando distal 
ao complexo de Golgi. Esta superfície se encontra 
plana, no início da fase, porém contém microvilos e 
invaginações em sua superfície. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
A matriz orgânica é de base proteica, não 
colágena, e contém carboidratos e lipídios. A matriz 
recém-secretada é rica em proteínas 
amelogeninas; também as fosfoproteínas 
glicosiladas acídicas e sulfatadas. Logo em seguida 
à secreção da matriz, a mineralização do esmalte é 
iniciada, com a deposição de cristais de 
hidroxiapatita, que se ligam diretamente a dentina 
do manto, formando a primeira camada de esmalte; 
que os cristais de fosfato de cálcio são 
responsáveis por desencadear esse processo. 
Após isso, os ameloblastos se movem em direção 
ao estrato intermediário, desenvolvendo uma 
projeção cônica, chamada de processo de Tomes, 
e dá inicio a segunda parte da secreção da matriz, 
essa projeção orienta e comanda a deposição do 
esmalte. Durante o processo de secreção do 
esmalte, os outros componentes do órgão 
começam a sofrer modificações, como as células 
do estrato intermediário, que exibem um alta 
atividade enzimática da fosfatase alcalina, 
enquanto isso, o reticulo estrelado perde parte do 
seu material intracelular. Diante disso, a matriz de 
formação entra em colapso, possibilitando a 
aproximação do epitélio externo para a camada de 
ameloblastos, dos ameloblastos com o folículo 
dentário, sendo a única fonte de nutrição do 
esmalte; nessa etapa os vasos sanguíneos 
penetram na região de matriz por meio das 
invaginações do epitélio externo, chegando próximo 
do estrato intermediário e dos ameloblastos. 
A partir do desenvolvimento dos processos 
de Tomes, os ameloblastos secretam uma matriz 
de esmalte diferente, que é denominada de 
prismas, com cristais minerais. Os processos de 
Tomes, desenvolve um sistema endossomico-
lisossomico, para a secreção de enzimas, na 
porção distal do ameloblasto secretor, que 
promovem a degradação parcial e reabsorção da 
matriz; com o desenvolvimento da secreção se 
inicia um processo de involução dos componentes 
do órgão do esmalte, por apoptose. 
A secreção do esmalte, continua até as 
ultimas camdas, quando não há mais processos de 
Tomes na região distal dos ameloblastos, mas 
ainda pode ocorrer deposição, formando o esmalte 
aprismático superficial. 
 
• Fase de maturação 
Tem-se a redução da altura dos 
ameloblastos, após a deposição da fina camada de 
esmalte aprimático; assim os ameloblastos 
reduzem a síntese e a secreção por meio da 
autofagia; inicia-se a fase da maturação, com as 
células cilíndricas baixas, com uma superfície distal 
lisa. 
Com sua forma alterada, os ameloblastos 
formam dois grupos: um é responsável pela 
remoção dos elementos orgânicos e água, e outro 
que faz o rápido bombeamento de íons de fosfato e 
cálcio para a matriz. A quantidade de amelogeninas 
é reduzida, pelas metaloproteinases, pois a sua 
presença em altas quantidades inibe o crescimento 
dos cristais. A degradação e a remoção da matriz 
orgânica possibilitam o crescimento dos cristais de 
mineral. 
 Essa fase de maturação é considerada pré-
eruptiva, pois a completa maturação é concluída 
quando o dente erupciona na cavidade oral, pela 
maturação pós-eruptiva. Ela também ocorre de 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
maneira centrífuga, das camadas mais profundas 
até a mineralização da superfície externa. 
• Fase de proteção 
Depois da maturação, os ameloblastos 
voltam a ser células cúbicas e secretam um material 
sobre o esmalte recém-formado. São formados 
hemidesmossomos, que ligam os ameloblastos a 
lâmina basal. Mais externamente estão os outros 
componentes do órgão do esmalte, que, junto com 
os ameloblastos protetores, formam o epitélio 
reduzido do órgão do esmalte e circundam toda a 
coroa do dente, separando o esmalte do folículo 
dentário até que o dente erupcione. A exposição do 
esmalte na cavidade oral permite que ocorra 
modificações em sua estrutura ao longo da vida. 
Estrutura do esmalte dentário 
 O esmalte maduro, é, na sua maioria, 
constituído por barras denominadas prismas. As 
regiões periféricas são chamadas de 
interprismáticas, e completam a estrutura cristalina 
do esmalte. 
 
• Prismas 
Eles são determinados pela orientação dos 
cristais minerais. São colunas com aspecto 
cilíndrico que vai desde o esmalte aprismático até a 
superfície externa do esmalte. Os cristais de 
hidroxiapatita,empacotados, se dispõem ao longo 
eixo dos prismas, no sentido longitudinal, na região 
central do eixo. Em direção a periferia, os cristais 
mudam de conformação, se inclinando, quando os 
cristais se encontram com outros cristais de outros 
prismas, leva à identificação da chamada bainha. 
As zonas do esmalte são as regiões 
interprismáticas, onde os cristais de hidroxiapatita 
estão bem empacotados, preenchendo as regiões 
centrais dos prismas. 
 A fase mineral do esmalte é constituída por 
fosfato de cálcio, na forma de cristais de 
hidroxiapatita, de comprimento variável. Tem a 
mesma constituição dos tecidos mineralizados 
conjuntivos, embora, imerso em matriz orgânica 
gelatinosa. A proporção da matriz orgânica 
remanescente, é similar em todas as regiões, 
embora algumas proteínas tenham maior 
preferência por certos espaços. A exemplo, a 
bainhalina, que tem grandes quantidades de 
glicoproteínas sulfatadas. 
OBS.: Os prismas, não são retilíneos, e apresentam leves 
ondulações. 
 Os prismas são formados apenas pela face 
plana do processo de Tomes. Os processos de 
Tomes, possuem face ou vertente plana, enquanto 
outras são curvadas; possuindo vértices. A 
superfície secretora do processo de Tomes é 
presenteada pela curta vertente plana, denominada 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
de S, e a superfície curvada, não secreta, 
denominada de N. 
 A disposição dos cristais que formam os 
prismas se deve à direção da movimentação dos 
ameloblastos durante a fase secretora. Os 
ameloblastos recuam contínua e centrifugamente 
se inclinando e estabelecendo as regiões 
interprismáticas; a aparecia de ferradura surge 
pelos prismas ondulados desde a junção 
amelodentinária à superfície externa. 
• Estrias ou linhas incrementais de Retzius 
O esmalte segue um padrão incremental, 
durante a formação do esmalte, existe períodos de 
repouso que refletem na formação das linhas 
incrementais de crescimento, que são as estrias de 
Retzius; costumam ser áreas hipomineralizadas, 
quando relacionadas com o resto do esmalte, e 
refletem a mudança de direção dos ameloblastos 
durante a formação dos prismas. E quando os 
ameloblastos começam a depositar sua matriz, há 
uma mudança de direção. As linhas seguem uma 
orientação obliqua desde a junção amelodentinária 
até a superfície externa. 
• Estriações Transversais 
Os prismas apresentam leves constrições 
transversais, essas estrias podem representar o 
ritmo circadiano na produção do esmalte pelos 
ameloblastos. Podem ser observadas 
transversalmente ao longo do eixo dos prismas. 
• Bandas de Hunter-Schreger 
Representam um fenômeno ótico, o trajeto sinuoso 
dos prismas, desde a junção amelodentinária até a 
superfície, faz com que as preparações saiam com 
curvaturas, quando a luz do microscópio incide, 
vemos bandas claras e escuras, chamadas de 
Hunter-Schreger. 
• Esmalte nodoso 
As curvaturas dos prismas não interferem no 
arranjo nas superfícies laterais na coroa do dente, 
nem nas vertentes, nem nas cúspides. Embora, os 
prismas se cruzem irregularmente, desde a junção 
amelodentinária, até o vértice das cúspides, sendo 
chamada de esmalte nodoso. 
• Tufos, lamelas e fusos 
Se desenvolvem em diversas fases da 
amelogênese. Os tufos do esmalte, tem aparência 
de grama, são finas e curtas fitas onduladas, que 
tem origem na junção amelodentinária. A proteína 
encontrada nessa região é chamada de tufelina. As 
lamelas são regiões hipomineralizadas, que 
também tem formas de fitas, porém longas, 
alcançam a superfice externa dos dentes. Ambos 
(tufos e lamelas), seguem a direção dos prismas, 
sendo formadas durante a fase de maturação. Os 
fusos surgem nos primeiros momentos da 
amelogênese, na fase de diferenciação, são 
continuações dos túbulos dentinários, e são 
frequentes nos vértices das cúspides, se 
posicionam perpendicularmente a junção 
amelodentinária. 
• Estruturas superficiais – periquimácias e 
esmalte aprismático 
As periquimácias representam a parte 
superficial das linhas de Retzius. Ao serem 
observadas externamente, correspondem a leves 
depressões lineares no sentido horizontal, que 
causam leves ondulações na superfície externa do 
esmalte, na região cervical e média. O esmalte 
aprismático, é encontrado tanto em dentes 
decíduos quanto em permanentes. Em muitas 
regiões do esmalte superficial, os cristais não se 
dispõem constituindo prismas ou regiões 
interprismáticas, mas formando uma camada de 
estrutura mais ou menos homogênea denominada 
de esmalte aprismático. Os cristais estão alinhados 
paralelamente entre si e perpendicularmente à 
superfície externa. Como já foi mencionado, o 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
esmalte aprismático é formado por ameloblastos 
que não mais apresentam processo de Tomes. 
OBS.: O biofilme, juntamente com o conteúdo bacteriano, existe 
filamentos de polissacarídios, macromoléculas de origem salivar e do 
sangue, íons e moléculas menores. A deposição de mineral no 
biofilme origina a estrutura denominada cálculo. O processo de cárie 
está intimamente relacionado com o biofilme e resulta na destruição 
do esmalte pela desmineralização dos cristais de mineral dos 
prismas. 
• Junção amelodentinária 
O esmalte e dentina relacionam-se por uma 
superfície muito ondulada. A superfície de contato 
entre o esmalte e a dentina, denominada junção 
amelodentinária, é bastante ondulada, 
característica que garante a imbricação íntima entre 
os dois tecidos dentários. Nesta região, originam-se 
os tufos, lamelas e fusos adamantinos. 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e 
embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas. 
4.ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
277. p.

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