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Resumo da História Indígena no Brasil (Tupi e Macro-jê)

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Rascunho Trabalho de História:
Tupi e Macro-Jê
Como eles chagaram e se adaptaram?
> Caminho pra América: 
Todos os indígenas que habitam/habitavam a américa, eram nômades que vieram da Sibéria e passaram pelo Estreito de Bering; após isso, eles foram tentando se manter em algum lugar, a maioria das tribos Tupi se instalaram na região amazônica e no litoral brasileiro; já os Macro-jê, se instalaram majoritariamente na região central do Brasil e Nordeste.
Esse caminho só foi conseguido devido as interligações entre as três principais bacias hidrográficas do continente, a Amazônica, Orinoco e Paraná, que permitiu grandes movimentos populacionais pela América do Sul. Outro fator importante foram as mudanças climática, que teriam impulsionado os movimentos desses povos
> Do nomadismo ao sedentarismo:
Adotando um modo de vida sedentário, eles se estabeleceram utilizando a caça, pesca e agricultura para seu sustento. Produtos como mandioca, milho e abóbora eram cultivados por esses povos e, além do consumo, esses produtos eram usados como escambo, trocados por outros produtos.
Dependendo da aldeia, as casas eram relativamente simples. Utilizando de madeira e palha, os indígenas conseguiam agrupar diversas famílias em uma só moradia, economizando muito de seus esforços e materiais. O formato, customização e outros aspectos mais detalhados das casas, variavam de acordo com a tribo.
Tupi: Um tronco linguístico, um povo
> Tupi, uma língua ou um povo?
Tupi é um tronco linguístico, ele é um dos quatro troncos linguísticas indígenas que são falados no Brasil. Esse tronco e seus derivados eram falados por milhões de pessoas antes da vinda dos portugueses, hoje seus falantes acumulam mais de 150.000 pessoas.
As etnias adeptas do Tupi, possuem culturas, tradições e organização social. Sendo assim, nós vemos que a uma generalização desses povos, talvez por não terem uma boa qualidade educacional, ou por pura ignorância de nós, brasileiros, impulsionados por uma sociedade ainda com resquícios coloniais.
Apesar de todas as diferenças entre as etnias, algumas compartilham elementos sociais, artísticos e religiosos em comum, além de vários costumes e práticas parecidas. Um desses exemplos são as pinturas corporais, usadas para diferentes finalidades dependendo da tribo; a pesca e a caça, como uma fonte de alimento; e a guerra, bem comum entre os povos.
> Habitantes da Floresta Amazônica:
A Amazônia foi um lugar de dispersão do povo Tupi, que partiram para o litoral. Dados arqueológicos apresentam que os Tupi hoje habitantes da Floresta Amazônica, como os Tupi-Guarani e os Kagwahiva, migraram durante o período colonial. 
Estudos arqueológicos apontam que os Tupinambás da região amazônica já estavam lá antes mesmo da chegada dos portugueses; diversos sítios arqueológicos encontrados na região do Baixo Tocantins, mostram detalhes dos povos que viviam na região. A partir desses estudos, foi possível descrever a ocupação, organização social e territorial, cerâmica e arte em geral. 
As aldeias se fragmentavam em diversos acampamentos, com pequenos grupos definidos para devida atividade, seja caça, pesca, coleta de material, etc... Nos períodos de chuva, a aldeia era reagrupada; e nos de seca, eram construídas estruturas para auxiliar os acampamentos. Haviam também outras tribos que fugiam desse padrão, como os Paranakã Orientais, que adotaram uma vida mais sedentária, utilizando da agricultura para o sustento das aldeias.
> O Litoral Brasileiro e sua Importância:
A maioria dos estudos que nós temos sobre os Tupi do litoral vieram, principalmente, dos portugueses, que ao chegar em Porto Seguro, se depararam com os Tupi locais. O litoral foi esse ponto de encontro entre duas culturas. A própria designação da palavra “Tupi” veio devido ao contato pela costa, onde as tribos e etnias que a habitavam, compartilhavam traços culturais semelhantes.
É importante sabermos como foi, primeiramente, esse contato dos Tupi com os portugueses, pois assim, pelos registros deixados por eles, sabermos os aspectos culturais, sociais e religiosos sobre as diferentes tribos nomeadas por eles. Por exemplo, os Tupinambás e Tupiniquins, povos rivais, mas, de acordo com Gabriel Soares de Souza (historiador português), que não havia diferenças entre essas duas etnias, em termos culturais e linguísticos.
Uma das tribos Tupi mais influentes que habitava o litoral brasileiro eram os Tapuia (litorâneos), designados pelos portugueses como “povos que não falavam o Antigo Tupi”. Alguns Tapuias mais afastados do litoral, agora sob controle de Portugal, habitavam os morros. Sua alimentação era a base da pesca e caça, a maioria das aldeias não plantavam outros produtos além da mandioca. Eles eram um povo guerreiro, ameaçadores e aliados dos holandeses na tomada de Pernambuco; utilizavam de adornos e armas para o combate, equipamentos esses que eram usados com maestria.
Outras tribos que se destacaram na costa brasileira foram os Tupinambás, Guarani, Tamoios, Tupiniquins, etc...
Todo o litoral foi um dia ocupado pelos indígenas, que usufruíram de suas praias e apreciaram a vista para o mar, arruinada pelos portugueses... Mas isso eu conto no próximo slide.
> Guerras entre os Tupi:
Os Tupi tinham motivações variadas para guerrear, seja para vingar um parente morto, ou para expandir seus recursos naturais ou para ter aceso a pontos estratégicos, como às margens de rios. 
Algumas tribos possuíam avançadas táticas de guerra, e a tratavam como sagrada. Para os Tupinambás, por exemplo, era de extrema importância, e lá foram estudadas e formuladas várias táticas bélicas usadas principalmente nas revoltas contra os portugueses, e nas guerras contra os Tupiniquins.
As armas eram primitivas como arcos, facas, lanças, arpões, etc... Essas que eram utilizadas para funções diferentes, seja para caça ou para guerra em particular. Eles não haviam maios de transporte ou mobilização de guerra, então eles utilizavam as próprias pernas nos combates.
A guerra tinha um papel tão importante na sociedade Tupinambá, que os líderes canalizavam as necessidades sociais com a guerra e a habilidade de seus guerreiros, ou seja, a guerra virava essencial para esse povo. A guerra, suas condições e as técnicas utilizadas nelas, refletiam as demandas da existência social dos Tupinambás.
Rituais antropofágicos eram comuns e relacionados com as crenças das tribos; onde os prisioneiros de guerra eram tratados muito bem, até o dia das cerimônias, onde seus corpos eram dilacerados e digeridos pela tribo vitoriosa.
Macro-Jê
> Habitação Macro-Jê no território Brasileiro:
Grande parte dos indígenas falantes do tronco Macro-Jê habitam nas regiões Centro-oeste e Nordeste do Brasil. Várias línguas são faladas dentre as diversas etnias que há no tronco, e existem diferenças entre as tribos de diferentes regiões, tanto socias, culturais e religiosas.
Estudos apontam que o tronco teria surgido no oeste do Brasil, entrando em contato com tribos bolivianas que habitavam a região. Após séries de migrações pelo território, os Macro-Jê se fixaram no litoral até por volta dos anos 1000, quando as tribos Tupi migraram para da Amazônia para o leste, assim os expulsando da faixa litorânea, e obrigando-os a migrarem para o interior do território; os recursos naturais eram escassos na região, por isso, na safra de caju, os indígenas Macro-Jê faziam incursões ao litoral Tupi para coletar frutas.
Há muita distinção entre uma tribo e outra na questão de organização social, onde umas tribos se organizam de um jeito mais nômade, fazendo acampamentos não fixos e mudando de acordo com as estações do ano, já outras fazem acomodações fixas de palha e madeira.
> A predominância Jê:
Uma das línguas mais predominantes do tronco é a Jê, falada principalmente na região Centro-Oeste, foi uma das mais importantes para a formulação de tribos Macro-Jê. Era a língua das tribos mais influentes dos Macro-Jê, como os Caiapó, Xavante, Xerente, Apinajé, e outras etnias. 
Cada grupo Jê tinha suas diferenças culturais, sociais e religiosas, masnão quer dizer que não tenham semelhanças. Por exemplo, a organização social Caiapó é bem semelhante à dos Apinajé. Onde há uma praça principal no centro da aldeia, onde são feitos rituais e festas, ao redor são feitas as casas onde o é priorizado a figura do “pai”, ou seja, são patrilineares.
Eles são ótimos caçadores e pescadores, e alguns, como já falado, fazem acampamentos justamente por isso, para se dedicar a obtenção de alimento e garantir o sustento da tribo. A economia ronda a pesca, a caça e a agricultura em alguns casos. Mandioca é muito cultivada e comercializada, usada como escambo na troca de outros produtos.
> Aspectos Sociais e Culturais em geral:
A cultura Macro-Jê é marcada por ser totalmente diferente em vários sentidos a dos Tupi. A língua em si era, para os Tupi, irreconhecível, mas para os Macro-Jê era praticamente igual. Mas outros importantes aspectos são os que fazem desse povo um dos mais interessantes.
A pesca, caça e o cultivo de frutas, plantas e ervas são essenciais, mas para se manter as condições desafiadoras do cerrado, era preciso migrar constantemente; para se adaptar a isso, a cerâmica e tecelagem não foram desenvolvidas, pois seriam muito pesados para o carregamento. Ao invés disso, foram produzidos equipamentos simples e leves para facilitar as longas caminhadas.
Vivendo praticamente sem roupas, a pintura corporal e a utilização de adornos como colares, brincos e enfeitavam a boca e o nariz com ossos, traços com, ou não, sentidos religiosos ou com tons hierárquicos. 
A religião é outro aspecto bem importante para os Macro-Jê, onde cada tribo tem suas lendas mitológicas. Essas que tinham o papel de ensinar aos jovens os valores da tribo, explicar a origem de elementos naturais e rituais de passagem. Seus deuses eram baseados em elementos naturais, como Sol, Lua e Chuva.
Colonização
> Descobrimento”:
O “descobrimento” de Brasil pelos Portugueses foi uma oportunidade de primeiro contato com os Tupi, que devem ter sidos surpreendidos pela chagada de um povo diferente, branco de olhos claros, usando trajes, e com um livro na mão. Os Tupinambás foram esses indígenas que primeiro viram as grandes caravelas; após um tempo, outros povos foram descobertos pelos colonizadores, que os caracterizaram como Tupiniquins.
Quando chegaram, designaram os povos conhecidos em dois grupos, os Tupi e os Tapuia (não falantes do Tupi). Após a descoberta de outros povos, essa divisão ficou mais clara, atribuindo aos Tapuia, o nome de Macro-Jê.
O início da colonização do Brasil foi demorado, com várias revoltas e acordos com os indígenas, principalmente com os Tupiniquins, que os apoiaram contra os franceses e seus inimigos naturais, os Tupinambás. Revoltas e mais revoltas aconteciam no território, como a dos Tamoios, organizada pelos Tupinambás, mas todos uma hora eram suprimidos pelo exército português. Outros atos de rebeldia podiam ser vistos nas fugas de aldeamentos missionários, resistência aos bandeirantes e ataques a vilas e fazendas.
> Jesuítas e Bandeirantes:
Os jesuítas e bandeirantes foram dois grupos essenciais para a interiorização da colônia, que expandiram os limites do Brasil colônia. Ambos tendo missões diferentes, os jesuítas sendo responsáveis pela catequização dos indígenas e da construção de vilas e cidades; já os bandeirantes eram responsáveis pela procura de ouro e a caça de indígenas rebeldes ou livres para escravização.
Os jesuítas eram padres da Companhia de Jesus, uma ordem fundada em Paris com o objetivo de disseminar o cristianismo pelo mundo. No Brasil, suas forças serviram para catequizar os indígenas, submetendo-os a um processo severo de introdução a religião, e exterminação da mitologia indígena. Além disso, os jesuítas foram responsáveis pela fundação de aldeamentos, cidades e as primeiros colégios e faculdades do território. Todo conhecimento, força e riqueza dos jesuítas no Brasil, dariam fim a sua presença aqui. Na Guerra Guaraníticas, um conflito entre a coroa Portuguesa e Espanhola, contra os indígenas e jesuítas, após a assinatura do Tratado de Madrid, que dividia as terras portuguesas das espanholas, expandindo o controle de Portugal sobre terras sul-americanas; o resultado foi a expulsão da Companhia de Jesus em territórios portugueses.
Os bandeirantes foram exploradores que desbravaram o sertão do Brasil a procura de riquezas minerais, indígenas para escravizar e quilombos. Muitas das vezes as expedições ultrapassaram o Tratado de Tordesilhas, que delimitavam as terras coloniais espanholas e portuguesas. As minas achadas na região Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, por exemplo, ultrapassavam esses limites, mas que na época não valiam de muito por causa da União Ibérica, uma união entre os reinos de Portugal e Espanha. Após o enfraquecimento da coroa portuguesa, diversas nações se aproveitaram de suas colônias, como os holandeses no Brasil, devido a isso, Portugal começou a incentivar ainda mais as expedições em busca de recursos naturais, principalmente de minérios. A destruição de aldeias indígenas e assentamentos jesuítas também fez parte da rotina dos Bandeirantes, que isso como uma das missões principais.
Essas duas unidades usadas por Portugal foram chaves peças para a formação do território nacional e pelo extermínio tanto da cultura e das pessoas nativas; utilizando de métodos violentos, eles foram responsáveis por parte da nojenta ambição portuguesa e burguesa que rondou a sociedade medieval.
> Brasil Império:
Após a independência do Brasil, a pauta política indígena não teve muito destaque, mas foi sim discutida e envolveu disputas territoriais e jurídicas pelo direito desses povos nativos como, mais para frente, cidadãos.
As disputas territoriais indígenas tiveram destaque em na província de São Paulo, que expandiu seus limites a terras indígenas, causando assim ofensivas entre a população paulista e os povos nativos, mandados por d. João, então príncipe regente do império. A partir daí a pauta indígena teve seu momento de discussão no cenário político nacional quando propostas reformistas foram enviadas ao Senado. A constituição regida em São Paulo mantinha a relação colonial entre índio e cidadão, onde os senhores ainda se aproveitavam para escravizar, criando assim uma relação de vassalo.
Mesmo após a emergência do Segundo Reinado, do ponto de vista indígena, a exploração não foi superada, pois a visão nacional sobre o assunto continuou a mesma, invadindo e conquistando suas terras. E também, da visão legal, os indígenas não são mencionados no texto constitucional, assim não sendo reconhecidos como cidadãos até sua civilização com a promulgação do Regulamento de Catequese e Civilização dos Índios, em 1845.
Após a Proclamação
> República Velha/Nova:
Com o golpe e a proclamação da república, em 1889, os indígenas por um bom tempo também foram esquecidos pelos olhares do Presidente, e das instituições governamentais. Só em 1910 que foi criada a Comissão Rondon, um projeto que visava explorar mais o interior do país, visando a construção de telegramas nas respectivas áreas; e o SPI, que tinha como objetivo a proteção de terras indígenas, mas com um viés positivista, ideia que adentrou a política republicana, que pregava a “Ordem, Amor e Progresso” lema que em parte é visto na Bandeira do Brasil.
O SPI tinha uma visão “progressista” na relação com as tribos e áreas indígenas, onde em sua visão, eles teriam que integrar ao progresso e urbanização; a própria visão do governo dele mesmo era de modernista, onde havia essa necessidade de se industrializar, progredir como nação, etc...
Mesmo com todas as mudanças políticas sofridas com a proclamação da república, as elites e os governantes pensavam que os indígenas eram bárbaros, povos não civilizados que deveriam, pelo “progresso” ser mais como eles, habitantes da cidade. O que na verdade é uma visão ainda colonizadora, com traços portugueses, pois a maneira que eles viviam, as elites e os governantes, era uma maneira instituída pelos colonizadores, pelo capitalismo presente na colonização.Então essa ideia de “progresso” poderia sim ser mais debatida, tanto quanto a questão indígena.
No Estado Novo, Getúlio Vargas manteu a ideia da república velha, mesmo com a baita propaganda feita pelo governo, que priorizava a ideia de um “povo brasileiro” sendo essa mistura de raças, africanas, indígenas e o imigrante ou o povo branco; a interiorização do país para levar ao progresso, ainda estava presente em seu governo.
> Ditadura Militar:
O período da Ditadura Militar foi marcado pela censura e tratamento extremamente violento, tanto com a população brasileira quanto com os indígenas. Foi uma das épocas mais sombrias da história moderna brasileira, senão o período de mais extremidade e autocracia. Isso não se refletiu somente aos urbanos, o povo indígena do interior brasileiro, principalmente os habitantes da Floresta Amazônica.
Reportagens de grandes mídias como a National Geographic, e dados publicados pela FUNAI, demonstram a chacina do governo militar, que massacrou e destruí diversas aldeias e seus habitantes, por meio de bombardeios em ataques aéreos, chacinas a tiros, esfaqueamentos, decapitações e destruição de locais sagrados por parte dos militares em aldeias do Amazonas. 
Um dos mais atacados foram os indígenas Waimiri Atroari, habitantes do Norte Amazonense; enquanto celebravam uma festa típica da etnia, às margens do Rio Alalaú, aviões passavam por cima de suas casas, só foi visto as bombas “sendo derrubadas como pó”, todos morreram. Quando os aldeados do Norte chegaram, contabilizaram pelo menos 33 corpos. 
A construção de fábricas e desenvolvimento econômico na Floresta Amazônica com o PIN implantado por Castelo branco, serviram como desculpa para os massacres como esse. A abertura de estradas, construção de hidrelétricas e a mineração também eram usadas como desculpa para o genocídio desses povos.
8.350 indígenas teriam sido mortos durante a 1946 a 1988, após o AI-5 as mortes se intensificaram, e todas são responsabilidade da Ditadura. O livro “Os Fuzis e as Flechas” conta, a partir de pesquisas, o terror que foi esse “Regime” para os indígenas. É devido a isso que devemos relembrar o passado, e não cometer os mesmos erros de antes.
> A Volta da Democracia... Ou quase isso:
A redemocratização da república, junto com sua nova constituição de 88, deu grandes passos para o reconhecimento de terras e da cidadania indígena em território nacional. As mudanças feitas a partir dela e de um novo estado, permitiram mais paz entre os indígenas, lideranças políticas e o governo em geral. 
Em 1992 o IBGE incluiu pela primeira vez a raça “Indígena” em seu censo demográfico, onde mais de 200.000 pessoas se identificaram. Em 2000 esse número aumentou drasticamente, tanto pela autointitulação de pessoas que não se consideravam mais “pardas”. 
O caminho para a harmonia entre as diversas raças e etnias brasileiras estava pronto, mas claro, devido as mudanças políticas e implantações de obras públicas voltariam a assombrar esse sonho. A construção de redes hidrelétricas, como a de Belo Monte, projetos que beneficiavam o agronegócio e as mesmas lógicas predatórias da Ditadura foram vistas nos governos FHC, Lula e Dilma. 
Ainda assim, a luta dos indígenas por suas terras é necessária. Fazendeiros e agricultores pedem e invadem terras; áreas de preservação constatadas na constituição, e a própria polícia ou os militares, deveriam proteger as propriedades indígenas. Mas tanto no governo atual, com o incentivo de mineração em aldeias e a desapropriação das terras indígenas, quanto na ignorância dos latifundiários, mais uma vez povos têm sido ameaçados... Como em toda a história desse país que não reconhece seus antepassados e nem tenta reconhecer, mas sim despreza, rouba e assassina.
Termino esse trabalho com um poema modernista, que criticava o antigo e abria os olhos cegos da população: “Quando o português chegou
 Debaixo de uma bruta chuva
 Vestiu o índio
 Que pena!
 Fosse uma manhã de sol
 O índio tinha despido
 O português.”

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