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Unidade II ESTUDOS DISCIPLINARES: Video killed the radio star – A linguagem do videoclipe Prof. Bruno César Proposta do Estudo Disciplinar: videoclipe As várias estéticas do videoclipe são uma versão resumida e específica do estilo pós-modernista (híbrido, pastiche, hiper-real, descentramento e fragmentação). Há a constituição de uma história e uma tradição pop. Fredric Jameson (1991): o vídeo é o “candidato mais provável à hegemonia cultural” no capitalismo tardio. “O vídeo exemplifica de maneira particularmente intensa a dicotomia pós-moderna entre estratégias disruptivas de vanguarda e os processos mediante os quais essas estratégias são absorvidas e neutralizadas” (CONNOR, 1993, p. 129). Tipologias do videoclipe Objeto de estudo de teorias contemporâneas, discutindo (ins)estabilidades do gênero televisivo. Fenômeno social que permite enxergar os comportamentos da juventude, sua sociabilidade, sociedade urbana e publicidade. Dois estudiosos situam o videoclipe no campo do conceito comunicacional: os norte-americanos Andrew Goodwin e E. Ann Kaplan. Em “Dancing in the Distraction Factory”, Goodwin estabelece elos entre a estética do clipe (popularizando o uso do chromakey na televisão) e o desenvolvimento da MTV. Fonte: goo.gl/uva9hg Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin Há uma tendência a analisar o videoclipe a partir de uma ótica formalista/estruturalista, pois artifícios estruturais dos clipes são sedutores e extremamente bem articulados. Não cabe encarar o videoclipe como narrativa fechada e ficcional, mas sua inserção como gênero televisivo no trânsito da música pop – em que ficção e realidade se complementam, se negam e se interpenetram. O videoclipe serve para repensar as estratégias de incorporação discursiva e de citação no audiovisual, por meio da sinestesia, da evocação imagética a partir da canção, da dança e da estetização gráfica videográfica. Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin (+Guetta) Nos clipes de David Guetta, há sobreposição de narrativas e realidades (Dangerous), além de suportes e sequências de cenas (Shot me down), alternando entre familiaridade e fantasia, infância e imaginação, mesclados de som e imagem. Fontes: goo.gl/Xv2oXDe goo.gl/KIlQhF Tipologias do videoclipe: Elizabeth Ann Kaplan E. Ann Kaplan escreveu “Rocking Around the Clock”, abordando o clipe pela psicanálise de Freud e Lacan, analisando as posturas cênicas, atitudes e conceitos que permeiam o universo videoclíptico. Pesquisadora de cinema e feminismo, ela trata o videoclipe como um território de incorporação do modelo comercial de cinema de Hollywood. Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) para analisar o videoclipe: romântico, socialmente consciente, niilista, clássico e pós- moderno. Atenção: Com as novas tecnologias de edição e captação, alguns itens de análise podem parecer obsoletos... Mas não são, numa análise diacrônica. Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) Apoia-se na narrativa, em temas como a perda/reencontro, projetando relacionamentos “normais”. Descende do modelo de construção de clichês da publicidade, estetizando a vida cotidiana relacionada às esferas afetivas. O vídeo romântico, numa linhagem psicanalítica (ambiente pré-edipiano), representa relacionamentos sem corrosão. Ou seja, tudo soa aparentemente inaugural, com personagens ainda pouco moldados pelo social. Um exemplo seria a ideologia típica do rock suave dos anos 60, com uma certa inocência, aparente ar naif e simplicidade em cores, iluminação e cenografia. Nada parece estar fora do lugar ou tudo parece longinquamente idílico. Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) O vídeo Hello, com o cantor Lionel Ritchie, é um típico exemplar desta categoria, onde se tem uma narrativa mostrando o relacionamento entre um homem e uma mulher cega. Aqui, remonta-se a temática “homem-apaixona-se-por- deficiente” explorada pelo cinema, no filme Filhos do Silêncio, com William Hurt. Fonte: goo.gl/wgrLak Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) É uma mescla de elementos narrativos ou não-narrativos, no entanto, é a postura ideológica politicamente explícita que define o vídeo desta categoria: “o vídeo socialmente consciente é, do ponto de vista de seu enunciado, o que mais próximos nós temos da tradição moderna da cultura de esquerda que, deliberadamente, se posiciona contra a dominante burguesia da sociedade” (Kaplan, 1987, p. 65). Os clipes são, quase sempre, posturas agressivas do artista como reforço do discurso imagético engendrado pelo videoclipe. São conteúdos socialmente conscientes com características mais poéticas. Interatividade Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) para analisar o videoclipe. Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta: a) Romântico. b) Socialmente consciente. c) Niilista. d) Clássico. e) Ultramoderno. Resposta Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) para analisar o videoclipe. Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta: a) Romântico. b) Socialmente consciente. c) Niilista. d) Clássico. e) Ultramoderno. Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) para analisar o videoclipe: romântico, socialmente consciente, niilista, clássico e pós-moderno. Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) Grupos musicais de tradição política, como os irlandeses do U2 ou Cranberries também possuem clipes socialmente conscientes, com características poéticas. Rage Against the Machine deixam o discurso social e político ainda mais verborrágico. No Brasil, bandas como O Rappa também se aproximam deste conceito. Fonte: goo.gl/ULmzNi Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) Vídeos apresentam características não-narrativas, acentuando uma mistura de temas, como sadismo, masoquismo, homossexualidade e androginia. Numa comparação com os gêneros do rock, o vídeo niilista estaria próximo do heavy metal, do punk ou do glam rock (onde vocalistas do sexo masculino assumiam posturas/indumentária femininas). Os artistas, personagens ou enredos são engendrados na fase fálica freudiana. Elementos de autoridade como o próprio niilismo (a crença de que nada tem valor, o despojamento), a anarquia e a violência pontuariam este tipo de audiovisual. Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) A partir da composição de uma direção de fotografia elaborada para gerar mistério, estranhamento, um uso constante do efeito de luz e sombra e a encenação privilegiando a ambiguidade da monstruosidade. Como aponta Kaplan (1987), “estes vídeos diferem dos românticos no agressivo uso de câmera e edição, lentes grandes angulares, tomadas de zoom e rápida montagem”, como forma de exploração de uma energia sexual contida. A questão do gênero neste videoclipe parece apontar para um hibridismo entre o masculino e o feminino, ou, como atesta a teórica, numa “sexualização alienígena”. Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) Não é difícil encontrar vídeos desta natureza: Rebel Yell, com Billy Idol; Rock You Like a Hurricane, do Scorpions; Shot in The Dark, com Ozzy Osbourne; Karma Chameleon, do Culture Club (foto). A ambiguidade no visual dos integrantes, as maquiagens carregadas dos integrantes e o tom andrógino são marcas do niilismo. Fonte: goo.gl/zibyFy Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) Como aponta Kaplan (1987) “os vídeos clássicos, ora empregam a estrutura característica de Hollywood do olhar masculino dirigido voyeuristicamente para figuras femininas transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora “empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos como o terror, o suspense e a ficção científica”. Na modelização clássica do videoclipe, voltamos quase que completamente ao terreno dos vídeos narrativos: a postura amorosa-sexual presentenos personagens dos clipes chamam pelo fetichismo a partir do olhar do homem. A autoridade é masculina, segundo Kaplan: ou seja, homem é sujeito, mulher é objeto. Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) A incorporação de gêneros cinematográficos hollywoodianos é a tônica do vídeo Thriller, com Michael Jackson, um dos marcos da história do videoclipe, que trabalha a configuração estético-narrativa do gênero terror-adolescente. Na incorporação do gênero de ficção científica, há Shock the Monkey, com Peter Gabriel ou Oops...I Did it Again, sobre canção de Britney Spears. A transformação da mulher em objeto de desejo a partir do olhar masculino vai encontrar dois exemplos na videografia da cantora Madonna: os clipes Material Girl e Open Your Heart. Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) Em Material Girl, Madonna é cobiçada por um diretor de cinema após ver uma performance da cantora cercada por homens (numa referência à clássica cena Diamonds Are Girl’s Best Friend, de Marylin Monroe, em Os Homens Preferem as Loiras). Fonte: goo.gl/nTBVd7 Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) Kaplan (1987) “recusa em assumir uma posição clara diante de suas imagens, seu hábito de margear a linha da não-comunicação de um significado claro”. Imagens que não alinhavam uma cadeia coerente, criando, além de um efeito achatador, a recusa de uma posição clara para o espectador. O videoclipe pós-moderno aponta para um reordenamento do clichê, pela utilização do pastiche, da citação “desterritorializada”, sem apontar elos com a coisa-citada. Nos clipes pós-modernos, o fluxo imagético parece soterrar de vez o fio narrativo, criando associação de recortes de imagens sem projeção rítmica, criadas apenas para gerar um efeito sinestésico. Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) Um exemplo desta natureza de achatamento das referências através do pastiche é o clipe Radio Ga Ga, com o grupo Queen. Como observa E. Ann Kaplan, há referências desde a “Triunfo da Vontade”, o polêmico documentário nazista de Leni Riefenstahl até brincadeiras com a série de cinema “Jornada nas Estrelas” e com o clássico filme de Fritz Lang, Metropolis. Fonte: goo.gl/UuWBPU Interatividade Kaplan (1987) diz que “os vídeos clássicos, ora empregam a estrutura característica de Hollywood do olhar masculino dirigido voyeuristicamente para figuras femininas transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora “empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos, como o terror, o suspense e a ficção científica”. Dos clipes a seguir, qual deles é não é um clássico? Thriller (Michael Jackson). Radio Ga Ga (Queen). Shock the Monkey (Peter Gabriel). Oops...I Did it Again (Britney Spears). Material Girl (Madonna). a) b) c) d) e) Resposta Kaplan (1987) diz que “os vídeos clássicos, ora empregam a estrutura característica de Hollywood do olhar masculino dirigido voyeuristicamente para figuras femininas transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora “empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos, como o terror, o suspense e a ficção científica”. Dos clipes a seguir, qual deles é não é um clássico? Thriller (Michael Jackson). Radio Ga Ga (Queen). Shock the Monkey (Peter Gabriel). Oops...I Did it Again (Britney Spears). Material Girl (Madonna). a) b) c) d) e) Pressupostos do estilo do videoclipe O videoclipe depende do público jovem, pois a maioria dos artistas são da música pop. É um texto audiovisual que vai, em grande parte, inserir elementos de outras estratificações culturais. Em suma, é parte de um processo histórico dinâmico, onde produtores e consumidores “se encontram”, compreendendo uma lógica de produção, dentro de uma escala de circulação e de consumo. Esta existência social dinâmica parece articular dois segmentos da comunicação de uma maneira bastante peculiar: o cinema e a publicidade. Pressupostos do estilo do videoclipe O cinema empresta uma configuração de linguagem, como analogias a escolas e movimentos de vanguarda. Há também “ousadias” técnicas e manancial de citações, chegando a uma estruturação narrativa concentrada – peculiar da linguagem do curta-metragem, por exemplo. A publicidade propicia os maneirismos estéticos típicos dos produtos audiovisuais feitos para o consumo, ou seja, ação que “já pensa” no destino final do produto: o mercado. A produção de videoclipes e seriados virou uma das maiores vitrines de trabalhos para cineastas de todo o mundo. Há uma profícua troca entre aqueles que fazem filmes e produtoras que se destinam à produção de clipes – e vice-versa. Pressupostos do estilo do vídeoclipe Dirigir videoclipes é sinônimo de trabalho com condições mais “apertadas” que no cinema e na publicidade, pois o tempo é mais “enxuto”. Contudo, há a solicitação cada vez maior de criatividade e ousadia nos vídeos. Fonte: goo.gl/p8NkBm Pressupostos do estilo do videoclipe A percepção da estruturação de determinados videoclipes e a recorrência de maneirismos estéticos pode nos inferir a perceber que é possível levantar hipóteses sobre uma certa autoralidade no terreno do videoclipe. A noção autoral de determinados diretores está associada ao estilo que seria “indissociavelmente vinculado a unidades temáticas determinadas e, o que é importante, a unidades composicionais: tipo de estruturação e de conclusão de um todo. [...] O estilo entra como elemento na unidade de gênero de um enunciado”. (Bakhtin: 1997, p. 284). Certos clipes trazem estilos autorais de diretores reconhecidos, que alternam estilos do cinema e publicidade em seus vídeos. Pressupostos do estilo do videoclipe Exemplos de diretores como Hype Williams (hip-hop), Spike Jonze (Skating e Electronic Dance Music), o casal Valerie Faris e Jonathan Dayton (Smashing Pumpkins e Red Hot Chili Peppers), além de Michael Gondry (non sense pop) são nomes em âmbito internacional, que transitam entre o cinema, publicidade e videoclipes. No Brasil, temos Andrucha Waddington, Claudio Torres, Breno Silveira, José Henrique Fonseca e Katia Lund, tendo como base produtoras como Conspiração Filmes e O2, de Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus e Ensaio sobre a Cegueira). Videoclipe: tendências de vida e... Moda? A moda sempre esteve relacionada ao universo ficcional, mesmo quando está sendo apresentada num desfile. O chamado “conceito” que determinada marca quer sugerir a cada nova coleção, na maioria das vezes, é uma ficção sobre a própria roupa, sendo, portanto, a vestimenta, um artefato que serve de “pedra de toque” para o que se quer dizer sobre o “ambiente ficcional” evocado por tal peça. Em outras palavras: por meio da moda, podemos perceber, também, como os conceitos de “artístico” e “comercial” (já vislumbrados diretamente relacionados ao videoclipe) são frouxos e fluidos, uma vez que não são poucos os artistas plásticos e dramaturgos que criam desfiles para grifes. Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Um imbricamento entre os conceitos de moda e videoclipe deve dar conta do fato de que é a moda o principal responsável pelo caráter singular do artista da música pop. Sendo, com isso, o que ele veste, a principal “porta de acesso” ao universo ficcional que determinado artista pretende evocar. Aspectos como a denotação e a conotação podem ser um caminho um tanto quanto simples para perceber como a roupa que determinada pessoa veste numa trama ficcional está articulada à própria diegese narrativa. Mas, este conceito parece não bastar quando estamos lidando com aspectos tão fluidos quanto os presentes no videoclipe. Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Para Malcom Barnard (2003) há duas explicações recorrentes para a origem ou geração de significado na roupa: A primeira localiza a origem deste significado fora da roupa, em alguma autoridade externa,como o estilista ou o usuário. A segunda vai localizar a geração deste significado na própria roupa, nas texturas, cores e formas e respectivas permutas. Assim, as duas implicações de significados da roupa estão encenadas no videoclipe, podendo gerar uma relação mais denotativa ou conotativa do artista em determinado vídeo. Interatividade O Brasil tem um conjunto de diretores especializados no produto estético de videoclipes. Dos nomes a seguir, qual deles não faz parte de tal grupo: a) Walter Salles. b) Andrucha Waddington. c) Claudio Torres. d) Breno Silveira. e) José Henrique Fonseca. Resposta O Brasil tem um conjunto de diretores especializados no produto estético de videoclipes. Dos nomes a seguir, qual deles não faz parte de tal grupo: a) Walter Salles. b) Andrucha Waddington. c) Claudio Torres. d) Breno Silveira. e) José Henrique Fonseca. Ele foi diretor do filme Central do Brasil e outros. Fonte: goo.gl/QsQ265 Videoclipe: tendências de vida e... Moda? “Madonna representa a heroína do pós-modernismo feminista por combinar uma ingênua carga sedutora com um corajoso tipo de independência. Ela costuma transitar, portanto, entre construções de identidades masculinas e femininas, mas, longe da bipolaridade, aparenta estar fazendo o seu jogo”. (Kaplan, 1987, p. 126) Madonna não corresponde à bipolaridade da modernidade (homem-mulher, arte erudita-arte popular, cinema-TV, ficção-realidade, público-privado, interior-exterior). Há uma mescla de os tais eixos polarizadores, criando novas categorias, alterando a aparente rota precisa do meio artístico na modernidade. Em suma: a cantora desestabiliza o eixo entre o homem e a mulher e, principalmente, entre o público e o privado. Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Inúmeras “personagens” já construídas por Madonna ao longo de sua carreira passam: a) pela garota que é seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é apaixonada pelo garoto pobre do bairro (Borderline); b) pela atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, romantismo (Material Girl); c) pela dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num peep-show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma criança (Open Your Heart); d) pela mulher que “se deixa acorrentar” e dá as ordens para seu amado (Express Yourself); Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Inúmeras “personagens” já construídas por Madonna ao longo de sua carreira passam: e) pela diva distante e enigmática, típica dos cartazes de Hollywood (Vogue); f) pela mulher elegante que se deixa permitir em orgias entre homens e mulheres (Justify My Love e Erotica); g) pela apaixonada transitando por lugares “exóticos” (Secret e Take a Bow); h) pela mulher que ironiza e parodia suas próprias personas (Human Nature e Hollywood). Videoclipe: tendências de vida e... Moda? A moda situa Madonna nas instabilidades. As roupas usadas pela cantora retomam as fases que sua carreira atravessou. Das aplicações de rendas sobre as roupas, dando uma impressão de que a “roupa de cima” ganhava nuances de “roupa de baixo”, passando pelo pastiche do vestido usado por Marilyn Monroe em “Os Homens Preferem as Loiras”, chegando ao destaque dado sobre seu próprio corpo. Fonte: goo.gl/h4UkTX Reta final: vamos analisar um clipe? Cuidado: Analisar um clipe é perigoso porque estamos lidando, sobretudo, com um objeto que é fruto do hibridismo. Serão mobilizados os conceitos Francis Vanoye e Anne Goliot- Lété (2002), de Dominique Maingueneau (1995) e de Roland Barthes (1996) para compor a nossa proposta metodológica. Segundo Vanoye e Goliot-Lété (2002), interpretar uma obra audiovisual é lhe impor limites, desconstruí-la e reconstruí-la. Fonte: goo.gl/ugTMjK Reta final: vamos analisar um clipe? Vanoye e Goliot-Lété (2002) propõem algumas normatizações: a) semântica: remete aos processos de sentido que o “leitor” fomenta ao que lê ou ouve; b) crítica: examina porque e como, no plano de organização estrutural, o texto produz sentido (conexões existentes entre o que se exprime e como se exprime); c) utilitária: prevê o audiovisual como acesso a um contexto de produção da obra, podendo ser um instrumental para o analista pensar algo além da estrutura. Busca estabelecer conexões, conjecturas e hipóteses levantadas pelo analista e que serão respaldadas pelos signos em questão (entendendo que o signo pressupõe uma quebra de fronteiras entre texto e contexto). Reta final: vamos analisar um clipe? Pensando especificamente o videoclipe, desconstruir um signo ou buscar uma interpretação de cunho utilitário é: a) buscar relações existentes entre o que está exposto no videoclipe e o contexto em que o referido clipe foi lançado, entendendo o contexto, sobretudo, como uma referência ao universo do artista em questão; b) vislumbrar de que forma o diretor do clipe está articulado ao artista que protagoniza o vídeo; c) delinear de que maneira se dá o processo de semiose do conceito de um álbum (CD) com o videoclipe; d) perceber como os maneirismos estéticos de um videoclipe são parte integrante de uma dinâmica estratégica das gravadoras. Reta final: vamos analisar um clipe? Cabe como princípio de análise de um videoclipe, questionar: a) Como se apresenta o artista que canta a canção do videoclipe? b) Como se delineia o espaço do cenário do videoclipe? c) Como se ancora o tempo no videoclipe? É essencial não perdermos a noção de que analisar um videoclipe é impor uma série de limites que visam orientar tal análise para a construção de uma articulação profícua entre os sistemas de representação do artista, dos conceitos gerados por este artista e do mundo. Interatividade Madonna é um ícone metamórfico da moda e estilos musicais, incorporando diversas personagens femininas. Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta: a) É uma garota seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é apaixonada pelo garoto pobre do bairro (Borderline). b) É uma atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, romantismo (Material Girl). c) É uma dançarina enigmática, típica dos cartazes de cabarés holandeses (Vogue). d) É uma dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num peep- show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma criança (Open Your Heart). e) É uma apaixonada transitando por lugares “exóticos” (Secret e Take a Bow). Resposta Madonna é um ícone metamórfico da moda e estilos musicais, incorporando diversas personagens femininas. Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta: a) É uma garota seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é apaixonada pelo garoto pobre do bairro (Borderline). b) É uma atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, romantismo (Material Girl). c) É uma dançarina enigmática, típica dos cartazes de cabarés holandeses (Vogue). d) É uma dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num peep- show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma criança (Open Your Heart). e) É uma apaixonada transitando por lugares “exóticos” (Secret e Take a Bow). ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 Proposta do Estudo Disciplinar: videoclipe Tipologias do videoclipe Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin (+Guetta) Tipologias do videoclipe: Elizabeth Ann Kaplan Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) Interatividade Resposta Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) Elizabeth Ann Kaplan (clássicos)Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) Interatividade Resposta Pressupostos do estilo do videoclipe Pressupostos do estilo do videoclipe Pressupostos do estilo do vídeoclipe Pressupostos do estilo do videoclipe Pressupostos do estilo do videoclipe Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Interatividade Resposta Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Videoclipe: tendências de vida e... Moda? Reta final: vamos analisar um clipe? Reta final: vamos analisar um clipe? Reta final: vamos analisar um clipe? Reta final: vamos analisar um clipe? Interatividade Resposta Slide Number 43