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Slides Unidade II ESTUDOS DISCIPLINARES / Unip


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Unidade II 
 
 
 
ESTUDOS DISCIPLINARES: 
Video killed the radio star – A linguagem do videoclipe 
 
 
 
 
 
Prof. Bruno César 
Proposta do Estudo Disciplinar: videoclipe 
 As várias estéticas do videoclipe são uma versão resumida e 
específica do estilo pós-modernista (híbrido, pastiche, 
hiper-real, descentramento e fragmentação). Há a constituição 
de uma história e uma tradição pop. 
 Fredric Jameson (1991): o vídeo é o “candidato mais provável à 
hegemonia cultural” no capitalismo tardio. 
 “O vídeo exemplifica de maneira particularmente intensa a 
dicotomia pós-moderna entre estratégias disruptivas de 
vanguarda e os processos mediante os quais essas estratégias 
são absorvidas e neutralizadas” (CONNOR, 1993, p. 129). 
 
Tipologias do videoclipe 
 Objeto de estudo de teorias contemporâneas, discutindo 
(ins)estabilidades do gênero televisivo. Fenômeno social que 
permite enxergar os comportamentos da juventude, sua 
sociabilidade, sociedade urbana e publicidade. 
 Dois estudiosos situam o videoclipe no campo do conceito 
comunicacional: os norte-americanos Andrew Goodwin e E. 
Ann Kaplan. 
 Em “Dancing in the Distraction Factory”, Goodwin estabelece 
elos entre a estética do clipe (popularizando o uso do 
chromakey na televisão) e o desenvolvimento da MTV. 
Fonte: goo.gl/uva9hg 
Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin 
 Há uma tendência a analisar o videoclipe a partir de uma ótica 
formalista/estruturalista, pois artifícios estruturais dos clipes 
são sedutores e extremamente bem articulados. 
 Não cabe encarar o videoclipe como narrativa fechada e 
ficcional, mas sua inserção como gênero televisivo no trânsito 
da música pop – em que ficção e realidade se complementam, 
se negam e se interpenetram. 
 O videoclipe serve para repensar as estratégias de 
incorporação discursiva e de citação no audiovisual, por meio 
da sinestesia, da evocação imagética a partir da canção, da 
dança e da estetização gráfica videográfica. 
Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin (+Guetta) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nos clipes de David Guetta, há sobreposição de narrativas e 
realidades (Dangerous), além de suportes e sequências de 
cenas (Shot me down), alternando entre familiaridade e 
fantasia, infância e imaginação, mesclados de som e imagem. 
Fontes: goo.gl/Xv2oXDe goo.gl/KIlQhF 
Tipologias do videoclipe: Elizabeth Ann Kaplan 
 E. Ann Kaplan escreveu “Rocking Around the Clock”, 
abordando o clipe pela psicanálise de Freud e Lacan, 
analisando as posturas cênicas, atitudes e conceitos que 
permeiam o universo videoclíptico. 
 Pesquisadora de cinema e feminismo, ela trata o videoclipe 
como um território de incorporação do modelo comercial de 
cinema de Hollywood. Kaplan elenca cinco categorias 
(segundo temas e conteúdos) para analisar o videoclipe: 
romântico, socialmente consciente, niilista, clássico e pós-
moderno. 
 Atenção: Com as novas tecnologias de edição e captação, 
alguns itens de análise podem parecer obsoletos... Mas não 
são, numa análise diacrônica. 
Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) 
 Apoia-se na narrativa, em temas como a perda/reencontro, 
projetando relacionamentos “normais”. Descende do modelo 
de construção de clichês da publicidade, estetizando a vida 
cotidiana relacionada às esferas afetivas. 
 O vídeo romântico, numa linhagem psicanalítica (ambiente 
pré-edipiano), representa relacionamentos sem corrosão. Ou 
seja, tudo soa aparentemente inaugural, com personagens 
ainda pouco moldados pelo social. 
 Um exemplo seria a ideologia típica do rock suave dos anos 
60, com uma certa inocência, aparente ar naif e simplicidade 
em cores, iluminação e cenografia. Nada parece estar fora do 
lugar ou tudo parece longinquamente idílico. 
Elizabeth Ann Kaplan (romantismo) 
 O vídeo Hello, com o cantor 
Lionel Ritchie, é um típico 
exemplar desta categoria, 
onde se tem uma narrativa 
mostrando o relacionamento 
entre um homem e uma 
mulher cega. 
 Aqui, remonta-se a temática 
“homem-apaixona-se-por-
deficiente” explorada pelo 
cinema, no filme Filhos do 
Silêncio, com William Hurt. 
Fonte: goo.gl/wgrLak 
Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) 
 É uma mescla de elementos narrativos ou não-narrativos, no 
entanto, é a postura ideológica politicamente explícita que 
define o vídeo desta categoria: “o vídeo socialmente 
consciente é, do ponto de vista de seu enunciado, o que mais 
próximos nós temos da tradição moderna da cultura de 
esquerda que, deliberadamente, se posiciona contra a 
dominante burguesia da sociedade” (Kaplan, 1987, p. 65). 
 Os clipes são, quase sempre, posturas agressivas do artista 
como reforço do discurso imagético engendrado pelo 
videoclipe. São conteúdos socialmente conscientes com 
características mais poéticas. 
Interatividade 
Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) 
para analisar o videoclipe. Das afirmações a seguir, qual delas é 
incorreta: 
a) Romântico. 
b) Socialmente consciente. 
c) Niilista. 
d) Clássico. 
e) Ultramoderno. 
 
Resposta 
Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) 
para analisar o videoclipe. Das afirmações a seguir, qual delas é 
incorreta: 
a) Romântico. 
b) Socialmente consciente. 
c) Niilista. 
d) Clássico. 
e) Ultramoderno. 
 
Kaplan elenca cinco categorias (segundo temas e conteúdos) 
para analisar o videoclipe: romântico, socialmente consciente, 
niilista, clássico e pós-moderno. 
 
Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente) 
 Grupos musicais de tradição 
política, como os irlandeses 
do U2 ou Cranberries 
também possuem clipes 
socialmente conscientes, 
com características poéticas. 
 Rage Against the Machine 
deixam o discurso social e 
político ainda mais 
verborrágico. 
 No Brasil, bandas como 
O Rappa também se 
aproximam deste conceito. 
Fonte: goo.gl/ULmzNi 
Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) 
 Vídeos apresentam características não-narrativas, acentuando 
uma mistura de temas, como sadismo, masoquismo, 
homossexualidade e androginia. 
 Numa comparação com os gêneros do rock, o vídeo niilista 
estaria próximo do heavy metal, do punk ou do glam rock 
(onde vocalistas do sexo masculino assumiam 
posturas/indumentária femininas). 
 Os artistas, personagens ou enredos são engendrados na fase 
fálica freudiana. Elementos de autoridade como o próprio 
niilismo (a crença de que nada tem valor, o despojamento), a 
anarquia e a violência pontuariam este tipo de audiovisual. 
 
Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) 
 A partir da composição de uma direção de fotografia elaborada 
para gerar mistério, estranhamento, um uso constante do 
efeito de luz e sombra e a encenação privilegiando a 
ambiguidade da monstruosidade. 
 Como aponta Kaplan (1987), “estes vídeos diferem dos 
românticos no agressivo uso de câmera e edição, lentes 
grandes angulares, tomadas de zoom e rápida montagem”, 
como forma de exploração de uma energia sexual contida. 
 A questão do gênero neste videoclipe parece apontar para um 
hibridismo entre o masculino e o feminino, ou, como atesta a 
teórica, numa “sexualização alienígena”. 
Elizabeth Ann Kaplan (niilistas) 
 Não é difícil encontrar vídeos 
desta natureza: Rebel Yell, 
com Billy Idol; Rock You 
Like a Hurricane, do 
Scorpions; Shot in The Dark, 
com Ozzy Osbourne; Karma 
Chameleon, do Culture Club 
(foto). 
 A ambiguidade no visual dos 
integrantes, as maquiagens 
carregadas dos integrantes e 
o tom andrógino são marcas 
do niilismo. 
Fonte: goo.gl/zibyFy 
Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) 
 Como aponta Kaplan (1987) “os vídeos clássicos, ora 
empregam a estrutura característica de Hollywood do olhar 
masculino dirigido voyeuristicamente para figuras femininas 
transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora 
“empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos como o 
terror, o suspense e a ficção científica”. 
 Na modelização clássica do videoclipe, voltamos quase que 
completamente ao terreno dos vídeos narrativos: a postura 
amorosa-sexual presentenos personagens dos clipes 
chamam pelo fetichismo a partir do olhar do homem. 
 A autoridade é masculina, segundo Kaplan: ou seja, homem é 
sujeito, mulher é objeto. 
Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) 
 A incorporação de gêneros cinematográficos hollywoodianos é 
a tônica do vídeo Thriller, com Michael Jackson, um dos 
marcos da história do videoclipe, que trabalha a configuração 
estético-narrativa do gênero terror-adolescente. 
 Na incorporação do gênero de ficção científica, há Shock the 
Monkey, com Peter Gabriel ou Oops...I Did it Again, sobre 
canção de Britney Spears. 
 A transformação da mulher em objeto de desejo a partir do 
olhar masculino vai encontrar dois exemplos na videografia da 
cantora Madonna: os clipes Material Girl e Open Your Heart. 
Elizabeth Ann Kaplan (clássicos) 
 Em Material Girl, Madonna é cobiçada por um diretor de cinema 
após ver uma performance da cantora cercada por homens 
(numa referência à clássica cena Diamonds Are Girl’s Best 
Friend, de Marylin Monroe, em Os Homens Preferem as Loiras). 
Fonte: goo.gl/nTBVd7 
Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) 
 Kaplan (1987) “recusa em assumir uma posição clara diante de 
suas imagens, seu hábito de margear a linha da 
não-comunicação de um significado claro”. 
 Imagens que não alinhavam uma cadeia coerente, criando, 
além de um efeito achatador, a recusa de uma posição clara 
para o espectador. 
 O videoclipe pós-moderno aponta para um reordenamento do 
clichê, pela utilização do pastiche, da citação 
“desterritorializada”, sem apontar elos com a coisa-citada. 
 Nos clipes pós-modernos, o fluxo imagético parece soterrar de 
vez o fio narrativo, criando associação de recortes de imagens 
sem projeção rítmica, criadas apenas para gerar um efeito 
sinestésico. 
Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo) 
 Um exemplo desta natureza de 
achatamento das referências 
através do pastiche é o clipe 
Radio Ga Ga, com o grupo 
Queen. 
 Como observa E. Ann Kaplan, 
há referências desde a 
“Triunfo da Vontade”, o 
polêmico documentário 
nazista de Leni Riefenstahl até 
brincadeiras com a série de 
cinema “Jornada nas 
Estrelas” e com o clássico 
filme de Fritz Lang, Metropolis. 
Fonte: goo.gl/UuWBPU 
Interatividade 
Kaplan (1987) diz que “os vídeos clássicos, ora empregam a 
estrutura característica de Hollywood do olhar masculino 
dirigido voyeuristicamente para figuras femininas 
transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora 
“empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos, como o 
terror, o suspense e a ficção científica”. Dos clipes a seguir, 
qual deles é não é um clássico? 
Thriller (Michael Jackson). 
Radio Ga Ga (Queen). 
Shock the Monkey (Peter Gabriel). 
Oops...I Did it Again (Britney Spears). 
Material Girl (Madonna). 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
Resposta 
Kaplan (1987) diz que “os vídeos clássicos, ora empregam a 
estrutura característica de Hollywood do olhar masculino 
dirigido voyeuristicamente para figuras femininas 
transformadas em objetos de desejo por esse olhar”, ora 
“empregam ou parodiam gêneros hollywoodianos, como o 
terror, o suspense e a ficção científica”. Dos clipes a seguir, 
qual deles é não é um clássico? 
Thriller (Michael Jackson). 
Radio Ga Ga (Queen). 
Shock the Monkey (Peter Gabriel). 
Oops...I Did it Again (Britney Spears). 
Material Girl (Madonna). 
 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
Pressupostos do estilo do videoclipe 
 O videoclipe depende do público jovem, pois a maioria dos 
artistas são da música pop. É um texto audiovisual que vai, em 
grande parte, inserir elementos de outras estratificações 
culturais. 
 Em suma, é parte de um processo histórico dinâmico, onde 
produtores e consumidores “se encontram”, compreendendo 
uma lógica de produção, dentro de uma escala de circulação e 
de consumo. 
 Esta existência social dinâmica parece articular dois segmentos 
da comunicação de uma maneira bastante peculiar: o cinema e 
a publicidade. 
Pressupostos do estilo do videoclipe 
 O cinema empresta uma configuração de linguagem, como 
analogias a escolas e movimentos de vanguarda. Há também 
“ousadias” técnicas e manancial de citações, chegando a uma 
estruturação narrativa concentrada – peculiar da linguagem 
do curta-metragem, por exemplo. 
 A publicidade propicia os maneirismos estéticos típicos dos 
produtos audiovisuais feitos para o consumo, ou seja, ação 
que “já pensa” no destino final do produto: o mercado. 
 A produção de videoclipes e seriados virou uma das maiores 
vitrines de trabalhos para cineastas de todo o mundo. Há uma 
profícua troca entre aqueles que fazem filmes e produtoras 
que se destinam à produção de clipes – e vice-versa. 
Pressupostos do estilo do vídeoclipe 
 Dirigir videoclipes é sinônimo de trabalho com condições 
mais “apertadas” que no cinema e na publicidade, pois o 
tempo é mais “enxuto”. Contudo, há a solicitação cada vez 
maior de criatividade e ousadia nos vídeos. 
Fonte: goo.gl/p8NkBm 
Pressupostos do estilo do videoclipe 
 A percepção da estruturação de determinados videoclipes e a 
recorrência de maneirismos estéticos pode nos inferir a 
perceber que é possível levantar hipóteses sobre uma certa 
autoralidade no terreno do videoclipe. 
 A noção autoral de determinados diretores está associada ao 
estilo que seria “indissociavelmente vinculado a unidades 
temáticas determinadas e, o que é importante, a unidades 
composicionais: tipo de estruturação e de conclusão de um 
todo. [...] O estilo entra como elemento na unidade de gênero de 
um enunciado”. (Bakhtin: 1997, p. 284). 
 Certos clipes trazem estilos autorais de diretores reconhecidos, 
que alternam estilos do cinema e publicidade em seus vídeos. 
Pressupostos do estilo do videoclipe 
 Exemplos de diretores como Hype Williams (hip-hop), Spike 
Jonze (Skating e Electronic Dance Music), o casal Valerie 
Faris e Jonathan Dayton (Smashing Pumpkins e Red Hot 
Chili Peppers), além de Michael Gondry (non sense pop) são 
nomes em âmbito internacional, que transitam entre o 
cinema, publicidade e videoclipes. 
 No Brasil, temos Andrucha Waddington, Claudio Torres, 
Breno Silveira, José Henrique Fonseca e Katia Lund, tendo 
como base produtoras como Conspiração Filmes e O2, de 
Fernando Meirelles (diretor de Cidade de Deus e Ensaio 
sobre a Cegueira). 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
 A moda sempre esteve relacionada ao universo ficcional, 
mesmo quando está sendo apresentada num desfile. 
 O chamado “conceito” que determinada marca quer sugerir a 
cada nova coleção, na maioria das vezes, é uma ficção sobre a 
própria roupa, sendo, portanto, a vestimenta, um artefato que 
serve de “pedra de toque” para o que se quer dizer sobre o 
“ambiente ficcional” evocado por tal peça. 
 Em outras palavras: por meio da moda, podemos perceber, 
também, como os conceitos de “artístico” e “comercial” (já 
vislumbrados diretamente relacionados ao videoclipe) são 
frouxos e fluidos, uma vez que não são poucos os artistas 
plásticos e dramaturgos que criam desfiles para grifes. 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
 Um imbricamento entre os conceitos de moda e videoclipe 
deve dar conta do fato de que é a moda o principal 
responsável pelo caráter singular do artista da música pop. 
 Sendo, com isso, o que ele veste, a principal “porta de 
acesso” ao universo ficcional que determinado artista 
pretende evocar. 
 Aspectos como a denotação e a conotação podem ser um 
caminho um tanto quanto simples para perceber como a 
roupa que determinada pessoa veste numa trama ficcional 
está articulada à própria diegese narrativa. Mas, este conceito 
parece não bastar quando estamos lidando com aspectos tão 
fluidos quanto os presentes no videoclipe. 
 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
Para Malcom Barnard (2003) há duas explicações recorrentes 
para a origem ou geração de significado na roupa: 
 A primeira localiza a origem deste significado fora da roupa, 
em alguma autoridade externa,como o estilista ou o usuário. 
 A segunda vai localizar a geração deste significado na própria 
roupa, nas texturas, cores e formas e respectivas permutas. 
 Assim, as duas implicações de significados da roupa estão 
encenadas no videoclipe, podendo gerar uma relação mais 
denotativa ou conotativa do artista em determinado vídeo. 
Interatividade 
O Brasil tem um conjunto de diretores especializados no 
produto estético de videoclipes. Dos nomes a seguir, qual deles 
não faz parte de tal grupo: 
a) Walter Salles. 
b) Andrucha Waddington. 
c) Claudio Torres. 
d) Breno Silveira. 
e) José Henrique Fonseca. 
Resposta 
O Brasil tem um conjunto de diretores especializados no 
produto estético de videoclipes. Dos nomes a seguir, qual deles 
não faz parte de tal grupo: 
a) Walter Salles. 
b) Andrucha Waddington. 
c) Claudio Torres. 
d) Breno Silveira. 
e) José Henrique Fonseca. 
 
 
 
Ele foi diretor do filme Central do Brasil e outros. 
Fonte: goo.gl/QsQ265 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
 “Madonna representa a heroína do pós-modernismo feminista 
por combinar uma ingênua carga sedutora com um corajoso 
tipo de independência. Ela costuma transitar, portanto, entre 
construções de identidades masculinas e femininas, mas, 
longe da bipolaridade, aparenta estar fazendo o seu jogo”. 
(Kaplan, 1987, p. 126) 
 Madonna não corresponde à bipolaridade da modernidade 
(homem-mulher, arte erudita-arte popular, cinema-TV, 
ficção-realidade, público-privado, interior-exterior). Há uma 
mescla de os tais eixos polarizadores, criando novas 
categorias, alterando a aparente rota precisa do meio artístico 
na modernidade. 
 Em suma: a cantora desestabiliza o eixo entre o homem 
e a mulher e, principalmente, entre o público e o privado. 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
Inúmeras “personagens” já construídas por Madonna ao longo 
de sua carreira passam: 
a) pela garota que é seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é 
apaixonada pelo garoto pobre do bairro (Borderline); 
b) pela atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para 
conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, 
romantismo (Material Girl); 
c) pela dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num 
peep-show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma 
criança (Open Your Heart); 
d) pela mulher que “se deixa acorrentar” e dá as ordens para 
seu amado (Express Yourself); 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
Inúmeras “personagens” já construídas por Madonna ao longo 
de sua carreira passam: 
e) pela diva distante e enigmática, típica dos cartazes de 
Hollywood (Vogue); 
f) pela mulher elegante que se deixa permitir em orgias entre 
homens e mulheres (Justify My Love e Erotica); 
g) pela apaixonada transitando por lugares “exóticos” (Secret 
e Take a Bow); 
h) pela mulher que ironiza e parodia suas próprias personas 
(Human Nature e Hollywood). 
Videoclipe: tendências de vida e... Moda? 
 A moda situa Madonna nas instabilidades. As roupas usadas 
pela cantora retomam as fases que sua carreira atravessou. 
 Das aplicações de rendas sobre as roupas, dando uma 
impressão de que a “roupa de cima” ganhava nuances de 
“roupa de baixo”, passando pelo pastiche do vestido usado 
por Marilyn Monroe em “Os Homens Preferem as Loiras”, 
chegando ao destaque dado sobre seu próprio corpo. 
 
Fonte: goo.gl/h4UkTX 
Reta final: vamos analisar um clipe? 
 Cuidado: Analisar um clipe é 
perigoso porque estamos 
lidando, sobretudo, com um 
objeto que é fruto do hibridismo. 
 Serão mobilizados os conceitos 
Francis Vanoye e Anne Goliot-
Lété (2002), de Dominique 
Maingueneau (1995) e de Roland 
Barthes (1996) para compor a 
nossa proposta metodológica. 
 Segundo Vanoye e Goliot-Lété 
(2002), interpretar uma obra 
audiovisual é lhe impor limites, 
desconstruí-la e reconstruí-la. 
 
Fonte: goo.gl/ugTMjK 
Reta final: vamos analisar um clipe? 
Vanoye e Goliot-Lété (2002) propõem algumas normatizações: 
a) semântica: remete aos processos de sentido que o “leitor” 
fomenta ao que lê ou ouve; 
b) crítica: examina porque e como, no plano de organização 
estrutural, o texto produz sentido (conexões existentes entre 
o que se exprime e como se exprime); 
c) utilitária: prevê o audiovisual como acesso a um contexto de 
produção da obra, podendo ser um instrumental para o 
analista pensar algo além da estrutura. Busca estabelecer 
conexões, conjecturas e hipóteses levantadas pelo analista e 
que serão respaldadas pelos signos em questão (entendendo 
que o signo pressupõe uma quebra de fronteiras 
entre texto e contexto). 
Reta final: vamos analisar um clipe? 
Pensando especificamente o videoclipe, desconstruir um signo 
ou buscar uma interpretação de cunho utilitário é: 
a) buscar relações existentes entre o que está exposto no 
videoclipe e o contexto em que o referido clipe foi lançado, 
entendendo o contexto, sobretudo, como uma referência ao 
universo do artista em questão; 
b) vislumbrar de que forma o diretor do clipe está articulado ao 
artista que protagoniza o vídeo; 
c) delinear de que maneira se dá o processo de semiose do 
conceito de um álbum (CD) com o videoclipe; 
d) perceber como os maneirismos estéticos de um videoclipe 
são parte integrante de uma dinâmica estratégica das 
gravadoras. 
Reta final: vamos analisar um clipe? 
Cabe como princípio de análise de um videoclipe, questionar: 
a) Como se apresenta o artista que canta a canção do 
videoclipe? 
b) Como se delineia o espaço do cenário do videoclipe? 
c) Como se ancora o tempo no videoclipe? 
 É essencial não perdermos a noção de que analisar um 
videoclipe é impor uma série de limites que visam orientar tal 
análise para a construção de uma articulação profícua entre 
os sistemas de representação do artista, dos conceitos 
gerados por este artista e do mundo. 
Interatividade 
Madonna é um ícone metamórfico da moda e estilos musicais, 
incorporando diversas personagens femininas. Das afirmações a 
seguir, qual delas é incorreta: 
a) É uma garota seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é apaixonada 
pelo garoto pobre do bairro (Borderline). 
b) É uma atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para 
conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, romantismo 
(Material Girl). 
c) É uma dançarina enigmática, típica dos cartazes de cabarés 
holandeses (Vogue). 
d) É uma dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num peep-
show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma criança 
(Open Your Heart). 
e) É uma apaixonada transitando por lugares “exóticos” 
(Secret e Take a Bow). 
 
Resposta 
Madonna é um ícone metamórfico da moda e estilos musicais, 
incorporando diversas personagens femininas. Das afirmações a 
seguir, qual delas é incorreta: 
a) É uma garota seduzida pelo fotógrafo de moda, mas é apaixonada 
pelo garoto pobre do bairro (Borderline). 
b) É uma atriz que interpreta uma “garota materialista”, mas para 
conquistá-la não é preciso “anéis de diamantes”, e sim, romantismo 
(Material Girl). 
c) É uma dançarina enigmática, típica dos cartazes de cabarés 
holandeses (Vogue). 
d) É uma dançarina que seduz a todos fazendo strip-tease num peep-
show, mas tem a ingenuidade de ficar “amiga” de uma criança 
(Open Your Heart). 
e) É uma apaixonada transitando por lugares “exóticos” 
(Secret e Take a Bow). 
 
 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA! 
	Slide Number 1
	Proposta do Estudo Disciplinar: videoclipe
	Tipologias do videoclipe
	Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin
	Tipologias do videoclipe: Andrew Goodwin (+Guetta)
	Tipologias do videoclipe: Elizabeth Ann Kaplan
	Elizabeth Ann Kaplan (romantismo)
	Elizabeth Ann Kaplan (romantismo)
	Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente)
	Interatividade
	Resposta
	Elizabeth Ann Kaplan (socialmente consciente)
	Elizabeth Ann Kaplan (niilistas)
	Elizabeth Ann Kaplan (niilistas)
	Elizabeth Ann Kaplan (niilistas)
	Elizabeth Ann Kaplan (clássicos)
	Elizabeth Ann Kaplan (clássicos)
	Elizabeth Ann Kaplan (clássicos)Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo)
	Elizabeth Ann Kaplan (pós-modernismo)
	Interatividade
	Resposta
	Pressupostos do estilo do videoclipe
	Pressupostos do estilo do videoclipe
	Pressupostos do estilo do vídeoclipe
	Pressupostos do estilo do videoclipe
	Pressupostos do estilo do videoclipe
	Videoclipe: tendências de vida e... Moda?
	Videoclipe: tendências de vida e... Moda?
	Videoclipe: tendências de vida e... Moda?
	Interatividade
	Resposta
	Videoclipe: tendências de vida e... Moda?
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