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ATIVIDADE A3 – ANTROPOLOGIA CULTURAL O etnocentrismo se caracteriza pela forma de enxergar uma etnia com base na etnia própria do observador, usando-a como ponto de partida para classificar as outras como sendo inferiores à sua. Ele ocorre desde o período do descobrimento, quando os portugueses impuseram sua religião, língua e até vestimenta aos índios que já habitavam o Brasil por considerarem muito “atrasados” em comparação aos seus costumes, e não abrange apenas essa relação entre culturas distantes, podendo inclusive ocorrer entre o povo de uma mesma cultura. Por exemplo, quando os membros da elite da sociedade julgam a forma de vestir e/ou o gosto musical das camadas mais populares, considerando que esses aspectos não sejam tão sofisticados quanto os seus próprios e assim aumentando ainda mais a distância e o preconceito social entre ambos; ou ainda quando nós, brasileiros, julgamos a nossa higiene superior à dos europeus pela diferente quantidade de banhos tomados. E nesse caso entra o relativismo cultural, que busca entender e interpretar os comportamentos e costumes de uma sociedade dentro de seu próprio contexto. No caso do exemplo, há uma diferença climática que deve ser levada em conta antes dos julgamentos etnocêntricos entre o Brasil e países da Europa como Itália ou França, no qual as temperaturas podem chegar abaixo de zero durante o inverno enquanto aqui o clima é majoritariamente tropical. Ainda nessa questão, as casas na Europa contam com sistemas de aquecimento, o que gera um custo que impacta em seus habitantes que têm históricos de tempos escassos durante as guerras enraizados por gerações. O relativismo cultural é uma oposição ao etnocentrismo, consiste em esforçar- se para conhecer e compreender os valores, crenças, hábitos, religião etc., de uma sociedade grupo ou etnia, baseando-se no contexto deles, analisando a partir daquela cultura e não segundo a sua própria cultura. O relativismo está relacionado com o respeito à diversidade cultural, como também desenvolve a empatia, pois entender o porquê daquela cultura, hábitos e prática religiosa que sendo analisada em sua visão particular possa ser considerada errada, olhando de outra forma nos permite enxergar seus motivos sem preconceitos, generalizações e permite tratar o outro como igual. Diante disso, podemos concluir que o etnocentrismo infelizmente ainda está muito presente em nosso cotidiano e cabe a nós combatê-lo diariamente. Disseminar os conceitos do relativismo cultural é importante para quebrar esses padrões de desigualdade e preconceito e tornar nossa sociedade mais justa, igualitária e democrática. . Compreender não significa concordar, apenas deixar de usar a própria moralidade como régua e classificar uma cultura como “horrível” ou “atrasada”, discriminando-a e desumanizando seus membros apenas por ser “diferente”.