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Estudos Socioantropológicos

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Aula 1.1 - A história da Antropologia 
- Se observarmos o ser humano apenas por uma perspectiva, por uma de suas infinitas características, esquecemos das demais dimensões que ele ocupa enquanto ser que vive em sociedade. Assim, os dualismos que sempre nortearam a Antropologia e o pensamento antropológico podem ser perigosos, e isso nos é mostrado nos dias atuais.
Desafio:  Elabore uma tese em relação das políticas de cotas com a Antropologia. O texto deve conter os fundamentos para sua adesão ou não necessidade de política de cotas, tendo por base os argumentos de cunho antropológico.
Resposta: A política de cotas deve ser levada em consideração, uma vez que uma breve passada de olhos pela nossa história recente, tendo como base estudos de antropologia social, comprova que nossa população tem uma diferença enorme na sua construção. Desde a sua própria formação, determinadas pessoas estão ausentes do acompanhamento estatal, e isso acaba por criar um fosso imenso que, de alguma maneira, pode ser minorado com essa política.
Assim, não trata-se apenas como querem muitos de auferimento de méritos para o acesso à universidade, qualquer estudo antropológico que dê conta da diversidade em nosso país pode perceber que há distorções na formação básica, bem como, de feição subjetiva, ou seja, há mundos que não se intercambiam dentro de uma sociedade ainda eivada de preconceitos, por isso mesmo, faz-se necessário estudos dessa importância para que torne evidente que a questão das cotas procura, de alguma maneira, colocar em rota de multiculturalismo aquilo que até então fora conduzido sempre como cultura de dominação.
Entender a estrutura antropológica de formação do povo, necessariamente contribui para a identificação das brechas deixadas por um histórico de colonização sobremaneira, do pensamento. A formação de qualidade como privilégio de uma determinada classe tornou as universidades singulares, deixando a riqueza da pluralidade de fora delas. Um local no qual o ensino se quer universal, não pode apenas ter ouvidos e vozes de apenas uma cor e região.
Exercícios:
1. Qual é a metodologia utilizada na Antropologia pré-histórica?
A. Filosófica.
B. Espiritual.
C. Religiosa.
D. Científica.
-Cabe enfatizar que a antropologia é um movimento epistemológico importante no pensamento científico, pois o homem deixa de se perceber como o “centro da humanidade” e passa a olhar o outro, a fim de acessar, conhecer, estudar e compreender o seu modo de habitar o mundo.
- Antropologia pré-histórica, conhecida como Arqueologia, busca reconstituir e entender as sociedades antepassadas, por meio de vestígios materiais da presença humana enterrados no solo. Para isso desenvolveram-se métodos, conceitos e aporte teórico próprios embasados na metodologia científica que estabelece procedimentos sistemáticos para acessar os objetos e desenvolve um arcabouço teórico para interpretar a relação entre esses objetos (materiais, peças e artefatos) e os antepassados.
E. Ética.
2. A Antropologia é o estudo holístico, biocultural e comparativo da humanidade. Quais são as quatro principais subdisciplinas da Antropologia?
A. Antropologia Médica, Etnografia, Etnologia e Antropologia Cultural.
- A etnografia é um processo de pesquisa em que o antropólogo observa de perto, registra e se envolve na vida diária de uma outra cultura e, em seguida, escreve relatos sobre essa cultura, enfatizando os detalhes descritivos.
B. Arqueologia, a Antropologia Biológica, Linguística Aplicada, e Antropologia Aplicada.
- A Linguística Aplicada é um ramo do estudo da linguagem, não da Antropologia.
C. Antropologia Biológica, Antropologia Linguística, a Antropologia Cultural e Arqueologia.
- Os quatro subcampos da Antropologia Geral são (sócio) cultural, arqueológico, biológico e linguístico.
D. Antropologia Genética, a Antropologia Física, Etnologia e Antropologia Linguística.
- Etnologia é o estudo teórico e comparativo da sociedade e da cultura que compara culturas no tempo e no espaço.
E. Primatologia, Etnologia, Antropologia Cultural, e Paleopatologia.
- A Primatologia é a ciência que estuda a ordem dos primatas.
3. Nosso gênero, o Homo, vem mudando há mais de 2 milhões de anos. Qual é o termo utilizado para os processos pelos quais os organismos lidam com as forças ambientais e tensões?
A. Etnologia.
- Estudo teórico e comparativo da sociedade e da cultura; compara culturas no tempo e no espaço.
B. Etnografia.
- É o trabalho de campo em uma determinada cultura.
C. Exogamia.
- Acasalamento ou casamento fora do grupo de parentesco; um universo cultural.
D. Adaptação.
- A adaptação diz respeito aos processos pelos quais os organismos lidam com forças e tensões ambientais, como as que são apresentadas pelo clima e pela topografia, ou os terrenos, também chamados de acidentes geográficos.
E. Fenótipo.
- Conjunto de caracteres visíveis de um indivíduo ou de um organismo em relação à sua constituição e às condições do meio ambiente.
4. Marque a alternativa que contempla CORRETAMENTE o objeto de estudo da Antropologia:
A. A História.
- O homem em si está na gênese do que se chama objeto de estudo da antropologia.
B. O Direito.
- O direito compõe apenas uma dimensão do homem que é alvo de estudo da antropologia.
C. O humano.
- É o antrophos, radical grego da palavra homem, que é o objeto da logia, radical grego de razão, que a ciência da antropologia estuda
D. A natureza.
- Ela é objeto de estudo da biologia, por exemplo.
E. As cidades.
- O ser humano está nas cidades, compõe-na e não se confunde com elas.
5. Um campo de estudo sistemático que utiliza experiência, observação e dedução para produzir explicações confiáveis dos fenômenos é:
A. cultura.
- É o conjunto de costumes predominantes num grupo ou classe social.
B. religião.
- Crença na existência de forças ou entidades sobre-humanas responsáveis pela criação, ordenação e sustentação do universo.
C. humanidade.
- É o conjunto dos seres humanos.
D. ciência.
- É a atividade humana baseada em conceitos e princípios desenvolvidos racionalmente e na utilização de um método definido, por meio do qual se produzem, se testam e se comprovam conhecimentos considerados objetivos e de validade geral.
E. folclore.
- É o conjunto das manifestações da cultura popular e das tradições de um povo.
Aula 1.2 - O fazer Antropológico
- O trabalho a que se dá o antropólogo possui várias funções, no entanto, hoje parece-nos que sua atuação junto aos locais de tensão bélica pode ser realmente importante.
Desafio: Neste Desafio você deverá opinar a respeito de como devem se portar os antropólogos diante dos cenários de guerra, ou seja, sobre a forma de fazer antropologia em territórios em guerra.
Orientações ao aluno:
1 - Contextualizar os problemas de se trabalhar em um território assim.
2 - Construir novas ideias para os dilemas.
3 - Trabalhar o texto tendo em vista os comandos éticos da profissão.
Resposta :São variados os problemas enfrentados por antropólogos em áreas de conflito, como a dificuldade de identificarem-se enquanto pesquisadores em meio aos possíveis disfarces, ou ainda, na manutenção da lisura do seu trabalho, uma vez que estarão envolvidos com uma das partes do conflito e ainda a dificuldade de se partilhar informações e não saber se elas poderão prejudicar uma pessoa envolvida na pesquisa, e ao mesmo tempo no conflito. Todos esses são dilemas que os antropólogos enfrentam, desde a seara particular com questões éticas, que envolve a preocupação com o que seu trabalho irá causar, até uma dificuldade bastante objetiva que seria a de coleta de informações de pessoas assoladas pelo medo que paira em terrenos como esses. A atuação dos antropólogos talvez possa ser interessante se ela visar uma espécie de conhecimento para a prevenção de eventos futuros.
Exercícios:
1. A respeito do fazer antropológico nos dias atuais, assinale a alternativa correta:
A. Na contemporaneidade os antropólogos estão preocupados com o todo da cultura que exploram. Seu trabalho é colher o máximoque puderem de todos os problemas.
- Nos dias atuais, os antropólogos vão a campo com uma questão problema e procuram o máximo de possibilidades para respondê-la.
B. As respostas que os antropólogos procuram podem ser colhidas apenas pelo diálogo com os nativos.
- Na verdade a colheita de dados é feita por acessos a arquivos e práticas, que vão além das entrevistas.
C. Mesmo com a sociedade em rede que vivemos, os antropólogos acreditam que a maneira única de manter uma boa pesquisa é mantendo-se apenas ligado ao que é dito pelos nativos.
- A interlocução permite perceber que, por vezes, as sociedades não têm noção daquilo que influencia sua própria vida, daí a importância do diálogo entre informações distintas.
D. Hoje em dia, antropólogos lançam-se no campo de pesquisa já munidos de um problema, o qual irão investigar de maneira mais minuciosa possível.
- Dada a multiplicidade de possibilidades dos dias atuais, o trabalho torna-se mais profícuo se realizado de maneira mais objetiva e focada.
E. Pode-se afirmar que hoje a Antropologia está em vias de uma pesquisa mais abrangente e menos pormenorizada. Dada o grande número de possibilidades às quais as culturas estão abertas.
- De fato, é o inverso que ocorre, pois um trabalho mais objetivado e direcionado traz mais benefícios para a pesquisa, pelo fato mesmo da impossibilidade de abarcar todas as dimensões da cultura.
2. Os relatórios etnográficos podem incluir dados de dois ou mais períodos em campo. Pode-se até acompanhar pessoas estudadas quando elas se mudam de uma aldeia para uma cidade, atravessam fronteiras ou fazem viagens internacionais. Sobre essas pesquisas, marque a alternativa correta:
A. A etnografia hoje está cada vez mais voltada a um estudo multitemporal.
- Cada vez mais, a etnografia carece de acompanhar as mudanças, e uma pesquisa assim permite acompanhar as alterações vividas pela cultura através dos tempos.
B. A pesquisa longitudinal nunca poderia ser realizada em grupos.
- A pesquisa longitudinal, dada sua própria especificidade, é sempre propícia ao trabalho em grupos.
C. A ideia de uma pesquisa multitemporal está ligada à necessidade de se debruçar muito tempo sob uma mesma cultura.
- Na verdade, multitemporal significa pesquisar a mesma cultura em diversos momentos distintos, em tempos diferentes.
D. Podemos afirmar que desde sempre realizou-se a pesquisa longitudinal.
- Esse tipo de pesquisa requer estudo em prazos longos e com repetidas visitas a terrenos, o que nem sempre foi possível, dadas as dificuldades de transporte.
E. A geografia nunca foi problema para os antropólogos.	
- O não desenvolvimento do transporte acabara por prejudicar as pesquisas, influenciadas exatamente pela dificuldade geográfica.
3. Trabalhando cada vez mais em sociedades de grande escala, os antropólogos desenvolveram formas inovadoras de misturar etnografia e survey. Sobre o trabalho do antropólogo, assinale a alternativa correta:
A. Nos dias atuais a observação direta não é mais utilizada como método de pesquisa.
- Apesar de aparecerem novos métodos de abordagem, isso não significa que a observação direta não exista mais e que não seja necessária e importante para a Antropologia.
B. Como as sociedades, em alguns casos, como nas situações de fronteira, por exemplo, estão sempre em movimento, a Antropologia não pode cuidar de pesquisá-las.
- Cada vez mais as pesquisas têm caminhado na direção de realizar-se de maneira a acompanhar essas mudanças das sociedades contemporâneas.
C. O survey é um método que torna mais pessoal a pesquisa.
- Ao contrário, este método de pesquisa tem uma abordagem um tanto mais impessoal, pois é realizada com perguntas, por vezes feitas pelo telefone, e os resultados aparecem sem sequer haver a necessidade do contato pessoal.
D. O survey é um método que trabalha com amostragens.
- O survey se baseia em uma amostra representativa e selecionada de modo adequado que permite inferências mais precisas sobre a população mais ampla.
E. O método do survey aparece para suprir a necessidade de uma pesquisa mais aprofundada no dia a dia da cultura.
- Esse método utiliza-se de uma atitude de não envolvimento com a cultura pesquisada, dado, por exemplo, a dimensão de pessoas.
4. Os antropólogos devem ser transparentes e honestos com todas as partes que possam ser afetadas por seus projetos de pesquisa. Devem ainda observar relações adequadas entre eles próprios, como convidados, e os países e as comunidades anfitriões onde trabalham. Desse modo, marque a alternativa INCORRETA.
A. Pelo fato da possibilidade de existirem centenas de variáveis em uma pesquisa, alguns antropólogos, hoje em dia, utilizam-se de bases estatísticas para suas pesquisas.
- Em uma sociedade contemporânea, dada sua dimensão e por ser cada vez mais fragmentária, essa metodologia acaba por se tornar comum.
B. O consentimento informado é prática ética necessária a uma pesquisa correta.
- Essa conduta é adequada aos melhores moldes do fazer antropológico: o correto e o ético.
C. O primeiro objetivo do antropólogo, ao qual ele se obriga, é não fazer mal a quem está sendo investigado.
- Esse é o primeiro compromisso firmado pelo antropólogo.
D. Uma das necessidades do antropólogo é sempre ser transparente e informar, às partes, os efeitos.
- Essas ações garantem uma antropologia feita em adequação ao código de conduta que regula a profissão.
E. O antropólogo pode insinuar situações para conseguir os objetivos de sua pesquisa.
- Apesar de não ser negada a possibilidade de tomada de posição acerca de temas, isso não significa que o antropólogo poderia induzir ou mesmo criar situações antiéticas no momento da pesquisa.
5. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos problemas enfrentados pelos antropólogos que trabalham em terrenos em guerra.
A. Dificuldade de identificar-se como antropólogo.
- Realmente em terrenos em guerra, torna-se inviável essa identificação, sem que sejam confundidos com pessoas camufladas, por exemplo.
B. A identificação dos antropólogos com os militares poderia atrapalhar o próprio trabalho.
- Realmente essa relação retira a garantia de segurança dos envolvidos na pesquisa, tanto dos antropólogos quanto dos outros envolvidos.
C. As informações dos antropólogos nas mãos dos militares poderia interferir na questão ética que é a de não prejudicar ninguém.
- Um dos compromissos do antropólogo é o de não prejudicar ninguém. Nesse sentido, eles não podem prever onde e como serão usadas as suas informações.
D. As dificuldades podem sempre ser resolvidas pelos diálogos entre antropólogo e as pessoas investigadas.
- Esse melindre não é de resolução simples. Ora, as partes envolvidas nem sempre estarão lutando do mesmo lado, pelas mesmas causas.
E. A zona de guerra cria um problema especial para as pessoas darem consentimento informado, sem se sentirem coagidas.
- O fato de estarem em conflito, diretamente inviabiliza o consentimento informado, seja pelo receio de quem o permite seja pelo fundamento utilizado para consegui-lo.
Aula 2.1 - Cultura
Neste infográfico, você poderá visualizar as várias características que compõem a cultura e a sua construção.
 
- Todo mundo tem cultura, porque a cultura é transmitida de geração a geração, de pessoa a pessoa, como herança social.
 
Desafio: Os conflitos culturais, hoje e sempre, têm como causas principais as distinções culturais, desde aquelas que envolvem religião, linguagem e construções axiológicas. Tais diferenças levam as pessoas a um estágio de intolerância. Sendo assim, neste desafio, propomos a construção de um texto que procure estabelecer um diálogo que evidencie que a cultura é construída na história e assim, por vezes, os detentores do poder tomam para si o fio condutor criando uma espécie de ideologia que não permite às diferenças se manifestarem.
Para a realização deste desafio você deverá observar:
- a cultura como construção histórica;
- a relação do poder com a cultura.
Você poderá assistir ao filmeA vila, de M. Night Shyamalan, para fundamentar a discussãoacerca deste tema.
Resposta : A cultura é aquilo que envolve o que o ser humano adquiriu em sua história, sejam conteúdos linguísticos, de vestimentas, maneira de se alimentar e se portar na presença dos outros. Nesse sentido, ocorre uma certa padronização das condutas, da maneira de se colocar perante a sociedade.
A cultura cria uma espécie de uniformização das posturas, dos atos e influencia as relações entre as pessoas, que, por sua vez, encontram-se mediadas exatamente pela cultura. Ela seria nossa segunda natureza, aquela que criamos para nos relacionar uns com os outros. Diferente dos animais, nós inventamos nossa cultura, e não apenas vivemos determinados naturalmente.
Exatamente por essa capacidade inventiva, de onde se origina nossa natureza, é que podemos questionar se a criação da cultura não poderia ser obra dos detentores de poderes, sejam eles estatais ou econômicos. Isso não poderia implicar em uma espécie de obrigação a determinadas práticas dentro da cultura? Em outras palavras, a cultura não poderia começar a ser usada como forma de manejar a sociedade? Como forma de manipular suas ações e hábitos?
São estas as principais questões a serem observadas, ou seja, os detentores dos poderes não poderiam ser os criadores do poder? O filme A vila mostra como o mal uso da construção cultural pode desembocar em uma tirania por parte de quem detém o poder. É nesse sentido que se mostra interessante perceber que a cultura é exatamente aquilo que distingue o ser humano e, por isso mesmo, deve ser pensada sempre, para que não se torne um monopólio e acabe por conflitar com a liberdade de cada indivíduo que compõe uma sociedade.
Exercícios:
1. As culturas são sistemas humanos de comportamento e pensamento, obedecem a leis naturais, podendo, portanto, ser estudadas de modo científico. Sobre a noção de cultura, de acordo com a obra Um espelho para a humanidade: uma introdução à Antropologia Cultural, de C. P. Kottak, que serve de texto-base para esta Unidade de Aprendizagem, assinale a alternativa INCORRETA:
A. A cultura contempla o conhecimento adquirido pelo homem que vive em sociedade.
- O conhecimento integra o rol de elementos da cultura.
B. A cultura contempla as crenças adquiridas pelo homem que vive em sociedade.
- As crenças integram o rol de elementos da cultura.
C. A cultura contempla as regras morais adquiridas pelo homem que vive em sociedade.
- As regras integram o rol de elementos da cultura. 
D. A cultura contempla as artes adquiridas pelo homem que vive em sociedade.	
- As artes integram o rol de elementos da cultura.
E. A cultura contempla as características adquiridas pelo homem por sua determinação genética.
- Na verdade, é fruto das experiências e dos valores morais desenvolvidos, até que possa pertencer ao patrimônio cultural de cada nação, como é o caso da capoeira, das tradições musicais, no Brasil.
- Aquilo que é herdado e não adquirido não estaria contemplado no rol de conquistas que perduram e que possam assim ser considerados elementos da cultura, pois não foram adquiridos.
2. Com base na aprendizagem cultural, as pessoas criam, recordam e lidam com ideias. Elas compreendem e aplicam sistemas específicos de sentidos simbólicos. Sobre a aprendizagem cultural, de acordo com a obra Um espelho para a humanidade: uma introdução à Antropologia Cultural, de C. P. Kottak, que serve de texto-base para esta Unidade de Aprendizagem, assinale a alternativa INCORRETA:
A. As crianças possuem maior dificuldade em absorver a cultura.
- As crianças são as que possuem maior abertura e facilidade para apreensão dos elementos culturais.
B. A cultura seria um processo exclusivo dos seres humanos.
- Apesar de os animais ditos irracionais poderem comunicar costumes e hábitos, a cultura, transmitida e guardada, não está presente na vida dos animais. Os símbolos não são acessíveis a eles.
C. A cultura poderia ser entendida como uma espécie de mecanismo de controle para comandar o comportamento.
- A cultura abarca as regras estabelecidas para as relações, o que significa que cria regras de comportamento.
D. A cultura pode ser absorvida de modo inconsciente.
- A própria imersão nas relações constrói essa formação, mesmo que o indivíduo se dê conta desta criação.
E. A aprendizagem cultural é simbólica.
- De fato, os símbolos são os meios pelos quais os humanos acessam a cultura e a si mesmos.
3. Segundo White (1959, p. 3), a cultura se originou quando os nossos antepassados adquiriram a capacidade de usar símbolos, ou seja, originar e dar sentido a uma coisa ou evento e, correspondentemente, compreender e apreciar tais significados. A partir desta afirmação, assinale a alternativa INCORRETA:
A. O símbolo mostra a capacidade humana de originar e criar sentido para algo.
- O símbolo exerce exatamente essa função; ele é o elo entre algo e o sentido ou valor criado a respeito dele.
B. O símbolo é sempre linguístico.
- Os símbolos também se expressam por coisas materiais, tais como uma estátua, uma bandeira.
C. Toda sociedade humana é capaz de construir símbolos.
- Essa característica é mostrada pela capacidade de refletir sobre a própria existência, comum em todas as sociedades. Os símbolos são distintos.
D. O processo de enculturação unifica as pessoas, permitindo a partilha das mesmas visões.
- É neste ponto que age a cultura, tornando as pessoas capazes de partilhar os mesmos símbolos e, logo, visões.
E. As culturas mudam, contudo, algumas questões resistem ao tempo conduzindo o passado adiante.
- De fato, há valores, heranças e questões que permeiam a sociedade e que se perduram, sustentando assim as culturas ao longo do tempo.
4. A cultura é transmitida na sociedade. Ela não é um atributo de indivíduos em si, e sim dos indivíduos como membros de grupos. Sobre isso, de acordo com a obra Um espelho para a humanidade: uma introdução à Antropologia Cultural, de C. P. Kottak, que serve de texto-base para esta Unidade de Aprendizagem, marque a resposta INCORRETA:
A. Cultura é um jeito de expressar e ordenar as nossas necessidades naturais, tais como a forma de comer.
- De fato, a cultura ordena e organiza os hábitos e as formas como expressamos nossas questões naturais, como a maneira de comer e se portar durante as refeições.
B. A natureza humana é acrescida pela cultura, condicionando as próprias relações entre as pessoas.
- A cultura figura como nossa segunda natureza, se ampliando naquilo que somos limitados naturalmente.
C. Aquilo que não é da ordem da ciência não é relevante para a cultura.
- Mesmo a expressão mais simples também é cultura. Por isso mesmo pode-se dizer que há cultura popular como o construto de uma parcela de pessoas, independentemente de filtros científicos.
D. A cultura, de alguma maneira, é integrada ao mesmo tempo, ou seja, quando algo muda, geralmente o sistema muda com ele.
- A cultura é integrada, ou seja, quando há uma alteração em alguma de suas partes, essa mudança, de alguma maneira, afetará os demais setores dessa cultura.
E. A cultura é o principal mecanismo de adaptação do ser humano.
- A cultura nos permite conviver melhor e partilhar experiências semelhantes, nos integrando e nos adaptando às diferenças.
5. A cultura nos ensina a expressar de forma particular as demandas biológicas naturais que compartilhamos com outros animais. Sobre a cultura, de acordo com a obra Um espelho para a humanidade: uma introdução à Antropologia Cultural, de C. P. Kottak, que serve de texto-base para esta Unidade de Aprendizagem, marque a alternativa INCORRETA:
A. O ser humano herdou dos macacos a vida social em grupos.
 -Esta sempre foi uma maneira partilhada pelos ancestrais do homem.
B. A capacidade humana de segurar objetos e a destreza com as mãos indica que nossos ancestrais viveram em árvores.
- Nossa raiz mostra que essa habilidade decorre de práticas exercidas pelos macacos no momento de se equilibrar nas árvores. 
C. Os humanos são os únicos animais que se utilizam de artefatos com alguma finalidade.
- Os macacos também fazem uso de artefatos,como por exemplo a pedra para a caça, ou galhos para retirarem cupins da terra.
D. O termo hominídeo é utilizado para todas as espécies humanas já existentes.
- Esse termo contém todas as espécies humanas que já existiram.
E. A possibilidade de cultura do ser humano remonta aos primeiros produtores de artefatos.
- Há 2,6 milhões de anos produz-se cultura, o que se notou primeiro em face dos produtores de artefatos.
Aula 2.2 - Universalismo. Relativismo. Multiculturalismo.
- O avanço das tecnologias permite ultrapassar fronteiras de modo mais rápido e em maior frequência. Se você for de São Paulo a Porto Alegre de ônibus, o percurso levará por volta de 24 horas, mas se você for de avião, a duração da viagem é menor do que duas horas, o que facilita e oportuniza o deslocamento. Ainda que diferentes lugares do mundo estejam mais acessíveis, em grandes metrópoles, você pode escolher conhecer culturas que estão mais próximas, e isso não significa que elas sejam tão semelhantes às suas.
Desafio: Neste desafio propomos que seja construído um pequeno texto que dê conta de algum conflito cultural contemporâneo dentro da questão de gênero:
Para a realização desta atividade sugerimos:
- discutir os problemas do choque civilizacional;
- evidenciar as relações culturais que são impostas;
- propor uma possível saída para a questão.
Resposta: O problema do encontro, fundado na diferença não se irá se extinguir enquanto houver humanidade. Constitui-se da e na diferença o que chamamos de homem e mulher. Assim, uma questão interessante para se discutir essa distinta relação com a diferença é exatamente o tratamento que determinados povos dão às mulheres. Enquanto em países que possuem uma religião oficial, o tratamento das mulheres é dado de maneira difícil para o entendimento no mundo ocidental, por outro lado, aqueles que condenam esses comportamentos, do lado de cá, pensam que há problemas com a maneira como as mulheres se portam em países ditos laicos. É um problema civilizacional, cultural e que atravessa a hermenêutica geral desses povos. Há então um choque!
O universalismo proporia que as mulheres fossem tratadas como os ocidentais pensam ser o correto. O relativismo forte diria que cada cultura que cuide, à sua maneira, das mulheres. De outra monta, podemos convocar o multiculturalismo que supõe um encontro igualitário das diferenças e que, por isso mesmo, talvez possa nos indicar um rumo um tanto menos distante do razoável.
Assim, talvez o uso da mulher como se fosse um utensílio da sociedade não fosse a melhor saída. Nesse sentido, há que se conceder às mulheres o direito de existirem enquanto humanos, sem distinção de gênero. As culturas, sendo elas incompletas e imperfeitas, necessitam de se ouvirem. Essa alternativa pode conduzir a uma tratativa mais bem realizada em relação às mulheres. É certo que parece que os valores ocidentais em face das mulheres seriam mais adequados se a mulher fosse vista como ser humano. No entanto, precisamos ouvir os orientais e suas justificativas. Nelas podemos ler quase sempre maneiras de interpretação de ensinamentos religiosos. Por isso dizemos que seria um problema de hermenêutica, pois uma possível saída talvez esteja em uma interpretação assistida pela hipótese da mudança. Como se fosse uma velha estrada, a ser percorrida por novos passos.
É um confronto entre o velho e o novo, entre o ontem e o hoje que nos assombra com suas novidades. Mas o ser humano é antigo, cheio de manias e defeitos, e que, por isso mesmo, é que não podemos tapar os ouvidos para os próximos olhares que virão. As mulheres têm papel crucial na história da humanidade. Não ouvi-las, calar sua voz, seria o mesmo que borrar parte do que nós somos. A tradição precisa falar com a novidade, sob pena de se tornar um idioma não mais entendido. O multiculturalismo é ouvido. Voz que vem em tom feminino, tão mais suave e necessária em tempos de conflitos tão masculinos.
Exercícios:
1. “A cultura [...] é o todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, regras morais, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (Tylor, 1871/1958, p. 1). Sobre as características das culturas, de modo geral, marque a alternativa INCORRETA:
A. Existem características biológicas, psicológicas, sociais e culturais, de caráter universal, sendo encontradas em todas as culturas.
- Podemos ver essas semelhanças espalhadas em diferentes culturas.
B. Não existem características iguais entre culturas distintas.
- Existem aspectos semelhantes entre culturas distintas. Existem traços que afetam igualmente culturas distintas.
C. Existem características que são generalidades, comuns a vários grupos humanos, mas não a todos.
- Estas características afetam determinadas comunidades.
D. Existem traços que são particularidades exclusivas de certas tradições culturais.
- Existem peculiaridades que se referem apenas a uma cultura em particular.
E. Entre as características universais sociais está a vida em grupo e em algum tipo de família.
- Tal característica está presente nas mais diversas culturas do mundo.
2. A cultura não é um atributo de indivíduos em si, e sim dos indivíduos como membros de grupos. A cultura é transmitida na sociedade. A partir desse conceito, marque a alternativa INCORRETA:
A. Uma generalidade cultural que está presente em muitas sociedades, mas não em todas, é a família nuclear.
- A família está presente de maneira geral em diversas culturas, mas não de maneira necessária.
B. A família nuclear é componente necessário em qualquer civilização.
- Há estruturas sociais que não possuem fundamento na ideia de família nuclear.
C. As sociedades podem partilhar crenças por empréstimo ou por dominação.
- Existem partilhas por dominação, ou de maneira natural e não impositiva.
D. O uso do idioma inglês de maneira quase universal e comum é um jeito de mostrar essa partilha, ao redor do mundo, em face da maneira de se relacionar.
- É clara a irradiação da língua inglesa por todas as partes do mundo.
E. O sistema de empréstimos culturais tem se intensificado com a globalização.
- A globalização, ou essa partilha comum do mundo, facilita o intercâmbio cultural.
3. As culturas não são conjuntos casuais de costumes e crenças, e sim sistemas integrados que seguem padrões. Se uma parte do sistema muda (p. ex., o conjunto da economia), outras partes também mudam. A partir disso, marque a alternativa INCORRETA:
A. O indivíduo e a cultura estão ligados, porque a vida social humana é um processo no qual os indivíduos internalizam os sentidos de mensagens.
- O indivíduo e a cultura se compõem mutuamente.
B. As culturas são dinâmicas e mudam constantemente.
- Elas estão no tempo, e assim sofrem as questões trazidas por ele.
C. A cultura é contestada.
- A cultura nem sempre é aceita de maneira indiscutida.
D. A cultura é uma coisa só e imutável.
- A cultura é mudança e manutenção, pluralidade e criação conjunta.
E. A mudança cultural compõe o seu próprio modo de se estender pelo tempo.
- O dar-se no tempo compõe a cultura e a faz viver.
4. No mundo contemporâneo, os sistemas dos quais participamos como indivíduos não são apenas locais ou regionais; eles têm âmbito nacional e internacional. A partir disso, marque a alternativa INCORRETA:
A. A cultura cívica de um país inclui a necessidade de seus cidadãos observarem o sistema jurídico e de participarem de eleições formais e de associações voluntárias e religiosas.
- O respeito a essas determinações compõe a cultura cívica.
B. A cultura pública abrange comportamentos sociais aceitos em nível geral, códigos de vestimenta, língua e outras formas de expressão que os cidadãos manifestam em espaços públicos.
- Essa dimensão abrange exatamente as questões que fundam o que se chama de cultura pública.
C. A cultura internacional se estende além das fronteiras nacionais.
- Encontramos essa extensão cultural, além da fronteira, na cultura internacional.D. O etnocentrismo é a tendência de se considerar a própria cultura como superior e aplicar seus próprios valores culturais, ao julgar o comportamento e as crenças de pessoas criadas em outras culturas.
- O etnocentrismo se define exatamente por essa prática nociva à diferença.
E. Em sua forma mais extrema, o universalismo cultural argumenta que não há moralidade universal, superior ou internacional.
- O que precisa ser moralmente aceito faz parte do pensamento universalista.
5. A ideia dos direitos humanos invoca um reino de justiça e moralidade que está além de leis e costumes de determinadas culturas. Esses direitos são considerados inalienáveis e internacionais. Junto ao movimento de direitos humanos, surgiu a consciência da necessidade de se preservar direitos culturais. Ao contrário dos direitos humanos, os direitos culturais não são conferidos a indivíduos, e sim a grupos, como minorias étnicas e religiosas e sociedades indígenas. Tendo-se essas ideias em vista, assinale a alternativa INCORRETA:
A. Os direitos humanos incluem o direito de se expressar livremente, de ter crenças religiosas sem perseguição, e de não ser assassinado, ferido, escravizado, nem preso sem acusação.
- Estão prescritas na Declaração Universal dos Direitos Humanos todas essas garantias.
B. Os direitos culturais incluem a capacidade de um grupo preservar sua cultura, criar seus filhos à maneira de seus antepassados, dar continuidade à sua língua e de não ser privado de sua base econômica pelo país em que está.
- As pessoas estão protegidas em seus direitos dentro dessa dimensão da cultura.
C. A aculturação, um segundo mecanismo de mudança cultural, é o intercâmbio permanente de traços culturais que acontece quando os grupos têm contato direto contínuo.
- A aculturação se mostra como esse mecanismo de mudança que rege as relações culturais.
D. O termo globalização abarca uma série de processos que operam em nível transnacional para promover transformações em um mundo no qual as nações e as pessoas são cada vez mais interligadas e mutuamente dependentes.
- A globalização se consolida nesse mecanismo de contato universal.
E. Os direitos humanos dependem da relação econômica, pois estão ligados a ela, estando, porém, dela dependentes para se realizar.
- Os direitos humanos são uma aquisição de todos os humanos, indistintamente, sem depender da relação econômica.
Aula 3.1 - Estudos culturais
 
Desafio: Neste desafio, propomos a escrita de um texto que identifique os estudos culturais como uma maneira de cumprimento dos direitos humanos.
Sabemos que o reconhecimento da diferença estaria no cerne dos direitos humanos, daí a proposta que dialogue com essa construção.
Para a realização do desafio você deverá:
- discutir o conceito de estudos culturais;
- explorar uma dimensão na qual os estudos culturais contribuam para os direitos humanos.
Resposta: Os estudos culturais se propõem, por exemplo, a minimizar um problema ideológico que está aliado à ideia de uma apropriação cultural na qual um determinado grupo com hegemonia para a dominação, em questões de linguagem, por exemplo, bem como comunicacional, acabam por impor uma determinada maneira de estar, uma cultura, e nesse período, abandonam aquilo que não estaria aliado ao pensamento majoritário. Assim, criam-se problemas que resultam em preconceitos. Podemos relatar desde a maneira como a cultura é ensinada nas escolas, nas quais estudam-se questões relacionadas muito mais a um processo de colonização, do que propriamente as diversas culturas que compõem o país de origem. A religião, a música e até mesmo o tipo de arte são pontos que devem ser observados.
Nesse sentido, sabemos exatamente como se forma uma família católica e sua determinação social e histórica, mas perguntamos: qual o motivo para as religiões de matriz africana serem por tanto tempo ignoradas? Há uma religião e uma sub-religião? Por outro lado, também observamos um preconceito em relação à própria musicalidade que não se adapta às regras de um certo “mercado”; seria essa também uma dimensão de colonização que impede um conhecimento mais profundo e plural? A partir dessa reflexão, podemos pensar na própria formação do Congresso Nacional no qual possuímos uma vasta bancada evangélica e pouquíssimos parlamentares a darem voz a essas religiões ditas minoritárias. Pode-se dizer que os estudos culturais, quando investigam essas estâncias da construção cultural, colaboram para uma melhor compreensão da comunidade e, por conseguinte, uma melhor aceitação da diferença. Os estudos culturais servem aos direitos humanos.
Exercícios:
1. Para os antropólogos, a cultura inclui muito mais do que requinte, bom gosto, sofisticação, educação e valorização das Artes Plásticas. Todas as pessoas são "portadoras de cultura", e não somente aquelas que têm curso superior. Sobre os estudos culturais, marque a alternativa INCORRETA.
A. Desde seu surgimento, os estudos culturais configuram espaços alternativos de atuação para fazer frente às tradições elitistas.
- Os estudos culturais abrem espaço à vinda de setores e pessoas deixados de fora do contexto histórico.
B. A ideia de cultura já foi pensada como harmonia e beleza que deveriam ser prerrogativas cultivadas ante a barbárie dos grupos populares.
- Havia essa distinção entre cultos e bárbaros.
C. O conceito de cultura já foi usado para discriminação.
- A ideia de cultura sempre foi cultivada de maneira desagregadora e preconceituosa.
D. Havia uma hierarquia muito clara antes dos estudos culturais se enraizarem: cultura versus subcultura.
- Realmente, a ausência de estudos culturais e o desconhecimento opressor sempre fomentou essa disparidade.
E. Os estudos culturais não se aliam à cultura pop, pois não são cultura propriamente.
- Ao contrário, os estudos culturais promovem essa inserção.
2. Os estudos culturais surgem em meio às movimentações de certos grupos sociais que buscam se apropriar de instrumentais, de ferramentas conceituais, de saberes que emergem de suas leituras do mundo, repudiando aqueles que se interpõem, ao longo dos séculos, aos anseios por uma cultura pautada por oportunidades democráticas, assentada na educação de livre acesso. Sobre os estudos culturais, marque a alternativa INCORRETA.
A. A reorganização de todo o campo das relações culturais em decorrência do impacto do capitalismo no surgimento de novas formas culturais contribui decisivamente para o aparecimento dos estudos culturais.
- Este momento é extremamente rico em alterações e permite solo fértil para o aparecimento dos estudos culturais.
B. O colapso do império britânico também foi um marco para o aparecimento dos estudos culturais.
- Essa alteração no percurso da história também altera e permite o aparecimento dos estudos culturais.
C. A queda dos impérios coloniais e os novos contornos da cultura no capitalismo teriam marcado acentuadamente o surgimento de novas movimentações na teoria cultural.
- Essas mudanças no mundo propiciaram movimentações importantes e mudanças na teoria cultural.
D. O mais antigo movimento dos estudos culturais nasce de uma ideia que mistura um pensamento da Igreja com algo provinciano.
- Fora nessas dimensões que pudemos perceber o aparecimento dos estudos culturais mais antigos.
E. Os estudos culturais não se relacionam de nenhuma maneira com a ideia de pluralidade.
- A partir do aparecimento dos estudos culturais, torna-se mais evidente a necessidade de reconhecimento das diferenças na composição social.
3. Apesar de não serem unívocos em suas perspectivas de problematização, os estudos culturais estão unidos por uma abordagem cuja ênfase recai sobre a importância de se analisar o conjunto da produção cultural de uma sociedade – seus diferentes textos e suas práticas – para entender os padrões de comportamento e a constelação de ideias compartilhadas por homens e mulheres que nela vivem. Sobre os estudos culturais, marque a alternativa INCORRETA.
A. Os estudos culturais não constituem um conjunto organizadode ideias.
- Eles realmente não estão presos a nenhuma determinação de ideias a priori.
B. Os estudos culturais sempre foram uma união de construções instáveis sem centralidade.
- Realmente, os estudos culturais se colocam distantes das determinações e estabilidades de outras construções de conhecimento.
C. Os estudos culturais pretendem ser uma disciplina acadêmica no sentido tradicional com ideias claramente postas.
- Ao contrário, eles estão mais próximos de uma abertura epistemológica que se distancia das tradições e abrem para um diálogo com outras experiências de conhecimento.
D. Foi Heloísa Buarque de Hollanda quem usou a expressão "teoria viajante" para referir-se aos estudos culturais.
- Foi esta autora quem cunhou essa expressão para se referir aos estudos culturais.
E. Para alguns autores, os estudos culturais se constituíram como um projeto político de oposição.
- Realmente, esses estudos de alguma maneira tomaram essa face.
4. A cultura não pode mais ser concebida como uma acumulação de saberes ou um processo estético, intelectual ou espiritual. Ela precisa ser estudada e compreendida, considerando-se a enorme expansão de tudo o que está associado a ela e o papel constitutivo que assumiu em todos os aspectos da vida social. Sobre os estudos culturais, marque a alternativa INCORRETA.
A. Uma das faces mais importantes dos estudos culturais diz respeito aos ataques advindos do movimento feminista e das lutas contra o racismo.
- O feminismo é um dos pontos importantes dos estudos culturais.
B. Um dos objetivos dos estudos culturais é mostrar as relações entre poder e práticas culturais; expor como o poder atua para modelar estas práticas.
- Os estudos culturais tocam também essa dimensão de construção do poder.
C. Os estudos culturais tentam captar e compreender toda a sua complexidade no interior dos contextos sociais e políticos.
- Os estudos culturais vivem desta pequisa ampla.
D. Os estudos culturais cuidam da cultura regional e não universal.
- Os estudos culturais não se limitam em uma e tampouco em outra questão, mas abrangem esse diálogo.
E. A cultura sempre tem uma dupla ação em face dos estudos da cultura. Ela é o objeto de estudo e o local da crítica política.
- Para os estudos culturais, a cultura pratica essas duas dimensões.
5. Os estudos culturais disseminaram-se nas Artes, nas Humanidades, nas Ciências Sociais e, inclusive, nas Ciências Naturais e na Tecnologia. Eles prosseguem ancorando nos mais variados campos, e têm se apropriado de teorias e metodologias da Antropologia, Psicologia, Linguística, Teoria da Arte, Crítica Literária, Filosofia, Ciência Política, Musicologia... Sobre os estudos culturais, marque a alternativa INCORRETA.
A. Um dos motivos da expansão dos estudos culturais se dá, principalmente, porque algumas pessoas se identificam com eles.
- À medida que os estudos se empreendem, as pessoas se identificam com sua prática.
B. Os estudos culturais na América Latina têm sidomarcados simultaneamente por um grande florescimento.
- Os estudos culturais na América Latina tiveram realmente um grande crescimento.
C. Os estudos culturais significam uma ruptura epistemológica com o que antes se fazia; inserem-se em uma importante tradição do ensaio de ideias da América Latina.
- Há uma ruptura científica com o advento dos estudos culturais.
D. O indígena é um importante componente dos estudos culturais.
- Os indígenas compõem grande parte dos tópicos dos estudos culturais na América Latina.
E. Como os estudos culturais não possuem uma base sólida cientificamente, eles não influenciam nos estudos acadêmicos.
- Ao contrário, eles influenciam e alteram, mudando as perspectivas acadêmicas do conhecimento em geral.
Aula 3.2 - Cultura política
- Neste infográfico, observe como se dá a construção da subjetividade na formação dos estados nacionais.
Desafio: Neste desafio, propomos a construção de um texto que dialogue com alguma forma de exercício de hegemonia dentro do tecido social. Diz o ditado "que uma mentira dita várias vezes torna-se uma verdade". Nesse sentido, explicite um fato no qual se aplica e se explora o conceito de hegemonia. Para tal, você deverá:
- construir a ideia de hegemonia;
- relacionar o conceito com uma questão sociopolítica contemporânea.
Resposta: Pode-se perceber a ideia de hegemonia sob diferentes aspectos. É sempre importante notar que junto dela tem-se um pensamento chamado "naturalização". Na naturalização, um grupo hegemônico procura construir uma subjetividade que quer incutir no imaginário determinadas construções históricas como dados naturais. Essa relação de um grupo hegemônico, que sugere tal pensamento, acaba por criar aquilo que se chamou ideologia em sentido negativo, ou seja, uma distorção, ou mesmo inversão, dos fatos, para determinar o jeito das pessoas ver o mundo.
Assim, é possível perceber essa questão quando notamos uma determinada dimensão de igrejas querendo tomar para si a maneira correta de se interpretar os textos bíblicos. Ou ainda, quando grupos extremistas dizem que casais de mesmo sexo estão contra a ordem natural. Veja que por muito tempo, quando a Igreja compunha essa hegemonia de pensamento, tal preconceito era naturalizado e, de certa maneira, as pessoas se calavam aceitando-o. Logo, é possível perceber no discurso homofóbico, que nem sempre é o mesmo de todas as igrejas, mas que representa uma parcela, aquilo que se pensou sobre a tentativa ou aplicação de sua hegemonia. Dessa maneira, procura-se construir uma subjetividade unívoca que não aceita a diferença. Podemos dizer que a hegemonia do discurso é um dos embriões dos preconceitos de várias formas.
Exercícios:
1. Os antropólogos têm em comum com os cientistas políticos o interesse em organização e sistemas políticos, mas, nesse caso, mais uma vez, a abordagem antropológica é global e comparativa e inclui os não estados, enquanto os cientistas políticos tendem a trabalhar com estados-nação contemporâneos e recentes. Sobre a questão política, marque a alternativa INCORRETA.
A. A organização política compreende as partes da organização social que se relacionam especificamente a indivíduos ou grupos que administram as questões de políticas públicas.
- Esse é um conceito que diz do político em estados organizados dentro do modelo ocidental.
B. A economia não influencia na organização social.
- Ao contrário, há sempre uma grande correlação entre estas forças na construção da organização social.
C. A chefia é uma forma de organização sociopolítica intermediária entre a tribo e o Estado.
- Esse é o conceito de chefia dentro das organizações.
D. O Estado é uma forma de organização sociopolítica com base em uma estrutura formal de governo e em estratificação socioeconômica.
- Este é um conceito importante para o entendimento do Estado.
E. As tribos não têm qualquer governo formal nem meio confiável de fazer cumprir decisões políticas.
- São essas as características importantes das tribos.
2. Os status adquiridos não são automáticos, porém se baseiam em escolhas, ações, iniciativas ou circunstâncias e podem ser positivos ou negativos. O grande homem, curandeiro, senador, criminoso condenado, terrorista, vendedor, sindicalizado, pai e estudante universitário são exemplos de status adquiridos. A partir disso, marque a alternativa INCORRETA.
A. O grande homem é uma figura que detém mais poderes que o chefe da aldeia.
- O grande homem possui mais poderes quando comparado aos do chefe de aldeia.
B. O chefe da aldeia pode atuar como mediador em conflitos, mas não possui em regra poder de resolver a questão.
- Ele pode atuar no início do problema, mas não como aquele que expõe a solução final.
C. Todos estes são atributos do grande homem: generosidade, riqueza, eloquência, aptidão física, bravura, poderes sobrenaturais e capacidade de conquistar apoio e lealdade dos demais.
- O grande homem não ocupa cargo, mas cria sua reputação por meio de iniciativas e generosidade para com os outros.
D. As irmandades pantribaissão grupos que se estendem por toda a tribo, abrangendo várias aldeias.
- Esse conceito abrange as irmandades pantribais.
E. Nos dias atuais não encontramos exemplos de grandes homens entre os políticos.
- Encontramos na política grandes homens com características adaptadas aos tempos contemporâneos, mas que representam os líderes políticos que chamamos de grandes homens.
3. Em muitas partes do mundo, a chefia era uma forma transitória de organização que surgiu durante a evolução das tribos para os estados. Sobre os estados, marque a alternativa INCORRETA.
A. Os estados uma vez consolidados tornam-se eternos.
- Os Estados são divisões territoriais não eternas, podendo sofrer alteração tanto internamente quanto externamente, isto é, ele pode sofrer fragmentação interna, perder ou adquirir novos territórios, além do risco de ser extinto e ser anexado à outro Estado ou entrar em litígio.
- Criam-se estados e conceitos que podem ser destronados no decorrer da história.
B. A formação de estados começou na Mesopotâmia.
- Os primeiros estados apareceram neste local.
C. Os primeiros estados são conhecidos como estados arcaicos ou não industriais.
- Essa denominação é dada para distinguir estes estados dos ditos estados industriais.
D. O Estado pode ser considerado uma unidade política autônoma que abrange muitas comunidades em seu território, tendo um governo central com poder de cobrar impostos, convocar homens para o trabalho ou a guerra e decretar e fazer cumprir as leis.
- Este é o conceito de Estado.
E. Tanto as chefias como os estados são conceitos que podem se desintegrar no tempo histórico.
- O tempo marca-se pela mudança que opera na maneira como os homens se organizam em sociedade.
4. A presença da estratificação é uma das principais características distintivas do Estado. O influente sociólogo Max Weber definiu três dimensões relacionadas à estratificação social. De acordo com ele, qual é a base do status social?
A. Riqueza.
- O status econômico, ou riqueza, engloba todos os bens materiais de uma pessoa, incluindo renda, terra e outros tipos de propriedade.
B. Idade.
- A sociedade pode ser classificada de acordo com a idade para se diferenciar uma cultura mais jovem ou mais idosa. Entretanto, tal classificação não constitui uma das três dimensões relacionadas à estratificação social.
C. Prestígio.
- O prestígio – base do status social – é estima, respeito ou aprovação de atos, obras ou qualidades consideradas exemplares. O prestígio, ou “capital cultural” (Bourdieu, 1984), dá às pessoas uma sensação de valor e respeito, que elas podem converter em vantagem econômica.
D. Altruísmo.
- O altruísmo pode caracterizar uma sociedade mais solidária, no entanto não constitui uma das três dimensões relacionadas à estratificação social definidas por Weber.
E. Poder.
- O poder, capacidade de impor sua vontade aos outros para obter o que se quer, é a base do status político.
5. Os sistemas políticos têm os seus aspectos informais, sociais e sutis junto com suas dimensões formais, governamentais e públicas. A partir disso, marque a alternativa INCORRETA.
A. A hegemonia, interiorização de uma ideologia dominante, é uma das formas pelas quais as elites restringem a resistência e mantêm o poder.
- Esse conceito abarca o significado de hegemonia no contexto de construções sociopolíticas.
B. Os processos de controle social são apenas os aceitos formalmente.
- Há controles informais, por vezes, até mais eficazes.
C. As sanções são sociais bem como governamentais. A vergonha e a fofoca podem ser sanções sociais eficazes.
- Essas sanções, por vezes, atuam mais precisamente no imaginário de determinada sociedade ou pessoa que as próprias sanções jurídicas.
D. Mais amplo do que “o controle político” é o conceito de controle social.
- O controle social introjeta e atua mais amplamente que o controle político.
E. A expressão “transcrição pública” se refere a interações abertas e públicas entre dominadores e oprimidos.
- James Scott (1990) usa a expressão “transcrição pública” para descrever interações abertas e públicas entre superiores e subordinados, a camada exterior das relações de poder.
Aula 4.1 - Direitos humanos, Identidade e Alteridade
- Neste infográfico, você poderá observar a estreita relação da alteridade com os direitos humanos.
 
Desafio: Neste desafio, propõe-se a construção de um texto dissertativo que dê conta de um evento contemporâneo que afeta a ideia de alteridade e, por conseguinte, os direitos humanos. Para a realização do desafio considere os seguintes itens:
- a ideia de alteridade na dimensão de Lévinas;
- relação do problema suscitado com as questões contemporâneas de direitos humanos.
Resposta: A questão da alteridade é tema que perpassa todo o conteúdo de direitos humanos nos dias atuais. O pensamento de Lévinas é, na verdade, um apelo ao outro. Assim, com a ideia de que a existência do ser humano se dá a partir e na dimensão do rosto do outro, ele nos impulsiona a uma ética limite, que ensina a deixar o outro vir antes que o totalizemos com nossos conceitos racionais. Essa dimensão ética, portanto, inaugura uma responsabilidade perante o outro, esse estranho que nos é diferente e, ao mesmo tempo, partilha conosco a história na qual estamos inseridos.
Assim, perceber essa questão nos conduz a notar que diversas disputas em face dos direitos humanos carecem do termo alteridade para que sua compreensão se dê de maneira mais esclarecida. Entre nós, podemos pensar na população carcerária que cresce todos os dias, mesmo com algumas pessoas defendendo o aumento de penas. Em nosso país, o aumento da população carcerária não diminui o número de homicídios, por exemplo. Logo, percebemos uma mostra irrefutável de que o esquecimento do rosto do outro enquanto preso significa um descaso em face dos direitos humanos. A prisão cumpre o papel de uma espécie de "higienização social", na qual uma parcela empobrecida da população fica à mercê do direito penal, enquanto uma outra parcela nem sequer chega a ser investigada. A relação do sistema prisional com a pobreza desvela uma face complicada de nossa sociedade e de nosso poder judiciário que se divide entre pessoas que "merecem" ser condenadas e viverem em condições sub-humanas e pessoas que precisam de cuidados mais generosos.
Assim, esta reflexão crítica quer mostrar que a alteridade é a saída para a questão dos direitos humanos. O rosto, portanto, não pode ser tratado de maneira diferente por conta da questão social. Logo, para que tenhamos uma política real de direitos humanos, o outro não pode ser rotulado a priori. Por isso mesmo, reconhecê-lo como aquele que me permite estar no mundo nos inunda de responsabilidade ética, o que, por si só, não nos permitiria achar normais as condições com as quais essas pessoas têm que conviver. O senso comum considera natural tratar alguns seres humanos como animais. Essa selvageria não tarda em bater à porta destas mesmas pessoas que imaginam que nem todos os humanos devem ter seus direitos resguardados.
Exercícios:
1. A ideia dos direitos humanos invoca um reino de justiça e moralidade que está além de leis e costumes de determinados países, culturas e religiões. Sobre os direitos humanos e a alteridade, marque a alternativa INCORRETA.
A. A ética da alteridade rompe com o pensamento moderno.
- De fato, ela desenlaça-se do aprisionamento do logos moderno.
B. A alteridade é um componente importante para os direitos humanos.
- Sem ela não poderíamos sequer falar em direitos humanos.
C. A alteridade permite ao outro existir sem definições.
- Aqui não há conceituação da diferença.
D. Na ética da alteridade o outro é um ser infinito.
- Esse é um dos fundamentos de Lévinas.
E. A alteridade não é questão relevante para os direitos humanos.
- Isso seria o mesmo que negar sua não inserção na dimensão dos direitos humanos.
2. Os direitos humanos incluem o direito de se expressar livremente, de ter crenças religiosas sem perseguição e de não ser assassinado,ferido, escravizado nem preso sem acusação. Marque a alternativa INCORRETA.
A. Violência simbólica seria, a partir do que nos ensina Žižek, aquela violência que estaria presente na linguagem, nas palavras e nas representações diárias.
- Žižek aponta nessa direção ao falar da violência.
B. Os conceitos logocêntricos, por essa via, seriam também uma forma de violência em face do ser humano.
- Esses dizeres nos informam da violência do logos na conceituação da diferença.
C. Dentro de uma relação permeada pela alteridade em Lévinas, o outro me antecipa para o existir em si mesmo.
- A alteridade inaugura nossa própria existência.
D. Lévinas cria um pensamento totalmente inaplicável aos direitos humanos.
- Ao contrário, é esta a principal contribuição da teoria: uma melhor efetivação dos direitos humanos.
E. Para Lévinas, a alteridade nos efetiva no mundo antes da razão.
- A novidade da teoria destaca essa dimensão.
3. A existência do ser humano é não apenas mediada pelo outro, mas, na verdade, tem-se nele a condição primeira de colocação no mundo. Sobre a questão de violência simbólica e responsabilidade, marque a alternativa INCORRETA.
A. A rota de fuga dessa violência simbólica aponta a ideia levinasiana de responsabilidade.
- Lévinas destaca uma via distinta da violência que é a ética da alteridade.
B. A violência simbólica é uma afronta aos direitos humanos.
- O ser humano é um ser simbólico e se afeta também nessa dimensão.
C. Como a violência é simbólica, não há que se preocupar os direitos humanos.
- Também é simbólico o próprio ser humano.
D. No encontro com a face do outro, responsabilizo-me por ele e por todos os outros que vierem. O mundo constitui-se desta e por essa possibilidade.
- Estamos no mundo a partir do outro.
E. A responsabilidade é uma maneira de praticar os direitos humanos.
- A responsabilidade é a dimensão que nos torna mais humanos.
4. A existência do homem dá-se a partir do encontro com o outro. O outro é que me permite habitar o mundo enquanto me dou a ele em condição de refém, mesmo sem querer, mesmo sem que tenha consentido essa responsabilidade de maneira antecipada. Marque a alternativa INCORRETA.
A. Um paradigma de direitos humanos voltado para a alteridade está fundado na escuta.
- Essa dimensão real de direitos humanos está fundada no outro, cuja fala recebemos sem preconceitos.
B. O logos simboliza o aprisionamento da identidade.
- Essa razão moderna se relaciona por conceitos, os quais diminuem a diferença, não permitindo sua epifania.
C. Com a dimensão do ouvido o ser humano torna-se mais aberto à diferença.
- É por ele que ouvimos se manifestar a diferença.
D. Falar em identidade e direitos humanos significa obrigar-se a um olhar ético para o outro.
- É exatamente essa atitude ética que funda o que chamamos de direitos humanos.
E. Nem todas as diferenças cabem no conceito de direitos humanos.
- Diferentemente disso, Lévinas nos ensina que o outro deve sempre ser recepcionado em sua infinita diferença.
5. Os direitos humanos são os que se baseiam em justiça e moralidade, para além de países, culturas e religiões específicos. Tendo em vista os conceitos de alteridade e identidade, assinale a alternativa correta:
A. A alteridade se sustenta na razão.
- Ela estaria na dimensão da ética.
B. Não podemos pensar o homem a não ser pela sua componente racional.
- Os humanos se dão em dimensões que ultrapassam a racionalidade.
C. Aquele que não está adequado aos padrões racionais não deve receber os cuidados dos direitos humanos.
- Os direitos humanos cuidam exatamente dessa parcela de pessoas "esquecidas" por uma determinada classe hegemônica.
D. A identidade está ligada simplesmente ao sexo.
- A identidade se estrutura de formas que passam pelo sexo, mas que não se findam nele.
E. A identidade é algo que se constrói, que é sentido e não imposto.
- Nem sempre confundem-se identidade com a composição sexual da pessoa.
Aula 4.2 - Família e parentesco
 
 
Desafio: Neste desafio, propomos a construção de um pequeno texto que argumente a favor da pluralidade da construção familiar e seus efeitos ante a sociedade. Para a realização do trabalho, você deverá observar os seguintes itens:
- o fundamento da família;
- a existência de várias famílias;
- o reflexo dessa formação na construção social.
Resposta: O modelo de casamento entre pessoas de sexos distintos e a formação do modelo cristão de família dominaram grande parte das construções sociais sobre o tema. Essa ideologia acabou enterrando, sob a caricatura de uma sociedade normal e correta, as diferentes acepções de família. Nesse sentido, é de suma importância perceber o que vem ocorrendo em nosso país, no qual diferentes tipos de família estão sendo validados pelo ordenamento jurídico, garantindo-lhes existência legal.
Assim, a diversidade familiar mostra uma face mais plural e igualitária da sociedade. Isso reflete diretamente na própria relação entre seus participantes, pois, enquanto pensávamos, por exemplo, que a família seria esgotada a partir do casamento, expulsávamos do seio social uma série de pessoas que não estavam presas a esses moldes. A partir dessa prática, surgiu a ideia de que a família não estaria presa ao casamento e que sua fundamentação seria o afeto e não o vínculo matrimonial, executando uma verdadeira revolução no conceito de família. Essa revolução da dignidade necessariamente transforma a sociedade; valores como a diferença e a tolerância ante o outro são necessários para a democracia. Mudar o fundamento da família é uma ação atual, cujas mudanças poderemos analisar apenas daqui a algumas décadas. Mas, as principais que seriam a liberdade e a pluralidade, que respeitam a igualdade, já estão em evidência. O ser humano é quem ganha. O preconceito e a discriminação perdem com essas novas maneiras de pensar.
Exercícios:
1. Uma família é um grupo formado de pessoas (pais, filhos, irmãos, avós, netos, tios, sobrinhos, primos, cônjuges, cunhados, sogros, genros e noras) que são consideradas parentes de alguma forma, como pelo “sangue” (ancestralidade ou descendência comum) ou casamento. Sobre isso, assinale a alternativa correta.
A. Há apenas um tipo de organização familiar.
- Existem diversos tipos de organização familiar diferentes da que conceituamos como normal.
B. A família necessariamente forma-se pelos pais e pelo filho ou filha.
- Há famílias que não seguem essa composição.
C. Uma família incompleta, necessariamente, gera uma criança com deficiências.
- A completude familiar não é medida por peças que a compõem.
D. Há tipos de família que estão distantes dos modelos adotados na maioria dos países ocidentais.
- Não podemos conceber apenas um modelo de família dentre os demais.
E. O modelo de família ocidental é o mais organizado.
- Não há modelo de família mais organizado, mas sim organizações distintas.
2. Os antropólogos distinguem a família de orientação da família de procriação. Ainda estudam a família nuclear e outras organizações familiares. A partir desta afirmativa, assinale a alternativa INCORRETA:
A. A família de orientação é aquela em que se nasce e cresce.
- Este conceito dá conta do que seria uma família de orientação.
B. A família de procriação surge quando o indivíduo se casa e tem filhos.
- Este é um dos conceitos criados para distinguir os tipos de famílias.
C. Na família patrilocal, cada casal reside na casa do pai do marido depois do casamento.
- De fato, essa organização possui tal peculiaridade.
D. Dentro do casamento Nayar, de alguma maneira, podemos dizer que a mulher possuía uma autonomia maior que a do homem.
- Nesse tipo de sociedade, a mulher poderia até mesmo possuir mais de um parceiro sexual.
E. A família de verdade seria aquela guiada pelo homem.
- Há famílias que não são patriarcais.
3. A organização familiar pode variar bastante em diferentes culturas. Sobre isso, assinale a alternativa INCORRETA:
A. A neolocalidade é o jeito de organizar a vida, adotando um lar distinto dos pais após o casamento.
- Esse fenômeno reconhece-sepor neolocalidade.
B. O domicílio colateral inclui irmãos e seus cônjuges e filhos.
- Nessa classificação, permite-se a união de todas estas dimensões no seio familiar.
C. A família extensiva tem relação com a pobreza, que não permite, em grande parte, que as pessoas se desliguem dos lares, por falta de condições.
- Este é exatamente um dos fundamentos para a existência da família extensiva entre os menos abastados.
D. A fundação pela descendência está ligada a uma ideia de mesma raiz ancestral.
- A ideia da descendência apresenta um parentesco comum.
E. Os grupos de descendência são em regra endogâmicos.
- Ao contrário, essa formação constrói normalmente seus laços fora do seio familiar.
4. Nenhuma caracterização de família é ampla o suficiente para se aplicar facilmente a todas as sociedades e situações. A partir disso, marque a alternativa INCORRETA:
A. Os membros dos clãs usam a descendência estipulada.
- Os clãs se organizam exatamente dessa maneira.
B. Os membros das linhagens usam a descendência demonstrada.
- A linhagem usa esse tipo de descendência para o reconhecimento dos seus integrantes.
C. A patrilocalidade é a regra segundo a qual, depois do casamento, o casal se muda para a comunidade do marido.
- Como o nome sugere, nessa organização o marido tem tal precedência.
D. Na matrilocalidade os casais vivem na comunidade da esposa e os filhos crescem na aldeia da mãe.
- De fato, nesse tipo de organização familiar, os filhos crescem na aldeia da mãe.
E. A prática do incesto inexiste em todas as sociedades dada a sua punição.
- Há sociedades que aceitam o incesto, bem como pode-se afirmar que a punição não impede seu cometimento.
5. Parentesco e casamento organizam a vida social e política nas sociedades não industriais. Um grupo de parentesco generalizado é a família nuclear, composta por um casal e seus filhos. Outros grupos, como famílias extensivas e grupos de descendência, podem assumir as funções em geral associadas à família nuclear. Assinale a alternativa INCORRETA:
A. O sistema de castas privilegia uma determinada ordem de pessoas que, via de regra, são determinadas no nascimento e servem para toda a vida.
- De fato, há um direcionamento da pessoa para sua casta desde o nascimento.
B. A endogamia tem por prática a relação entre os membros da mesma classe.
- Realmente, as relações "intra" prendem-se à mesma classe.
C. O casamento, como possui fins de reprodução, não pode se dar entre pessoas do mesmo sexo.
- Essa afirmação se choca com as novas formações sociais de família. A adoção é uma realidade que contribui para muitos problemas, nesse sentido.
D. O casamento possui maior interesse público em algumas sociedades.
- Em sociedades não industriais é comum esse alargamento dos interesses e atividades do casamento.
E. As sociedades industriais e a existência da ideia de amor romântico contribuem para o casamento com interesses individuais.
- Esses dois componentes atuam diretamente em uma espécie de individualização dos interesses do casamento.
Aula 5.1 - Etnografia
Desafio: Neste desafio, você deverá redigir um texto que dialogue com os pontos positivos e os negativos do trabalho do etnógrafo. Ou seja, até que ponto a pesquisa contribui e em que medida pode deturpar e mesmo extinguir uma determinada cultura? Nesse caso, considere uma relação com uma tribo indígena. Ela seria positiva ou negativa? Para realizar esse desafio, você deverá atender aos seguintes itens:
- Escrever acerca do trabalho dos etnógrafos.
- Levantar pontos positivos e negativos do encontro entre as culturas.
- Concluir se há mais pontos a favor ou contra esse trabalho.
Resposta: Discutiremos a questão do trabalho que os etnógrafos fazem quando empregam o método de observação participante, no qual o pesquisador adentra à cultura, tomando parte de seus hábitos e tornando sua a rotina cultural dos nativos. Nesse sentido, surgem as questões, ou seja, podemos perceber pontos positivos e negativos. Vamos a eles.
Tomando como exemplo o Brasil e a atuação dos pesquisadores nas aldeias, não podemos afirmar ao certo se foram precisamente positivos ou negativos. O certo é que o encontro entre o homem branco e o índio pode ser interessante, por um lado, para a preservação da cultura indígena, assim como pode ser extremamente ofensivo, por outro. Ora, se não tivesse ocorrido esse choque de culturas, os índios estariam vivendo melhor que nos dias atuais? O que o homem branco leva para as aldeias, por exemplo, contribui, de fato, para uma melhora das condições dos indígenas? Se esse encontro não tivesse ocorrido, alguns problemas para os quais o homem branco tem a solução, talvez o índio sequer precisasse dela em sua cultura.
Outro ponto importante a ser considerado é o de que o encontro traz a evolução da cultura, sendo este inevitável dadas as condições de relacionamento e interesses nos quais nossa sociedade está inserida. E ainda, os índios se beneficiam com as novidades trazidas pelo homem branco. Estes pontos são argumentos válidos, mas é preciso saber se algum indígena foi questionado acerca do contato, ou se apenas a vontade do homem branco seria o bastante para justificar essa relação. Ou ainda, qual o verdadeiro interesse em áreas nas quais os índios vivem? A pesquisa que se justifica cientificamente não é inconsistente na justificativa social? Ou seja, se quisermos conhecer nossos antepassados, não deveríamos antes deixá-los se mostrarem? Eles são obrigados a essa relação?
O terreno considerado é extremamente complexo. Mas, é necessário considerar que o contato, por si só, já traz modificações de uma cultura para a outra. Assim, a questão é saber se há uma colonização, mesmo que mínima, de quem explora. Até onde os hábitos não se misturam? Não há aqui uma acusação em relação ao trabalho realizado, contudo, são questões importantes que se identificam com a questão da colonização, do respeito à cultura e das relações entre diferentes costumes. E saber até onde é benéfico para o pesquisado ser objeto de estudos. Há mais perguntas que respostas, mas a Etnografia deve respeitar o outro e ser cuidadosa. Este sempre foi o primeiro passo para um trabalho ético nessas circunstâncias.
Exercícios:
1. Para ser antropólogo cultural, costuma-se estudar Etnografia (o estudo em primeira mão e pessoal de contextos locais). Sobre o trabalho do etnógrafo, marque a alternativa correta:
A. A Etnografia é um processo de pesquisa em que o antropólogo observa, registra e se envolve na vida diária de outra cultura.
- Em outras palavras, a Etnografia é o trabalho de campo em uma determinada cultura.
B. O método da observação participante não é característico da Etnografia.
- Este método é o utilizado no âmago da pesquisa feita dentro da cultura distinta.
C. Os etnógrafos quase nunca se acostumam com os costumes do local.
- Na verdade, quando o antropólogo participa de uma pesquisa como observador participante, ele acaba por se acostumar com os costumes distintos ali presentes.
D. Para uma pesquisa de campo, seis meses são suficientes para uma coleta bem realizada de informações.
- O ideal para uma coleta interessante, que consiga superar o choque do encontro, gira em torno de pouco mais de um ano.
E. Odores e barulhos que as pessoas fazem, de tão básicos e naturais, não importam à pesquisa.
- Essas características são as mais elementares e, por isso mesmo, importam muito na construção da pesquisa.
2. Durante o trabalho de campo, o etnógrafo reúne dados que organiza, descreve, analisa e interpreta para construir e apresentar essa descrição, que pode ser produzida na forma de livro, artigo ou filme. Assinale a alternativa que NÃO configura uma técnica etnográfica.
A. Observação direta, inclusive a observação participante.
- Esse método distingue a própria pesquisa, na qual se adentra na cultura para melhor entendê-la.
B. Pesquisa multissituada.
- A pesquisa realizada em vários locais e sistemas em que as pessoas convivem fomenta as informações ainda mais.
C. Descoberta de crenças e percepções locais.- Esse é um dos métodos necessários à construção das informações sobre a cultura.
D. Pesquisa apenas individual.
- Na Etnografia não há qualquer motivo científico para se obrigar a individualidade no ato da pesquisa.
E. Pesquisa em equipe.
- A pesquisa em equipe é uma das técnicas utilizadas pelos etnógrafos, pois facilita na coleta de informações.
3. A antropologia é a pesquisa da diversidade humana no tempo e no espaço, estudando o conjunto da condição humana: passado, presente e futuro, biologia, sociedade, língua e cultura. Sobre o trabalho de pesquisa dos etnógrafos, marque a alternativa correta:
A. Os interlocutores culturais chave não são bem vistos pelos etnógrafos.
- Esses interlocutores são os que mais colaboram na coleta de informações acerca da cultura.
B. O casamento não é uma instituição importante nas sociedades pós-industriais.
- Essa instituição tem peso marcante nas próprias relações políticas e nas culturas.
C. Na observação participante, o etnógrafo acaba por se confundir com um integrante da cultura.
- Estando envolvido dentro de uma cultura, o etnógrafo consegue perceber melhor o seu funcionamento.
D. As entrevistas não são métodos comuns utilizados pelos etnógrafos.
- Na entrevista é permitido ao etnógrafo o acesso a muitas peculiaridades e vivências que a mera observação não permite.
E. A genealogia não é algo que importa aos etnógrafos.
- Ao contrário, o método genealógico encontra-se consolidado na Etnografia, pois permite ao pesquisador o acesso ao parentesco, descendência e casamentos.
4. Tradicionalmente, os etnógrafos têm morado em pequenas comunidades e estudado comportamentos, crenças, costumes, vida social, atividades econômicas, política e religião locais. Sobre o trabalho dos etnógrafos, marque a alternativa correta:
A. Como o etnógrafo está envolvido na cultura que pesquisa, cabe a ele construir sua própria percepção, independente daquela que o nativo diz existir.
- De acordo com Malinowski, há necessidade de entendimento do mundo da vida do nativo; compreender a sua visão de mundo para apreender como seria a sua vida.
B. As etnografias contemporâneas tendem a ser mais holísticas e menos específicas.
- As etnografias antigas se pautavam por essa maneira de se apresentar. Hoje, ao contrário, percebemos etnografias mais precisas e objetivas.
C. O objetivo do pesquisador é descrever com a maior precisão possível, científica e objetivamente, uma cultura diferente. Tal processo é conhecido como fantasia etnográfica.
- Esse tipo de escrita e pesquisa foi denominada de realismo etnográfico, exatamente por retratar, na realidade, o que se havia presenciado.
D. Malinowski é considerado um dos pais da Etnografia.
- Malinowski é considerado um dos pais da Etnografia, pois foi o fundador desta prática.
E. Malinowski realizava também a Etnografia pelo método genealógico.
- A Etnografia de Salvamento foi muito praticada por esse autor, com o intuito e a busca pela preservação das culturas por força da ocidentalização.
5. A atividade de campo dos antropólogos que fornece uma descrição de determinada comunidade, sociedade ou cultura é chamada de:
A. Etnicidade.
- Identificar-se e sentir-se parte de um grupo étnico e excluído de outros grupos por causa dessa filiação.
B. Etnocentrismo.
- Tendência que considera melhor a própria cultura e julga o comportamento e as crenças dos povos culturalmente diferentes segundo os próprios padrões.
C. Etnocídio.
- Destruição por um grupo dominante da cultura de um grupo étnico.
D. Etnoecologia.
- Conjunto de práticas ambientais e percepções de uma cultura.
E. Etnografia.
- É o trabalho de campo feito por antropólogos dentro de uma determinada cultura.
Aula 5.2 - Religião
- Neste infográfico você poderá observar os usos que a religião permite dentro do seio social.
 
Desafio: Neste desafio sugerimos a produção de um texto crítico acerca da relação: religião x controle social.
Para a realização deste trabalho você deverá desenvolver:
- a ideia de religião com estruturadora social;
- a religião como componente ideológico.
Resposta: A religião, sem dúvida, é um dos principais alicerces de estruturação social. Nela podemos reconhecer um forte componente que sustenta a vida em sociedade, bem como direciona grande parte das ações humanas. Seus ritos estão incrustados no imaginário social. Figuras religiosas, como o casamento, a monogamia, o pecado, são figuras que, em verdade, vivem no imaginário das pessoas e acabam por se tornar parte de sua vivência. A religião, entranhando seus modos dentro do fazer social, acaba por se naturalizar, tornando-se objeto irreflexivo no seio social, adquirindo, portanto, ares de normatividade.
Nesse ponto, então, fica claro que a religião trabalha junto com as demais ordens normativas na construção da normatividade social. Nesse sentido, ela atua de maneira a construir uma parcela considerável do imaginário das pessoas, constituindo assim um forte elemento de controle social e que pode ser usado de forma negativamente ideológica. A religião, como atua dentro do terreno da fé, por vezes torna-se irracional, levando as pessoas a cometerem atos discutíveis. E assim, quando a religião é utilizada para alcance de outros fins e, ao mesmo tempo, utilizada para construir situações ideologicamente questionáveis, podemos referir à mesma como uma componente negativo. A fé religiosa tem um fundo interessante pelos fins de altruísmo, mas nem sempre é isso que percebemos, sobretudo quando há extremismos envolvidos. Sabe-se, desde sempre, que a relação da religiosidade com a política pode ser perigosa e, por vezes, até mesmo violenta.
Exercícios:
1. Sobre a definição de religião, assinale a alternativa incorreta:
A. Para autores como Durkheim a religião estaria baseada em uma distinção entre o sagrado e o profano.
- Essa distinção é uma das mais importantes no que concerne à conceituação de religião.
B. Há definições de religião que têm como eixo grupos de pessoas que se reúnem com regularidade para adoração.
- As reuniões para adoração constituem parte da prática religiosa.
C. Assim como a etnia e a língua, a religião está associada a divisões sociais nas sociedades e nações, e entre elas.
- Há divisões e hierarquias nascidas do seio religioso em cada cultura.
D. O próprio significado da palavra religião nos mostra que as pessoas devem estar unidas para que possamos nos referir como partícipes de uma mesma religião.
- apesar da palavra significar "ligar novamente", esta "ligação" é com um suposto mundo místico, não necessariamente uns com os outros ,de modo que podem haver comunidades religiosas isoladas ou mesmo o culto individual.
- O significado etimológico da palavra religião é culto ou prática religiosa, o que não deve necessariamente ser feito em grupo. Uma pessoa pode rezar sozinha, por exemplo.
- A união religiosa ocorre de maneira espiritual, e não meramente física.
E. Dentro da religião, a participação em ritos comuns pode afirmar e, portanto, manter a solidariedade de um grupo de adeptos.
- Realmente são os ritos comuns que unem as pessoas no entorno dessa comunhão.
2. Há religiões que defendem a existência de vários deuses, outras a de um só. Ainda há aqueles que não acreditam na existência de deuses. Quanto a isso, marque a alternativa incorreta:
A. O politeísmo seria a crença em vários deuses.
- Por exemplo, os índios em sua maioria são politeístas, pois creem em várias deuses.
B. O monoteísmo é a crença em uma única deidade.
- O monoteísmo significa a crença em apenas um deus.
C. O animismo, a mais antiga forma de religião, era a crença em seres espirituais.
- Este termo diz exatamente da sua explicação.
D. Xamãs seriam os primeiros especialistas religiosos.
- Eles representam os primeiros representantes dos especialistas religiosos.
E. A religião não encontra problemas em relação à ciência.
- Ao contrário, há um embate histórico entre essas dimensões do humano.
- Claro que a religião pode encontrar problemas. Isso justifica até hoje, muitos conflitos

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