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SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (SIS) A Informação em Saúde, descritora da realidade, é essencial para o processo de tomada de decisões, a partir da coleta de dados, processamento e análises destes entre si, permitindo constatações de contextos, formulação de políticas, ações e programas em saúde, bem como a avaliação destes. O Sistema de Informação em Saúde é parte do Sistema de Saúde. Nele, é necessário: conhecer e compreender o problema, realizando diagnósticos de saúde; avaliar a realidade e a proposição de ações, avaliando prioridade e momento certo, questões políticas, recursos materiais, financeiros e humanos; além de executar as ações, com controle e avaliação, observando cobertura, impacto, produtividade, custos, eficácia, efetividade e relevância. É um instrumento de apoio decisório PERMANENTE NA SAÚDE, para planejamento, organização, adequação, operação e avaliação dos serviços, através do conhecimento gerado por informações: demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Os setores em saúde realizam ações que passam a ser notificadas, e esses dados encontram-se no SIS, permitindo análises, planejamentos, avaliações e formulação de políticas públicas que visem manter, melhorar e incentivar novos programas, conforme o perfil populacional e os agravos em saúde. *PERIGO DAS FAKE NEWS: desde falsas promessas de cura, até dietas milagrosas, bem como negações da eficácia de vacinas. Podem provocar danos até irreversíveis na saúde da população, além de problemas políticos e demais sociais, como preconceitos. Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são um mecanismo de coleta, análise e transmissão da informação necessária para auxiliar a gestão com vistas à qualidade da assistência e à ampliação da conectividade entre as redes assistenciais. Com a padronização dos dados, e suas análises para gerar informações, é possível estabelecer metas e prioridades para a saúde da população. Conhecendo as características da população, bem como seus agravos, o fornecimento de dados padronizados e processados em sistema permite alimentar tomadas de decisões por parte de esferas do governo, sejam elas municipais, estaduais ou federais. Ou seja, o SIS é um instrumento norteador do processo decisório, a partir do conhecimento da realidade socioeconômica, demográfica e epidemiológica nos vários níveis do Sistema Único de Saúde (SUS). As finalidades do Sistema definem sua utilidade, podendo ser: pesquisa específica; controle de insumos; controle de custos; controle de receita; planejamento; gerenciamento; produção e feedback. A importância dos sistemas se deve à necessidade crescente de otimizar os recursos; planejamento e ação baseado em evidências; por fim, monitoramento e avaliação das ações e serviços. No âmbito do Ministério da Saúde, os diversos sistemas de informação existentes foram desenvolvidos sem qualquer preocupação com padronização, embora nos últimos anos venham sendo feitos alguns movimentos nesse sentido, envolvendo principalmente aqueles considerados essenciais para o planejamento e o monitoramento de ações e serviços no âmbito do SUS. A alimentação do sistema é obrigatória para estados e municípios. *Antes, o não cumprimento da determinação acima implicava em, usualmente, suspensão das transferências de recursos financeiros. Porém, esta punição fora suspensa. O envio compulsório das informações é justificado por sua relevância para o aferimento de indicadores, essenciais para análise de situação de saúde, bem como para o monitoramento e a avaliação dos resultados de ações e serviços implementados, bem como do controle e prevenção de doenças. SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade. SINASC: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, avalia a epidemiologia e demais aspectos de recém-nascidos, tendo sido implantado nas regiões brasileiras de forma lenta e gradual. SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação. SIH: Sistema de Informações Hospitalares. SIA: Sistema de Informações Ambulatoriais. Como visto, há diferentes sistemas que fornecem dados sobre diferentes eventos. De acordo com a organização do SIS segundo o DataSUS, em quesito de informações epidemiológicas e de morbidade, o SIH/SUS informa taxas percentuais de internações hospitalares no SUS (morbidade hospitalar no SUS), buscando, através de indicadores (causas, grupos de risco, faixa etária, regiões), contextualizar com aspectos socioeconômicos e políticos atuais. O SIH é importante para informar a produção hospitalar, ou seja, o número de internações sobre os custeios do SUS, buscando informar aos gestores para remessa de finanças. O SINAN trabalha com notificação compulsória e investigação de doenças e agravos de notificação compulsória, que constam em determinada lista nacional, mas que pode sofrer variações entre regiões. Ou seja, o SINAN permite a identificação e reconhecimento de determinada situação epidemiológica para certa área geográfica. O SISCOLO (Sistema de Informação do Controle do Câncer de Colo de Útero) e o SISMAMA (Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama), por sua vez, foram estabelecidos a partir do DataSUS com o intuito de auxiliar no controle e prevenção. O HIPERDIA trabalha com o cadastro e acompanhamento de hipertensos e diabéticos, buscando planejar a distribuição de medicamentos em níveis adequados, por exemplo. Por fim, há o SISVAN, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. A produção ambulatorial, nacional, feita pelo SIA, busca registrar e processar os dados, desde 1995, de maneira a mostrar os indicadores dos atendimentos e procedimentos em ambulatório, sendo que suas informações servem para planejar, controlar, regular, avaliar e propor atuações na gestão em saúde. No âmbito das imunizações, o PNI (Programa Nacional de Imunização) brasileiro é um dos maiores do mundo, com mais de 45 tipos de imunobiológicos, vacinações a todas as faixas etárias, além de campanhas anuais para preenchimento das cadernetas de vacinação, melhorando a qualidade de vida da população, com alimentação do sistema de dados da vacinação nacional, observando a cobertura de cada imunobiológico. Dados demográficos e socioeconômicos, via IBGE: população residente (censos e estimativas); educação; saneamento; trabalho e renda; Produto Interno Bruto). Além disso, há outros dados, como: indicadores de saúde (pacto e outros), saúde suplementar (planos de saúde), inquéritos e pesquisas (PNAD, Vigitel). As diretrizes apontadas pela PNAB e o Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS) elaboraram a estratégia e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), com o intuito de reestruturar o Sistema de Informação da Atenção Básica. Esta ação está alinhada com a proposta de reestruturação geral dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, entendendo que a qualificação da gestão da informação é fundamental para o aumento da qualidade do cuidado em saúde à população. A estratégia e-SUS faz referência ao processo de informatização qualificada do Sistema Único de Saúde (SUS) em busca de um SUS eletrônico. A partir da união de várias e diversas plataformas e terminologias dos sistemas de informação na Atenção Básica, formou-se uma plataforma única de dados na AB, a estratégia e-SUS AB. Objetivos: individualizar o registro, reduzir o retrabalho na coleta de dados, integrar a informação, informatização das unidades, gestão do cuidado e coordenação do cuidado. É importante para melhorar a qualidade de atendimento ao usuário, bem como reestruturar a informação na Atenção Básica. Além das equipes de Atenção Básica Saúde da Família, o e-SUS AB poderá ser utilizado pelas equipes: NASF, Melhor em Casa, Consultório na Rua, Programa Saúde na Escola e Academia da Saúde. Com isso, podem-se ter: maior agilidade do atendimento e menor tempo de espera, flexibilidade para as diferentes estruturasdo município, acompanhamento dos atendimentos na UBS e avaliação e acompanhamento do trabalho das equipes. O Sistema e-SUS Atenção Básica conta com os seguintes sistemas de software: Sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS) e Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), que alimentam e atendem aos diversos cenários de informatização, conectividade e equipes que atuam nas unidades de saúde da Atenção Básica. Além disso, o Sistema com Centralizador que ajuda o gestor municipal a reunir todas as informações do seu município. O Sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS) foi formulado para atender às equipes de AB lotadas em UBS com baixa estrutura de informatização, sendo um estágio transitório, ou seja, presente enquanto a estrutura municipal não consegue se adequar ao grau de informática necessário. No futuro, portanto, os dados podem migrar para a utilização do Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), assim que as condições de infraestrutura tecnológica de informática sejam viabilizadas. Entre as vantagens do e-SUS AB com CDS, estão menos fichas e mais informação, dados por cidadão (individualizados), além de relatórios de saúde dinâmicos. É de fácil instalação, multiplataforma e exclusivo de digitação. O sistema com CDS utiliza sete fichas para o registro das informações, que estão divididas em três blocos. Essas fichas deverão ser digitadas no sistema de software e-SUS AB com CDS para alimentação da base nacional de dados. Cadastro Domiciliar: para quantas pessoas há na casa. Cadastro Individual: sobre um indivíduo específico. Ficha de Atividade Coletiva: para reuniões com gestantes e HIPERDIA, por exemplo. Ficha de Visita Domiciliar: disponibilizada para o cadastro dos ACSs (pode ser por dispositivos, como o tablet, ou fichas a serem depois transcritas para o sistema em sites). Já o Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) foi formulado para atender às equipes de Atenção Básica lotadas em UBS parcialmente ou totalmente informatizadas. É importante para a integração e a gestão dos profissionais no cuidado com a saúde. Vantagens: suporte clínico, tecnologia avançada e melhor integração dos serviços de saúde. Mais do que o registro, amplia as funcionalidades de acordo com as demandas das diretrizes. Um Sistema com Prontuário Eletrônico melhora o cuidado oferecido à população, amplia a capacidade clínica dos profissionais e tem outras vantagens, tais como: otimização dos gastos com gestão da informação; compartilhamento entre os profissionais de saúde das informações sobre os cidadãos que utilizam o serviço de saúde e do seu território; sistematização das informações em saúde dos cidadãos de cada episódio de cuidado, ao longo do tempo; integração das ferramentas de apoio a decisões na prestação dos serviços de saúde e criação de uma plataforma de informações da qual é possível extrair resultados das equipes a um custo mais baixo, do que em planilhas de papel, e em tempo mais adequado. O sistema PEC, em sua primeira versão, implementa os seguintes módulos: atendimento individual, cidadão, agenda, relatórios e administração. O e-SUS AB foi desenvolvido para adequar o sistema de informação às necessidades da Atenção Básica. Com isso, o sistema poderá ser utilizado por profissionais das equipes de AB, dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), do Consultório na Rua (CnR), e da Atenção Domiciliar (AD), além de propiciar o registro de informações para o Programa Saúde na Escola (PSE) e Academia da Saúde. É necessário que todo atendimento seja registrado e cadastrado no site, a partir de um profissional com sua senha própria, descrevendo o número e os procedimentos do atendimento. Originado do DataSUS, em 1998, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) tinha a função de armazenar e registrar as informações relativas à Atenção Básica. A partir da Portaria n° 1.412, de 10 de junho de 2013, foi denominado de Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). O SISAB tem como principal característica a estruturação do registro de informações individualizadas, o que deve ampliar a capacidade do município e de suas equipes na gestão do cuidado dos cidadãos sob sua responsabilidade. Quanto ao Sistema e-SUS AB e ao registro individualizado enviado ao Sisab, os outros sistemas de informação nacionais que usam informações individualizadas para monitoramento das ações da AB passam a trocar informações em nível nacional. Desse modo, não é necessário que os municípios enviem dados para esses sistemas em separado. Isso se aplica, por exemplo, aos sistemas como SISVAN e HIPERDIA. Ou seja, ao alimentar o Sisab, ele automaticamente alimenta as informações desses sistemas. *MODELO DE INTEGRAÇÃO PARA SISTEMAS PRÓPRIOS* A estratégia e-SUS AB inclui, além dos Sistemas de Coleta de Dados Simplificada (CDS) e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), a possibilidade de integração com sistemas já existentes, como o 4R, que lançam os dados, escritos pelos profissionais da saúde, ao nível federal. Etapa 1 (Sistema Próprio) – Etapa 2 (e-SUS AB PEC municipal) – Etapa 3 (centralizador nacional) – Etapa 4 (SISAB). O sistema de informação em saúde na AB propiciou avanços significativos para a assistência à saúde. No entanto, para que ocorra a sua evolução, por meio do SISAB, é necessária a ação conjunta das três esferas de governo que devem assumir suas responsabilidades e investir na qualificação da Atenção Básica em Saúde. Todos os esforços na reestruturação do sistema de informação da AB só serão completos e efetivos com o envolvimento dos gestores, dos profissionais de saúde e dos trabalhadores do SUS na implantação, utilização e aprimoramento contínuo do Sisab.
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