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TRABALHO DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO - ENTENDIMENTO DO STF SOBRE HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS

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Segundo a prática brasileira, atos internacionais correspondem a tratados, convenções, protocolos ou acordos que criam normas visando conduzir relações entre Estados ou Organizações Internacionais, que têm como objetivo alcançar objetivos de cunho global, gerando obrigações e sanções jurídicas para as partes em acordo. 
De acordo com o Art. 2º da Convenção de Viena, tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
O processo de formação dos tratados no Brasil se constitui nas seguintes fases: negociação, assinatura, apreciação parlamentar, ratificação, promulgação, registro e publicação. Algumas dessas fases são de cunho internacional e outras são de cunho nacional.
Na fase das negociações, é feita a elaboração e a discussão do texto do tratado, no território de uma das partes (no caso de tratados bilaterais) e, no caso dos tratados multilaterais, as negociações ocorrem em conferências internacionais ou eventos análogos, onde deverá ser aprovado por no mínimo 2/3 dos presentes e em totalidade em determinados assuntos.
A assinatura dos tratados culmina na conclusão das negociações, porém não gera nenhuma obrigação jurídica, esta só vem com a ratificação do acordo. No Brasil, a capacidade de assinar tratados cabe ao Presidente da República, o Ministro das Relações Exteriores, Embaixadores Chefes de Missões Diplomáticas do Brasil no Exterior, e no caso de outras autoridades, o poder de assinatura de contratos vem do Treaty- Making Power que deverá ser assinado pelo Presidente e pelo Min. De Relações Exteriores.
A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 49, I e 84, VIII, dispõem sobre a fase de apreciação parlamentar, onde expressam às competências do Congresso Nacional e do Presidente da República no tocante a celebração de tratados, convenções ou atos internacionais.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
 I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Em síntese, todo tratado internacional deve ser aprovado anteriormente pelo Congresso Nacional, por um Decreto Legislativo.
No tocante à ratificação, é competência do Presidente da República, confirmar o tratado por meio da Carta de Ratificação, em seu nome ou em nome do Estado que deverá ser ratificada pelo Ministro das Relações Exteriores.
Este documento dá validade ao acordo, pois nele contém a promessa de cumprimento do tratado de forma inviolável. E, quando acontece a troca deste instrumento entre as partes ou o seu depósito em um lugar que foi acordado entre as partes, é quando pode-se dizer que o tratado está concluído.
A fase de execução dos tratados sé dá a partir do momento que ocorre a promulgação por meio de decreto do Executivo, publicado no Diário Oficial da União, tornando público seu texto e determinando sua execução.
No Brasil, o STF, entende que há uma relação de hierarquia no tocante aos tratados internacionais, a Teoria Tripla dos Tratados Internacionais. A jurisprudência vem do julgado RE 466.343 do ano de 2008, que estabeleceu três níveis hierárquicos, são eles:
1. Os equivalentes às emendas constitucionais são os tratados e convenções que tratam sobre direitos humanos, que de acordo com o Art.5º, parágrafo 3º da Constituição Federal, deverão ser aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros;
2. Os que têm posição supralegal, que ficam situadas entre as leis e a constituição, são os tratados e convenções que abordam os direitos humanos, porém foram aprovados em procedimento ordinário, por maioria simples;
3. E, os que não falam sobre direitos humanos, entram no ordenamento jurídico brasileiro como lei ordinária.

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