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introdução às relações internacionais

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Introdução às Relações 
Internacionais (Resumo) 
 
As relações internacionais sempre foram tratadas como um assunto exclusivo de 
diplomatas e militares. A arte de negociar as relações entre países na história esteve ligada a 
aristocracia política, atividade exclusiva de pessoas altamente educadas. Contudo, com o passar 
dos anos as relações entre os países foram ganhando novos contornos, ficando cada vez mais 
complexa. O comércio é um dos responsáveis por este processo. 
 As teorias das Relações Internacionais têm a finalidade de formular métodos e conceitos 
que permitem compreender a natureza e o funcionamento do sistema internacional, bem como 
explicar os fenômenos mais importantes que moldam a política mundial. 
O primeiro departamento de Relações Internacionais foi criado em 1917, na 
universidade escocesa de Aberystwyth, com uma preocupação normativa: os acadêmicos que se 
reuniram naquele departamento tinham como objetivo organizar uma disciplina em torno do 
estudo da questão da guerra e, mais precisamente, como a finalidade de livrar a humanidade de 
suas consequências nefastas. 
As Relações Internacionais surgem com um objetivo de entender o fenômeno da guerra 
e consequentemente acabar com ela. Para esse objetivo, em 1917 surgiu o primeiro 
departamento de Relações Internacionais na universidade de Aberystwyth. 
As Relações Internacionais enquanto disciplina nesse primeiro momento buscou estudar 
as causas da guerra com o objetivo de evitá-las. 
Edward Hallet Carr, um diplomata britânico aposentado, escreveu um livro ao qual deu 
o título de Vinte Anos de Crise, publicado em 1939, poucos meses antes do início da Segunda 
Guerra Mundial. 
No Livro, Carr, afirmou que a preocupação normativa dos primeiros acadêmicos da área 
de Relações Internacionais acabou por cegá-los. Segundo Carr, foi tal preocupação que obrigou 
esses primeiros acadêmicos a pensarem em termos do dever ser do mundo, em vez de estudar 
como o mundo realmente funcionava. 
A concentração desses primeiros acadêmicos, a quem Carr chamou de utópicos ou 
idealistas, em problemas éticos-morais, impediu-os de elaborar instrumentos analíticos que 
permitissem perceber os sinais anunciadores da proximidade da Segunda Guerra Mundial. 
Ao contrário desses idealistas, Carr definiu um segundo grupo que chamou de realistas, 
que estudava como o mundo realmente era e que defendia uma visão menos utópica e mais 
sintonizada com as dimensões do poder e do interesse que permeiam a política internacional. 
O início da Segunda Grande Guerra, que enfatizou a vitória lógica da sobrevivência, 
acabou dando razão aos realistas e enterrando os idealistas: o pensamento normativo dos 
últimos revelou-se perigoso porque subestimava as ameaças à sobrevivência dos Estados. 
O realismo saiu, então, desse primeiro grande debate, como o grande vencedor, e a 
publicação do livro de Hans Morgentau em 1948, A Política Entre As Nações e sua enorme 
influência nas décadas seguintes vieram confirmar essa supremacia. 
 
Com a chamada revolução behaviorista nas ciências sociais em geral, a crítica que 
passou a ser feita à área de Relações Internacionais deixou de ser ontológica e tornou-se 
metodológica. O segundo grande debate na área não foi mais um debate sobre o que estudar, 
mas como estudá-lo. 
Os realistas científicos defendiam maior rigor científicos e maior influência dos 
métodos das ciências exatas. Criticavam, também a falta de diálogo com outras áreas de 
conhecimento científico, nas quais avanços empíricos de observação e análise da realidade 
objetiva haviam sido feitos. Portanto, esses realistas científicos defendiam a importação de 
métodos e conceitos de outras áreas, das ciências exatas em particular, como a cibernética e a 
biologia, assim como um uso mais intensivo de métodos quantitativos para o estudo das 
Relações Internacionais. 
No final da década de 1960 e no decorrer da década de 1970, vários desafios se 
impuseram ao realismo como teoria dominante das Relações Internacionais. Esses desafios 
tinham duas origens: a evolução da política internacional. 
Confirmação da União Soviética como superpotência competidora com os Estados 
Unidos no cenário internacional, assim como o surgimento de novos Estados após as 
descolonizações das décadas de 1950 e 1960. 
Estados recém independentes apresentavam uma agenda política diferente da agenda 
das superpotências: reivindicavam o acesso ao desenvolvimento como prioridade da política 
mundial no lugar das questões político-militares, que dominavam até então. 
Na área acadêmica, o surgimento de novos atores não-estatais na política internacional, 
como empresas multinacionais e organizações internacionais governamentais e não-
governamentais, levou ao questionamento de primissas básicas do realismo. 
Assim, surgiram críticas à separação entre política doméstica e política internacional, 
bem como à divisão entre high e low politcs. A alta política relativa à segurança; e baixa 
política, referente a temas econômicos, tecnológicos. Primazia da primeira em relação à 
segunda. 
Exagerada ênfase dos realistas na questão da guerra em detrimento de outras questões 
de política internacional, e surgiram críticas ao excesso de ênfase no conflito em detrimento da 
cooperação e da interdependência. 
O livro de Joseph Nye e Robert O. Keohane, de 1977, Power and Interdependence: 
World Politics in Transition foi emblemático a esse respeito. 
Kenneth Waltz publicou Theory of International Politcs, um livro que trouxe novamente 
o realismo a uma posição de supremacia na teoria das Relações Internacionais. 
Waltz trouxe o debate agente-estrutura assim como a influência da microeconomia à 
terra das Relações Internacionais. 
O. Keohane em 1986, Neorealism and its Critics 
No final da década de 1980 também surgiu o construtivismo, uma contribuiçao que 
acabou sendo reconhecida como importante no decorrer da década de 1990, e que trouxe a 
influência de debates que estavam ocorrendo em outras ciências sociais para as Relações 
Internacionais. 
Referimo-nos aqui, em particular, à teoria de estruturação de Anthony Giddens, que 
nega precedência ontológica tanto aos agentes quanto à estrutura. 
Com isso, o debate contemporâneo nas Relações Internacionais seria um debate entre o 
realismo, o liberalismo e o construtivismo e suas respectivas variantes. 
Stanley Hoffmann, artigo de 1977 na revista Daedalus, “An American Social Science: 
International Relations”. 
Steve Smith em um livro de 1985 que organizou sob o título de International Relations: 
British and American Perspectives. 
Robert Cox: “um teoria é feita por alguém para o benefício de alguém”, concluí-se que 
o estudo, o ensino e a apresentação da disciplina em seus moldes convencionais apenas 
reforçariam uma via em detrimento de outras vias e, em particular, a riqueza e a diversidade da 
disciplina quando se foge do debate exclusivamente norte-americano. 
A única exceção a esse respeito é a teoria da Dependência, produzida e desenvolvida em 
boa parte do Sul, e que refletiu a agenda e os interesses locais. 
Em outras palavras, não existe apenas uma versão do realismo ou do liberalismo, nem o 
realismo e o liberalismo são as únicas possibilidades teóricas na disciplina de Relações 
Internacionais. 
Temos, então, que a combinação com a divisão do mundo social em dois âmbitos 
distintos, o doméstico e o internacional, constitui uma disciplina em que o objeto de interesse é, 
necessariamente, como os Estados podem realizar seus interesses em um mundo sem governo, 
onde a ocorrência da guerra é uma possibilidade sempre presente. 
Esse ambiente, normalmente denominado pelo conceito de sistema internacional, ocupa 
o lugar central na delimitação das Relações Internacionais como disciplina autônoma no mundo 
acadêmico. 
Nesse sentido, a discussão do papel da teoria crítica na reformulação da teoria de R.I 
recebe atenção, uma vez que nos ajuda a questionar o estado centrismo dos enfoques 
tradicionais, chamando a atençãopara forças sociais cada vez mais presentes no cenário 
mundial. 
A reformulação do realismo em chave behaviorista assinala o triunfo do paradigma 
dominante no segundo debate e marca o início de um período de hegemonia inconteste e de 
aparente alcance de um status de ciência normal em uma disciplina, finalmente, pronta para a 
maturidade. 
Nossa rejeição à narrativa dos “grandes debates” reflete nossa convicção de que a 
reformulação de seus mitos fundadores e da tradição inventada pelas teorias dominantes de 
modo a conferir-lhes uma linhagem nobre, conquistada em “batalhas” contra paradigmas 
adversários. 
O construtivismo, que talvez seja, hoje, a corrente cuja influência mais cresce na área, é 
o objeto do capítulo 6. Fruto da importação de abordagens da teoria social para as Relações 
Internacionais, o construtivismo se destacou por introduzir em suas análises o papel das idéias, 
das regras e das instituições como fatores determinantes para a compreensão da natureza do 
anarquia e do comportamento dos Estados e demais agentes da política mundial. 
 
As três vertentes mais importantes do construtivismo nas Relações Internacionais, 
representadas por seus formuladores originais: Nicholas Onuf, Friedrich Krotochwil e 
Alexander Wendt. 
Nas R.I, os autores pós-modernos se voltam para a investigação do nexo entre poder e 
conhecimento na disciplina, problematizando a relação entre epistemologias positivas e a 
legitimação da violência e da guerra no mundo moderno. 
O desenvolvimento da disciplina no país se deu sob a égide da Ciência Política, uma 
área de conhecimento hegemonizada pelo positivismo e pela escolha racional. Essa influência, 
certamente, inibiu e retardou a abertura do ensino de teoria de Relações Internacionais para as 
correntes críticas e pós-positivistas. 
Foi Hans Morentahau, um alemão que emigrou para os Estados Unidos no período entre 
guerras, o primeiro a estipular e organizar as premissas centrais do estudo das Relações 
Internacionais, no seu livro Politics Among Nations, de 1948. 
Na visão dos realistas, o Estado é o ator central das relações internacionais. 
No que se pode caracterizar como uma definição minimalista do papel do Estado nas 
Relações Internacionais, ele teria duas funções precisas: manter a paz dos seus cidadãos em 
relação a agressões acabam desenvolvendo a mesma função: a estabilidade doméstica, e a 
segurança em relação a agressões externas. 
No plano doméstico, os Estados se caracterizam pelo que Weber chama de monopólio 
de uso legítimo da força, monopólio que não existe no plano externo. 
De forma geral, os realistas tomam o Estado como uma caixa preta e o encaixam dentro 
do que chamam de modelo da “bola de bilhar” (Billiard Ball). 
A unicidade do Estado se expressa precisamente no fato de ele ser considerado no seu 
conjunto, mas atuando nas relações internacionais de maneira a representar o todo de maneira 
homogênea e uniforme. 
A racionalidade do ator se expressa na medida em que defende esse interesse nacional 
no nível internacional, procurando simultaneamente o menos custo e o maior benefício. Nega-se 
com essa racionalidade , o componente político das decisões e destaca-se o consenso entre os 
atores internos em torno dos objetivos que o Estado deveria seguir. 
 
 
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