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0 ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Organização Profª Drª Stael Silvana Bagno Colaboração Prof. Vagner de Lima Assis 2020 1 ETEC Dr. Demétrio Azevedo Júnior Disciplina: Enfermagem em Urgência e Emergência 2020 Material compilado a partir das bibliografias citadas ao final, e organizado para uso exclusivo em sala de aula. Proibida a comercialização ou reprodução do material. Todas as figuras usadas para ilustrar foram retiradas do Google images. Figura ilustrativa da capa extraída do site https://www.flaticon.com/free-icons/urgency-and-emergency 2 INTRODUÇÃO Foi a partir da promulgação da Constituição Federal, em 1988, que a saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado, prevendo a redução do risco de doenças e outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, que devem ser garantidos por meio da adoção de políticas públicas, sociais e econômicas. A organização da rede de serviços de saúde, de forma regionalizada (local, municipal, regional, estadual e federal) e hierarquizada (atenção básica, atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar), se deu com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), que foi regulamentado em 19 de setembro de 1990 através da lei nº 8.080. Esta lei define o funcionamento do SUS, instituindo-o legalmente como um sistema dinâmico de organização contínua e crescente das ações de atenção à saúde do povo brasileiro. Fazem parte do SUS as equipes de Saúde da Família; as Unidades Básicas de Saúde (UBS); hospitais públicos municipais, estaduais e federais – incluindo os universitários; fundações e institutos de pesquisa (como Butantã, Adolfo Lutz e Vital Brasil); laboratórios; hemocentros (bancos de sangue); serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental; além de hospitais e serviços privados de saúde contratados ou conveniados pelo Poder Público. 1. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS Historicamente, o pronto atendimento era realizado pelos municípios. Em 2003, quando foi instituída a política de atenção às urgências em nível nacional, diversos municípios já tinham serviço de urgência e emergência estruturado. Por exemplo, no Estado de São Paulo, no período de 1983 a 1988, foi implantada a Comissão de Recursos Assistenciais de Prontos-socorros (CRAPS), visando constituir um sistema inter-hospitalar para integrar o atendimento médico na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Em 1992, com apoio do Ministério da Saúde e participação da Secretaria de Estado da Saúde e de todos os municípios da RMSP, foi criado um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar uma proposta de regionalização e hierarquização do atendimento médico de urgência. Em julho de 1992 foi criado o Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência (PAMU), fundamentado no Acordo Básico Interinstitucional celebrado entre as três esferas de Governo Federal, Estadual e Municípios da Região Metropolitana (Manual do Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência, 1993). A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída por meio da Portaria nº 1.863/GM, em 29 de setembro de 2003, que rege a implantação dos serviços de atendimento móvel de urgências nos municípios brasileiros e da Portaria nº 2.972/GM, de 9 de dezembro de 2008, que orienta a continuidade do Programa de Qualificação da Atenção Hospitalar de Urgência no Sistema Único de Saúde. 3 Pode-se afirmar que os atendimentos das urgências e emergências têm como base quatro estratégias que devem estar interligadas, como engrenagens de um motor, que são: ✓ Estratégias promocionais ✓ Organização de redes assistenciais ✓ Humanização Qualificação e educação permanente ✓ Central de regulamentação médica de urgências A Política Nacional de Atenção às Urgências faz parte do SUS e sua organização é orientada pelas portarias do Ministério da Saúde e legislação do SUS. 1.1 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) – 192 O Ministério da Saúde vem concentrando esforços no sentido de implementar a Política Nacional de Atenção às Urgências, da qual o SAMU 192 é componente fundamental. Tal Política prioriza os princípios do SUS, com ênfase na construção de redes de atenção integral às urgências regionalizadas e hierarquizadas que permitam a organização da atenção, com o objetivo de garantir a universalidade do acesso, a equidade na alocação de recursos e a integralidade na atenção prestada. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) tem como objetivo chegar precocemente a vítimas em situação de urgência ou emergência, que possam levar a sofrimento, a sequelas ou mesmo à morte. Trata-se de um serviço pré-hospitalar, que visa conectar as vítimas aos recursos que elas necessitam e com a maior brevidade possível. O SAMU 192 é um serviço gratuito, que funciona 24 horas, por meio da prestação de orientações e do envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e acionado por uma Central de Regulação das Urgências. O SAMU realiza os atendimentos em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, e conta com equipes que reúne médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores socorristas. 1.1.1 ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO DO SAMU O atendimento do SAMU 192 começa a partir do chamado telefônico, quando são prestadas orientações sobre as primeiras ações. A ligação é gratuita, para telefones fixo e móvel. Os técnicos do atendimento telefônico que identificam a emergência e coletam as primeiras informações sobre as vítimas e sua localização. Em seguida, as chamadas são remetidas ao Médico Regulador, que presta orientações de socorro às vítimas e aciona as ambulâncias quando necessário. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=zdxfgcKVy0U 4 As ambulâncias do SAMU 192 são distribuídas estrategicamente, de modo a otimizar o tempo-resposta entre os chamados da população e o encaminhamento aos serviços hospitalares de referência. A prioridade é prestar o atendimento à vítima no menor tempo possível, inclusive com o envio de médicos conforme a gravidade do caso. As unidades móveis podem ser ambulâncias, motolâncias, ambulanchas ou aeromédicos, conforme a disponibilidade e necessidade de cada situação, sempre no intuito de garantir a maior abrangência possível. Em quais situações se deve chamar o SAMU? • Na ocorrência de problemas cardiorrespiratórios; • Intoxicação exógena e envenenamento; • Queimaduras graves; • Na ocorrência de maus tratos; • Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto; • Em tentativas de suicídio; • Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito; • Quando houver acidentes/traumas com vítimas; • Afogamentos; • Choque elétrico; • Acidentes com produtos perigosos; • Suspeita de Infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns); • Agressão por arma de fogo ou arma branca; • Soterramento, Desabamento; • Crises Convulsivas; • Transferência inter-hospitalar de doentes graves; • Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso. Em quais situações NÃO se deve chamar o SAMU? • Febre prolongada; • Dores crônicas; • Vômito e diarreia; • Levar pacientes para consulta médica ou para realizar exames; • Transporte de óbito; • Dor de dente; • Transferência sem regulação médica prévia; • Trocas de sonda; • Corte com pouco sangramento, 5 • Entorses; • Cólicas renais; • Transporte inter-hospitalar de pacientes de convênio; • Todas as demais situações onde não se caracterize urgência ou emergênciamédica. Nestes casos e em todos os casos sem caracterização de urgência ou emergência, o paciente poderá ser encaminhado ao posto de saúde ou então as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) mais próximas. 1.1.2 Tipos de veículos de transporte As especificações do veículo terrestre são orientadas por normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A Portaria nº 2.048/GM, de 20 de novembro de 2002, classifica as ambulâncias em tipos A, B, C, D, E, e F, e normatiza sua utilização por grau de gravidade. A avaliação pelo critério do ABCDE classifica o cliente/ paciente pelo quadro clínico crítico ou não crítico, sendo este considerado critério absoluto para escolha do transporte adequado. Todo e qualquer deslocamento deve sempre ocorrer com autorização médica, pois este é o responsável em caracterizar o tipo de transporte mais adequado para o paciente. ▪ TIPO A: Ambulância de transporte. ▪ TIPO B: Ambulância de suporte básico. ▪ TIPO C: Ambulância de resgate. ▪ TIPO D: Ambulância de suporte avançado. ▪ TIPO E: Aeronave de transporte médico. ▪ TIPO F: Embarcação de transporte médico: →VEÍCULO DE INTERVENÇÃO RÁPIDA: Veículos leves, rápidos. São utilizados p/ transporte de médicos c/ equipamentos, acesso nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F. ▪ TIPO A e B: motorista e Técnico ou auxiliar de enfermagem; ▪ TIPO C: 03 profissionais militares, sendo um motorista e os outros dois profissionais com capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida; ▪ TIPO D: 03 profissionais: sendo um motorista, um enfermeiro e um médico. ▪ TIPO E: 03 profissionais: piloto, médico, enfermeiro. ▪ TIPO F: 02 ou 03 profissionais, condutor, técnico ou auxiliar de enfermagem (suporte básico), ou enfermeiro e médico (suporte avançado). Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=BNcXCfNUjTA 6 1.1.3 Componente pré-hospitalar móvel O componente pré-hospitalar móvel foi estruturado e organizado para prestação de serviços de saúde à pessoa que necessita de socorro em locais como domicílios, vias públicas, estabelecimentos comerciais, entre outros. Ao pedir ajuda por meio da central de regulação 192 (SAMU) ou 193 (Corpo de Bombeiro), o socorrista, parentes da vítima ou a própria vítima recebe orientações do médico regulador que decide pelo envio de ambulância de suporte básico ou avançado com equipe habilitada em atendimento a situações de urgência, caso avalie que seja necessário disponibilizar esse recurso. O médico regulador autoriza o transporte do cliente diante do problema de saúde relatado pela equipe local de atendimento pré-hospitalar (APH), por meio de comunicação por telefone ou rádio. Em se tratando de situações não caracterizadas como risco iminente de vida, cabe ao médico regulador dar orientações sobre outras medidas a serem efetuadas pelo solicitante. As equipes de saúde do APH são compostas por médico, enfermeiro, técnico e/ou auxiliar de enfermagem, que recebem habilitação específica para esta atividade. É necessário que conheçam suas atribuições, normas e rotinas operacionais, bem como desenvolvam seu trabalho baseado em protocolos de atendimento. A educação permanente desses profissionais é primordial para assegurar a qualidade na prestação da assistência. Outros profissionais como telefonista, operador de rádio, condutor de ambulância ou de veículos aquáticos e aéreos fazem parte da equipe de APH. As equipes são capacitadas para tripular veículos terrestre, aquático ou aéreo que se destine ao transporte de enfermos, atendendo a classificação da Portaria nº 2.048/GM. No APH, os encaminhamentos para os serviços hospitalares são designados pelo sistema regulador. Esses profissionais são habilitados por meio de cursos de resgate e emergências médicas (REM), participando de capacitações periódicas para o bom desempenho de sua função. Suporte Básico de Vida (SBV) Suporte avançado à Vida (SAV) Auxiliar ou técnico de enfermagem Condutor de veículo Enfermeiro Médico Condutor de veículo Bombeiro militar* Bombeiro militar* Atendimento de baixa complexidade, não realizando procedimentos invasivos, em casos de vítimas de menor gravidade. Atendimento de urgência e emergência de alta complexidade, realizando procedimentos não invasivos e invasivos, em casos de vítimas graves. * É facultado ao bombeiro realizar o atendimento pré-hospitalar conforme protocolo institucional. 7 Primeiros socorros: Atendimento prestado, inclusive por leigos, para manter a vida e evitar o agravamento das condições até o recebimento da assistência especializada. Atendimento pré-hospitalar: Atendimento prestado por profissionais da área da saúde, treinados e capacitados para prover os cuidados iniciais ao cliente, de forma organizada e sistematizada, seguido de transporte até serviço de saúde que proporcionará o tratamento definitivo. Resgate: Consiste na retirada do indivíduo de um local, por vezes de difícil acesso, de onde o mesmo não possa sair sozinho em segurança. Pode ser necessário o uso de materiais e equipamentos especiais para efetuar a retirada, além de treinamento específico para realizar esses procedimentos. Cada veículo é equipado com materiais e equipamentos específicos, tripulado por profissionais com diferentes atribuições que compõem as equipes, segundo o tipo de atendimento destinado a prestar, no caso, suporte básico de vida (SBV) ou suporte avançado de vida (SAV). Os veículos de SAV são equipados com materiais médico- hospitalar, equipamentos e medicamentos, permitindo a estabilização do cliente e seu transporte para o hospital. Profissionais da área de segurança, como policiais rodoviários e bombeiros identificam situações de risco e realizam manobras de salvamento, resgate e, quando necessário, o suporte básico de vida (SBV). Para a segurança dos profissionais e do paciente, é necessário que todos os princípios de biossegurança sejam aplicados. É importante promover a limpeza terminal ou concorrente do interior da ambulância e a desinfecção adequada de materiais e equipamentos. →Atendimento hospitalar: Pronto socorro deverá apresentar infraestrutura superior a unidade não hospitalar de atendimento as urgências e emergências. →Transferências e transporte inter-hospitalar: Serviços especializados e de maior complexidade deverão ser referência para um ou mais municípios de menor complexidade. 1.2 Unidade de Emergência “Estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência a doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato. Funciona durante as 24 horas do dia e dispõe apenas de leitos de observação". 1.2.1 Estrutura, organização e funcionamento Quando uma pessoa sofre agravo agudo à saúde, deve ser acolhido em Serviço do SUS mais próximo de sua ocorrência, seja numa Unidade de Saúde da Família, pronto atendimento ou pronto socorro. 8 Caso haja necessidade de tratamento de maior complexidade, as centrais de regulação têm a responsabilidade de identificar, dentre os recursos disponíveis no território de abrangência, aquele que possa dar melhor resposta à demanda e redirecionar o atendimento. Compete, portanto, ao Poder Público, ordenar o atendimento às urgências e emergências, possibilitando acolhimento, atenção qualificada e resolutiva para pacientes com qualquer nível de gravidade. Os componentes pré-hospitalar fixo e móvel, hospitalar e pós-hospitalar. 1.2.1.1 Componente pré-hospitalar fixo A Portaria GM/MS nº 2.048 de 05 de novembro de 2002, estabelece o acolhimento de clientes com quadros agudos em unidades de saúde de baixa complexidade, como os estabelecimentos da atenção primária, denominados pré-hospitalar fixo. Na estrutura física do componente pré-hospitalar fixo estabelecido pela Portaria GM/MS nº 1.020/2009, revogado pela Portarianº 1.601/2011, estabelece diretrizes para a implantação do componente Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas da Rede de Atenção às Urgências, em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências. Os casos de urgência devem ser acolhidos em ambiente previamente estabelecido e organizado. É necessário que todos os membros da equipe técnica e administrativa, especialmente a equipe de enfermagem, conheçam a sala para o atendimento de urgência. É atribuição da equipe de enfermagem organizar os materiais médico- hospitalares como laringoscópio com lâminas adulto e infantil, cânula endotraqueal, material para realização de punção venosa, sondas de aspiração e outros. Manter disponíveis medicamentos utilizados em caso de parada cardiorrespiratória (PCR) e insuficiência respiratória, materiais e equipamentos para oxigenioterapia, aspiração traqueal ventilação, desfibrilador externo automático (DEA) e outros deverão estar disponibilizados. Os recursos organizados permitem o atendimento e estabilização do cliente até que seja transferido, de forma adequada para uma unidade de maior complexidade. Os profissionais médicos, enfermeiros técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam no pré-hospitalar fixo são capacitados para estabilizar e encaminhar adequadamente o cliente. A criação de protocolos e rotinas e a sua aplicação auxiliam no tratamento, melhorando os resultados e contribuindo para melhor organização do trabalho e salvando vidas. Serviços de média complexidade ou intermediária podem funcionar até 24 horas, são estruturados para acolher pacientes com quadros agudos ou crônicos agudizados, e funcionam à noite e finais de semana, diminuindo a sobrecarga dos hospitais de maior complexidade. Em alguns Estados do Brasil encontramos as Unidades de Pronto Atendimento (UPA); no Estado de São Paulo temos o pronto atendimento (PA) e, na cidade de São Paulo, a Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Estes recursos foram implantados com base nos dados epidemiológicos de cada região. A equipe médica é composta de clínico geral e pediatra, podendo ser ampliado com ortopedistas e cirurgiões, equipe de 9 enfermagem, equipe de apoio diagnóstico (laboratório e radiologia) e profissionais da área administrativa. São disponibilizados medicamentos, leitos de observação de 6 a 24 horas em algumas unidades e ambulância para o transporte. A estrutura física e organização de fluxos devem funcionar de forma integrada, agilizando o desenvolvimento do trabalho. São necessários, para estes estabelecimentos, recursos como monitor cardíaco com desfibrilador e marca-passo externo, bomba de infusão, respirador, entre outros. Medicamentos como antibióticos injetáveis, drogas vasoativas e psicotrópicos fazem parte dos recursos pela condição clínica dos clientes acolhidos. A retaguarda hospitalar deve ser assegurada por meio de pactuações prévias entre gestores para garantir o acesso a hospitais de alta complexidade. 1.2.1.2 Fluxograma de atendimento Uma vez iniciado o atendimento pré-hospitalar, a assistência continua ao longo do transporte até a chegada ao pronto-socorro. As informações do atendimento são transmitidas à equipe do hospital, responsável pelo tratamento definitivo, e conforme o caso e a gravidade, o paciente é encaminhado para a sala de emergência, centro obstétrico, centro cirúrgico ou ao consultório. 1.2.1.3 Atendimento hospitalar As unidades de emergência hospitalares ou prontos-socorros oferecem atendimento imediato e ininterrupto aos pacientes adultos ou crianças em estado crítico ou potencialmente crítico. O atendimento hospitalar é definido por grau de complexidade - tipo I, II e III. Toda infraestrutura referente a recursos materiais, equipamentos e medicamentos deve estar de acordo com as normas e compatível com serviço de emergência. As áreas físicas são estruturadas conforme a complexidade do hospital, considerando-se os tipos I, II e III. Assim, hospitais que recebem clientes de maior complexidade oferecem recursos humanos, materiais e tecnológicos compatíveis com a necessidade de cada caso. A estrutura física adequada é normatizada pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Portaria RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, estabelece normas técnicas para elaboração de 10 projetos da estrutura física, arquitetônica, símbolos gráficos, desenho técnico e toda organização física para estabelecimentos assistenciais de saúde. De acordo com a Anvisa, há a necessidade de área física ampla, com número mínimo e suficiente de salas e quartos ou boxes com divisórias para acomodar os clientes com conforto e privacidade. As dependências são projetadas conforme as normas estabelecidas pela legislação, considerando-se o fluxo de pessoas que circulam no local. Essa área deve ter revestimento lavável, em cor clara e com cantos arredondados, como também dispor de boa iluminação e ventilação; as considerações de segurança e conforto incluem um ambiente tranquilo, com a minimização de ruídos e agentes estressantes. A unidade de emergência é caracterizada pelo fluxo intenso de pessoas que circulam nessa área, em razão da rotatividade dos pacientes que procuram o serviço devido à gravidade das condições em que se encontram, motivadas por trauma, afecções não traumáticas, alterações de comportamento, entre outras. A variedade dos agravos apresentados por esses pacientes justifica a diversidade de profissionais que atuam nessa unidade, com equipe multidisciplinar composta por profissionais de enfermagem, assistente social, fisioterapeuta, médicos de diferentes especialidades, entre outros, bem como a avançada tecnologia presente com equipamentos de alta precisão. Essa complexidade exige a capacitação permanente dos profissionais que nela atuam. Hospital tipo I – Especializados: contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para atendimento de urgência de natureza clínica e cirúrgica, nas áreas de pediatria ou traumato-ortopedia ou cardiologia. Hospital tipo II - hospitais gerais: dispõem de unidade de emergência, recursos tecnológicos e humanos adequados para o atendimento geral de urgência clínica e cirúrgica. Hospital tipo III - hospital geral: contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para atendimento de urgências clínicas, cirúrgicas e traumáticas. Desempenham ações de capacitação, aprimoramento e atualização para todos os profissionais envolvidos no atendimento de urgência, conhecido como hospitais universitários ou de ensino. Na estrutura organizacional do serviço, contamos com o responsável técnico (RT) de cada categoria profissional, que será o responsável em promover as capacitações em parceria com serviço de educação hospitalar. Ao realizar intervenções orientadas no tratamento e na prevenção de outros agravos, é fundamental a destreza, a capacidade de observação, de trabalho em equipe e o desenvolvimento do pensamento crítico orientador na tomada de decisão. Entretanto, o atendimento prestado com rapidez pode ser comprometido por fatores como fadiga, falta de atenção e desrespeito às normas de biossegurança, e predispõe o profissional aos riscos de acidentes e doenças ocupacionais. 11 O processo de trabalho na unidade de emergência requer sólida fundamentação científica e prontidão no cumprimento imediato das atribuições por parte de cada profissional da equipe de atendimento. Ressaltamos, porém, que as situações imprevistas com as quais se deparam os profissionais nesses serviços requerem atenção não apenas no aspecto técnico-científico. A equipe multidisciplinar precisa estar preparada emocionalmente para a vivência de situações limítrofes que impactam os serviços de urgência em relação ao binômio vida e morte. O equilíbrio em lidar com essas situações tem repercussão na vida do paciente e de seus familiares, que sesentirão apoiados e mais seguros em relação ao atendimento que recebem da equipe. Rotinas organizacionais, operacionais e técnicas devem ser de conhecimento de toda a equipe de trabalho da emergência, para que haja melhor desempenho operacional e alcance da qualidade na assistência do cliente em situação de urgência. A qualidade da assistência prestada por profissionais que atuam nos serviços de urgência está diretamente relacionada à capacitação técnica da equipe de emergência e à organização do serviço dentro da instituição. Protocolos institucionais devem ser implementados e atualizados a cada quatro anos e sempre que necessário. 1.2.1.4 Organização da Planta Física de um Pronto Socorro A unidade de emergência deve estar situada em locais próximos à entrada do hospital e bem sinalizada, para facilitar o acesso e a movimentação adequada e segura de clientes e profissionais. Deve-se manter salas específicas para o atendimento de pediatria por exemplo. A entrada da emergência sempre deve estar livre de obstáculo, e a porta de acesso ao interior deve permanecer desimpedida, para entrada rápida. A cada unidade existirá uma ou várias salas: recepção e espera, sala de triagem, sala de emergência, sala de observação, consultórios, posto e chefia de enfermagem, coleta de exames, sala de gesso, sala de inalação, ECG e RX, sala de medicações e balcão de informações. 1.2.1.5 Atribuições do Técnico em enfermagem de acordo com o setor de emergência O Técnico em enfermagem, conforme a Lei do exercício profissional, deve assistir ao enfermeiro no planejamento de atividades de assistência no cuidado ao paciente em estado grave, exercendo atividades tais como: - Controlar sinais vitais do paciente - Auxiliar na recepção dos pacientes, - Realizar curativos - Transportar paciente - Auxiliar durante o processo de RCP - Monitorar pacientes graves, instalar bombas de infusão e monitorar - Realizar curativos de pequena e média complexidade Sala de triagem → Recepcionar o paciente → Anotar queixas 12 →Verificar sinais vitais (PA, P, R, T e dor) Sala de medicação →Manter a sala limpa e organizada →Providenciar materiais e medicamentos →Realizar checagem →Checar data de validade →Preparar e administrar medicamentos →Realizar punção venosa →Realizar coleta de exames →Orientar os pacientes →Realizar anotações de enfermagem Sala de Observação → Acolher o paciente →Verificar os sinais vitais → Realizar anotações de enfermagem → Verificar os acessos sanguíneos → Monitorizar o paciente → Preparar e administrar medicamentos conforme a prescrição médica → Realizar cuidados com a higiene pessoal do paciente → Observar e anotar eliminações → Coletar e encaminhar exames Sala de inalação → Preparar e administrar medicação prescrita pelo médico → Manter a limpeza e organização do setor → Realizar anotações de enfermagem → Providenciar materiais e medicamentos → Verificar prazos de validades dos medicamentos → Encaminhar o paciente para atendimento médico ou alta hospitalar Sala de sutura e curativo → Providenciar kit de sutura → Auxiliar o médico na oferta de material e medicamentos → Encaminhar o material sujo para a central de material esterilizado (CME) → Verificar datas de validade → Realizar curativo Sala de emergência → Acolher o paciente e familiares de forma humanizada → Checar materiais e medicamentos → Manter o local limpo e organizado → Checar a rede de gases → Realizar punção venosa → Realizar curativo → Realizar medicação conforme prescrição médica 13 → Realizar o monitoramento do paciente → Realizar anotações de enfermagem → Auxiliar o médico nos procedimentos ofertando os materiais descartáveis → Realizar checagem e conferência de bandejas: intubação, flebotomia, punção lombar, punção abdominal, kit de cateterização vesical e kit de cateter gástrico. → Coletar e encaminhar exames. 1.2.1.6 Recursos Materiais Todas as salas deverão dispor do material necessário para cada atendimento (pontos de oxigênio, ar comprimido e vácuo), assim como dos equipamentos como monitores, respiradores (ventilador mecânico), desfibriladores, aparelho para tomografia, ressonância magnética e outros exames diagnósticos, macas, cadeiras de rodas, suportes de soro, todas em quantidade suficiente. 1.2.1.7 Triagem Alguma forma de triagem sempre foi feita em serviços de urgência e emergência em nosso meio, seguindo, no entanto, a lógica de exclusão. Triagem significa classificação ou priorização de itens e classificação de risco não pressupõe exclusão e sim estratificação. A triagem é realizada para classificar o cliente, realizar uma avaliação prévia (verificar SSVV, nível de consciência), coletar alguns dados importantes e encaminha-lo de acordo com a necessidade e prioridade. Nos casos de cliente inconsciente, os dados deverão ser coletados com um familiar. A classificação poderá ser: emergência ou urgência nos casos de: Parada respiratória; parada cardíaca; dificuldade respiratória associada ou não à dor torácica; politraumatismo e grandes hemorragias; queimaduras de grande extensão; rebaixamento do nível de consciência; intoxicações ou dosagem excessiva de drogas; Ferimento por arma de fogo ou Ferimento por arma branca; estado de choque; estado febril (acima de 40ºC); emergências ou complicações na gestação. 1.2.1.8 O Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco de Vida na Unidade Urgência/Emergência ➔ Acolhimento: Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento possui uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. É o ato de acolher, ou recepcionar o usuário a um atendimento que o auxilia, protege ou socorre, que nos leva a entender a mudança de relacionamento entre o usuário e o profissional de saúde, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário como pessoa participante ativa no processo de produção da saúde. 14 A classificação de risco é um dispositivo da PNH, uma ferramenta de organização da “fila de espera” no serviço de saúde, para que aqueles usuários que precisam mais sejam atendidos com prioridade, e não por ordem de chegada. Acolhimento não é triagem Todos os profissionais de saúde fazem parte do acolhimento. Entretanto as portas de entrada dos serviços de saúde (Pronto Socorro) podem demandar a necessidade de um grupo preparado para promover o primeiro contato com o usuário; uma postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas pelo usuário que inclua sua cultura, saberes e capacidade de avaliar riscos; avaliação de necessidade do usuário em função de seu risco, proporcionando a priorização da atenção e não o atendimento por ordem de chegada. ➔ Classificação de Risco: É um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos a saúde ou grau de sofrimento. Uma vez que não se trata de fazer um diagnóstico prévio nem de excluir pessoas sem que tenham sido atendidas pelo médico, a classificação de risco é realizada por profissional de enfermagem de nível superior, que se baseia em consensos estabelecidos conjuntamente com a equipe médica para avaliar a gravidade ou o potencial de agravamento do caso, assim como o grau de sofrimento do paciente. Os protocolos de classificação são instrumentos que sistematizam a avaliação – que, em muitos casos, é feita informalmente pela enfermagem – e devem ter sempre respaldo médico. No âmbito da equipe de enfermagem, segundo Art 1º da Resolução Cofen311/2007, o Enfermeiro é o único profissional da equipe que pode atuar no processo de classificação de risco e priorização da assistência à saúde, desde que tenha a devida qualificação, conforme citado anteriormente. Ou seja, a classificação de risco é uma atividade PRIVATIVA do Enfermeiro. ➔ Objetivos da Classificação de Risco - Avaliar o paciente logo na sua chegada ao PS humanizando o atendimento. - Diminuir a superlotação. - Reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade. - Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades conforme protocolo. Exemplo: ortopedia, ambulatórios, etc. - Informar os tempos de espera. - Promover ampla informação sobre o serviço dos usuários. - Retornar informações aos familiares. A classificação foi criada para melhor organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entradas com necessidades de urgências/emergências das Unidades Básicas, Prontos Atendimentos e Hospitais, garantindo um atendimento resolutivo e humanizado aqueles em situação de sofrimento agudo ou crônico de qualquer natureza. 15 A classificação de risco se dará nos seguintes níveis: FONTE: redehumanizasus.net (2016) 2. Conceito de Urgência e Emergência Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM n° 1.451, de 10 de março de 1995, urgência significa a ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Define ainda, a emergência como sendo constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Note-se que esses conceitos estão relacionados ao fator tempo como determinante do prognóstico vital. Entretanto, esses termos podem ter outra interpretação, como imprevisto ou interrupção de ordem do curso da vida para pacientes e familiares, perturbação de sua organização para as instituições, e outras ainda, como (...) relativo a emergir, ou seja, alguma coisa que não existia, ou que não era vista, e que passa a existir ou ser manifesta, representando, dessa forma, qualquer queixa ou novo sintoma que um paciente passe a apresentar. Assim, tanto um acidente quanto uma virose respiratória, uma dor de dente ou uma hemorragia digestiva, podem ser consideradas emergências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Como podemos ver, o uso desses termos pode causar dúvidas. Pensando nisso, a Coordenação Geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde, propôs a utilização do termo urgência para todos os casos que necessitem de cuidados agudos, deixando de lado a diferenciação da terminologia urgência e emergência. 3. Materiais e equipamentos para atendimento de urgência e emergência O carro de emergência pode ser definido como uma estrutura móvel constituída por gavetas providas com materiais, medicamentos e equipamentos necessários para o atendimento do cliente em situações de urgências ou emergências médicas. 16 A padronização desse carro objetiva homogeneizar o conteúdo e quantidade de materiais e medicamentos, retirando o desnecessário e acrescentando o indispensável, de forma a agilizar o atendimento de emergência e reduzir o desperdício. Este é indispensável para a assistência nas diversas unidades, tais como, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), centros cirúrgicos, enfermarias, serviços de urgências, emergências hospitalares e extra-hospitalares (PONTES et al., 2010, p.1 apud COREN-SP, 2013). É fundamental que exista uma lista com todos os itens presentes no carro de emergência para que estes possam ser checados quanto à presença, integridade, validade e conformidade com a padronização (KNOBEL, 2006 apud COREN-SP, 2013). • Monitor Cardíaco; • Eletrocardiógrafo; • Respirador Mecânico; • Bomba De Infusão; • Cama Fowler; • Carro De Emergência; • Material Para Intubação Endotraqueal - Adulto/ Infantil/ Neonatal; • Oxímetro De Pulso; • Conjunto De Nebulização Em Máscara; • Conjunto Padronizado De Beira De Leito: Termômetro; Esfigmomanômetro; Estetoscópio; Ambu Com Máscara. • Cilindros de Oxigênio (Transporte); • Ventilador Para Transporte; • Aspirador de secreções; • Negatoscópio; • Otoscópio; • Máscara Venturi com diferentes concentrações de gases; • Pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvulas reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito; • Capacete para oxigenioterapia (pediátrico e neonatal); • Incubadora para transporte; • Bandejas para procedimentos: cateter central (intracath) drenagem de tórax pequena cirurgia curativos flebotomia punção lombar cateterismo vesical intubação endotraqueal: adulto / infantil/ neonatal 4. Montagem do carrinho de emergência Baseado na Diretriz da AHA (2003), o conteúdo dos carros foi dividido em níveis de prioridade: ✓ Nível 1- itens essenciais, que devem estar disponíveis IMEDIATAMENTE; 17 ✓ Nível 2- itens altamente recomendados, que devem estar disponíveis, no máximo, em 15 minutos; ✓ Nível 3 – itens recomendados, mas opcionais. Caso as drogas e equipamentos classificados como nível 2 não possam estar disponíveis NA UNIDADE para acesso em ATÉ 15 minutos, devem PERMANECER nos carros de emergência. A quantidade de drogas e equipamentos deve ser estipulada conforme necessidade da área e rotina institucional. O carrinho de emergência fica localizado em todas as unidades de atendimento emergencial, e pode ser facilmente transportado sempre que houver necessidade. Este carrinho é de responsabilidade privativa do enfermeiro, que deve averiguar sua montagem. O técnico, supervisionado pelo enfermeiro, deve realizar sua reposição e checagem diária. Por conter medicações de alta vigilância (controladas), deve ser mantido lacrado, com identificação de todos os itens que o compõem. Toda vez que o lacre for rompido, significa que foi usado e precisa ser reposto. Somente utilize esses materiais em casos de emergência. Cada hospital deve se adequar conforme suas necessidades, essa é uma lista de materiais, equipamentos e medicamentos básicos, podendo ser modificado seguindo as necessidades de cada local. • O carro de emergência equipado deverá estar posicionado em local estratégico e de fácil acesso e mobilidade; • A quantidade de carro de emergência por unidade variará de acordo com o número e nível de complexidade dos clientes assistidos e da estrutura física do local; • As gavetas do carro de emergência deverão estar identificadas com tarjas de cores padronizadas, com a descrição de suas respectivas composições; * O carro de emergência que não estiver em uso deverá permanecer lacrado/fechado. A retirada do lacre deverá ocorrer mediante situações de atendimento às urgências e emergências clínicas, ou quando conferência e/ou auditoria; * As composições dos materiais e dos medicamentos do carro de emergência - seguindo as recomendações da Diretriz de Apoio e Suporte Avançado de Vida em Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e adequada a realidade institucional e ao perfil da clientela assistida – serão classificados em três (3) categorias: BLOCO ADULTO; BLOCO PEDIÁTRICO (neonatal e pediátrico) e BLOCO AMBULATORIAL. 0 FLUXOGRAMA DE CONFERÊNCIA E TESTAGEM DO CARRO DE EMERGÊNCIA NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS 18 1 FLUXOGRAMA DE ROTINA DE CONFERÊNCIA E TESTAGEM DO CARRO DE EMERGÊNCIA UTILIZADO NOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS 19 20 A configuração dos carros de emergência pode variar pois existem vários modelos. O correto é sempre conhecer bem cada parte do carro disponível na sua instituição de saúde. Um dos modelos de configuração pode ser:BASE SUPERIOR – Desfibrilador, estetoscópio, cilindro de O2, Bolsa-válvula-máscara, tábua rígida. 1ª. GAVETA – Fármacos de primeira linha em situações de emergência. 2ª. GAVETA – Material para acesso de vias aéreas. 3ª. GAVETA – Material para acessos venosos. 4ª. GAVETA – Demais materiais: soros, equipos... 21 22 23 24 Cuidados de enfermagem • Manter o carro de emergência organizado • Verificar data de validade de materiais e medicamentos • Realizar checagem dos materiais • Checar equipamentos, tais como monitor, ECG e desfibrilador • Checar a bandeja de intubação, testar o funcionamento do laringoscópio. • Verificar o funcionamento do respirador artificial (ambu). 5. Farmacologia Denomina-se acidentes com medicamentos todos os incidentes, problemas ou insucessos, inesperados ou previsíveis, produzidos ou não por erros, consequência ou não de imperícia, imprudência ou negligência, que ocorrem durante o processo de utilização dos medicamentos. Este conceito engloba toda a sequência de procedimentos técnicos ou administrativos, que causem ou não danos ao paciente. São, portanto, todos os eventos adversos relacionados aos medicamentos, os quais, por sua vez, dividem-se em reações adversas e erros de medicamentos. O potencial de risco para erros de medicação existente no setor de emergência é observado, principalmente, pela quantidade de medicamentos que são prescritos e administrados durante a fase crítica do atendimento. Além disso, alguns agentes, como as drogas vasoativas e os eletrólitos, requerem o cálculo rigoroso da dose e da velocidade de infusão. Por outro lado, esse risco estende para as demais fases do sistema de medicação e se agrava mediante o quantitativo de pacientes. 25 5.1 Medicamentos usados em emergência Para diluição: Água bidestilada ampola com 5ml e 10ml; Cloreto de sódio – ampola de 10ml a 20%. Demais medicamentos: * Aminofilina - Ampola de 10 ml com 240mg (24mg/ml). * Atropina - Ampola de 1 ml com 0,5mg. * Bicarbonato de sódio - Ampola de 10ml a 8,4%. * Cloreto de potássio (KCl) - Ampola de 10 ml a 10%. * Diazepam - Ampola de 1 ml com 10 mg; Ampola de 2 ml com 10 mg. * Dopamina - / Revivan Ampola de 10 ml com 50mg (5mg/ml) * Epinefrina / Adrenalina - Ampola 1mg/1ml. * Hidantal / Fenitoína sódica - Ampola de 5ml a 5% (50mg/ml). * Amiodarona / Ancoron - Ampola de 3 ml com 150mg (50mg/ml). * Fentanil - Frasco de 10 ml com 0,0785 mg/ml. * Gardenal / Fenobarbital - Ampola de 1 ml com 200mg. * Furosemida / Lasix - Ampola de 2ml com 20mg (10mg/ml). * Prometazina / Fenergan - Ampola de 2 ml com 50mg. * Sulfato de magnésio - Ampola de 10ml a 50%. * Hidrocortisona / Solu-cortef - Frasco-ampola com 500mg + diluente (2ml). * Heparina / Liquemine - Frasco 5 ml; * Midazolan / Dormonid - Ampola de 3 ml com 15mg. Ampola de 1 ml com 5mg * Haldol / Haloperidol - Ampola de 1ml com 5mg * Adalat / Nifedipina - Cápsula sublingual 10mg * Isordil - Cápsula sublingual 10mg. * Gluconato de cálcio - Frasco-ampola com 10ml a 10% (100mg/ml). * Glicose hipertônica - Ampola de 20ml a 50%. * Cloridrato de lidocaína / Xylocaína. SOROS • Glicosado 5%: é uma solução isotônica; • Fisiológico: também é uma solução isotônica; • Ringer lactato: usado para substituir fluidos e eletrólitos em pessoas que têm baixo volume de sangue ou pressão arterial baixa. 6. Assistência de enfermagem em emergências 6.1 Distúrbio ácido-básico A regulação dos líquidos do organismo compreende a manutenção de concentrações adequadas de água e eletrólitos para melhor funcionamento celular. A distribuição dos líquidos corpóreos está dividida em dois compartimentos que são o intracelular (40% do peso corpóreo) e o extracelular. O espaço extracelular, por sua vez, compreende o espaço intersticial (20% do peso corpóreo) e o espaço intravascular (15% do peso corpóreo). 26 A água contida nos compartimentos intracelular, intersticial e intravascular representa o volume total de água do organismo. Os líquidos orgânicos contêm nutrientes, colesterol, oxigênio, gás carbônico, aminoácidos, proteínas e eletrólitos – sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, entre outras substâncias. O balanço entre a ingestão e a excreção de líquidos representa o líquido corpóreo. A captação é feita pelo trato digestório e a eliminação pelos pulmões, rins, fezes e também pela transpiração. Os fluidos corpóreos e os eletrólitos se transportam para outros compartimentos, o que facilita os processos corporais e têm como objetivo final o metabolismo celular. Esses processos bioquímicos são a osmose, a difusão, o transporte ativo e a filtração. Nível muito elevado ou muito reduzido de eletrólitos ou de volume é incompatível com a vida e requer intervenção imediata para a reversão do quadro. 6.1.1-Alterações de Volume A diferença dos componentes dos líquidos intracelulares e extracelulares é mantida pela membrana celular, que é totalmente permeável à água e semipermeável às outras substâncias. A manutenção do equilíbrio dos líquidos intravascular e extravascular é feita por meio da diferença de pressão entre os dois compartimentos. A reposição de líquidos dependerá da volemia e poderá ser feita com soluções isotônicas ou hipertônicas. Cabe ao técnico de enfermagem vigilância constante em relação ao turgor da pele, aspecto das mucosas, volume de diurese e resultados de exames laboratoriais. A reposição da volemia e dos eletrólitos deve ser feita de forma gradual, acompanhada da análise dos resultados dos exames e da resposta clínica do paciente. Distúrbios eletrolíticos mais comuns evidenciados em pacientes em estado crítico são hiponatremia (-Na), hipernatremia (+Na), hipocalemia (-K), hipercalemia (+K). É fundamental que o técnico de enfermagem conheça o motivo da reposição de eletrólitos. É necessário, portanto, estar atento aos resultados dos exames laboratoriais. 6.1.2 Equilíbrio e desequilíbrio acidobásicos Para a manutenção adequada do funcionamento celular é necessário que os líquidos orgânicos estejam em harmonia nos compartimentos intracelular e extracelular. A água, os eletrólitos, os íons de hidrogênio (H+), os ácidos e as bases presentes nesses líquidos são capazes de manter o equilíbrio. Na tentativa de ajustar o desequilíbrio, o organismo utiliza-se de mecanismos de compensação. Quando ocorre um distúrbio metabólico ele se autocorrige com um distúrbio respiratório contrário e vice-versa. 27 A avaliação do desequilíbrio acidobásico é feita pela análise da gasometria arterial. Esse exame de sangue indica a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono, o valor do pH, a saturação de oxigênio, o excesso de base e o bicarbonato. Os valores normais são: O sistema tampão é também uma maneira do pH ser equilibrado. Por exemplo: a hiper acidez do estômago é combatida com um sal popularmente conhecido como bicarbonato. O ácido do estômago interagindo com o bicarbonato (alcalino) provoca um efeito tampão dentro do estômago, de forma que o pH esteja e permaneça na faixa normal do estômago, mesmo com alterações naturais do sistema digestivo. Os desequilíbrios possíveis de acontecer são metabólicos e respiratórios. Quando houver uma diminuição do valor do pH caracteriza-se uma acidose, ou seja, um aumento de ácidos e uma diminuição de base. Quando houver um aumento do valor do pH caracteriza-se uma alcalose, ou seja, um aumento de base e uma diminuição de ácidos. Resumindo, os desequilíbrios são: Acidose metabólica (BIC↓), Alcalose metabólica (BIC↑), Acidose respiratória (CO2↑), Alcalose respiratória (CO2 ↓). A Resolução Cofen 390/2011 que normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva, traz o seguinte texto: Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem,a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão. 6.2 Cardiovascular 6.2.1 Estado de Choque O choque é um estado grave em que ocorre diminuição do volume de sangue para os tecidos resultando em perfusão inadequada com a redução de oxigênio celular, ocasionando prejuízos para as funções vitais. 28 → Sinais e sintomas Hipotensão; pulso filiforme, fraco e rápido (taquicardia); palidez; pele fria e pegajosa; diminuição da perfusão periférica; dificuldade respiratória (cianose); alteração da consciência; débito urinário diminuído ou ausente; e hipotermia (exceto o choque séptico). 6.2.1.1 Choque Hipovolêmico Ocorre quando o volume sanguíneo é insuficiente no vaso, provocado pela perda de sangue, plasma e líquidos do organismo. As causas mais comuns são hemorragias, queimaduras e desidratação. Os sinais e sintomas variam de acordo com a taxa de perda sanguínea ou de líquido. Na hemorragia, além da redução do volume de sangue, há perda de hemoglobina. Na monitoração hemodinâmica, ocorre diminuição da PVC e do trabalho cardíaco. 6.2.1.2 Choque Cardiogênico O choque cardiogênico ocorre por falência do coração como bomba, ou seja, ele não consegue bombear sangue suficiente para os tecidos. As causas mais comuns são: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias graves, embolia pulmonar e hipertrofia ventricular esquerda, com risco de edema pulmonar. A alteração do fluxo sanguíneo no cérebro pode alterar o nível de consciência. 6.2.1.3 Choque Anafilático É o resultado de uma reação súbita, ou seja, uma resposta aguda do sistema imunológico (reação antígeno-anticorpo), na presença de uma substancia à qual o organismo já tenha sido sensibilizado, como iodo, penicilina, picada de abelha, etc. Qualquer substancia estranha pode provocar o choque anafilático. As reações fatais podem ocorrer em minutos. Observam-se alterações cutâneas, circulatórias e brônquicas, com edema de glote e dificuldade respiratória. A gravidade da reação é proporcional ao grau de sensibilidade do cliente, à via de entrada do alergeno e ao tempo de absorção. 6.2.1.4 Choque Séptico É o resultado de processos infecciosos graves, com função celular inadequada e alteração no padrão hemodinâmico. O choque séptico é causado por septicemia (na maioria das vezes, por bactérias gram-negativas). Nesse tipo de choque, é comum o cliente apresentar hipertermia. O choque séptico pode evoluir para falência múltipla dos órgãos e morte. 6.2.1.5 Choque Neurogênico O choque neurogênico pode ser causado por lesões do tronco cerebral, bloqueio de impulsos vasomotores, aumentando a pressão intracraniana com a perda de tonicidade simpática, uso de drogas, hipoglicemia, anestesias, medo ou dor excessiva. É caracterizado por um quadro agudo, podendo causar lesões isquêmicas no encéfalo e PCR. 29 6.2.1.6 - Assistência de enfermagem Tratar a causa básica do choque é fundamental. Mantenha preparado o material para procedimentos de descompressão torácica e pericárdica. Observe a coloração e temperatura da pele, qualidade do pulso (frequência, amplitude e ritmo) e perfusão capilar. É importante que o técnico de enfermagem fique atento aos sangramentos, realizando a compressão nos ferimentos externos. Caso o paciente necessite de sedação, é importante conhecer a ação e efeitos colaterais das drogas. O intuito é diminuir a agitação e o consumo de oxigênio. A reposição volêmica é feita por meio da infusão de soluções intravenosas como ringer lactato e soro fisiológico 0,9%. Ao instalar os dois acessos venosos periféricos, é necessário atentar para o calibre dos cateteres periféricos (14G ou 16G), sempre na região ante cubital. O controle do débito urinário é um parâmetro essencial de resposta ao tratamento do choque, sendo importante que você realize a sondagem vesical de demora (SVD) assim que possível. Auxiliar e/ou coletar exames laboratoriais, ficando atento aos resultados e possíveis correções dos distúrbios metabólicos e respiratórios. Esse desequilíbrio pode responder pelo agravamento do quadro e causar a morte do cliente. 6.2.1.7 - São atribuições de enfermagem: -Fazer uma rápida avaliação e estabelecer prioridade. -Monitorar continuamente os sinais vitais. -Manter acesso venoso permeável para a infusão de drogas, reposição hídrica, transfusão sanguínea etc. -Manter cliente aquecido. -Retirar próteses e manter as vias respiratórias desobstruídas. -Promover oxigenoterapia por cateter, máscara ou IOT. -Em anafilaxias provocadas por drogas, interromper a infusão imediatamente. -Nos casos de hipoglicemia, administrar glicose conforme prescrição médica. -Nos casos hemorrágicos, localizar e controlar o ponto de sangramento. -Auxiliar na cateterização central para o controle de pressão venosa central (PVC). -Na suspeita de lesão cerebral, manter o cliente em posição Fowler (45 graus), para prevenir edema cerebral e aumento de pressão intracraniana. -Administrar medicamentos conforme prescrito. -Proceder a coleta de sangue para exames. -Fazer balaço hídrico. -Utilizar sonda vesical de demora para controle de débito urinário. -Iniciar manobras de reanimação, se necessário. Tratamento medicamentoso Dopamina (bolus), Dobutamina (bolus), Noradrenalina(bolus), Hidrocortizona. 30 6.2.2 Infarto Agudo do Miocárdio Incluído entre as principais Síndromes Coronarianas Agudas (SCAS). Caracterizado pela destruição tecidual do miocárdio (necrose), decorrente da insuficiência de suprimento sanguíneo das artérias coronárias devido a sua oclusão. As causas mais comuns do IAM são: doença coronariana oclusiva de alto grau, como aterosclerose; oclusão total de uma artéria coronária normal, devido a um êmbolo, trombo ou vasoespasmo; redução súbita e acentuada do fluxo sanguíneo coronariano nos estados de choque. Também está relacionado a tabagismo, estresse, sedentarismo, obesidade, hipertensão etc. O primeiro passo a ser dado pela equipe de enfermagem face a um paciente que chega com um problema cardíaco consiste na correta avaliação para determinar a alteração e poder iniciar o protocolo de cuidados para este tipo de problema. No caso de dores torácicas, é imprescindível o conhecimento de cada tipo de dor e suas características. Para excluir outras dores e conhecer a dor precordial, estabeleceremos uma avaliação geral do paciente, fazendo-lhe diferentes perguntas dirigidas à determinação do tipo de dor que o acomete. 1. Onde se situa a dor? 2. Como é essa dor? É como uma sensação de opressão? 3. A dor irradia-se para qualquer outra parte do organismo? 4. Estava realizando alguma atividade quando começou a sentir a dor? 5. Já lhe tinha acontecido antes algo parecido? 6. Tem sensação de aperto ou dificuldade para respirar? Todas estas perguntas serão acompanhadas por uma revisão do paciente na procura de alterações vegetativas, como náuseas, vomito, hipotensão, palidez e sudorese. Após ouvir as suas respostas, poderemos determinar quando se trata de um paciente com uma alteração cardíaca isquêmica, uma vez que, neste caso: * dor pode localizar-se na região precordial; não pode ter a sua origem noutra região mais distante. *característica mais típica da dor precordial é a sua forma, a opressão. Os pacientes referem-se sempre a uma dor que “aperta” ou como “uma laje em cima” etc. Esse tipo de dor apenas pode ser de origem cardíaca. *dor cardíaca irradia-se para várias regiões, sendo os locais mais frequentes: -Ombro e MSE -Ombro e MSD -Pescoço (regiões carotídeas) -Maxilar -Peito -Região Interescapular -Região occipital e região posterior do pescoço. -Epigástrio *Muitas vezes, o aparecimento da dor precordial coincide com a realização de algum tipo de exercício físico (sobretudo em pacientesjovens entre 35 e 55 anos); no entanto outras vezes a dor aparece de forma súbita com o paciente em repouso (mais habitualmente em pacientes mais velhos). 31 *É normal que os pacientes que recorrem a um serviço de emergência por uma dor torácica, tenham apresentado este quadro em outras ocasiões, o que faz pensar no diagnóstico feito então. *Dispneia pode não ser um primeiro sintoma a aparecer na cardiopatia isquêmica, mas pode ocorrer quando a função do coração se encontra diminuída por outras alterações associadas. Após a avaliação geral do paciente e a indagação acerca deste tipo de dor, deve-se realizar a primeira prova diagnóstica da cardiologia: o eletrocardiograma. 6.2.2.1 - ELETROCARDIOGRAMA (ECG) É realizado com o uso de um eletrocardiógrafo que permite registrar a atividade elétrica do coração, sobre um papel milimetrado. Para realizar um eletrocardiograma, colocam-se dispositivos (eletrodos) sobre a pele do paciente, em regiões predeterminadas das extremidades superiores, inferiores e do tórax, obtendo-se as 12 derivações eletrocardiográficas. - Derivações bipolares (DI, DII e DIII) - Derivações unipolares (AVR, AVL, AVF) - Derivações unipolares (V1, V2, V3, V4, V5, V6) Cada derivação mostra um aspecto da atividade cardíaca, porque o eletrodo permite captar a atividade elétrica do coração desde diferentes ângulos. 32 6.2.2.2 - Cuidados de enfermagem: - Explicar ao paciente, como será realizado o procedimento; - Pedir que retire anéis e pulseiras ou qualquer objeto de metal, pois os mesmos poderão provocar alguma interferência no exame; - Pedir que deixe o tórax exposto, para posicionar eletrodos e fios corretamente; - Evitar os músculos e as mamas, nas mulheres, pois podem captar a atividade muscular, interferindo no resultado do traçado; - Limpar o local de fixação dos eletrodos com álcool a 70%, removendo o máximo de gordura da pele, para obter boa aderência; - Se for necessário, faça a tricotomia nos locais onde serão fixados os eletrodos; - Solicitar a cooperação do paciente que fique o mais imóvel possível. 6.2.2.3 - Tratamento de emergência: -Manter repouso absoluto em ambiente tranquilo. -Realizar ECG com 12 derivações e amostra de sangue para exames (enzimas). -Prevenir choque e outras complicações. -Manter acesso venoso para administração de drogas. -Promover oxigenoterapia, conforme orientação médica. -Administrar analgésicos para controle da dor. -Manter controle rigoroso dos sinais vitais, com monitoração cardíaca. 33 -Oferecer dieta fracionada e de fácil digestão. -Manter conforto e cuidados higiênicos. -Comunicar arritmias e outros sintomas. -Fazer balanço hídrico. -Observar sangramentos. Preparar o cliente para exames específicos (cinecoronariografia). 6.2.2.3.1 - Tratamento Medicamentoso M O N A B 1-Morfina (em solução decimal) 2-Oxigênio 3-Nitroglicerina 4-Aspirina 5-Beta Bloqueador (metoprolol) Obs.: A fibrinólise é feita com medicamentos específicos de acordo com o início do infarto, extensão e outros parâmetros estabelecidos pelo médico. Os medicamentos mais utilizados no atendimento pré e intra-hospitalar são: AAS, Clopidogrel, Heparina, Nitratos, Beta-bloqueadores, Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), Estatinas e Tenecteplase. 6.2.3 Angina Também se configura como uma das Síndromes Coronarianas Agudas (SCAS). É uma doença cardíaca aterosclerótica caracterizada por dor intensa, aguda e súbita na parte anterior do tórax (precordialgia) relacionada a atividades físicas, mais ou menos intensas ou causada por transtornos emocionais, excesso de alimentação, exposição ao frio etc., devido à má irrigação (irrigação) e consequentemente, hipóxia do miocárdio. Devido a placa de ateroma, há uma diminuição no fluxo sanguíneo das artérias coronárias. Pode ser estável, instável e variante. A causa mais comum é a insuficiência coronariana por aterosclerose, que consiste no acúmulo de lipídios e de tecido fibroso na parede das coronárias (placas de ateroma). Os cuidados são semelhantes aos realizados no IAM. 6.2.4 Hemorragias Perda constante de sangue, ocasionada pelo rompimento de um ou mais vasos sanguíneos (veias ou artérias), decorrentes de cortes, amputações, fraturas etc. Seus efeitos dependem do estado geral do cliente e do volume de sangue perdido. A importância do sangue é inquestionável. O sangue é o meio onde é realizado o transporte de oxigênio e nutrientes para as células e gás carbônico e outras excretas para os órgãos de eliminação. O corpo humano possui normalmente um volume sanguíneo de aproximadamente 70ml/Kg de peso corporal para adultos e 80ml/Kg para crianças, ou seja, um indivíduo com 70ml/Kg possui aproximadamente 4.900ml de sangue. 34 Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada através da avaliação do paciente (sinais de choque compensado ou descompensado). Quanto mais rápida a hemorragia, menos eficientes são os mecanismos compensatórios do organismo. Um indivíduo pode suportar a perda de um litro de sangue, que ocorre em um período de horas, mas não tolera esta mesma perda se ela ocorrer em minutos. Os mecanismos normais que o corpo possui para limitar as hemorragias são as contrações da parede dos vasos sanguíneos, diminuindo o tamanho da abertura por onde o sangue está escapando e a coagulação do sangue, que é uma série de reações químicas. Formando o trombo ou coágulo, que bloqueia o escape de sangue pelo orifício de vaso lesado. Estes mecanismos têm como objetivo a hemostasia, ou seja, o controle do sangramento pelo organismo isoladamente defendendo-o, ou em associações com técnicas de tratamento médico básicas e avançadas (cirúrgicas). Os pacientes com distúrbios no mecanismo de coagulação, por exemplo, os hemofílicos, podem apresentar hemorragias graves por traumas banais. 6.2.4.1 - Classificação Hemorragia interna: ocorre internamente, ou seja, o sangue não se exterioriza, sendo de difícil identificação. Algumas vezes, pode exteriorizar-se pela boca, em golfadas. Pode-se suspeitar de hemorragia interna por meio de estado de choque, no caso de um acidente. Hemorragia externa: é a hemorragia visível, sendo, portanto, de identificação mais fácil. A hemorragia pode ser arterial ou venosa. De acordo com o volume sanguíneo perdido, pode levar ao estado de choque. Na arterial, há saída de sangue vivo e em alto fluxo, acompanhando os batimentos cardíacos. Na venosa, o sangue é mais escuro e sai continuamente. Tipos de Hemorragias externas. Fonte: www.manualscout.cl/ppa/clashemo.gif 6.2.4.2 - Consequências das Hemorragias As hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de choque. As hemorragias lentas e crônicas (através de uma úlcera, por exemplo), causam anemia (ou seja, quantidade baixa de glóbulos vermelhos). O quadro clínico varia de acordo com a quantidade perdida de sangue, velocidade do sangramento, estado prévio de saúde e idade da vítima. Perdas de até 15% do volume sanguíneo (750ml em adultos), geralmente não causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo (exemplo: doação de sangue). Perdas maiores que 15% e menores que 30% (750 a 1.500ml) geralmente causam estado de choque (sem hipotensão arterial). Os sinais e sintomas são: ansiedade, sede, 35 taquicardia, pulso radial fraco, pele fria, palidez, suor frio, taquipneia, enchimento capilar lentificado. Perdas acima de 30% (maiores que 1.500) levam ao choque descompensado com hipotensão. Os sinais e sintomas são: alterações das funções mentais, agitação, confusão ou inconsciência, sede intensa, pele fria, palidez, suor frio, taquicardia, pulso radial ausente, taquipneia importante, enchimento capilar lento. A perda de mais de 50% do volume sanguíneo causa morte. 6.2.4.3 - Reconhecimento das HemorragiasAs hemorragias externas podem muitas vezes ser reconhecidas na inspeção. O sangue pode ser absorvido pelas vestes da vítima, pelo solo ou tapetes, dificultando a avaliação pelo profissional de emergência. Os pacientes politraumatizados com sinais de choque e lesões externas pouco importantes provavelmente apresentam lesão interna. Os locais mais frequentes de hemorragia interna são: o tórax e o abdome. Observar presença de lesões perfurantes, e equimoses ou contusões na pele sobre estruturas vitais. Os órgãos abdominais que mais frequentemente produzem sangramentos graves são: o fígado e o baço. Algumas fraturas, especialmente de quadril e fêmur, podem produzir hemorragias internas graves. Observar extremidades com deformidade e dolorosas e instabilidade pélvica. A distensão abdominal com dor após traumatismo deve sugerir hemorragia interna. Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar. Por vezes hemorragias do tórax produzem hemoptise, que é à saída de sangue através das vias aéreas. O sangramento do esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar através da hematêmese, que é a saída de sangue com o vômito; o sangue eliminado pode se vermelho vivo ou estar parcialmente digerido, com aparência de borra de café. Neste caso, o socorrista pouco pode fazer no pré-hospitalar para controlar a hemorragia. As condutas visam ao suporte da vida, principalmente via aérea e respiração, até o hospital. FONTE: ImageShack, share photos img168.imageshack.uslookfordiagnosis.com 36 6.2.4.4 - Sinais e sintomas Hipotensão; dispneia; taquipneia; hipotermia; pulso rápido e filiforme; palidez cutânea; sede. 6.2.4.5 - Assistência de enfermagem Hemorragia interna 1-Avaliar a gravidade da hemorragia. 2-Nos casos em que o cliente apresentar sinais de choque, realizar o atendimento específico, evitando uma parada cardiorrespiratória. Hemorragia externa 1-Proteger-se com luvas (sempre que em contato com sangue ou fluidos corpóreos). 2-Identificar o local exato da hemorragia, pois o atendimento pode estar sendo realizado no local errado. 3-Colocar compressa estéril no local do ferimento que ocasiona a hemorragia. 4-Fazer curativo compressivo, sem prejudicar a circulação do membro. 5-Se a hemorragia for em braço ou perna e não houver fraturas, elevar o membro. 6-Pressionar a área com os dedos (ponto de pressão) para ajudar a estancar a hemorragia. 7-Administrar medicamentos conforme prescrição médica. 8-Avaliar constantemente os SSVV. 9-Caso o sangue continue saindo após a realização do curativo compressivo, colocar outro pano limpo em cima e uma nova atadura, evitando interferir no processo de coagulação. 10- Os torniquetes são usados essencialmente nos casos de amputação ou esmagamento de membros e só podem ser colocados no braço ou na perna. Último recurso, usado quando todos os outros métodos falharem. Pode levar à perda do membro. Anotar o horário em que o torniquete foi iniciado. Considerá-lo em casos de destruição completa ou amputação de extremidades com sangramento severo. Afrouxe o torniquete entre 5 e 15 minutos. 6.2.5 Arritmias As arritmias são alterações na frequência e/ou ritmo do coração. A descarga rítmica que dá início a cada batimento tem origem no nó sinoatrial, que se encontra na parede do átrio direito. A parte do sistema nervoso que regula automaticamente a frequência cardíaca é o sistema nervoso autónomo, que compreende os sistemas nervosos simpático e parassimpático. O sistema nervoso simpático acelera a frequência cardíaca; o parassimpático a diminui. Só quando o ritmo é inadequadamente rápido (taquicardia) ou lento (bradicardia), ou quando os impulsos elétricos seguem vias ou trajetos anômalos, se considera que o 37 coração tem um ritmo anormal (arritmia). Os ritmos anormais podem ser regulares ou irregulares. A maneira mais exata de comprovar e registrar uma arritmia é por meio de um diagnóstico preciso, que inclui, além da auscultação, inúmeras técnicas de investigação, quase todas eletrônicas. A conduta de emergência estabelecida pelo médico levará em conta uma análise criteriosa do tipo de arritmia e do estado do paciente. Os cuidados de enfermagem serão estabelecidos de acordo com os parâmetros médicos, diagnóstico de enfermagem (enfermeiro), mas são semelhantes aos cuidados prestados a pacientes com outras cardiopatias. Alguns cuidados gerais: ◼ Repousar o paciente ◼ Observar continuamente o pulso e as ondas do eletrocardiograma ◼ Disponibilizar unidade ou equipe de reanimação cardiopulmonar ◼ Disponibilizar aparelho de desfibrilação/cardioversão elétrica ◼ Avaliar continuamente a pressão arterial ◼ Instalar e manter acesso intravenoso periférico com SG5% ou SF ◼ Administrar oxigênio continuamente (5 l/min) 6.2.6 Parada Cardiorrespiratória (PCR) e Ressussitação Cárdiopulomonar (RCP) A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é a interrupção da circulação sanguínea que ocorre em consequência da interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes. Após uma PCR o indivíduo perde a consciência em cerca de 10 a 15 segundos devido à parada de circulação sanguínea cerebral. Caso não haja retorno à circulação espontânea e o paciente não seja submetido a ressuscitação cardiopulmonar, a lesão cerebral começa a ocorrer em cerca de 3 minutos e após 10 minutos de ausência de circulação as chances de ressuscitação são próximas a zero. ECG Normal Ritmos de Parada Cardiorrespiratória ONDAS DO ELETROCARDIOGRAMA EM RÍTMO SINUSAL 38 A Parada Cardiorrespiratória pode ocorrer na presença de três ritmos cardíacos diferentes: • Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem Pulso: Ritmo de PCR mais frequente em PCR fora do hospital, responsável por cerca de 80% dos episódios. Caracteriza-se por um ritmo cardíaco rápido, irregular e ineficaz. • Assistolia: Ausência de ritmo cardíaco, nesse ritmo há interrupção da atividade elétrica do músculo cardíaco. • Atividade Elétrica sem Pulso: Nesse ritmo existe a presença de atividade elétrica no músculo cardíaco, porém, os batimentos não são eficazes e não há circulação sanguínea. Fases da parada cardiorrespiratória (PCR) : Elétrica, circulatoria e metabólica. I - Elétrica (mudanca na atividade elétrica do coração a principal causa é FV(Fibrilaçao ventricular) II - Circulatória se o sangue não chega ao cerebro não adianta chocar e nem ventilar III - Metabólica (principalmente hipotermia) - No 1 min (se foi presenciada a parada) = choque e depois compressão externa e ventilação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibrilha%C3%A7%C3%A3o_ventricular 39 - De 4 a 10 min, primeiro faz compressão e ventilação e depois o choque. - Mais de 10 min, a vítima entra em hipotermia e tem alteraçao metabólica(morte cerebral). Quando ocorre uma parada cardíaca ou alguma emergência que ponha a vida em risco, uma resposta rápida e hábil pode fazer a diferença entre vida e morte e entre a sobrevivência intacta e as sequelas. Este documento resume as evidências atuais para o reconhecimento e resposta aos eventos que colocam a vida em risco, particularmente morte súbita em vítimas de qualquer idade. ETAPAS DO ATENDIMENTO: - Reconhecimento imediato da Parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do Serviço de Emergência; - A reanimação cardiopulmonar precoce, com ênfase nas compressões torácicas; - Rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático (DEA); Desfibrilador Automático Externo (DEA) - Equipamento capaz de efetuar a leitura da ocorrência de Fibrilação Ventricular (FV), efetuando desfibrilação automática com choque monofásico de 360 Joules ou Bifásico de 200 Joules. Técnica de Desfibrilação: -Verificar o corretofuncionamento do desfibrilador e colocá-lo em posição neutra ou de registro. -Aplicar gel ou pasta condutora sobre as pás; -Carregar o desfibrilador com a potência determinada; -Colocar uma das pás à direita da porção superior do esterno e a outra à esquerda e abaixo do mamilo esquerdo; 40 -Fazer a pressão sobre as pás de modo a haver um bom contato com a pele e evitando que as pás possam escorregar. Verificar o diagnóstico elétrico no monitor; -Avisar o choque para que possam se afastar do paciente, evitando tocar-lhe; -Pressionar os botões de ambas as pás de forma simultânea para produzir a descarga; -Verificar através do traçado eletrocardiográfico se existe ou não atividade cardíaca eficaz, verificando também o batimento carotídeo. 41 Circulação: Deve-se providenciar um ou mais acessos venosos, por cateter central ou periférico, para a administração das devidas drogas. Existem as drogas que também podem ser administradas pelo tubo endotraqueal, como epinefrina, lidocaína e atropina. Medicamentos utilizados na reanimação Oxigênio: melhora a oxigenação tecidual e corrige a hipoxemia. Adrenalina: droga vasoconstritora que aumenta a resistência vascular sistêmica e o estado contrátil no miocárdio, e melhora o fluxo coronariano e cerebral durante a massagem cardíaca, possibilitando, portanto, a restauração da circulação espontânea. 42 Atropina: aumenta a automaticidade do nódulo AS e a condução AV. Atua sobre o coração, acelerando o ritmo de descarga elétrica (aumenta a frequência cardíaca). Lidocaína: corrige as arritmias ventriculares (efeito antiarrítmico). Ancoron: antiarrítmico de ação potente e boa duração. Bicarbonato de sódio: tem efeito alcalinizante. Corrige acidose metabólica e restabelece o equilíbrio ácido base. Suspensão da RCP: - Quando o paciente recupera o pulso e a respiração espontâneos, em cujo caso se submeterá a cuidados pós-reanimação (UTI durante 24hs). - Quando nenhum sinal de ritmo elétrico retorna após 15min do início das manobras nos casos em que o ritmo inicial é a assistolia. - Na presença de fibrilação ventricular os esforços devem ser mantidos, podendo-se não prolongar as manobras de RCP, além dos 20min habituais, quando há a certeza de que os sintomas se iniciaram há mais de 15min. - Quando o médico responsável pela reanimação determina que a parada é irreversível, ao comprovar que não existe qualquer sinal de atividade elétrica após a aplicação, durante 30 minutos, de uma RCP adequada. Ressuscitação ou Reanimação Cardiopulmonar Pediátrica: A parada cardíaca em crianças, na maioria das vezes, é consequência de problemas respiratórios ou circulatórios, sendo a parada cardíaca primária, diferentemente do adulto, evento raro nessa faixa etária. Assim, em crianças frequentemente se observam várias doenças e lesões traumáticas, desencadeando hipoxemia e acidose progressivas, que levam à parada cardíaca em assistolia. FV ocorre na minoria dos casos de PCR em crianças (menos de 10%) e é observada mais comumente em portadores de doença cardíaca congênita prévia. O prognóstico da assistolia cardíaca é bastante reservado. Os índices de sobrevida são reduzidos e, frequentemente, os sobreviventes desenvolvem sequelas neurológicas graves. Assim, conclui-se que a prevenção da PCR é essencial na faixa etária pediátrica, implicando no emprego imediato de terapia adequada a cada doença. A monitorização dos parâmetros clínicos - frequência respiratória, FC, coloração das mucosas e perfusão periférica - é obrigatória em todas as crianças que apresentem algum risco, mesmo que mínimo, de desenvolverem insuficiência respiratória ou circulatória. As diretrizes da RCP de 2015 recomendam que a RCP convencional (15 ou 30 compressões para 2 ventilações) sempre deve ser usada na parada cardíaca pediátrica. 6.3 Pulmonares 6.3.1 Edema Agudo de Pulmão O edema agudo de pulmão é uma situação grave, que requer atenção imediata. Edema agudo de pulmão é causado por um aumento súbito na pressão dos capilares pulmonares, levando ao extravasamento de líquido para os alvéolos, deixando o pulmão menos elástico e com menos superfície de contato para a troca de gases, manifestando-se por dificuldade respiratória. 43 6.3.1.1 - Assistência de enfermagem - É importante que você se antecipe à prestação dos cuidados, posicionando o paciente em decúbito elevado, preferencialmente com as pernas pendentes, para diminuir o trabalho respiratório e o retorno venoso. - A permeabilidade vascular nos casos não cardiogênicos pode ser alterada devido à presença de toxinas, uso inadequado de aporte de oxigênio em pacientes portadores de doenças respiratórias pré-existentes, entre outras. - Assegure a permeabilidade das vias aéreas realizando a aspiração de secreções e instalando cateter ou máscara de oxigênio ou, ainda, auxiliando a equipe multiprofissional a ofertar oxigênio por meio de outra modalidade. - Em pacientes que apresentam o quadro de descompensação cardíaca evidenciados com o EAP, o suporte ventilatório não invasivo com pressão positiva por meio de máscara de CPAP ou Bipap apresenta benefício na melhora da dispneia e redução da necessidade de intubação orotraqueal e o uso de ventilador mecânico. - Monitorize o paciente e instale oximetria de pulso para facilitar a visualização dos níveis de saturação e lembre-se que, na vigência de má perfusão periférica, a eficácia pode ficar prejudicada. - Puncione o acesso venoso para coleta de exames laboratoriais tais como dosagem de eletrólitos, função renal, marcadores cardíacos, hemograma e administração de medicamentos. - Oriente o paciente em casos de internação. De imediato, diuréticos de alça, nitratos e analgésicos potentes propiciam a melhora do quadro respiratório pela diminuição da congestão pulmonar causando vasodilatação e minimizando a ansiedade do paciente. Oxigenoterapia A oxigenoterapia pode ser definida como a administração de oxigênio superior à encontrada na atmosfera com objetivo de minimizar o déficit de oxigênio que o organismo está necessitando. O tratamento com diferentes dispositivos está vinculado ao grau de 44 severidade da incapacidade respiratória que o paciente apresenta. Tem como papel principal prevenir ou aliviar a hipoxemia na vigência de má perfusão tissular. A oxigenoterapia para paciente em EAP pode ser por meio de cateter de O2, máscara de Venturi e ainda por meio de suporte ventilatório não invasivo com pressão positiva (CPAP ou Bipap) e ventilação mecânica invasiva (ventilador mecânico). O oxigênio é um gás inodoro, insípido e transparente. Para sua utilização, é necessário o uso de fluxometro ou de um regulador de pressão para ser liberado. A máscara de Venturi é uma máscara facial fenestrada que possui sistema de alto fluxo. O oxigênio passa por um orifício, sob pressão, permitindo a aspiração do ar ambiente para o interior da máscara, o que provoca a mistura de ar ambiente e oxigênio. É considerado um método eficaz por permitir o controle da quantidade exata de O2 por meio de adaptadores coloridos e removíveis, atingindo até 50% de concentração de oxigênio. 45 Ventilação mecânica invasiva A ventilação mecânica invasiva é a assistência ventilatória por meio de respirador mecânico. As principais indicações são a diminuição do consumo de oxigênio exigido pelo músculo cardíaco na vigência de cardiopatia, bloqueio neuromuscular para a realização de procedimentos invasivos e diminuição da hipoxemia para pacientes que apresentam insuficiência respiratória. Vários são os tipos de respirador mecânico no mercado, porém, é necessário que a escolha, bem como os parâmetros, esteja de acordo com a necessidade do paciente. A ventilação mecânica fornece o gás ao pulmão por meio de pressão positiva a uma determinada frequênciae essa a quantidade de ar pode ser limitada pelo tempo, pela pressão e pelo volume. É importante que os parâmetros do ventilador sejam ajustados levando-se em consideração o resultado da gasometria, que indica valores de oxigênio e gás carbônico; radiografia de tórax e patologia de base. Entre eles estão o pico de pressão inspiratória; relação entre a inspiração e expiração; a modalidade respiratória, que varia de acordo com o nível de dependência do paciente; frequência respiratória; pressão expiratória positiva final (Peep) - responsável pela manutenção da distensão alveolar no final da expiração; e a fração inspiratória de oxigênio (FiO2). 6.3.1.2 - Tratamento medicamentoso Morfina; Furosemida; Aminofilina: Isossorbida: Hidrocortizona: Dobutamina. Os cuidados de enfermagem incluem: - Vigilância constante, - Alarmes ligados ininterruptamente, - Auxílio na fixação do tubo traqueal, - Avaliação da perfusão periférica para verificar a eficácia da perfusão tecidual, - Instalação da oximetria de pulso, - Observação da expansibilidade torácica em sincronia com o ventilador mecânico e a avaliação da necessidade de analgesia e sedação. - Mudança de decúbito para evitar atelectasia e otimização da expansibilidade torácica, - Higiene oral para diminuição da proliferação bacteriana Não se esqueça de estabelecer a comunicação efetiva com todos os pacientes que estão em ventilação mecânica, incluindo aqueles que se apresentam sedados. A incidência de pneumonia relacionada à assistência à saúde é maior em paciente com ventilação mecânica. 6.3.2 Enfisema - DPOC Doença pulmonar caracterizada pela destruição dos alvéolos, alargamento das vias aéreas e perda do suporte das vias aéreas pelo parênquima pulmonar. O paciente enfisematoso geralmente tem histórico de tabagismo e tosse crônica. 46 A assistência de enfermagem inclui: ▪ Manter o paciente em Fowler; ▪ Administrar medicamentos e inalações conforme prescrição; ▪ Observar os horários dos medicamentos para que o ciclo deles não seja prejudicado; ▪ Verificar e anotar SSVV com atenção especial à respiração; ▪ Manter acesso venoso de grosso calibre. ▪ Providenciar internação. 6.3.3 Derrame Pleural Define-se pelo excesso e líquido no espeço pleural. As causas mais frequentes são ICC, pneumonia, câncer e embolia pulmonar. 6.3.3.1 - Cuidados de enfermagem: ▪ Ligar oxímetro de pulso; ▪ Tranquilizar o paciente; ▪ Oxigenioterapia conforme solicitação médica; ▪ Encaminhar para exames radiológicos; ▪ Auxiliar drenagem s/n. ▪ Preparar internação s/n. 47 Dreno de Portovac 6.3.4 Pneumotórax e Hemotórax Pneumotórax é a presença de ar no espaço pleural, enquanto hemotórax é a presença de sangue na cavidade pleural. 6.3.4.1 - Cuidados de enfermagem ▪ Manter paciente sentado ou semiereto; ▪ Fornecer O2 conforme pedido médico ou rotina; ▪ Não remover qualquer objeto do tórax do paciente; ▪ Auxiliar na drenagem imediata (agulha); ▪ Auxiliar na colocação do dreno torácico; ▪ Manter o frasco do dreno abaixo do nível do tórax e com o nível de água adequado. ▪ Tranquilizar o paciente; 48 ▪ Se o pneumotórax for aberto, pedir ao paciente para expirar ao máximo e ocluir o ferimento, com gaze e esparadrapo, até o atendimento médico definitivo; ▪ Estabelecer acesso venoso; ▪ Encaminhar para exames de RX; ▪ Solicitar coleta de exames de laboratório (gasometria). 6.4 Gastrointestinal 6.4.1 Hemorragia digestiva alta e baixa Sangramento do trato gastrintestinal, que pode ter origem em qualquer estrutura do tubo digestório (da boca aos anus). Classifica-se como hemorragia digestiva alta (HDA), sangramento do esôfago, estômago e duodeno e hemorragia digestiva baixa (HDB), sangramento dos cólons, reto e ânus. Estas hemorragias podem apresentar-se como: -Hematêmese: vômito com sangue, que pode ser vivo quando o sangramento é ativo e em grande quantidade, ou semelhante a borra de café quando o sangramento é de baixa intensidade e sofreu ação do suco gástrico. -Melena: fezes enegrecidas com odor fétido, provenientes de sangramento do TGI alto, que passou por todo processo de digestão. -Enterorragia: sangramento vivo do TGI baixo, geralmente por sangramento ativo. É a expulsão de sangue vivo pelo ânus ao defecar. São provocadas por sangramentos da porção final do tubo digestivo, cólon e reto e, entre as suas causas mais frequentes, podemos citar as diverticulites, neoplasias, hemorroidas e fissuras anais. 6.4.1.1 - Assistência de enfermagem 1-Manter o cliente em jejum absoluto. 2-Monitorar sinais vitais e comunicar sinais de choque e PCR. 3-Manter acesso venoso calibroso ou cateter central e instalar terapêutica volêmica, de acordo com orientação médica. 4-Auxiliar em casos de exames específicos: EDA, colonoscopia e procedimentos como passagem de balão esofágico e tampão anal. 5-Anotar aspecto e frequência dos vômitos e evacuações. 6.4.2 Abdome agudo Dor abdominal, em geral de início súbito, progressiva que costuma associar-se a doenças de resolução cirúrgica. Necessita de avaliação médica urgente. Algumas causas de abdome agudo são apendicite, colecistite, pancreatite, etc. São solicitados exames para diagnóstico, tais como: - Exames de sangue e urina; - Radiografia de abdome; - USG - Laparoscopia 49 6.4.2.1 - TIPOS DE ABDOME AGUDO ◼ Abdome Agudo inflamatório = apendicite, colecistite… ◼ Abdome Agudo Obstrutivo = neoplasia de colon, hérnia encarcerada… ◼ Abdome Agudo Perfurativo = Úlcera gástrica/duodenal perfurada, perfuração de alça intestinal… ◼ Abdome Agudo Hemorrágico = gravidez ectópica rota, ruptura de vísceras… ◼ Abdome Agudo Vascular = trombose arterial periférica… 6.4.2.2 - Cuidados de enfermagem ◼ Tranquilizar o paciente; ◼ Estabelecer acesso venoso; ◼ Administrar medicação conforme prescrição médica; ◼ Sondagem nasogástrica; ◼ Providenciar encaminhamento para exames diagnósticos (US, RX, endoscopia, ECG…); ◼ Verificar SSVV. ◼ Preparar internação. 6.5 Neurológica 6.5.1 Traumatismo Crânioencefálico (TCE) Os indivíduos podem sofrer muitos tipos de traumatismos crânio-encefálicos como, por exemplo, fraturas, concussões, contusões e lacerações cerebrais e hematomas intracranianos. 6.5.1.1 - Cuidados Imediatos ◼ Controle dos SSVV. ◼ Observar ondas do ECG ◼ Atentar para alterações no padrão respiratório ◼ Informar imediatamente ao medico se observar rinorréia (perda de líquor pelo nariz) ◼ Instalação de cateter de oxigênio ou de respirador mecânico se respiração difícil. ◼ Auxiliar o médico nos procedimentos. ◼ Verificação do nivel de consciência e reações motoras a estímulos (pupilas e membros) – médico. ◼ Se o paciente estiver inconsciente, instalar sonda vesical de demora (sob supervisão do enfermeiro); SNG ◼ Monitorar balanço hídrico ◼ Encaminhar o paciente para tomografia ou para Ressonância Magnética. ◼ Administrar medicação prescrita (sedativos e analgésicos). ◼ Providenciar internação. 50 6.5.2 - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO/CEREBRAL (AVE/AVC) Iniciaremos explicando a denominação dada a essa patologia. Por que “Acidente Vascular Encefálico” (AVE)? Primeiramente, por se tratar de mal súbito com evolução rápida que acomete um ou vários vasos sanguíneos responsáveis pela irrigação do encéfalo, ocasionando alterações histopatológicas e resultando em déficits neurológicos. Esse acometimento vascular inclui aspectos funcionais e estruturais, bem como o fluxo sanguíneo e distúrbios de coagulação, podendo originar duas situações: o AVE isquêmico, que corresponde de 80% a 85% dos casos, e o AVE hemorrágico, que acomete em torno de 10% a 15% da população. Ambos causam sequelas distintase de extensão variável, conforme a região afetada. O AVE isquêmico é caracterizado por uma área de infarto cerebral devido à interrupção do fluxo sanguíneo, que acarreta em dano estrutural irreversível. Conjuntamente, ocorre uma região de instabilidade, denominada zona de penumbra, cujas sequelas dependerão da magnitude do dano e de sua repercussão futura. Na fase aguda da isquemia, essa região tem sua irrigação diminuída, mas suficiente para manter a viabilidade celular temporariamente. A principal causa do AVE isquêmico é o tromboembolismo arterial em decorrência de embolias cardíacas ou ainda de grandes vasos, que incluem as artérias aorta, carótida e vertebrais. Situações de oclusão de pequenos vasos, vasculites, dissecção vascular e ainda discrasias sanguíneas, enxaqueca, cardiopatias congênitas também são consideradas fatores etiológicos. Quando falamos do AVE hemorrágico, é necessário distinguir o local da ocorrência da hemorragia. Hemorragia intraparenquimatosa (HIP) e hemorragia subaracnóidea (HSA) são distintas devido às alterações clínicas evidenciadas, etiologia e abordagem terapêutica a ser utilizada. Na HIP, a principal causa é a hipertensão arterial que, ao longo de sua evolução, desencadeia alterações patológicas crônicas na parede de pequenas artérias levando à formação de microaneurismas (aneurismas de Charcot-Bouchard). Outras causas incluem ruptura de aneurismas, malformações arteriovenosas, vasculites e discrasias sanguíneas. Para as HSA, destaca-se a ruptura de aneurisma sacular intracraniano como principal causa de prognóstico sombrio, levando à morte em mais de 50% das ocorrências. As seguintes manifestações neurológicas podem estar presentes: alterações do nível de consciência, déficit motor e sensitivo, alterações de coordenação de visão, da linguagem, fala e memória. Por acometimento de nervos cranianos, o paciente pode apresentar diplopia, nistagmo, ptose palpebral e paralisia facial. Tonturas, vertigens, cefaleia e vômitos podem estar presentes. A tomografia computadorizada deve ser realizada o mais rápido possível para evidenciar o tipo de acometimento. Em casos de indefinição ou piora das condições clínicas do paciente, deve ser repetida em um prazo de 24 a 48 horas. O Doppler de carótidas, a angiografia cerebral e a ressonância magnética podem colaborar para elucidação do caso. Exames laboratoriais como hemograma, dosagem de sódio e potássio, ureia e creatinina sérica, glicemia, coagulograma, somados à radiografia do tórax e ao eletrocardiograma complementam a investigação diagnóstica. Por vezes, a punção liquórica pode ser 51 realizada quando há suspeita de hemorragia subaracnóidea não diagnosticada na tomografia de crânio. Ao proceder a venopunção, assegure-se de que a infusão de fluidos seja controlada, evitando sobrecargas volêmicas desnecessárias. Verificar a glicemia capilar é importante, pois, em geral, a maioria dos pacientes acometidos pelo AVE é idoso e pode apresentar outras comorbidades. É necessário que a equipe do APH realize a avaliação neurológica, utilizando a escala de coma de Glasgow, escala de Cincinnati ou outras, conforme o protocolo instituído no serviço. Fique atento, pois, dentre as alterações neurológicas que acompanham esse agravo, o paciente pode apresentar convulsões. Em virtude da gravidade, os aspectos preventivos e de detecção precoce devem ser divulgados, pois quanto maior o número de pessoas orientadas e capazes de iniciar as ações imediatas de socorro, maior é a chance de sobrevida e qualidade de vida da população acometida. Por isso, é importante que a comunidade seja instruída quanto à possibilidade de um indivíduo apresentar AVE e como providenciar socorro apropriado. Para facilitar o reconhecimento, utiliza-se as escalas padronizadas como as escalas de Cincinnati (Cincinnati Pre-hospital Stroke Scale) e de LAPSS (Los Angeles Pre-hospital Stroke Screen). Interpretação: Se o paciente tiver 1 destes 3 sinais anormal, a probabilidade de AVE é de 72%. Se tiver 2 dos 3 sinais, a probabilidade aumenta para 85%. Antes da aplicação da escala, certifique-se de que o paciente não apresentou AVE anteriormente, pois as sequelas podem dificultar a avaliação do estado atual. O valor preditivo positivo do LAPSS é muito maior que o de Cincinnati. O paciente com achados positivos nos 8 critérios tem 97% de probabilidade de te um AVC. 52 Puncione um acesso venoso calibroso para a administração de medicamentos tais como trombolíticos, anticonvulsivantes, anticoagulantes, entre outros, que colaboram na prevenção dos agravos como edema, hemorragia e convulsão. Esteja atento à variação do nível de consciência, a alterações de motricidade, sensibilidade e a modificações pupilares que podem significar uma piora do quadro neurológico. A passagem de sonda gástrica e de sonda vesical de demora facilita o controle de débitos e do balanço hídrico. A decisão quanto ao tratamento clínico ou cirúrgico dependerá do tipo de AVE e da evolução do paciente, cabendo à equipe de enfermagem prepará-lo para unidade especializada. 53 6.5.2.1 - Assistência de Enfermagem - Se o cliente estiver inconsciente, coloque-o deitado de lado para possibilitar que as secreções drenem e para evitar a broncoaspiração; se necessário aspire as secreções. - Auxilie o médico durante a introdução de uma via respiratória artificial (intubação) e administre o oxigênio suplementar, quando pedido. - Monitore a pressão arterial, o nível de consciência, as alterações pupilares, as funções motoras (movimentos voluntários e involuntários) e sensoriais, a fala, a cor da pele, a temperatura, sinais de aumento da PIC e rigidez de nuca ou flacidez. Lembre-se: se o AVC/AVE for iminente, a pressão arterial sobe repentinamente, o pulso apresenta-se rápido e forte e o paciente pode queixar-se de dor de cabeça intensa. Anote suas observações e avise o médico se houver quaisquer alterações significativas. - Observar o balanço hídrico. - Administre os fármacos de acordo com a prescrição e fique atento e avise se houver reações adversas. - Mantenha as grades laterais do leito elevadas o tempo todo. PESQUISAR A AVALIAÇÃO DO NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH STROKE SCALE (NIH) – Escala de avaliação de AVC 54 55 6.5.3 - Traumatismo raquimedular Consiste nas lesões apresentadas nas vértebras cervicais (5a.,6a.,7a.), torácica (12a.) e lombar (1a.), decorrentes de acidentes e traumas. Essa lesão pode ser desde uma concussão transitória até uma transecção completa da medula. Pode ocorrer perda sensorial total e paralisia motora abaixo da lesão. As lesões em C2 e C3 geralmente são fatais. OBS: esses sinais e sintomas só ocorrem se houver lesão medular. Lesões ósseas de vértebras podem ser assintomáticas ou estarem ligadas apenas à dor. 6.5.3.1 - Cuidados Imediatos ◼ Manter o paciente em maca sem movimentação da coluna; ◼ Puncionar acesso venoso; ◼ Verificar sinais vitais; ◼ Manter material de sondagem vesical à mão; ◼ Auxiliar o médico durante o exame; ◼ Cuidados rigorosos durante o transporte; ◼ Providenciar internação. 6.5.3.2 - Principais objetivos no tratamento de paciente com TRM →Imobilização da coluna cervical para prevenir lesões neurológicas adicionais →Cirurgia para redução de fraturas com descompressão medular e raízes →Realinhamento de coluna com fixação externa ou interna 56 6.5.4 - Escala de Coma de Glasgow A escala atualizada (2018) considera três fatores principais e determina uma pontuação de acordo com o nível de consciência apontada em cada um desses casos (espontaneamente ou através de estímulo). São eles: Abertura ocular, Resposta verbal e Melhor resposta motora. Após a análise desses fatores, a publicação de 2018 indica mais um ponto a ser observado: a Reatividadepupilar, que é subtraída da pontuação anterior, gerando um resultado final mais preciso. Abertura Ocular: (4) Espontânea: abre os olhos sem a necessidade de estímulo externo. (3) Ao som: abre os olhos quando é chamado. (2) À pressão: paciente abre os olhos após pressão na extremidade dos dedos (aumentando progressivamente a intensidade por 10 segundos). (1) Ausente: não abre os olhos, apesar de ser fisicamente capaz de abri-los. Resposta Verbal: https://www.iespe.com.br/wp-content/uploads/2017/03/pequena-blog-escala-de-coma-de-glasgow-3.jpg 57 (5) Orientada: consegue responder adequadamente o nome, local e data. (4) Confusa: consegue conversar em frases, mas não responde corretamente as perguntas de nome, local e data. (3) Palavras: não consegue falar em frases, mas interage através de palavras isoladas. (2) Sons: somente produz gemidos. (1) Ausente: não produz sons, apesar de ser fisicamente capaz de realizá-los. Melhor Resposta Motora: (6) À ordem: cumpre ordens de atividade motora (duas ações) como apertar a mão do profissional e colocar a língua para fora. (5) Localizadora: eleva a mão acima do nível da clavícula em uma tentativa de interromper o estímulo (durante o pinçamento do trapézio ou incisura supraorbitária). (4) Flexão normal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão rápida do braço ao nível do cotovelo e na direção externa ao corpo. (3) Flexão anormal: a mão não alcança a fonte do estímulo, mas há uma flexão lenta do braço na direção interna do corpo. (2) Extensão: há uma extensão do braço ao nível do cotovelo. (1) Ausente: não há resposta motora dos membros superiores e inferiores, apesar de o paciente ser fisicamente capaz de realizá-la. Reatividade Pupilar (atualizada em 2018) (2) Inexistente: nenhuma pupila reage ao estímulo de luz (1) Parcial: apenas uma pupila reage ao estímulo de luz. (0) Completa: as duas pupilas reagem ao estímulo de luz. 58 6.6 Oftalmológica 6.6.1 - Descolamento de retina Descolamento de retina é a separação de duas camadas da retina: a parte sensorial (relacionada com a visão) se separa da camada pigmentada da retina (relacionada com a nutrição). 6.6.1.1 - Cuidados de enfermagem ◼ Auxiliar o médico durante o exame; ◼ Providenciar a oclusão da vista até que seja tratado definitivamente. ◼ Deixar o paciente em ambiente calmo e mantido em repouso. ◼ Providenciar internação. 59 6.6.2 Corpo estranho As lesões oculares mais comuns são as da esclera, da córnea e da conjuntiva (revestimento das pálpebras), causadas por corpos estranhos. Embora a maioria dessas lesões sejam de pouca importância, algumas (p.ex., perfuração da córnea ou infecção secundária a um corte ou a um arranhão da córnea) podem ser graves. A fonte mais comum de lesões superficiais talvez sejam as lentes de contato. 6.6.2.1 - Tratamento ◼ Remoção por médico com auxílio de instrumento e iluminação especial. ◼ Colírios especiais contendo fluoresceína (um corante) tornam o objeto mais visível e revelam qualquer abrasão superficial. ◼ Colírios anestésicos podem ser utilizados para anestesiar a superfície do olho. ◼ Frequentemente, ele pode ser retirado da superfície com o auxílio de um cotonete estéril umedecido. ◼ Algumas vezes, o corpo estranho pode ser eliminado através da lavagem do olho com água estéril. 6.6.2.2 - Cuidados de enfermagem ◼ Providenciar material para retirada do corpo estranho. ◼ Auxiliar o médico, especialmente se for criança. ◼ Providenciar material de curativo. ◼ Orientar os cuidados posteriores. ◼ Providenciar internação s/n. 6.7 Otorrinilaringológica As emergências e urgências em Otorrinolaringologia mais frequentes são: sangramento nasal (epistaxe), corpo estranho (ouvido, nariz e garganta) e trauma facial. 6.7.1 Perfuração de tímpano A ruptura do tímpano (perfuração) pode ser causada por uma pressão contra a membrana, exercida por um instrumento pontiagudo (cotonete, grampo, palito) ou pela pressão anormal de um jato de água ou de ar para dentro do canal do ouvido. Uma infecção no ouvido médio com acúmulo progressivo de secreção purulenta também pode causar ruptura da membrana timpânica. Há diminuição da audição e dor, podendo haver zumbido e sangramento pelo canal do ouvido. O diagnóstico é feito através da história do paciente e do exame da membrana timpânica com otoscópio. O grau de perda auditiva é avaliado pela audiometria. Uma perfuração pequena pode fechar em algumas semanas. Perfurações maiores podem necessitar cirurgia reconstrutiva do tímpano. 6.7.1.1 - Cuidados de enfermagem ◼ Tranquilizar o paciente; ◼ Auxiliar o médico na conduta (remoção do corpo estranho, exame do tímpano); 60 ◼ Preparar todo o material a ser usado pelo médico: ◼ Preparar material para curativo; ◼ Medicar conforme solicitação médica; ◼ Encaminhar para unidade de observação ou internação (casos cirúrgicos). ◼ Orientar quanto aos cuidados posteriores (proteger da água). 6.7.2 Corpo estranho Corpo estranho em otorrinolaringologia é qualquer material inanimado ou animado que se encontre em cavidade nasal e seios paranasais, orofaringe, laringe ou conduto auditivo externo e que não faça parte dessas estruturas em condições normais. É normalmente introduzido voluntariamente por crianças em si mesmas ou por terceiros, sendo também frequente em crianças institucionalizadas e em pacientes psiquiátricos. Deve-se ressaltar também a possibilidade de introdução acidental de corpos estranhos durante quedas, acidentes automobilísticos e migração de insetos durante o sono. A primeira tentativa de remoção de qualquer tipo de corpo estranho é, normalmente, a de maior sucesso devendo, portanto, ser realizada com iluminação adequada, por profissional habilitado e de preferência com auxílio de um microscópio. As tentativas de remoção do corpo estranho sem sucesso podem agravar o quadro; o uso de pinças inapropriadas pode introduzir o objeto mais profundamente, o qual pode ser empurrado em direção à membrana timpânica, rompê-la e cair no ouvido médio. Uma orientação importante é que não se utilize qualquer tipo de solução no conduto auditivo, pois grãos e sementes quando hidratados aumentam de volume e ficam mais difíceis de serem removidos. Uma conduta muito utilizada pelos pacientes menos informados é a ingestão de alimentos sólidos para a progressão mais rápida do objeto para as vias digestivas mais baixas. Tal conduta não é recomendada, pois objetos pontiagudos, espinhas e ossos de frango podem lacerar e perfurar os tecidos, esôfago e alças intestinais causando infecções graves 61 Corpo estranho em vias aéreas: a) Bateria de relógio em conduto auditivo; b) Objeto plástico em fossas nasais; c) Agulha em seios maxilar; d) e e) rinolito em fossa nasal; f) haste de madeira em orofaringe; g) fragmento de brinquedo em orofaringe; h) osso de frango na laringe; i) presilha de cabelo em esôfago 6.7.3 Epistaxe Hemorragia nasal, ocasionada pela ruptura dos vasos. Acontece frequentemente, porque o nariz é muito vascularizado. Pode ser causada por trauma digital, uso de anticoagulantes, traumatismos, HAS e fatores ambientais, como excesso de sol etc. 6.7.3.1 - Assistência de enfermagem 1-Avaliar a gravidade do sangramento. 2-Realizar a compressão da narina contra o septo nasal por no mínimo 10 minutos. 3-Manter o cliente sentado e solicitar que assoe o nariz, para a retirada de coágulos. 4-Auxiliar nos casos de tampão nasal, com solução vasoconstritora e/ou cauterização. 62 6.8 Aneurismas 6.8.1 - Aneurisma abdominal: Aneurisma abdominal é uma dilatação anormal da parede arterial, que geralmente ocorre na aorta, entre as artérias renais e os ramos ilíacos. Esses aneurismas podem serfusiformes (em forma de fuso) ou saculares (em forma de saco) e desenvolvem-se lentamente. 6.8.1.1 - Causas: cerca de 95% dos aneurismas da aorta abdominal devem-se a arteriosclerose ou aterosclerose; os casos restantes são atribuídos a necrose a traumatismo, sífilis e outras causas inflamatórias ou infecciosas. 6.8.1.2 - Tratamento: em geral, o aneurisma abdominal deve ser removido e o segmento aórtico afetado deve ser substituído por um enxerto ou prótese. 63 6.8.1.3 - Assistência de enfermagem -Ofereça apoio emocional ao cliente e seus familiares. -Se a condição for aguda ou piorar, prepare-se para que ele seja internado na UTI. -Administre os fármacos prescritos para controlar a progressão do aneurisma. Se o cliente tiver dor, administre analgésicos para atenuá-la. -Prepare o cliente para cirurgia eletiva ou de emergência se houver ruptura, realizando punção venosa periférica, além da sondagem vesical de demora (enfermeiro ou sob supervisão dele). -Verifique os sinais vitais do cliente, especialmente a pressão arterial, a cada 4 horas ou a intervalos menores, dependendo da gravidade da sua situação. -Fique atento a quaisquer sinais de sangramento agudo: redução da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e respiração; pele fria e úmida; agitação e rebaixamento do nível de consciência. 6.8.2 - Aneurisma Cerebral Essa dilatação localizada em uma artéria cerebral é causada pelo enfraquecimento da parede arterial. Os aneurismas cerebrais geralmente rompem e causam hemorragia subaracnóidea. Em alguns casos, o sangramento pode também estender-se para dentro dos tecidos cerebrais, e em seguida, formar um trombo. Isso pode acarretar aumentos potencialmente fatais da pressão intracraniana (PIC) e lesão de tecidos cerebrais. Os aneurismas cerebrais são mais comuns em adultos do que em crianças. A incidência é ligeiramente maior nas mulheres do que nos homens, principalmente ao final da quarta década ou no início da quinta década de vida; contudo esses aneurismas podem ocorrer em qualquer idade. Em cerca de 20% dos clientes, há ocorrência de vários aneurismas cerebrais. Em geral o prognóstico é reservado, mas depende da idade e das condições neurológicas do cliente, da existência de outras doenças e da extensão e localização do aneurisma. Cerca de metade dos clientes que sofrem hemorragias subaracnóideas morre imediatamente. 6.8.2.1 - Causas: O aneurisma cerebral, deve-se a malformação congênita da parede vascular, traumatismo craniano, doença vascular hipertensiva, idade avançada, infecção ou aterosclerose, que pode enfraquecer a parede vascular. 64 6.8.2.2 - Tratamento: O tratamento de emergência inicial inclui oxigenação e ventilação. Em seguida, para reduzir o risco de recidiva do sangramento, o médico pode tentar reparar o aneurisma. Em geral, a reparação cirúrgica é realizada com aplicação de clipes, ligadura ou envolvimento do colo aneurismático com músculo. Após a reparação cirúrgica, a condição do cliente dependerá da extensão da lesão causada pelo sangramento inicial e do grau de sucesso do tratamento das complicações resultantes. A cirurgia não pode melhorar a condição neurológica do cliente, a menos que remova o hematoma ou reduza o efeito compressivo. Há um tratamento alternativo experimental para a operação dos clientes selecionados. Conhecida como radiocirurgia com bisturi gama, essa técnica não é invasiva. Quando a correção cirúrgica acarretar muito risco (nos clientes muito idosos e em indivíduos com doença cardíaca, pulmonar ou outras enfermidades graves), quando o aneurisma estiver situado em um local particularmente perigoso, ou quando o vasoespasmo exigir a postergação da cirurgia, o cliente pode receber tratamento paliativo, que inclui o seguinte: -Repouso no leito em quarto silencioso, com cabeceira de cama nivelada ou elevada a menos de 30 graus; se a cirurgia imediata não for possível, este repouso no leito pode ser mantido por 4 a 6 semanas; -Evitar cafeína, outros estimulantes e ácido acetilsalicílico; -Administrar codeína ou outra analgésico de acordo com a necessidade e a prescrição médica; -Hidralazina ou outro agente anti-hipertensivo, se o cliente tiver hipertensão; -Vasoconstritor para manter a pressão arterial no nível ideal (20 a 40 mmHg acima do normal), se necessário; -Corticóides para reduzir o edema cerebral e a irritação meníngea; -Fenobarbital ou outro sedativo para manter o cliente relaxado. 6.8.2.3 - Assistência de enfermagem -Estabeleça e mantenha as vias respiratórias pérvias, quando necessário; -Administre oxigênio suplementar; -Posicione o cliente de modo a facilitar a drenagem pulmonar e evitar obstrução das vias respiratórias superiores. - De acordo com a rotina da unidade da internação, aspire as secreções das vias respiratórias se necessário; -Controle os níveis de oximetria do pulso e gasometria arterial conforme recomendação. -Prepare o cliente para uma craniotomia de emergência, se esse procedimento estiver indicado; -Se não for possível realizar a cirurgia imediatamente, institua as precauções indicadas para reduzir o risco de recidiva do sangramento e evitar a elevação do PIC (pressão intracraniana) do cliente com ruptura de aneurisma. - Limite as visitas ao cliente, restrinja a ingestão de líquidos e instrua-o a evitar a realização das manobras de valsava; 65 -Mude a posição do cliente a intervalos frequentes. Ajude-o a levantar-se da cama; -Implemente medidas de higiene oral a intervalos frequente; -Administre os líquidos de acordo com a prescrição e registre as infusões IV para evitar hidratação excessiva, que pode aumentar a PIC; -Se o cliente tiver fraqueza facial, ajude-o a fazer suas refeições; avalie seu reflexo de engasgo e coloque os alimentos no lado normal da boca; -Se o cliente não conseguir engolir, introduza uma sonda nasogástrica (SNG) conforme prescrição e administre lentamente todas as refeições pela sonda; -Institua medidas para evitar lesão de pele; -Eleve as grades laterais do leito para proteger o cliente de acidentes. Se for possível, evite usar contenções, porque isso pode provocar agitação e aumentar a PIC; -Ofereça apoio emocional ao cliente e seus familiares. 6.8.3 - Aneurisma de aorta torácica Caracterizado pela dilatação anormal da parte ascendente, transversa ou descendente da aorta, o aneurisma de aorta torácica é uma doença potencialmente fatal. Esse aneurisma pode ser sacular – dilatação da parede arterial com um colo estreito envolvendo apenas uma parte da circunferência do vaso; ou fusiforme envolvendo toda a circunferência da aorta. A parte ascendente da aorta torácica é a localização mais comum desses aneurismas, que ocorrem principalmente em homens de menos de 60 anos e hipertensão associada ou aterosclerose. Os aneurismas da parte descendente da aorta torácica são mais comuns em clientes mais jovens vítimas de traumatismos torácicos. 6.8.3.1 - Assistência de enfermagem - Quando o cliente tiver o diagnóstico de portador de um aneurisma torácico fora da situação de emergência, permita-lhe expressar seus medos e suas preocupações. - Ofereça apoio emocional ao cliente e seus familiares. - Em uma situação aguda, administre analgésicos para aliviar a dor, conforme prescrição; 66 - Administre soroterapia e antibióticos conforme prescrição; - Utilize cateter IV exclusivo para a infusão; - Ajuste a dose diminuindo lentamente a taxa de infusão. - Quando houver suspeita de sangramento de um aneurisma, administre transfusões sanguíneas de acordo com prescrição. - Prepare o cliente para a reparação vascular do aneurisma torácico, quando houver indicação. 6.9 Queimaduras A pele é o órgão mais extenso do corpo, atuando como barreira de proteção contra agressores externos e na retenção de líquidos e controle térmico. O conceitode queimadura é bem amplo. Pode-se dizer que é a lesão causada por ação direta ou indireta de fogo, eletricidade, substancias químicas ou radiação, com manifestações variadas (desde uma pequena bolha até lesões mais graves) e mortalidade muito elevada, pois desencadeia respostas sistêmicas proporcionais à gravidade da lesão. A profundidade da queimadura da queimadura depende do agente causador e do tempo de exposição da vítima. 6.9.1 - Classificação 6.9.1.1 - As queimaduras são classificadas de acordo com o agente causador, podendo ser: -Térmicas (provocadas por calor, líquidos e objetos quentes, vapor); -Químicas (provocadas por ácidos e bases); -Elétricas (provocadas por raios e correntes elétricas); -Radioativas (provocadas por radiação nuclear). 6.9.1.2 - De acordo com a profundidade, as queimaduras podem ter a seguinte graduação: -1º Grau: atingem somente a epiderme: a pele apresenta hiperemia, edema e há ardor local; -2º Grau: atingem a epiderme, estendendo-se até a derme. A pele apresenta flictemas, dor local intensa, hiperemia e edema (podem ser superficiais ou profundas); -3º Grau: atingem a derme, a epiderme e a hipoderme e, muitas vezes, a bainha muscular. Por afetar os nervos, são menos dolorosas, porém, são muito graves pela dificuldade de regeneração do tecido lesado, que apresenta deformidade, requerendo a realização de enxertos; 6.9.1.3 - De acordo com a extensão (área corpórea atingida), dividem-se os clientes queimados em: -Grande queimado: mais de 25% da superfície corporal atingida; -Médio queimado: entre 15 e 25% da superfície corporal atingida; -Pequeno queimado: até 15% da superfície corporal atingida. 67 Regra dos nove É uma regra cuja finalidade é classificar a queimadura quanto a sua extensão. Embora não seja muito precisa, é prática e de fácil memorização. De acordo com a regra, para cada segmento do corpo atribui-se um valor de 9% ou seu múltiplo, a saber: Cabeça e pescoço 9% Tronco (face anterior) 18% Tronco (face posterior) 18% Membro superior direito 9% Membro superior esquerdo 9% Membro inferior direito 18% Membro inferior esquerdo 18% Genitais 1% Total 100% 6.9.1.4 - Sinais e sintomas As lesões locais sobre a superfície cutânea dependem de alterações vasculares, dando origem a quatro manifestações importantes: dor, perda local de líquidos, destruição de tecidos e infecção. 68 -Dor: resulta, inicialmente, da ação do calor sobre a superfície do corpo e, posteriormente, das lesões que atingem terminações nervosas sensitivas. Nas queimaduras de 3º grau, também há destruição das terminações nervosas. -Perda local de líquidos: depende do aumento da permeabilidade vascular da área queimada, o que provoca extravasamento de líquido, formando edema e bolhas. -Destruição dos tecidos: resulta da ação direta do calor sobre os tecidos, que pode ser de maior ou menor intensidade. -Infecção: é uma manifestação que não depende diretamente da ação do calor sobre a pele, mas do fato de que a área queimada oferece condições propícias ao seu aparecimento. Também podem ocorrer formigamento e perda de funções dos membros afetados, isquemia e necrose vascular, alterações respiratórias, sintomas de choque pela perda de líquidos, alterações neurológicas, como convulsões e arritmias, nos casos de queimaduras por corrente elétrica, complicações como insuficiência renal aguda, infecção generalizada, edema agudo de pulmão e para cardiorrespiratória. 6.9.1.5 - Tratamento de emergência 1-Fazer a avaliação primária da vítima. 2-Identificar o tipo, o grau e a extensão da queimadura e seu agente causador. 3-A queimadura é uma lesão estéril; por isso, deve-se ter cuidado ao manuseá-la, evitando ao máximo sua contaminação. 4-Manter a via aérea desobstruída, principalmente em queimaduras de face e pescoço. 5-Administrar oxigênio e auxiliar na intubação orotraqueal, se necessário. 6-Eliminar fontes de calor, removendo as roupas. 7-Irrigar a lesão com solução salina, principalmente em queimaduras químicas. 8-Manter acesso venoso calibroso para reposição de volume e coletar sangue para exames. 9-Monitorar continuamente os sinais vitais. 10-Administrar analgésicos e manter o cliente em ambiente tranquilo. 11-Aquecer a vítima para evitar hipotermia. 12-Verificar a pele pelos ferimentos de entrada e saída, nos casos de queimaduras elétricas. 13-Avaliar o comprometimento neurovascular (parestesias, presença de pulso, etc). 14-Iniciar manobras de reanimação, se necessário. 15-Manter técnica asséptica para prevenção de infecções. 16-Fazer curativo com sulfadiazina de prata, conforme prescrição médica. 17-Encaminhar para procedimento cirúrgico (debridamento e limpeza). 18-Realizar profilaxia para tétano com vacinação. 69 10. OUTRAS EMERGÊNCIAS 10.1 - O PACIENTE POLITRAUMATIZADO É considerado um paciente politraumatizado aquele que sofre uma agressão externa resultando em uma ou várias lesões que ponham em risco sua vida. Estas lesões podem ser provocadas por violência externa, o que determina habitualmente alterações ósseas, articulares, dérmicas, vasculares e lesões internas, que será conveniente pesquisar e avaliar desde a recepção do indivíduo. Quase todos os politraumatizados ocorrem na via pública (acidentes de viação, quedas, atropelamentos etc). As circunstâncias que rodeiam estes acontecimentos produzem um nervosismo generalizado, impedindo o correto atendimento do ferido e atrasando o início do tratamento, que sobretudo nestes pacientes é vital. 10.1.1 - AVALIAÇÃO E CUIDADOS COM O PACIENTE POLITRAUMATIZADO A maneira de iniciar este atendimento será sempre seguindo a ordem apresentada a seguir pelo ABCDE, definida internacionalmente como: a) Airway maintenance with cervical spine control (Manutenção da permeabilidade das vias aéreas e estabilização da coluna cervical); b) Breathing and ventilation (Respiração e ventilação); c) Circulation with hemorrhage (Circulação com controle de hemorragia); d) Disability - Neurological status (incapacidade - Estado neurológico); e) Exposure - Completely undress the patient (exposição – despir completamente o paciente com controle da hipotermia). É a aplicação de uma série de técnicas que nos proporcionam dados suficientes acerca do estado do paciente e do seu tratamento correto de emergência. Indicações Indica-se em todos os pacientes admitidos em circunstancias que nos fazem suspeitar de um politraumatismo (escoriações, feridas, fraturas, luxações, etc., acompanhadas ou não de perda de consciência). Material necessário Estetoscópio, Esfigmomanômetro, material de PCR, termômetro, gazes, esparadrapo, lanterna, monitor, eletrodos autoadesivos, kit para intubação, kit para passagem de intracath ou cateter monolúmen (acesso venoso central), kit de cateterismo vesical, sonda nasogástrica, lubrificante, material de imobilização (colar cervical, talas pneumáticas dos membros, mesa de imobilização, algodão, ataduras e gesso), trações cutâneas e ósseas, antisséptico, curativos, garrote, cateteres para vias periféricas, sistema de ventilação(bolsa-válvula-máscara), máscara de O2, óculos nasais, ataduras elásticas e luvas. Cuidados com o paciente politraumatizado Se realizarmos uma boa avaliação e chegamos até este ponto com um paciente estável, os nossos cuidados deverão centrar-se na manutenção da estabilidade e na 70 realização de todas as atividades encaminhadas no sentido de completar o estudo do paciente, começando o seu tratamento de recuperação até o seu ingresso no serviço de internação. De início, a atuação será dirigida à observação constante do paciente para prevenir possíveis alterações do seu estado geral. Esta observação compreende: vigilância neurológica continua mediante a utilização de uma escala de Coma de Glasgow(ver avaliação do paciente com um problema neurológico),contínua monitoração eletrocardiográfica para poder observar alterações cardíacas em qualquer momento(alterações do ritmo ou diminuição brusca do débito cardíaco), manutenção hemodinâmica através de soroterapia e/ou hemoterapias prescritas, com monitoração de PA e pulso contínuos; por ultimo, realiza-se a manutenção óssea encaminhada para o alinhamento e estabilização de fraturas existentes, ou a redução e imobilização de luxações (se houver), exploração radiológica prévia, que compreenderá também: crânio, tórax, coluna, abdome e membros(e qualquer região suscetível de ser examinada após a avaliação feita). Ao longo de toda esta atuação, o paciente será constantemente observado, adotando-se as medidas que possam ser necessárias face a qualquer alteração importante da sua situação (PCR, diminuição do nível de consciência, alterações respiratórias etc.). Deve existir um registro rigoroso de todos os cuidados e da avaliação do paciente (medicação, infusão, sinais vitais etc.), que servirá para nos dar uma imagem da sua linha de evolução. Apoio psicológico Um dos grandes problemas destes pacientes é o estado de ansiedade gerado pela situação que vivem. Não devemos esquecer que a maioria deles se encontrava num estado normal de saúde, vendo-se repentinamente numa situação de ameaça vital, após um choque. Por isso, é função da equipe de enfermagem informar e tranquilizar o paciente enquanto lhe são aplicadas todas as técnicas. Não devemos esquecer que o paciente deve estar sempre informado de cada uma das técnicas que lhe vai ser aplicada. Desta forma compreenderá melhor a sua situação, se sentirá mais seguro e facilitará nosso trabalho. 10.2 - CONVULSÃO Clínica bastante frequente, que se manifesta tanto em patologias neurológicas como acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico e encefalite é a convulsão. Pode ocorrer como evento isolado em decorrência de doenças sistêmicas tais como distúrbios hidroeletrolíticos, insuficiência renal, insuficiência hepática, septicemia, estado hiperglicêmico, entre outros. Considerada uma condição multifatorial, a crise convulsiva pode ser definida como uma desordem na transmissão dos impulsos elétricos cerebrais, que se manifesta por espasmos involuntários dos grupos musculares com ou sem perda da consciência, sendo limitada em relação ao tempo. Devido à alteração paroxística da atividade cerebral, que se inicia em um grupo de neurônios ou ainda se espalha por uma área generalizada, as convulsões se caracterizam por movimentos musculares involuntários e súbitos, de forma generalizada ou acometendo um segmento do corpo. Podem ser classificadas em tônicas, quando caracterizadas por sustentação e imobilização das articulações; clônicas, quando se apresentam de forma ritmada, com 71 períodos de contração e relaxamento; ou ainda tônico-clônicas, que se caracterizam pelas duas formas descritas, com perda da consciência e do controle esfincteriano. A convulsão é uma resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. O termo crise convulsiva descreve várias experiências e comportamentos e não é o mesmo que convulsão, embora utilizados como sinônimos. Segundo Araújo (2006), esse termo é usado para designar um episódio isolado. Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva. Dois terços dos indivíduos que apresentam uma crise jamais voltam a apresentá-la, enquanto o outro grupo continuará a apresentá-las repetidamente (epilepsia). Para indivíduos com epilepsia (cerca de 20%), a convulsão pode ser precedida por auras com sensação de que a crise vai se manifestar, experiências diferenciadas de sensações de odores ou sabores. Alguns ainda podem referir alterações visuais. Além das crises convulsivas, é importante destacar outra condição neurológica de maior gravidade. O status epileticus, ou estado de mal convulsivo, pode ser definido como atividade convulsiva contínua de duração superior a cinco minutos ou ainda a ocorrência de duas ou mais convulsões entre as quais não há completa recuperação da consciência. As convulsões febris acontecem em crianças com idade que variam de três meses a cinco anos. Essas crianças apresentam uma probabilidade maior de desenvolver epilepsia com o decorrer da idade. Como terapia medicamentosa, é indicada a administração de fenobarbital em substituição ao diazepam, pois este pode provocar hemorragia cerebral em recém-nascidos. O período de duração de uma crise convulsiva é de aproximadamente de 2 a 5 minutos, podendo sobrevir a cefaléia, confusão mental, dores musculares e fadiga. A investigação diagnóstica é fundamentada na história pregressa e atual do paciente, complementando com exame de tomografia computadorizada e eletroencefalograma. Há necessidade de exames laboratoriais para pesquisa de possíveis alterações bioquímicas e metabólicas para auxiliar no diagnóstico. O tratamento é baseado na manifestação clínica, com intuito de minimizar as contrações musculares por meio da administração de medicamentos miorrelaxante por via endovenosa. Por vezes, é necessária a infusão contínua ou intermitente de medicamento anticonvulsivante para prevenção de novos episódios. No estado pós-convulsivo podem ocorrer injúrias como broncoaspiração, coma, hipóxia, acidose metabólica, entre outras. A atuação do técnico de enfermagem frente à convulsão se inicia com a segurança do paciente, afastando os objetos e condições que representem risco, orientando às pessoas que se mantenham afastadas, pois a curiosidade provoca uma aglomeração de 72 pessoas e pode dificultar o atendimento inicial. É fundamental que você promova a proteção do paciente a fim de reduzir danos em virtude dos espasmos musculares, uma vez que a contenção física dos movimentos não é recomendada. Certifique-se de que esse indivíduo não sofreu uma queda, pois essa condição modifica a sua ação na abordagem em situação de trauma, visando, então, preservar a integridade da coluna cervical. Durante a crise convulsiva, coloque algo macio sob a cabeça do paciente, se encontrado deitado no chão, apoiando-a cuidadosamente a fim de evitar traumas. Se possível, remova ou afrouxe a roupa apertada, observe se há adornos no pescoço que possam dificultar a respiração. Avaliar o padrão respiratório e condições hemodinâmicas, permanecendo atento durante o episódio convulsivo, inclusive em relação ao tipo de contração (tônica, clônica ou ambas), horário de início e término do episódio, frequência (um ou mais), liberação de esfíncter vesical e/ou intestinal. Durante a convulsão, administrar a oxigênio e droga miorrelaxante. A via de administração preferencial é a endovenosa. Na impossibilidade ou insucesso da venopunção, a opção é por via intraóssea, procedimento de atribuição do enfermeiro. Após a cessação das contrações, reavaliar a permeabilidade das vias aéreas e eventual necessidade de aspiração de secreções, administração de outras medicações, controle da glicemia capilar e realizar a higiene proporcionando o conforto. Em presença de prótese dentária, remova assim que possível. Em pacientes idosos, é importante considerar que a história clínica, bem como a ocorrência do fato descrita por familiares ou outrem que presenciaram a convulsão, seja considerada em virtude da avaliação do evento. A hipótese da queda pela fragilidade óssea ou vice-versa podem acarretar em danos neurológicos tendo como manifestação a convulsão. A atenção deve estar voltada para prevenção e antecipação do evento por meio de medidas simples como iluminação adequada, diferenciação visível entre degraus, instalação de corrimão para apoio, conservação dos pisos, retirada de tapetes ou fixação dos mesmos, entre outros. A convulsão ainda é vista por muitos leigos, e até por profissionais da área da saúde, com preconceito que carrega consigo a desinformação e falta de conhecimento. Culturalmente, essa patologia é encarada comoalgo transmissível e, portanto, passível de contaminação principalmente com a “baba”. Somente com educação da população é que esse paradigma pode ser mudado. Um cuidado humanizado prestado por você garante ao paciente uma assistência livre de constrangimento. 10.2.1 - Assistência de enfermagem 1-Proteger o paciente: deve-se evitar que o paciente bata nos objetos que o rodeiam, afastando-o o mais possível de quinas, móveis ou paredes. 2-Colocar o paciente em posição de defesa: uma vez que a crise pode ser acompanhada de vômito, expulsão de sangue e mesmo sialorréia, manter o paciente em decúbito lateral para evitar a sua aspiração. 3-Proteger a boca e isolar as vias respiratórias: tentar retirar as próteses dentárias, se existirem e, se possível, colocar um lenço ou compressa dobrada entre os dentes. Também pode ser usada uma cânula orofaríngea, a qual permite posteriormente aspirar o conteúdo da boca e orofaringe; embora este passo deva ser dado no início da crise, enquanto ela dure, não se devem introduzir os dedos dentro da boca do paciente. 73 4-Administrar oxigênio: pode ser através de máscara, um tubo orotraqueal, ou cateter nasal. 5-Controlar movimentos do paciente, segurando-o com cuidado. Assim se evitam lesões. 6-Aplicar tratamento farmacológico de acordo com o estabelecido pelo médico do paciente. Se a convulsão o permite, puncionar uma veia. O fármaco mais utilizado durante a crise é o diazepan em injeção EV lenta. 7-Após a crise, manter a vigilância dos sinais vitais do paciente. Deve-se atentar para as possíveis lesões produzidas, registrando no prontuário do paciente as características da crise: forma de início, duração, tipo de convulsões, pródromos, tempo de crise, características pós crise e lesões observadas, além da medicação administrada e cuidados prestados. 10.3 - FRATURAS Considera-se como fratura qualquer solução de continuidade (ruptura) de um osso, ou superfície articular, que determina uma série de alterações anatômicas e funcionais. As causas mais comuns de fraturas são: -Acidentes de transito ou de trabalho; -Traumatismo direto ou indireto; -Contração muscular brusca de esportes ou esforço maior; -Quedas. As fraturas classificam-se, segundo a sua forma, em: -Transversas (1): são aquelas cuja linha de fratura atravessa o osso num plano perpendicular ao do eixo ósseo. São as que, com maior facilidade, produzem fragmentos que se incrustam, e as que mais frequentemente ficam como fratura estável. -Oblíquas (2): neste caso, a linha de fratura estende-se em direção oblíqua. Pode provocar problemas ao afetar as partes moles, já que podem ter fragmentos em ponta de flauta que se desprendem com facilidade, podendo cortar estruturas vizinhas. -Espirais (3): são fraturas que podem ter a sua origem na torção do osso. Por isso, a linha de ruptura segue uma direção em espiral relativamente ao eixo do osso. Podem chegar a apresentar o terceiro fragmento: nesse caso, denominam-se fraturas em asa de borboleta. -Cominutiva (4): são fraturas em que o osso se estilhaça em vários fragmentos. Podem dar-se como consequência de um golpe direto de grande intensidade. -Por compressão (5): é o tipo de fratura que mais pode afetar os corpos vertebrais. Também se podem denominar fraturas por esmagamento e pressupõem a diminuição traumática do volume do osso. -Em galho verde (6): é a típica fratura que se produz em crianças e na qual não chega a romper-se a totalidade do osso, tendo o aspecto de um tronco meio partido. 74 -Fraturas expostas: são aquelas em que o foco de fratura se encontra em contato com o exterior da pele, quer seja por ferida provocada pelo golpe, quer por lesão causada pelo deslocamento de um dos fragmentos ósseos. -Fraturas fechadas: neste tipo, não existe contato com o exterior. Assim, tem melhor prognóstico uma vez reduzido o perigo de infecção do foco de fratura. Outra classificação das fraturas baseia-se no mecanismo de produção de golpe: -Fraturas por golpe direto: quando o golpe se produz no mesmo local onde ocorre a fratura; por exemplo, um ponta-pé sobre a tíbia, se produz a fratura no local do golpe. -Fraturas por transmissão (ou golpe indireto): neste caso, a fratura produz-se num local distinto daquele que se recebeu o golpe, devido a transmissão desta energia através dos ossos. Por exemplo, a fratura por esmagamento de um corpo vertebral após uma queda de pé desde um local elevado (pára-quedistas). -Fraturas por torção: dão-se quando as forças que atuam sobre o osso em forma de rotação e em sentido contrário. -Fraturas por sobrecarga: produzem-se quando um osso se encontra submetido a um trabalho intenso durante um tempo prolongado. 10.3.1 - Sinais e sintomas Dor, hipersensibilidade loca, edema, deformidade, incapacidade ou perda da função do membro, hematomas, crepitações ao atrito das superfícies fraturadas e inflamação local. 10.3.2 - Tratamento hospitalar 1-Redução: restabelecimento da continuidade do osso na posição anatômica e alinhamento correto. 2-Fixação cirúrgica: realizada com placas, parafusos, fios metálicos e materiais de osteossíntese, para estabilizar diferentes fraturas sem provocar imobilidade das articulações. 75 3-Imobilização: aplicação de ataduras ou talas de gesso, com a finalidade de imobilizar a fratura. 4-Tração esquelética: introdução de um fio metálico no osso, acoplado a um estribo, por meio de uma roldana na qual coloca-se um peso (geralmente 10% do peso do cliente), quando é necessária a tração em longo prazo. 5-Tração cutânea: aplicam-se, sobre a pele, ataduras adesivas paralelas ao eixo da perna, ligadas a um estribo e, por meio de uma roldana, coloca-se um peso suficiente para exercer tração indireta sobre o esqueleto. 10.3.3 - Outros traumatismos Musculoesqueléticos A) Contusão Lesão das partes moles, sem solução de continuidade da pele. Apresenta-se com dor local, edema, hematoma ou equimose. O tratamento consiste em elevação da parte afetada, aplicação local de gelo, repouso e aplicação de compressas quentes após 24 horas. B) Distensão Estiramento dos ligamentos adjacentes a uma articulação, podendo ser leve (sem perda da função), moderada (com alguma perda da função) ou grave (ruptura completa do ligamento, com perda total da função), com dor local e edema. Deve-se manter repouso, aplicação local de gelo e avaliação da necessidade de correção cirúrgica. C) Luxação Deslocamento das superfícies articulares entre os ossos. Apresenta-se com dor local, deformidade, edema progressivo e perda da função. O tratamento consiste em redução e imobilização, com repouso e controle da dor. 76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Guias Práticos de Enfermagem – Emergência - F. Javier Morillo Rodríguez. Editora Mc Graw-Hill. Ano 2001 Curso Didático de enfermagem: módulo 1. Andréa Porto da Cruz – organizadora. São Caetano do Sul, SP: Yends Editora. 2017 Ana Letícia Carnevalli Motta. Assistência de Enfermagem em Cardiologia. Editora Iátria, 2003 Lopes SLB e Fernandes RJ. Uma breve revisão do atendimento médico pré-hospitalar. Medicina, Ribeirão Preto, out/dez. 1999. Parada Cardiorrespiratória. http://geicpe.tripod.com/clin_emerg_parada.htm Enfermagem médico-cirúrgica: volume 1. Janice Boundy Reichmann e Affonso Editores, 2004 BRASIL. Ministério da Saúde. Suporte Básico de Vida. 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf Considerações sobre a RCP. Disponível em: http://www.enfermagemesquematizada.com.br/suporte-basico-de-vida/ ESCALA DE COMA DE GLASGOW. 2018. Disponível em: http://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf VIDEO-AULA. Cuidados aplicados aos pacientes em primeiros socorros. http://www.portaldesaudeeureka.com.br/2017/cuidados-aplicados-aos-pacientes-em- primeiros-socorros/ Diretriz de apoio ao suporte avançadode vida em cardiologia código azul – registro de ressuscitação – normatização do carro de emergência. Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2003/site/043e48.pdf BRASIL. Manual de rotina para atenção do AVC. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rotinas_para_atencao_avc.pdf COREN-SP, 2013. CARRINHO DE EMERGÊNCIA. Disponível em: http://portal.coren- sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_37.pdf MEDEIROS, Douglas. “Os tipos de Ambulâncias, e seus tripulantes segundo a portaria 2048”. Site Acessado https://www.youtube.com/watch?v=BNcXCfNUjTA BRASIL, Curitiba. “Reportagem Henrique Giglio - Veja como funciona o atendimento do SAMU”. 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