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TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS P2M1E6 Diferenciar traço de transtorno psiquiátrico Traços -> padrões persistentes de todas as características de adaptação (pensamento, percepção, reação e relacionamento) de formas únicas e ambientes internos e externos. Ainda, a personalidade é definida como “diferenças individuais nos padrões característicos de pensamento, sensação e comportamento”. Os traços constinuem transtornos somente quando são inflexíveis e mal-adaptativos, causando prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos. Transtorno de personalidade: é um padrão persistente de experiencia interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso, é inflexível, começa enquanto adolescente ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo, leva a sofrimento ou prejuízo e se manifesta em, pelo menos, 2 das 4 áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos. -> Etiologia/Fatores de Risco: • Genética: transtornos do grupo A são + comuns em parentes biológicos de pctes com esquizofrenia. Depressão é comum nos antecedentes familiares de indivíduos com transtorno de personalidade Borderline. O transtorno antissocial está relacionado a transtornos por uso de álcool. Pctes com transtornos de personalidade evitativa costumam apresentar níveis elevados de ansiedade. Traços obsessivos-compulsivos são + comuns em gemeos monozigóticos do que em dizigóticos. • Hormonal: indivíduos c/ traços compulsivos normalmente apresentam níveis elevados de testosterona, estradiol e estroma. MAO plaquetária: baixos níveis plaquetários de MAO observados em universitários indicaram que estes passavam + tempo em atividades sociais do que aqueles c/ níveis elevados de MAO. Identificou- se tbm baixos níveis plaquetários de MAO em alguns pctes c/ transtornos esquizotípicos. NT: estudos indicam uma função de ativação da excitação p/ os NT dopamina e serotonina. Níveis elevados de endorfinas endógenas podem estar associados a indivíduos apáticos. Níveis de 5-HIAA, um metabólito da serotonina, são baixos em indivíduos que tentam suicídio e naqueles que são impulsivos e agressivos. Eletrofisiologia: mudanças na condução elétrica no EEG ocorrem em alguns pctes c/ transtorno da personalidade, c/ > frequencia dos tipos antissocial e boderline; essas mudanças aparecem como atividade de ondas lentas. DSM-V: reune os transtornos da personalidade em 3 grupos, com base em semelhanças descritivas. O Grupo A inclui 3 transtornos da personalidade c/ características estranhas/ de afastamento (paranoide, esquizoide e esquizotípica). Indivíduos c/ esses transtornos parecem esquisitos ou excentricos. O grupo B inclui 4 transtornos c/ características dramáticas, impulsivas, emotivas ou erráticas (antissocial, boderline, histrionica e narcisista). O grupo C inclui 3 transtornos que compartilham características de ansiedade e medo (evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva). Indivíduos normalmente exibem traços que não se limitam a um único transtorno da personalidade. Quando um pcte satistaz os critérios p/ + de 1, o clínico deve diagnósticar cada um deles. GRUPO A -> Paranóide: padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, a ponto de sua motivação ser interpretada como “malévola”. O pcte crê que outras pessoas irão explorá-lo, causar dano ou enganá-lo, mesmo s/ evidencias que apoiem essa expectativa. Suspeitam que os outros estão tramando contra eles e podem atacá-los de repente, a qualquer momento e sem razão. -> Esquizoide: padrão difuso de distanciamento de relação social e uma faixa restrita de expressão de emoção em contextos interpressoais. O pcte demonstra não ter desejo de intimidade, parecem indiferentes a oportunida- des de desenvolver relação próximas e não parecem encontrar muita satisfação em fazer parte de uma família ou de outro grupo sociall. -> Esquizotípica: padrão difuso de déficits sociais e interpressoais marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida p/ relacionamentos íntimos, bem como por distorção cognitiva ou perceptiva e comporta- mento excentrico. Podem achar que tem poderes especiais p/ sentir os eventos antes que ocorram ou p/ ler os pensamentos alheios. GRUPO A -> Boderline: padrão difuso de instabilidade de relaçoes interpessoais, da autoimagem e de afetos e de impulsividade acentuada. Esses indivíduos são muito sensíveis às circunstancias ambientais. Vivenciam medos intensos de abandono e experimentam raiva inadequada, mesmo diante de uma separação de curto prazo realística ou quando ocorrem mudanças inevitáveis de planos. -> Antissocial: padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros. Surge na infancia ou no início da adolescencia e continua na vida adulta. Esse padrão tbm já foi referido como psicopatia, sociopatia ou transtorno de personalidade dissocial. Falsidade e manipulação são aspectos centrais. -> Narcisista: padrão difuso de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. Pcte c/ o sentimento grandioso da própria importancia. Superestimam de forma rotineira suas capacidades e exageram suas conquistas, parecendo pretensiosos e arrogantes. Podem partir do pressuposto que os outros atribuem o mesmo valor aos seus esforços e podem surpreender-se quando o elogio que esperam e o sentimento que sentem merecer não ocorrem. Comumente implícita nos juízos inflados das próprias conquistas está uma desvalorização das contribuiçoes dos outros. Os pctes estao frequentemente preocupados c/ fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal. -> Histrionica: emocionalidade excessiva e difusa e o comportamento de busca e atenção. Sentem-se desconfortáveis ou não valorizados qdo não estão no centro da atenção. Cheios de vida e dramáticos, tendem a atrair atenção p/ si mesmos e podem inicialmente fazer novas amizades por seu entusiasmo, abertura aparente ou sedução. Essas qualidades se extinguem à medida que os pacientes demandam continuadamente ser o centro das atenções. Comandam o papel de “vida de festa”. Podem ser dramáticos p/ atrair o foco da atenção p/ si. Em uma consulta, essa necessidade pode ser vista em: levar presentes, elogiar, dar descrição dramática de sintomas físicos e psicológicos, que são substituídos por novos a cada consulta. GRUPO C -> Evitativa: inibição social, sentimentos de inadequeção e hipersensibilidade à avaliação negativa. Esquivam-se de atividades no trabalho que envolvam contato interpessoal significativo devido a medo de críticas, desaprovação ou rejeição. Ofertas de promoção de vida profissional podem não ser aceitas, pois novas responsabilidades podem resultar em críticas de colegas. -> Dependente: é uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado, que leva a um comportamento de submissão e apego e a temores de separação. Apresentam grande dificuldades em tomar decisão cotidiana sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramentos oferecidos por outros. -> Obsessivo-compulsiva: preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiencia. Tentam manter uma sensação de controle, por meio de atenção cuidadosa a regras, pequenos detalhes, procedimentos, listas, cronogramas ou forma, a ponto de o objetivo principal ser perdido. Excessivamente cuidadosos e propensos à repetição, prestando extraordinária atenção aos detalhes e conferindo repetidas vezes, na busca por possíveis erros. Abordagem segundo o DSM-V: Um diagnóstico de transtorno da personalidade requer duas determinações: uma avaliação do nível de prejuízo no funcionamento da personalidade (necessária para o critério A) e uma avaliação dos traços de personalidade patológicos (necessária p/ o critério B). -> Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade são flexíveis e difusos dentro de umaampla faixa de situações pessoais e sociais (Critério C); são relativamente estáveis ao longo do tempo, podendo seu início remontar no mínimo à adolescencia ou ao começo da idade adulta (Critério D); não são mais bem explicados por outro transtorno mental (Critério E); não são atribuíveis aos efeitos de uma substancia ou a condição médica (Critério F); e não são mais bem entendidos como normais p/ o estágio do desenvolvimento de um indivíduo ou p/ o seu ambiente sociocultural (Critério G). Critérios Gerais para Transtorno da Personalidade As características essenciais de um transtorno da personalidade são: A. Prejuízo moderado ou grave no funcionamento da personalidade (self/interpessoal). B. Um ou mais traços de personalidade patológicos. C. Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo são relativamente inflexíveis e difusos dentro de uma ampla faixa de situações pessoais e sociais. D. Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo são relativamente estáveis ao longo do tempo, podendo seu início remontar no mínimo à adolescência ou ao começo da idade adulta. E. Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não são mais bem explicados por outro transtorno mental. F. Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não são unicamente atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica (p. ex., traumatismo craniano grave). G. Os prejuízos no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não são mais bem entendidos como normais para o estágio do desenvolvimento de um indivíduo ou para seu ambiente sociocultural.
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