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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO FINANCEIRA DEISE KELLY SILVA REZENDE – RA: 0543780 LUZIRENE CONCEIÇÃO DOS SANTOS – RA: 2031538 SUZANO S.A. PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR V– PIM V MAIRIPORÃ GOIÁS 2021 DEISE KELLY SILVA REZENDE – RA: 0543780 LUZIRENE CONCEIÇÃO DOS SANTOS – RA: 2031538 SUZANO S.A. PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR V – PIM V Projeto Integrado Multidisciplinar V apresentado como um dos pré-requisitos para aprovação do bimestre vigente, no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da Universidade Paulista – UNIP. Orientador(a): Rodrigo Marchesin MAIRIPORÃ GOIÁS 2021 RESUMO O Projeto Integrado Multidisciplinar V (PIM V) consiste no desenvolvimento de um projeto, que visa buscar as respostas para a questão de pesquisa levantada: “Qual é a situação econômico-financeira, a partir da análise das demonstrações financeiras, como é o planejamento tributário e qual é a utilização prática das técnicas de matemática financeira para a Suzano S.A.?”, uma companhia do ramo de papel e celulose e que atua no mercado nacional e internacional. O objetivo geral desse PIM V é o de descrever os principais aspectos da análise das demonstrações financeiras, em termos de liquidez, endividamento, atividade e lucratividade, além do planejamento tributário. A metodologia empregada neste trabalho será a pesquisa qualitativa, através da estratégia de investigação de estudo de caso e embasada pela pesquisa bibliográfica, além dos conceitos e fundamentos estudados nas disciplinas de: Análise das Demonstrações Financeiras, em que será elaborada uma análise econômico-financeira sintética, a partir das demonstrações financeiras da empresa; Planejamento Tributário, em que será descrito o processo de planejamento tributário da Suzano S.A.; e Matemática Financeira, em que será descrito como as principais técnicas da matemática auxiliam (ou podem auxiliar) os diferentes processos de tomada de decisão da área financeira na gestão da referida empresa. Este PIM V promove o aprofundamento dos conceitos estudados e maior apreensão dos conhecimentos, termos técnicos e o exercício reflexivo que permite ao anulo, fazer análises financeiras como acontece no cotidiano de todo departamento financeiro. Palavras-chave: Suzano S.A. Análise financeira. Análise das Demonstrações Financeiras. Planejamento Tributário. Matemática Financeira. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 1 DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL ........................................................................... 6 1.1 Breve apresentação sobre a empresa e seu negócio .................................... 6 1.2 Denominação e forma de constituição ........................................................... 6 1.3 Histórico relevante da Suzano S.A. ................................................................ 7 1.4 Setor de atividade e negocio da organização ................................................ 8 1.5 Porte da organização ..................................................................................... 9 1.6 Composição da força de trabalho .................................................................. 9 1.7 Principais produtos negociados ..................................................................... 9 1.8 Principais fornecedores e insumos .............................................................. 10 1.9 Principais mercados e segmentos em que a Suzano S.A. atua, incluindo o mercado internacional ........................................................................................... 11 1.10 Principais concorrentes da Suzano S.A. ................................................... 12 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................................. 13 2.1 Análise a partir das demonstrações financeiras contábeis da Suzano S.A. .... 14 3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................................................................ 20 3.1 Como ocorre o planejamento tributário na Suzano S.A. .................................. 21 3.2 As práticas que podem colaborar para a realização da elisão fiscal na Suzano ............................................................................................................................... 23 4 MATEMÁTICA FINANCEIRA ................................................................................. 25 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 27 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 5 INTRODUÇÃO A análise financeira de uma organização realizada através de cálculos matemáticos e de análises contábeis e financeiras permite que os gestores compreender e interpretar a linguagem dos negócios, além de obter fundamentos verídicos acerca da saúde financeira de seu negócio; otimizar os processos de planejamento e controle internos e poder tomar decisões mais acertadas e seguras. Vale ressaltar que a Matemática Financeira vem auxiliar nas Análise das Demonstrações Contábeis e financeiras, tornando os processos internos da empresa mais consistentes, pois oferece um diagnóstico analítico da real situação patrimonial, e financeira da organização. Neste contexto, este PIM V do curso de Tecnologia em Gestão Financeira, tem como propósito, o desenvolvimento de um diagnóstico organizacional e a proposição de melhorias para a empresa escolhida como objeto de estudo, a Suzano S.A., fundamentada pelos conhecimentos contidos nas disciplinas de Análise das Demonstrações Financeiras, em que será elaborada uma análise econômico- financeira sintética, a partir das demonstrações financeiras da empresa; Planejamento Tributário, em que será descrito o processo de planejamento tributário da Suzano S.A.; e Matemática Financeira, em que será descrito como as principais técnicas da matemática auxiliam (ou podem auxiliar) os diferentes processos de tomada de decisão da área financeira na gestão da referida empresa. A questão de pesquisa que busca-se responder com este estudo de caso é: “Qual é a situação econômico-financeira, a partir da análise das demonstrações financeiras, como é o planejamento tributário e qual é a utilização prática das técnicas de matemática financeira para a Suzano S.A.?”, uma companhia do ramo de papel e celulose e que atua no mercado nacional e internacional. O objetivo geral desse PIM V é o de descrever os principais aspectos da análise das demonstrações financeiras, em termos de liquidez, endividamento, atividade e lucratividade, além do planejamento tributário. A metodologia científica empregada neste estudo de caso será a pesquisa qualitativa e a pesquisa de campo com abordagem descritiva, fundamentada pela pesquisa bibliográfica, que Gil (2019) esclarece ser aquela que é desenvolvida em materiais já publicados. 6 1 DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL 1.1 Breve apresentação sobre a empresa e seu negócio A antiga Suzano Papel e Celulose S.A., até a fusão com a empresa Fibria (do ramo de agronegócio) no primeiro trimestre de 2020, recebeu nova denominação, se chamando Suzano S.A., tem sede na Av. Professor Magalhães Neto, 1.752 – 10º andar, salas 1010 e 1011, na cidade de Salvador, na Bahia, CEP: 41810-012. Está inscrita na Receita Federal sob o CNPJ: 16.404.287/0001-55 e na Bolsa de Valores sob o código CVM 1398-6. Por ser uma empresa Sociedade Anônima de capital aberto, segue os princípios da Governança Corporativa e sua auditoria externa é realizada pela renomada empresa PricewaterhouseCoopers Auditores independentes. (IR SUZANO).Seu faturamento, em 31 de dezembro de 2019 registrou um prejuízo de R$ 2.815 milhões, enquanto o mesmo período de 2018 houve um lucro líquido de R$ 3.378 milhões. A companhia possui cinco escritórios comerciais internacionais, 21 Centros de Distribuição (CD), 3 portos para exportação de celulose e dez navios totalmente dedicados, com dez fábricas localizadas perto da costa ou conectadas por ferrovias. Possui aproximadamente 1,3 milhão de hectares de terras para cultivo de eucaliptos e cerca de 900 mil hectares de áreas destinadas a conservação, sendo 87% destas áreas certificadas pelo FSC e PEFC/CERFLOR. A sua capacidade instalada foi de 1,4 milhão de toneladas de papel e 10,9 milhões de toneladas de celulose em 2019. 1.2 Denominação e forma de constituição Sua estrutura legal (atividade empresarial) é a de Sociedade Anônima, na qual os lucros pertencem à companhia e podem ser pagos aos acionistas como dividendos e a responsabilidade é limitada ao preço de emissão de suas ações. Adota o modelo de Governança Corporativa, ou seja, sujeitos à observação de princípios e regras de conduta empresarial relacionados a responsabilidade corporativa, equidade, transparência e prestação de contas perante nossas diversas partes interessadas. 7 Sua estrutura de Governança Corporativa compreende o Conselho de Administração, conselheiros independentes, o presidente do Conselho e CEO independentes; Diretoria e Comitês do Conselho de Administração, Comitê de Auditoria, Secretaria do Conselho de Administração, Comitê de Conduta e de Riscos e Ouvidoria Externa. Figura 1 - Composição societária da Suzano S.A. Fonte: https://ri.suzano.com.br/Portuguese/a-companhia/estrutura-societaria/default.aspx 1.3 Histórico relevante da Suzano S.A. De acordo com seu site institucional, a Suzano S.A., foi fundada pelo ucraniano Leon Feffer, por meio da abertura de sua firma individual em 1924 e, dezessete anos depois, entra em operação a sua primeira fábrica de papel, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Em 1955, Max Feffer, em busca de alternativas ao pinus como matéria- prima, adquire uma fábrica em Suzano/SP e, em 1956 é iniciada a produção de celulose a partir da fibra do eucalipto, revolucionando a indústria de celulose no Brasil e no mundo, se tornando, em 1961, a primeira empresa a produzir celulose e papéis com 100% de fibra de eucalipto em escala industrial. O papel Report, o primeiro papel “cutsize” começa a ser produzido em 1982 e em 1984 são adotadas práticas de biotecnologia, denominado micropropagação em suas plantações de eucalipto (cultivo in vitro). Em 2000 a empresa cria o papel Pólen®, papel desenvolvido especialmente para o mercado editorial, cuja tonalidade amarelada reflete menos a luz, proporcionando uma leitura muito mais confortável. https://ri.suzano.com.br/Portuguese/a-companhia/estrutura-societaria/default.aspx 8 Em 2014 inaugura a mais moderna de suas fábricas, em Imperatriz, no Maranhão e em 2015 inicia a produção de Eucafluff, na unidade de Suzano/Sp, produto voltado para o segmento de absorventes e de fraldas descartáveis. Em 2017 abre seu capital no Mercado de Capitais e adquire a Facepa, forte concorrente das regiões Norte e Nordeste. Após dez meses de negociações, é consolidada a fusão da Suzano Papel e Celulose com a Fibria, criando a Suzano S/A., sendo considerada a maior produtora mundial de celulose. 1.4 Setor de atividade e negocio da organização A Suzano S. A. atua no ramo de fabricação e comércio de papel e celulose. Outros negócios consistem em: a plantação de eucalipto em diferentes regiões do país, otimizando a logística e a cadeia produtiva; transformação de matérias-primas, como celulose e lignina; fabricação de vários tipos de papéis em bobinas, em rolos e cortados; insumos para a produção de absorventes e fraldas descartáveis, etc. e também atua no segmento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com cinco Centros de Pesquisa, sendo três no Brasil, uma no Canadá e um em Israel (Figura 2). Figura 2 – Pesquisa e inovação Infográfico Suzano Fonte: https://storage.googleapis.com/stateless-site-suzano-com-br/2020/05/e7d0d546- infograficosuzano2019.pdf https://storage.googleapis.com/stateless-site-suzano-com-br/2020/05/e7d0d546-infograficosuzano2019.pdf https://storage.googleapis.com/stateless-site-suzano-com-br/2020/05/e7d0d546-infograficosuzano2019.pdf 9 1.5 Porte da organização A Suzano S.A. é uma empresa de grande porte, uma vez que ela faz parte de um conglomerado de empresas e em 2019, obteve um faturamento consolidado de R$ 2.342 bilhões. De acordo com a classificação de porte do BNDES, uma empresa de grande porte possui uma renda operacional bruta anual maior que R$300 milhões. A companhia faz parte de um conglomerado de empresas como é possível observar na Figura 1 – Composição societária da Suzano S.A., da qual fazem parte, subsidiárias da China, da Suíça, Canadá, Ilhas Cayman, Finlândia, Hungria, EUA, entre outras, além de exportar celulose através de 3 portos brasileiros. 1.6 Composição da força de trabalho A composição de seu quadro de colaboradores terminou 31 de dezembro de 2019, com 36.547 colaboradores próprios e terceirizados. Em relação à diversidade e inclusão, a companhia contabilizou em 2019: 30% de mulheres e 30% de negros em posições de liderança; 100% de acessibilidade; 100% ambiente inclusivo e zero preconceito: PCDs e LGBTI+ (SUZANO, 2019). 1.7 Principais produtos negociados De acordo com seu Infográfico, os principais produtos fabricados pela Suzano S/A., são: • Fabricação de celulose, matéria-prima de base renovável e sustentável aplicada em diversos materiais do dia a dia, como: papel para imprimir e escrever, embalagens, livros e revistas, papel higiênico e até papéis especiais, como bobina de máquinas de cartão de crédito, papéis decorativos e muito mais; • Fabricação de celulose nanocristalina, utilizada em adesivos, tinas e cosméticos; • Fabricação de celulose solúvel e açúcares derivados, usados em tecidos e na indústria química em geral; • Fabricação de lignina, para a produção de compensados, borracha de pneus, mangueiras industriais e termoplásticos como tubetes para mudas de eucaliptos; • Fabricação de papéis em geral (Figura 3), contando com mais de 20 marcas: linha Report, Reciclato, Report Colorido, Seninha e Copimax e papéis especiais para canudos e copos de papel; além de papel toalha, papel higiênico Mimmo, Floral, La Vie Blanc, Max Pure e Scala, além de bobinas Tissue (para fins sanitários, denominado bens de consumo). 10 • Fabricação de biocompósitos, que são utilizados na indústria automotiva, de embalagens e de bens de consumo; • Fabricação de bio-óleo, resultante do aquecimento da madeira e de biopetróleo; • Fabricação de Eucafluff (insumo/espuma de absorção para absorventes, fraldas, tapetes para pets e produtos hospitalares, com alto poder de absorção e retenção de líquidos); • Fabricação de fibras têxteis (marca Spinova); • Geração e comercialização de energia elétrica; • Operação de terminais portuários. (SUZANO, s. d.). Figura 3 – Processo de produção de papel Fonte: https://ri.suzano.com.br/Portuguese/a-companhia/capacidade-e-processo-de- producao/default.aspx 1.8 Principais fornecedores e insumos Dentre seus fornecedores estão empresas que vendem álcool, xilitol, aglutinantes, dispersantes, adesivos, antioxidantes, tintas e corantes, solventes, entre outros, além de fornecedores de embalagens plásticas, de fitilhos e grampos. Dentre os prestadores de serviços estão a Planin, que cuida da comunicação corporativa e digital da empresa, faz pesquisas e análises de mercado e implanta programas de endomarketing na companhia. O insumo mais utilizado pela Suzano S.A. é produzido por ela mesma, que é a celulose derivada do eucalipto. Anteriormente,as empresas extraiam a celulose da 11 madeira de pinus (existem 105 variedades da árvore de Pinus no mundo, como a Pinus taeda, Pinus elliotti). Além dela, a água é um elemento fundamental em todo o processo de produção da celulose, que Castro (2009) define como “É um polímero linear de glicose de alta massa molecular formado de ligações β 1,4 glicosídicas, insolúvel em água, sendo o principal componente, da parede celular da biomassa vegetal”. Os insumos mais utilizados na companhia são produzidos por ela própria ou por suas subsidiárias como a Fibria que fabrica a lignina, que é considerada como um dos materiais mais resistentes na natureza e é: “(...) um polifenol construído de unidades de fenil-propanas (C6-C3). Diferente da celulose, a lignina não tem estrutura cristalina e é considerado um polímero amorfo, cuja estrutura principal, provém da polimerização dehidrogenativa (iniciada por enzimas) dos seguintes precursores primários: álcool trans-coniferílico, álcool trans-sinapílico e álcool trans-para-cumárico. (CASTRO, 2009). Outros insumos utilizados em sua produção se referem ao nitrato de celulose, Xantatos, Metilcelulose, Etilcelulose, Carboximetilcelulose, entre outros. Com o início da pandemia de COVID-19, a companhia adquiriu 26 mil máscaras de tecido de 174 artesãos locais de cinco estados brasileiros, para doar a famílias de seus colaboradores e grupos estratégicos. (SUZANO, 2020). 1.9 Principais mercados e segmentos em que a Suzano S.A. atua, incluindo o mercado internacional Atua no mercado interno e no mercado externo, em que a China consome cerca de 40% de toda a celulose exportada do Brasil, seguida de países europeus e da América do Norte. A Figura 4 apresenta o total de vendas de celulose no primeiro trimestre de 2020, em que primeira coluna representa as vendas por região e a segunda as vendas divididas por segmentos End-use, de celulose. Sua comercialização no mercado internacional acontece por meio das vendas diretas pela Suzano S.A. e, por 12 intermédio de suas controladas estabelecidas na Argentina, Estados Unidos, Suíça, Áustria e representações na China. Figura 4 – Presença global das vendas de celulose Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/doc_financials/quarterly/pt/2020/1T/Apresenta%C3%A7%C3%A 3o-de-Resultados-1T20_vF.pdf 1.10 Principais concorrentes da Suzano S.A. Um dos principais concorrentes da Suzano S.A., é a Fibria, parte integrante da Suzano Holding S.A., além da Eldorado Brasil Celulose S/A., que produz celulose e papel e a Klabin S/A., que produz papéis e cartões para embalagens e é recicladora e produtora de toras para serrarias. https://s1.q4cdn.com/987436133/files/doc_financials/quarterly/pt/2020/1T/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-de-Resultados-1T20_vF.pdf https://s1.q4cdn.com/987436133/files/doc_financials/quarterly/pt/2020/1T/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-de-Resultados-1T20_vF.pdf 13 2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Um bom administrador de empresas, assim como os gestores de cada área da empresa, precisa tomar decisões a todo momento, das quais, muitas vezes, devem ser baseadas em números e valores que justificam a necessidade de saber “ler” e interpretar dados financeiros e demonstrativos contábeis. A contabilidade tem um papel importante e configura-se como um instrumento crucial para a administração de empresas, o que inclui a coleta de dados financeiros e econômicos da organização e sua subsequente mensuração monetária, que será registrada e sumarizada em relatórios que vão auxiliar e fundamentar diversas tomadas de decisões (IUDÍCIBUS et al., 2006). A área contábil e financeira de uma empresa, possui diversas ferramentas que são adotadas pelo mercado financeiro para a gestão de crédito e de cobrança de empresas de todos os portes, “como na análise de investimentos de caráter estratégico ou na avaliação de fusões e aquisições”, além de permitir identificar e extrair informações relevantes demonstrações financeiras; fazer cálculos acerca dos índices e métricas empregadas na análise da situação econômico-financeira das organizações, obtidos por meio das contas patrimoniais e das demonstrações de resultado devidamente ajustadas (ARTEN, 2020, p. 7). Faz parte das atribuições de um bom administrador de empresas e do gestor financeiro, ter a capacidade de compreender os números relativos às finanças da empresa, e de saber empregar os métodos, técnicas e ferramentas financeiras com a finalidade de conseguir planejar, utilizar e manter o controle dos recursos financeiros gerados por uma empresa, afim de mitigar ou reduzir custos; tratar do aprovisionamento de recursos de investimentos futuros; fazer a alocação mais adequada dos recursos financeiros da organização e para potencializar seus lucros. Essa habilidade permite ao gestor financeiro calcular os indicadores de liquidez, de endividamento, de estrutura, de rentabilidade, de atividade e de insolvência, além de analisar e interpretar comparativamente os resultados dos cálculos dos indicadores e preparar e interpretar as análises horizontal e vertical (ARTEN, 2020, p. 7). Neste contexto, ter a capacidade de fazer análises das demonstrações financeiras de uma organização, se mostra essencial para contribuir com os resultados da mesma. Assaf Neto (2012), esclarece que quando essa análise é feita, em consonância com as tendências mais modernas do mundo econômico, a empresa 14 consegue melhores resultados, pois com a abertura de mercados advindos do fenômeno da globalização, o que “pressupõe um livre comércio entre as nações”, em que houve um expressivo crescimento da competitividade entre os mercados, “exigindo maior nível de qualidade e eficiência de seus agentes”, isso implicou em maior rigor na apurações financeiras, como a padronização de métodos e técnicas de apuração e divulgação dos resultados econômico-financeiros das organizações, “em diferentes contextos econômicos sujeitos a normas específicas, e também dos agregados de mercado” ASSAF NETO (2012). Segundo Arten (2020, p. 23): O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil que registra a evolução patrimonial da empresa, ou seja, as mudanças em bens, direitos e obrigações. Aponta se houve aumento ou não, se se investiram recursos e quanto e de onde vieram os recursos. Demonstrativo do resultado do exercício é um demonstrativo que equaciona a relação entrada e saída: quando o resultado é positivo, houve lucro; se for negativo, houve prejuízo. Tem estrutura própria, separando por natureza as contas para que se saiba onde estão os recursos da empresa. Esses dois demonstrativos são os mais importantes para análise gerencial (ARTEN, 2020 p. 23). Silva (2008), define a análise vertical, como aquela que tem “o propósito inicial é indicar a participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a determinado referencial”, enquanto que a análise horizontal, “é feito um exame detalhado da evolução histórica de uma série de valores” (SILVA, 2008). 2.1 Análise a partir das demonstrações financeiras contábeis da Suzano S.A. A análise feita a partir das demonstrações contábeis da Suzano S.A., resultaram nos seguintes indicadores: • Liquidez, a liquidez corrente e a liquidez seca demonstram a capacidade de pagamento a curto prazo da Suzano S.A., conforme observado no Quadro 1. Quadro 1 – Liquidez Suzano S.A. – 2019 15 Fonte: https://br.investing.com/equities/suzano-papel-celulose-ratios • Endividamento, para se adequar ao panorama em que se encontrava em 2019, a Companhia implementou várias ações e medidas para reforçar seu fluxo de caixa, através de operações de liability management e de fortalecimento de sua posição de liquidez. Em 31 de dezembro de 2019, a dívida bruta foi de R$ 63.684 milhões, ( 90% dos vencimentosno longo prazo e 10% no curto prazo). A dívida em moeda estrangeira representou 71% da dívida total da Companhia e em moeda nacional era de 29%. O percentual da dívida bruta em moeda estrangeira, considerando o efeito do hedge de dívida, era de 93% (Tabela1). O aumento da dívida bruta ocorreu em função das captações realizadas para a combinação de ativos com a Fibria e da variação cambial do período (SUZANO, 2020). Tabela 1 – Grau de Endividamento – 31 de dezembro de 2019 Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78- 7c21b42b78e4.pdf • Rentabilidade, a Companhia tem registrado em seu ativo intangível (Controladora e Consolidado), ágio no valor de R$ 7.897.051 mil (Tabela 2) 16 fundamentado em expectativa de rentabilidade futura decorrente da aquisição da Fibria Celulose S.A. ocorrida em janeiro de 2019, o qual foi alocado ao segmento de celulose. O ágio fundamentado em expectativa de rentabilidade futura tem sua recuperação baseada em projeções que incluem dados e premissas que envolvem julgamentos significativos da administração, incluindo a definição de unidade geradora de caixa, preço líquido médio de celulose, taxa de câmbio e taxa de desconto, entre outras. Para efetuar o cálculo do valor recuperável, a administração calculou o valor em uso através da metodologia do fluxo de caixa descontado (SUZANO, 2020). Tabela 2 – Contraprestação 2019 Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78- 7c21b42b78e4.pdf 17 Quadro 2 – Balanço Patrimonial - ATIVO 2019 - 2018 Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78- 7c21b42b78e4.pdf 18 Quadro 3 – Balanço Patrimonial – PASSIVO 2019 - 2018 Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78- 7c21b42b78e4.pdf 19 Quadro 4 – Demonstrações do Resultado 2019 – 2018 Fonte: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78- 7c21b42b78e4.pdf A D.R.E. obtiveram um prejuízo de R$ 2.817.518 mil em 31 de dezembro de 2019, enquanto que em 2018, o prejuízo foi de R$ 2,815 bilhões, revertendo lucro de R$ 3,378 bilhões reportado em 2018. A Suzano registrou um lucro líquido de R$ 1,175 bi no quarto trimestre de 2018, um decréscimo de 61% se comparado com o mesmo período de 2018. No ano passado, a Suzano registrou prejuízo de Sua dívida líquida foi de R$ 54,106 bilhões, enquanto que, em 2018, ela foi de R$ 24,635 bilhões, com uma alavancagem de 1,5 vez. Já sua dívida bruta foi de R$ 63.685 milhões. 20 3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Baradel (2012) afirma que a carga tributária brasileira é uma das mais altas no mundo, impactando pessoas físicas e pessoas jurídicas, indistintamente, e de forma crescente e contínua. De acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de planejamento e Tributação – IBPT, a previsão é que 2020 deve fechar com carga tributária de 36,42% do seu Produto Interno Bruto – PIB, colocando o Brasil na última posição entre os BRICS, com relação à carga tributária. O BRICS representa os cinco grandes países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que, juntas constituem aproximadamente, 42% da população mundial e 23% do PIB (Produto Interno Bruto), com 30% de todo território no planeta (BRICS, 2019). O Planejamento Tributário é de extrema relevância à toda empresa, independente da sua obrigatoriedade, pois corrobora para a perenidade e para a saúde financeira da empresa, apropriando-se dos benefícios tributários como formas legais de obter benefícios tributários com reflexos positivos nas contas da empresa. O princípio constitucional permite que, dentro da lei, o contribuinte estruture os seus negócios procurando a diminuição de custos e impostos, agindo de acordo com seus interesses, a elisão fiscal adotada como estratégia no planejamento tributário, podem trazer benefícios para as finanças da empresa, assim como a escolha mais adequada de remuneração dos sócios, que pode ser estudada pelo contador, desde que se enquadre nos critérios legais vigentes (MARIANO, s. d.; PORTAL TRIBUTÁRIO, s. d.). A elisão fiscal pode ser definida como a economia tributária oriunda da adoção de uma alternativa legal, menos gravosa, ou atuação em detrimento de lacuna da lei; e, respeitando-se o ordenamento jurídico brasileiro, ela se torna legítima e lícita, e como os gestores procuram maximizar seus lucros e reduzir suas perdas, o planejamento tributário e a elisão fiscal se mostram instrumentos essenciais para uma gestão de negócios mais eficiente e tão relevante quanto qualquer outro planejamento de qualquer área da organização, como a de vendas, a de marketing etc (BORGES, 2008:36). É importante ressaltar que a elisão fiscal difere da sonegação fiscal, que pode ser definida como “toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade tributária, da ocorrência do 21 fato gerador da obrigação tributária ou das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária ou o crédito tributário correspondente” (MALKOWSKI, 2000, p.24). 3.1 Como ocorre o planejamento tributário na Suzano S.A. De acordo com o Diário Oficial Empresarial (DOE), a Suzano Holding S.A., da qual a Suzano S.A. é subsidiária e apresenta seus dados consolidados, assim como, as demais empresas controladas integrais da Companhia, e que estão sediadas no Brasil, sendo “sujeitas ao regime de tributação com base no lucro real e presumido. As subsidiárias integrais sediadas no exterior, são sujeitas à tributação de acordo com as legislações fiscais de cada país” (DOE, 2020). No Brasil, a Lei nº 12.973/14 revogou o artigo 74 da Medida Provisória nº 2.158/01 e determina que a parcela do ajuste do valor do investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior, equivalente aos lucros por ela auferidos antes do imposto sobre a renda, excetuando a variação cambial, deverá ser computada na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil, ao fim de cada ano. A Administração da Companhia e suas controladas acreditam na validade das previsões dos tratados internacionais assinados pelo Brasil para evitar a dupla tributação. Considerando, ainda, as empresas regidas pelo Lucro Real, onde o imposto de renda é determinado a partir do lucro contábil e acrescido de ajustes positivos (adições) e negativos (exclusões) requeridos pela legislação fiscal, o Planejamento Tributário é essencial para a tomada de decisão, o sucesso dos negócios, além de ser o regime de tributação mais fiel à realidade da empresa, uma vez que exige uma escrituração contábil mais rigorosa e exata (PORTAL TRIBUTÁRIO, s. d.). O Planejamento Tributário da Suzano S.A., foi pensado de modo a estabelecer que as empresas de sua holding tenham adotado o regime tributário de Lucro Real, enquanto que algumas de suas empresas, fosse interessante adotar o Lucro Presumido, em decorrência das vantagens percebidas neste tipo de regime, de acordo com a realidade e desenvolvimento de suas unidades de negócios. 22 A própria constituição da Suzano Holding S.A., ocorreu para que os acionistas se beneficiassem com as vantagens legais que as leis dispõem na constituição de uma holding, como a manutenção do controle patrimonial da família, para evitar conflitos durante partilhas e sucessões; para manter a propriedade física das unidades, lojas, e afins, em nome de pessoa jurídica, afim de assegurar aos herdeiros, em caso de partilha, o pagamento de tributos sobre o valordo custo do imóvel, que é mais baixo e, não pelo valor de mercado, como acontece às pessoas físicas. Fabretti (2006, p.280) destaca que sempre há lacunas na lei e que as mesmas devem ser aproveitadas: Analisando as alternativas e as lacunas (brechas) existentes na legislação, verifica-se que, através dos anos, o Fisco vem eliminando-as por sucessivas alterações da lei. Entretanto, a globalização e a abertura da economia, a criação de mercados regionais, como, por exemplo, o MERCOSUL, traz mudanças muito rápidas que criam novas alternativas e novas lacunas na lei, sempre mais lentas que a dinâmica dos fatos econômicos (FABRETTI, 2006, p. 280). Um planejamento tributário mal planejado, fatalmente, resultará em impostos com altos valores e que perdurará por todo o seu exercício fiscal. O processo de Planejamento Tributário deve envolver diversos elementos e informações que devem ser avaliados, como simulações acerca do melhor regime tributário para a empresa, o faturamento atual e a previsões de faturamento e das despesas operacionais, o fluxo de despesas, a folha de pagamento, o quadro societário, o porte da organização, o estoque e o volume dos negócios, entre outros, afim de que as simulações sejam coerentes com a realidade em que a empresa está inserida. Em seguida, é preciso avaliar qual regime tributário demandará menos impostos, principalmente, o PIS e a COFINS, e se o regime é cumulativo ou não cumulativo desses tributos, pois, as empresas optantes do Lucro Presumido apuram o PIS e a COFINS pelo regime cumulativo, enquanto que, as optantes pelo Lucro Real apuram pelo não cumulativo. A Suzano S.A., também se valeu da Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), para obter benefícios e incentivos fiscais com práticas de inovação tecnológica, superando às expectativas, conforme destaca Arlete Tavares Almeida, consultora da área de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação da Suzano. “O sucesso da empreitada se deve, em grande parte, à metodologia aplicada pela Inventta+bgi/ABGI Brasil, que 23 facilita a participação e o envolvimento de profissionais de diversas áreas, além da de PD&I” (ABGI). Os incentivos fiscais ligados à Lei do Bem são muito vantajosos, confira algumas oportunidades: Dedução de 20,4% até 34% no IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dos dispêndios com P&D, Redução de 50% no IPI na compra de máquinas e equipamentos destinados à P&D, Depreciação e amortização acelerada desses bens (LEI DO BEM, 2005). A Lei do Bem configura-se em uma ferramenta de auxílio fiscal para a redução da carga tributária por empresas nacionais ou multinacionais que trabalhem sob o regime específico de Lucro Real, que tenham obtido lucro fiscal no ano em que pleitear o incentivo e comprovar a Regularidade Fiscal (CND ou CPD-EN), com o objetivo de estimular à inovação tecnológica em produtos, processos e serviços (novos ou já existentes), através da execução de projetos de PD&I no Brasil” (SANCHES; BARCALHO, 2017; ANPEI, 2017). Outros benefícios relacionados com a Lei do Bem que a Companhia obteve na redução da carga tributária foi a dedução de 20,4% até 34% no IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) dos dispêndios com P&D; redução de 50% no IPI para a aquisição de máquinas e equipamentos destinados à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e a depreciação e amortização acelerada desses bens, colaborando para a saúde financeira da mesma. Este tipo de incentivo fiscal contribui para a competitividade da Suzano S.A., além de favorecer a geração de novos postos de trabalhos e reduz o grau de risco tecnológico que pode interferir nas estratégias da empresa. 3.2 As práticas que podem colaborar para a realização da elisão fiscal na Suzano De acordo com Fabretti (2005, p.153): “A economia tributária resultante da adoção da alternativa legal menos onerosa ou lacuna da lei denomina-se Elisão Fiscal. A elisão fiscal é legítima e lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-se de lacunas da lei” (FABRETTI, 2005, p. 153). 24 Dessa forma, a elisão fiscal é o resultado do conhecimento prévio das leis e normas que regem as organizações e o profissional que domina esta ciência do Planejamento Tributário, aproveita-se dos meios legais permitidos ou não proibidos nas leis e normas, para a efetivação dos negócios da empresa com o menor ônus possível. Considerando que a carga tributária, em muitos casos, ultrapassa os custos de produção numa empresa, a elisão fiscal pode ser uma importante ferramenta na gestão financeira e estratégica da mesma. Dentre suas características básicas, estão: • Práticas de gerenciamento mais eficazes, visando a preservação e o desenvolvimento da empresa; • Percepção da maximização dos lucros; • Busca por novas formas lícitas para a redução da carga tributária; • Redução dos custos operacionais; • Manutenção dos negócios da empresa; • Redução do impacto no fluxo de caixa da empresa; • Melhoria dos níveis de emprego (quantidade e qualidade), dentre outros. O Planejamento Tributário na Suzano S.A., contribui de diversas formas para os resultados e os lucros da Companhia, principalmente, se esse planejamento for pensado, conjuntamente, com o emprego da elisão fiscal, que Morita (2017) oferece vários motivos para se beneficiar dele, como: • A possibilidade de identificar problemas ou inconsistências nas informações recebidas ou geradas, como a verificação da tributação de mercadorias (com ou sem substituição tributária e atualizações). • Aproveitar anistias e programas de recuperação fiscal como o Refis, uma oportunidade para ficar em dia com o Fisco, além da possibilidade de novos negócios com a possibilidade de emissão de certidões negativas. • Estudar a melhor forma de tributação para cada empresa específica e de acordo com seu ramo de atuação. No ramo de varejo de papel e celulose, as indústrias costumam ser tributadas pelo lucro real, enquanto empresas de médio e pequeno porte, podem optar pelo lucro presumido, que pode se mostrar mais interessante, ao agregar benefícios como redução da carga tributária e a melhor alocação de despesas. 25 4 MATEMÁTICA FINANCEIRA A Matemática Financeira “é o ramo da Matemática aplicado aos negócios” e que trata de conceitos e técnicas matemáticas como juros simples e juros compostos; regime de juros/capitalização simples e composta; rendas e anuidades; inflação e correção monetária, entre outros. (CAVALEIRO, 2013, p. 7). Cavaleiro (2013, p. 12 ), afirma que alguns conceitos gerais de Matemática Financeira, precisam ser conhecidos para fazer uso da mesma: • Capital - É o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial. • Montante - Resumidamente, podemos entendê-lo como o valor do dinheiro no futuro. • Taxa de juros - É um coeficiente que determina as correções monetárias, sempre expressas em porcentagem (%). • Juros - É a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros. • Desconto - É o abatimento sobre uma operação financeira; é proporcional à taxa de juros e ao período considerado. • Período - São os prazos envolvidos na operação financeira. • Investimento - Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período. • Empréstimo - Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das mais variadas espécies. • Amortização - Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. (CAVALEIRO, 2013, p. 12-14). As principais técnicas da matemática que auxiliam nos vários processos de tomada de decisão daárea financeira da Suzano S.A. serão descritas nos próximos parágrafos. Em relação às análises de investimentos em relação ao riso e retorno desses investimentos, a Suzano S.A., adota o Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que avalia todas as variáveis de risco e de retorno de um investimento em um determinado período, o que permite, ainda, avaliar as possibilidades de ROI – Retorno sobre o Investimento. Outras indicadores de rentabilidade costumam ser utilizados em casos distintos, como o VPL – Valor Presente Líquido e o VPLa – Valor Presente Líquido Anualizado, entre outros. Para controlar as movimentações financeiras, a área financeira da empresa utiliza, entre outras técnicas matemáticas, a Projeção de Fluxo de Caixa, que desenvolve estimativas de entradas e saídas de valores que podem impactar os negócios. 26 Quando se trata de buscar grandes investimentos com instituições bancárias, a Suzano S.A., está sujeita aos sistemas de amortização e juros e, dois dos principais sistemas mais utilizados em bancos são o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema de Amortização Francês (SAF), mais conhecido como Tabela Price. No caso do Sistema de Amortização Constante, Cavaleiro (2013, p.73) explica que sua característica básica é que as amortizações sempre iguais ao valor principal, em todo o período da operação, sendo obtido através da divisão do capital (quantia emprestada) pelo número de prestações, em que os juros, “por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos”, ou seja, as prestações do SAC serão sempre decrescentes em progressão aritmética. No caso do SAF/Tabela Price, o autor explica que os juros decrescem, e as amortizações crescem ao longo do tempo, sendo que a somatória das duas parcelas, sempre se manterem iguais ao valor da prestação, apesar dos valores pagos serem diferentes no final do período. A taxa percentual também é outro conceito muito utilizado na empresa, ela consiste na “taxa unitária multiplicada por 100”, conforme explica Cavaleiro (2013, p. 15). Exemplificando: Uma aplicação de R$ 100.000,00 obteve juros de R$ 467,00 em um mês. Qual foi a taxa unitária? Solução: I = 467 = 0,00467 100.000 Para encontrar a taxa percentual, foi feita a multiplicação por 100, cujo resultado foi: I = 467 = 0,00467 . 100 = 0,467% em um mês. 100.000 Sendo assim, a taxa unitária consiste em uma fração decimal, que nesse caso foi de 0,00467. Estas são algumas das técnicas da matemática financeira que auxiliam o processo de tomada de decisão gerencial na área financeira da Suzano S.A. e de suas coligadas. 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo de caso acerca da Suzano S.A., empresa do ramo de papel e celulose, descreveu os principais aspectos da análise das demonstrações financeiras, em termos de liquidez, endividamento, atividade e lucratividade, além do planejamento tributário da companhia. Em cada capítulo desenvolvido, buscou-se responder à seguinte questão ampla de pesquisa, a partir da pesquisa de campo e do estudo de caso, que foi: “Qual é a situação econômico-financeira, a partir da análise das demonstrações financeiras, como é o planejamento tributário e qual é a utilização prática das técnicas de matemática financeira para a Suzano S.A.?”, uma companhia do ramo de papel e celulose e que atua no mercado nacional e internacional. Para responder à questão ampla de pesquisa: “Qual é a situação econômico- financeira, a partir da análise das demonstrações financeiras, como é o planejamento tributário e qual é a utilização prática das técnicas de matemática financeira para a Suzano S.A.?”, ela foi dividida em três partes, assim como os capítulos em que elas foram desenvolvidas e discutidas. Em Análise das Demonstrações Financeiras, foi possível fazer uma análise sintética das demonstrações financeiras da Companhia em 31 de dezembro de 2019. O Planejamento Tributário na Suzano S.A., demonstrou que ela é essencial para a redução dos custos com tributos, taxas e contribuições, etc., pois estas representam uma parcela importante dos recursos de qualquer empresa, independentemente de porte ou ramo de atuação, o que interfere na manutenção e sobrevivência da empresa ao mesmo tempo em que permanece em conformidade com a lei em todos os aspectos. No caso de empresas como a Suzano S.A., que são obrigadas ao regime do Lucro Real ou para aquelas que desejam optar por esse regime de tributação, ele permite aos gestores, apurar a real situação em que a empresa se encontra, além de proporcionar uma tentativa de maior controle das variáveis provenientes de mudanças legais que podem causar impactos nos custos da empresa. A Matemática Financeira se mostrou uma ciência fundamental para o controle, organização e planejamento financeiro da Suzano S.A., pois ela oferece as ferramentas e as informações mais relevantes sobre seus negócios e permite fazer projeções de curto, médio e longo prazos, afim de colaborar no planejamento e em 28 simulações acerca de investimentos futuros e até em simulações acerca do regime tributário da organização, colaborando para tomadas de decisão mais assertivas, confiáveis e seguras, para os gestores como para as demais partes interessadas, como seus stakeholders, principalmente, seus acionistas. Ela ainda é importante, pois, enquanto a contabilidade, que fornece dados passados, a matemática financeira oferece dados e estimativas futuras, de modo que, em determinados casos, uma ciência pode se complementar à outra. Os pontos fortes dos processos descritos neste PIM V se referem ao cuidado de avaliar cada negócio da Companhia, afim de obter as melhores vantagens possíveis com o Planejamento Tributário e a Elisão fiscal, principalmente, ao aderir à Lei do Bem, que permitiu à Suzano S.A., reinvestir os valores deduzidos na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), além de colaborar para o aumento no poder de competitividade frente ao mercado de papel e celulose, além de ser considerada uma empresa inovadora pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI). Não foram observados pontos fracos no decorrer da pesquisa. Por fim, ressalta-se a relevância do PIM V no auxílio para a maior compreensão e apreensão de termos e conhecimentos inerentes à área da gestão financeira e no estímulo ao conhecimento. 29 REFERÊNCIAS ABGI. Suzano aprimora gestão dos incentivos fiscais à inovação. Disponível em: https://brasil.abgi-group.com/cases/suzano-aprimora-gestao-dos-incentivos-fiscais-a-inovacao/. Acesso em: 12/04/2021 ARTEN, Fábio Teixeira. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Editora Sol, 2020 ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012. BARADEL, Nair Moretti. Planejamento Tributário. São Paulo: Editora Sol, 2012. BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário: IPI, ICMS, ISS e IR: economia de impostos. 9. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008. BRICS. O que é BRICS. 2019. Disponível em: http://brics2019.itamaraty.gov.br/sobre-o-brics/o-que-e- o-brics. Acesso em: 10/04/2021 CAVALEIRO, Jean Carlos. Matemática Financeira. São Paulo: Editora Sol, 2013. DOE. SUZANO HOLDING S.A.: Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras - 31 de Dezembro de 2019 e 2018. 2020. Disponível em: http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/doflash/prototipo/2020/Mar%C3%A7o/26/empresarial/pdf/pg_ 0088.pdf. 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C. M. Lei do Bem no Brasil: evolução histórica, efeitos e o futuro. UFSC. 2017. Disponível em: http://propesq.ufsc.br/artigo-explica-os-incentivosfiscais-da-lei- do-bem/. Acesso em: 14/004/2021 SILVA, J. P. Gestão e análise de risco de crédito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008 SUZANO. Suzano S.A. Demonstrações Financeiras de 31 de dezembro de 2019 e Relatório do Auditor Independente sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas. 2020. Disponível em: https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35- 4c2e-ba78-7c21b42b78e4.pdf. Acesso em: 17/04/2021 http://propesq.ufsc.br/artigo-explica-os-incentivosfiscais-da-lei-do-bem/ http://propesq.ufsc.br/artigo-explica-os-incentivosfiscais-da-lei-do-bem/ https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78-7c21b42b78e4.pdf https://s1.q4cdn.com/987436133/files/download_center/suzano/pt/9d7b058d-fe35-4c2e-ba78-7c21b42b78e4.pdf
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