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Empresarial APS2

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Trabalho de APS 2 Empresarial II
Professor Emilson Jose Tavares 
Nome Maria Adelaide Barbosa Joaquim
 Matrícula 17101362
 Princípio da preservação da empresa
O princípio da preservação da empresa é de suma importância no estudo do direito societário. Considerando que os sócios devem convergir os seus interesses em prol da sociedade – pessoa jurídica, com personalidade própria- o intuito deve ser sempre o de guiá-la para o seu crescimento orgânico, tentando vencer qualquer barreira, competitiva ou não. 
Atualmente, a doutrina e a jurisprudência, sobretudo do STJ, têm caminhado na busca de soluções mais consentâneas com os preceitos constitucionais que tratam da ordem econômica e que, em última análise, objetivam a preservação das empresas e de suas unidades produtivas.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
IV - Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
A par dessa situação, o STJ tem aplicado o princípio da preservação da empresa a vários casos postos sob sua análise. Os Recursos Especiais têm sido analisados pelo STJ com fundamento nas alíneas "a" e "c" do art. 105 do permissivo constitucional.
O STJ tem firmado entendimento que os pedidos de falência lastreados em títulos executivos extrajudiciais de pequeno valor não merecem acolhida.
Com fundamento no princípio da preservação da empresa, deve-se concluir não ser razoável autorizar a quebra de uma empresa com base na impontualidade no pagamento de dívida de pequeno valor.
Ainda, é entendimento que tal princípio, explícito na Lei 11.101/2005 deve ser aplicado às ações falimentares propostas sob a égide do antigo Decreto-Lei 7.661/45, que fazia referência somente à comprovação da impontualidade no pagamento como requisito para a decretação da falência.
Não se trata aqui de aplicação retroativa da lei nova, mas apenas ajustamento da interpretação da lei antiga aos novos padrões da lei nova.
Percebe-se, portanto, especial preocupação do STJ em coibir a utilização da ação falimentar como simples meio executivo visando o recebimento de créditos não pagos oportunamente. Também, verifica-se entendimento no sentido de que o princípio da preservação da empresa, claramente adotado pela Lei 11.101/2005, também era, mesmo que implicitamente, diretriz a ser seguida pelo antigo Decreto-Lei 7.661/45. A aplicação do princípio da preservação da empresa às ações propostas sob a égide do Decreto-Lei 7.661/45, diz respeito a interpretação da lei antiga.
Assim, em princípio, nenhum erro existe em buscar uma interpretação para o art. 1° do Decreto-Lei n° 7.661/45, aplicável ainda depois de sessenta anos, que seja mais adequada ao atual estado de desenvolvimento do capitalismo brasileiro, privilegiando-se a manutenção da unidade produtiva ao invés da satisfação duvidosa de uma dívida, pelo sistema do concurso de credores. 
É evidente que a vontade do legislador quando da elaboração do Decreto-Lei 7.661/45 e da atual Lei 11.101/2005 não era de possibilitar a quebra de um empreendimento em razão do inadimplemento de pequenos valores. Antes, era objetivo a manutenção da atividade empresarial.
Fica clara a preocupação do STJ no sentido de dar aplicação ao princípio da preservação da empresa, repelindo as ações falimentares que não sejam fundadas em dívidas superiores a 40 salários mínimos. Admitir-se a possibilidade de procedência de pedido falimentar rastreado em valores de pequena monta, significaria imputar-se à sociedade e aos trabalhadores a parte mais cruel da punição. Seria admitir que a satisfação do interesse dos credores seja posta em mais alto plano quando confrontado com a perda de arrecadação e renda decorrentes da falência.
O princípio da preservação da empresa tem como objetivo principal proteger a atividade empresarial. Não se busca a proteção no interesse exclusivo do empresário, mas antes e acima de tudo, no interesse da sociedade.
O artigo primeiro do Decreto-Lei n° 7.661/45 não continha qualquer limitação com relação ao valor monetário mínimo para que o credor pudesse postular em juízo a falência do devedor. O dispositivo apenas exigia a comprovação da impontualidade. Assim sendo, o montante do débito era, em princípio, irrelevante.
Enfatize-se que o antigo Decreto-Lei n° 7.661/45 foi erigido em uma época em que o procedimento falimentar tinha como escopo principal o encerramento da atividade empresarial, com vistas à preservação do interesse particular.
Também, embasado no princípio da preservação da atividade empresarial, definiu-se que em caso de recuperação judicial, ficam suspensas as ações e execuções, que se encontravam em curso, inclusive na justiça trabalhista.
Assim, a execução individual trabalhista e o instituto da recuperação judicial mostram-se incompatíveis.
Com efeito, decidir-se de forma contrária, deixando-se a cargo de cada juízo trabalhista a competência para questões de relevância para o plano de recuperação judicial, seria pôr em risco sua própria exequibilidade.
 (...) O objetivo da recuperação é a preservação da sociedade empresária, a da fonte produtora, em benefício dos trabalhadores não dispensados, da arrecadação de impostos, dos próprios credores, da manutenção dos empregos indiretos e de outros beneficiados com a atividade econômica. Para tanto, se faz imprescindível que a vis atrativa do juízo universal, seja aplicável também à recuperação judicial. De fato, seria incoerente que os credores pudessem, concomitantemente, exercer individualmente seu direito à cobrança judicial e ao concurso de credores. 
A nova legislação falimentar retirou o foco principal da simples decretação de falência da empresa passou a fomentar a possibilidade de sua recuperação judicial e manutenção da atividade.
Tem-se, portanto, que a manutenção de possíveis execuções individuais tornaria sem efeito o plano de recuperação judicial. Impossível seria a empresa reestruturar sua atividade produtiva diante da execução de seu patrimônio promovida no exclusivo interesse de alguns credores. Não se vislumbra aqui uma proteção ao empresário, mas sim da empresa, entendida como fonte produtiva e geradora de renda.
A aplicação do princípio da preservação da empresa também à recuperação judicial significa um voto de confiança ao novo instituto. Evita-se impor ao processo de recuperação judicial embaraços e estorvos que o impeçam de alcançar o objetivo para o qual foi criado, qual seja, a recuperação do negócio empresarial.
Destaque-se, ainda, que a adoção do princípio da preservação da empresa como norte para o processo falimentar tem respaldo ainda em outros julgados proferidos pelo STJ:: REsp 251.074/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 08/04/2002; REsp 551936/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ 10.11.2003 e REsp 125399/RS, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ 12/06/2000.
Prorrogação do prazo de 180 dias de suspensão das ações e execuções
E cabível a suspensão do curso do processo relativo à ação de execução no tocante a sociedade empresária beneficiada com o deferimento do pedido de recuperação judicial.
Os artigos 6º e 52, inc III, da lei nº 11.101/05 dispõem a respeito da suspensão de todas as demandas e execuções em face do devedor pelo prazo de 180(cento e oitenta) dias, inclusive aquelas propostas em face dos credores particulares do socio solidário.
O prazo de 180(cento e oitenta) dias de suspensão da tramitação de ações e execuções movidas em face da sociedade empresária devedora deve ser contado em dias uteis, nos termos do ART. 219 do Código Processo Civil.
É que o legislador da Lei 11.101/05 imaginava que o prazo dado para a suspensão das ações e execuções de 180 dias seria o suficiente para que toda a tramitação processual se desenrolasse e que, dentro deste prazo, já ter-se-ia aprovado o plano de recuperação judicial, oportunidade em que credores e devedor já estariam acordes quanto à forma de pagamento dos créditos existentes na recuperação judicial.
Na prática, porém, nãofoi assim. O que se viu foi que os 180 dias concedidos ao recuperando se escoaram antes da aprovação do plano, o que, na teoria, significava que os credores ou poderiam dar continuidade às ações e execuções suspensas ou poderiam iniciar – ajuizar – outras demandas. Seria, na prática, o caos, vez que todos os bens do recuperando se destinam ao cumprimento do plano de recuperação judicial, conforme decidido pela assembleia geral de credores, se ela existir, ou, em caso contrário, da forma que ele for apresentado.
Nada obstante a Lei impor apenas 180 dias de suspensão das ações e execuções em face do devedor/recuperando, a jurisprudência, em socorro mesmo ao procedimento da recuperação judicial, entendeu que, nas hipóteses acima, a suspensão deve durar até a aprovação do plano de recuperação judicial.
Limites da Execução fiscal no processo de recuperação judicial
A Lei de Recuperação e Falência, Lei nº 11.101/2005, e o Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406/2002, em seus artigos 966 a 1195, são as normas que, no atual ordenamento jurídico, disciplinam sobre o empresário, os sócios e a sociedade empresarial. Dessa forma, a própria lei regula sobre a responsabilidade de cada sócio, quando do momento da falência da empresa, tendo em vista o tipo de sociedade empresária.
Conforme dispõe o §7º e 6º da Lei, as execuções de natureza são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial. Contudo, a possibilidade de prosseguimento da execução fiscal, aliada a preferencia do credito tributário, não se constituem em autorização automática para a pratica de todos os atos executórios , vez que se sabe que a própria jurisprudência do STJ e do entendimento de que tomada de medidas constritivas pode atrapalhar o cumprimento do plano de recuperação judicial. Alias, e o que fica muito claro no Enunciado 8 da Jurisprudência em Tese do próprio STJ. O deferimento da recuperação judicial não suspende a execução fiscal, mas os atos que interpõem em constrição ou alienação do patrimônio da recuperanda devem se submeter ao juízo Universal. 
Esse entendimento, todavia, não é regra geral conforme muitos pensam. Recentemente- DJe de 22.03.2017, no Agravo Interno no Recurso Especial 1.619.054- RS, cujo Relator foi um eminente Ministro, da segunda turma do STJ, tendo por base as circunstâncias do caso concreto, autorizou medidas constritivas em execução fiscal em face de empresa em recuperação judicial. O Magistrado ressaltou, todavia que, " eventual prática de atos constritivos, a ser autorizada na forma e nos limites estabelecidos no precedente em questão será verificado no âmbito das instancias ordinárias." 
Na época a relatoria do caso, o Magistrado enfatizou que, nada obstante o artigo 57 da Lei , obrigue o recuperando a apresentar as certidões negativas (suspensão de credito tributário) quando da aprovação(concessão) da recuperação judicial, o contrário se permitia enquanto ainda não tivesse sido editada a Lei específica que regulasse o direito dos recuperandos de requererem e terem aprovado o parcelamento. Para não ficar duvidas, o Magistrado Campbell, transcreveu o pensamento do Ministro Herman Benjamim, enfatizando que: a) Constatado que a aprovação do plano de Recuperação Judicial foi feita com estreita observância dos artigos 57 e 58 da lei ( ou seja, com prova de regularidade fiscal), a Execução fiscal será suspensa em razão de presunção de que os créditos fiscais encontram-se suspensos nos termos do artigo 151 do CTN; b) caso contrário, isto e, se foi deferido, no juízo competente , o Plano de Recuperação Judicial sem a apresentação da CND ou CPEN, incide a regra do art. §7º e 6º da Lei 11.101/05, de modo que a Execução fiscal terá prosseguimento, pois não e legitimo concluir que a regularização do estabelecimento comercial possa ser exclusivamente em relação aos seu credores privados, e ainda assim, as custas dos créditos de natureza fiscal.
Os Ministros integrantes dessa Segunda Turma do STJ deixaram claro e que, após a edição da lei especifica que concedei parcelamento a quem vier encontrar-se em recuperação judicial- lei 13.043/14, as Execuções fiscais em face do recuperando somente serão suspensas (não se praticara atos constritivos contra o mesmo) somente se ele cumpriu com os mandamentos da lei do parcelamento. Em caso contrário, se a sua recuperação judicial foi concedida sem a apresentação das citadas certidões – e existem juízes que o fazem – poderá o recuperando sofrer atos constritivos em seu patrimônio, o que, entretanto, fica a critério das instancias ordinárias, pois estas conhecem toda situação, e sabem até que ponto pode haver constrição decorrente dos executivos fiscais sem prejuízos do cumprimento do plano de recuperação.
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