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ANÁLISE PATOLÓGICA DA PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA NO TRECHO DA AVENIDA BEIRA RIO À MARGEM DA BR-153 NA CIDADE DE GURUPI-TO Hamilton Júnior Martins Sousa1 Luan de Alencar Borges2 RESUMO: A malha asfáltica é muito usada no Brasil e sendo a principal via de transporte que permite o acesso econômico e social no país. Os pavimentos necessitam apresentar requisitos mínimos aos usuários, porém, as patologias são inevitáveis. Diante disso, o presente trabalho tem o objetivo de identificar as possíveis patologias na pavimentação asfáltica do trecho da Avenida Beira Rio, à margem da BR-153, no município de Gurupi-TO, apontando ainda as metodologias, a fins de solucioná-las. Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica e exploratória, envolvendo um amplo campo de publicações, sob forma de periódicos científicos e normas, as quais forneceram embasamento para o conhecimento do tema abordado, como forma de reparar os danos identificados. Dessa forma, tendo em vista, a importância dos revestimentos asfálticos para a sociedade e a devida conservação e manutenção do pavimento com intuito de aprimorar o tráfego urbano, a fim de reduzir os perigos a população. Palavras-chave: Estradas. Patologias. Correção. ABSTRACT: Asphalt mesh is widely used in Brazil and is the main transportation route that allows economic and social access in the country. Pavements need to present minimum requirements to users, but pathologies are inevitable. Given this, the present work aims to identify the possible pathologies in the asphalt pavement of the stretch of Beira Rio Avenue, the BR-153 margin, in the city of Gurupi-TO, pointing out the methodologies in order to solve them. The method of bibliographic and exploratory research was used, involving a wide field of publications, in the form of scientific journals and norms, which provided the basis for the knowledge of the theme, as a way to repair the identified damages. Thus, in view of the importance of asphalt coatings for society and the proper conservation and maintenance of the pavement in order to improve urban traffic in order to reduce dangers to the population. Keywords: Roads. Pathologies. Correction. INTRODUÇÃO No Brasil, as estradas representam a principal via de transporte, além de proporcionar a circulação e deslocamentos de pessoas, exerce o papel fundamental 1 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade de Gurupi (UNIRG) – Gurupi - TO – E-mail: hamiltonjms@gmail.com 2 Orientador. Docente. Curso de Engenharia Civil da Universidade de Gurupi (UNIRG) – Gurupi – TO – E-mail: engenheiro.lb@gmail.com. 2 em nível social e econômico. Segundo a CNT, elas são responsáveis por elevados índices de transporte de cargas. Segundo Rocha (2009) e Schiavon (2017) os pavimentos asfálticos tem a finalidade de proporcionar condições de trafegabilidade, comodidade e segurança. A falta de manutenção, erros nos projetos, intemperes, má execução do projeto, materiais não apropriados, dentre outros são fatores que leva o aparecimento de patologias afetando diretamente os usuários gerando transtornos e reduzindo a vida útil do pavimento resultando em prejuízos tanto para a população como ao Município. Este quadro, que retrata as condições do pavimento, pode justificar-se em resultado ao excesso de peso e aumento do tráfego, elevando os custos de manutenção e conservação da via, proporcionando ao órgão responsável, dificuldade para manter o mesmo dentro dos padrões de qualidade. Todavia, isto intensifica o estado de deterioração, ou seja, aumenta as patologias do pavimento, que são principalmente causadas pelos esforços não previstos no dimensionamento do pavimento (KLAMT et al., 2017). Uma análise adequada das patologias aperfeiçoa o processo de recuperação do pavimento, através do estudo correto pode definir qual o melhor método a ser utilizado para evitar o agravamento dos defeitos identificados. Um exemplo é a manutenção com frequência, técnica que evita o aparecimento dessas patologias reduzindo o custo para recuperação e prologando a vida útil do pavimento. Partindo desse ponto, será possível corrigir as patologias identificadas no trecho através dos métodos definidos pela pesquisa? E, esses procedimentos serão realmente eficazes? Diante do exposto, o presente trabalho visa identificar as patologias na pavimentação asfáltica com a finalidade de apresentar os procedimentos preventivos e possíveis soluções corretivas, no trecho da Avenida Beira Rio à margem da BR-153, na cidade de Gurupi-TO. 1 PAVIMENTO ASFÁLTICO Pavimento é uma estrutura composta por diversas camadas e determinadas espessuras, construída através de diferentes materiais sobre uma superfície de solo compactada. Seu objetivo é atender aos esforços resultantes do tráfego e condições 3 climáticas, permitindo o conforto, economia e segurança aos usuários de maneira durável e com menor custo (BERNUCCI et al., 2008; DNIT, 2017). Bernucci et al., (2008) classifica os pavimentos em: rígidos e flexíveis. Atualmente, são chamados como pavimento de concreto de CP e pavimento asfáltico. Segundo DNIT (2017), o pavimento rígido pode ser definido como aquele em que a camada de revestimento é constituída de concreto de CP, o qual possui dureza superior, podendo ser armada ou não, absorvendo a maior parte dos esforços e distribuindo as tensões sobre uma área relativamente maior, executada sobre a camada da sub-base, destituindo a aplicação da camada da base. No pavimento flexível é composto de misturas de agregados e ligantes asfáltico, suporta as deformações elásticas causadas pela circulação de veículos. A primeira camada resiste às tensões, e logo após, distribui de forma proporcional a rigidez nas camadas inferiores, além de trazer melhorias no conforto da via e impermeabilizar o mesmo. (BERNUCCI et al., 2008; DNIT, 2017). Ainda temos o pavimento semirrígido ou semiflexível que é um revestimento interposto entre o pavimento rígido e o flexível. A seguir a Figura 1, ilustra a distribuição das tensões. Figura 1 – Distribuição de cargas no pavimento Fonte: Maia (2012) 1.1 Camadas do pavimento asfáltico Os pavimentos asfálticos são constituídos por quatro camadas (Figura 2): revestimento asfáltico, base, sub-base, subleito. (BERNUCCI et al., 2008; DNIT, 2017). 4 Figura 2 – Camadas do pavimento asfáltico Fonte: Bernucci et al. (2008) Conforme o DNIT (2017) o revestimento é a camada com finalidade de resistir ao desgaste e receber diretamente a esforços horizontais provocados pelo tráfego, a superfície de rolamento necessita apresentar segurança e comodidade; a base é fundamental no pavimento, destinada a resistir ações verticais proveniente do tráfego, distribuindo-os as tensões as camadas inferiores; a sub-base complementa a camada base, possuindo uma espessura indefinida e seu objetivo básico é controlar a elevação da água, quando necessário e suportando as tensões transmitidas pela base; por fim, o subleito é constituído por solo natural e consiste na camada inferior do pavimento, a qual serve de fundação. 1.2 Materiais utilizados Os materiais empregados na pavimentação variam conforme o tipo de pavimento, ou tipo de camadas necessárias em cada obra. Na base, sub-base e reforço do subleito são divididos segundo o seu comportamento e natureza. Existem vários tipos de materiais utilizados, sendo os mais comuns: Brita Graduada Simples: material empregado no pavimento na sub-base, não executada em dias de chuvas, diâmetro nominal máximo de 38 mm, entretanto é mais usual com diâmetros nominais menores. (ODA, 2016). 5 Figura 3 - Brita graduada simples Fonte: Madecon (2019) Macadame Hidráulico: segundo Oda (2016) é adquirido pela compressão e lançamento de agregados graúdos na pista; logo após, adiciona-seos agregados miúdos e água para completar os vazios existentes, concluindo uma compressão final para a finalização da camada, sua espessura varia entre 10 a 15 cm. Figura 4 - Macadame hidráulico Fonte: Melo (2019) Macadame Seco: semelhante ao macadame hidráulico, porém, não necessita da presença de água para o preenchimento de vazios (ODA, 2016). http://www.fontelimpa.com/produto-detalhe/brita-graduada-simples-bgs 6 Figura 5 – Macadame seco Fonte: Oda (2016) Solo Agregado: composto por solo, água e agregados; misturados em usinas ou são aplicados diretamente no solo, após são compactados por rolos compressores (ODA, 2016). Figura 6 – Solo Agregado Fonte: Oda (2016) Asfalto: os materiais para o revestimento diversificam quanto à tipologia do pavimento. Os cimentos asfálticos, asfaltos diluídos e as emulsões asfálticas são os principais revestimentos empregados na confecção dos pavimentos. Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP): segundo a definição de Pinto e Pinto (2015) é o asfalto construído particularmente para apresentar propriedades adequadas na fabricação do pavimento, obtido através do asfalto natural ou destilação de petróleo em refinarias. Asfalto diluído (AD): conforme a definição de Pinto e Pinto (2015) são diluições de cimentos asfálticos em solventes derivados do petróleo, quando há necessidade de utilizar um aquecimento moderado ou eliminar o aquecimento do CAP. Emulsões Asfálticas de Petróleo (EAP): Pinto e Pinto (2015) definem que são dispersões coloidais de uma fase asfáltica numa aquosa (direta) ou, então, de uma fase aquosa dispersa numa fase asfáltica, com a ajuda de um agente emulsificante; 7 adquiridos pela união de água com asfalto aquecido, em meio agitado e na presença dos emulsificantes, cujo objetivo é oferecer estabilidade ao composto. Cimento: segundo a Norma do DNIT 059 - ES (2004), no pavimento rígido, o CP poderá ser utilizado para a construção da camada de revestimento e não apresenta restrição quanto ao seu tipo, desde que atenda as exigências especificadas no DNER 036-EM. 1.3 Tipologia dos revestimentos asfálticos Os pavimentos são estruturas de diversas camadas; o revestimento recebe maior carga, provenientes dos veículos e da ação climática; portanto, essa camada precisa possuir algumas características como: impermeabilidade e resistência (principalmente aos esforços provocados pelo tráfego); o material pode ser fabricado tanto em usina fixa ou móvel; os revestimentos são classificados quanto ao ligante asfáltico, os principais são: Concreto Betuminoso Usinado à Quente (CBUQ) com a utilização de CAP e a frio com o uso de EAP (BERNUCCI et al., 2008). 2 PATOLOGIAS EM PAVIMENTOS ASFÁLTICOS A etimologia do termo "patologia" é oriundo do grego, onde "pathos" significa doença, e "logia" significa ciência/estudo, portanto patologia é o "estudo da doença". O surgimento das patologias em pavimentos asfálticos pode ser ocasionado através da falha na seleção dos materiais, do longo período sem manutenção, bem como também das ações climáticas, problemas construtivos e má execução do projeto. Esses problemas aparecem a curto, médio ou longo prazo. (ROCHA, 2009). Silva (2008) e Bernucci et al., (2008) ressaltam os defeitos classificados pela norma e indicados para cálculo de indicador de qualidade, os quais são: fendas; afundamentos; corrugação e ondulações transversais; desgaste; exsudação; panela e remendos. 2.1 Fendas É uma abertura na superfície asfáltica classificada de acordo com a sua gravidade, onde classe 1 são as fendas com abertura não superior a 1mm, classe 2 com abertura superior a 1mm, e classe 3 com abertura superior a 1mm e 8 desagregação ou erosão junto às bordas (BERNUCCI et al., 2008; DNIT, 2003a). Em relação a sua tipologia, podem ser classificadas em dois tipos: Fissuras - Fendas capilares, visíveis a distâncias inferiores a 1,5 m não ocasionando problemas funcionais no revestimento (DNIT, 2003a). Figura 7- Exemplo de Fissura Fonte: SindEtrans (2018) Trincas – Fendas com aberturas superiores a da fissura, causada por fadiga, resultado da repetição de cargas de veículos sendo subdividia quanto a sua tipologia, podendo ser interligada ou isolada (BERNUCCI et al., 2008; SILVA, 2008). A trinca interligada podem apresentar erosão intensa nas bordas e ser do tipo couro de jacaré, definida por não possuir direções específicas ou do tipo bloco, caracterizada pela forma bem definida de blocos. A trinca isolada é subdividida em transversal em que se apresenta ortogonal ao eixo da via, curta (até 100 cm) ou longa (maior que 100 cm); longitudinal em que se apresenta paralelamente ao eixo, também de forma curta ou longa; ou de retração, em não é atribuída à fadiga, mas sim a retração térmica, do material da base ou do material do revestimento (DNIT, 2003a; BERNUCCI et al., 2008). Figura 8- Exemplo de Trincas transversais e longitudinais Fonte: SindEtrans (2018) 9 Figura 9- Exemplo de Trincas tipo “couro de jacaré” Fonte: SindEtrans (2018) Figura 10- Exemplo de Trincas tipo “bloco” Fonte: SindEtrans (2018) 2.2 Afundamentos DNIT (2003a), Maia (2012) e Mota (2017) destacam que os afundamentos são deformações permanentes que ocorrem tanto no revestimento como nas camadas subjacentes e são classificados quanto à influência plástica, de uma ou mais camadas do pavimento e acompanhado de solevamento, ou de consolidação, chamados de afundamentos locais quando localizado e ocorrerem com extensões até 6m ou chamados de “afundamento trilha de roda” quando ocorrerem a distâncias superiores. A falta de compactação do solo, lenta ação do tráfego pesado e passagem repetida de veículos de carga são motivos para essa. https://www.sindetransrp.com/noticias/conheca-os-13-principais-defeitos-do-pavimento-das/ https://www.sindetransrp.com/noticias/conheca-os-13-principais-defeitos-do-pavimento-das/ 10 Figura 11- Exemplo de Afundamento Fonte: Grupo IDD (2018) 2.3 Ondulações ou Corrugações Transversais Segundo Ribeiro (2017) e Silva (2008) relatam que as ondulações, conhecidas também como costelas de vacas, aparecem ao eixo da via que surgem no revestimento devido à baixa uniformidade da mistura asfáltica ou má execução da base, por serem associadas às tensões cisalhantes horizontais geradas pelos veículos em áreas submetidas à aceleração e frenagem, como em subidas, rampas, curvas e intersecções, essas patologias estão relacionadas ao tráfego no pavimento. Figura 12- Exemplo de Ondulações ou corrugações transversais Fonte: Grupo IDD (2018) 2.4 Desgaste Patologia provocada pelo polimento da superfície do pavimento, dada pela má mistura betuminosa, materiais não apropriados, erros na execução, intemperismo e ao tráfego comprometendo a segurança à derrapagem, e quando em estágio mais avançado ocorre o desprendimento do agregado, dando a característica de uma superfície áspera (SILVA, 2008; RIBEIRO, 2017). https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos 11 Figura 13- Exemplo de Desgaste Fonte: Blog do caminhoneiro (2016) 2.5 Exsudação DNIT (2003a), Silva (2008) e Maia (2012) relata que esse defeito ocorre na maioria das vezes pelo baixo volume de vazios e/ou excesso de ligante, havendo assim uma menor viscosidade no asfalto em uma dada temperatura, ou seja, exsudação é caracterizada pela manifestação do ligante betuminoso na superfície do pavimento, junto às depressõeslocalizadas resultando num aspecto negro e brilhante; quando o asfalto dilata por causa de temperaturas elevadas e/ou é comprimido sob a ação da passagem de veículos, pode-se originar a expulsão do betume para a superfície, considerando que a viscosidade é uma propriedade que quantifica a consistência do betume. Figura 14- Exemplo de Exsudação Fonte: Grupo IDD (2018) 2.6 Panela Patologia ocasionada principalmente pelo fator inaderente das camadas e à água da chuva, panela é uma cavidade no revestimento, podendo atingir camadas https://blogdocaminhoneiro.com/2016/06/caminhoes-nao-sao-os-unicos-culpados-pelo-desgaste-nas-estradas/ https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/7-tipos-de-manifestacoes-patologicas-em-pavimentos-asfalticos 12 inferiores, provocando a desagregação dessas camadas, sendo geralmente evoluções das trincas, afundamentos e desgaste (BERNUCCI et al., 2008; SILVA, 2008). Figura 15- Exemplo de Panela Fonte: O arquivo (2014) 2.7 Remendo Tipo de defeito, pois se trata de um procedimento de manutenção das superfícies, caracterizado pelo preenchimento de panelas com quantidade de camadas variadas do pavimento na operação denominada de “tapa-buraco” ou depressão com massa asfáltica, caso houver substituição do revestimento poderá resultar em depressões mais profundas, a correção de modo geral poderá ser realizada de forma retangular ou superficial na área localizada pela aplicação da camada betuminosa; caso seja executado de forma inadequada, podem resultar em patologias maiores (DNIT, 2003; BERNUCCI et al., 2008; MOTA, 2017). Figura 16- Exemplo de Remendo Fonte: Minuto seguros (2018) https://www.minutoseguros.com.br/blog/piores-rodovias-do-brasil/ 13 3 METODOLOGIA Gurupi é uma cidade do estado de Tocantins, localizada a 214 km da capital do Estado (Palmas) construída sobre à margem da BR- 153, também conhecida como Rodovia Transbrasiliana ou Rodovia Belém-Brasília, o que faz com que sua localização estratégica para o comércio e a indústria. O trecho escolhido para prática do estudo encontra-se em uma área central da cidade de Gurupi, abrange a Avenida Beira Rio até à margem da BR- 153, local de tráfego regular. Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica e exploratória, envolvendo um amplo campo de publicações sob forma de periódicos científicos (livros, revistas, artigos) e normas. Sendo os autores mais relevantes, Silva (2008), Bernucci et al., (2008), Maia (2012) e Ribeiro (2017). Já, em relação as normas, foram empregadas as do DNIT de procedimento, 006 e 008 e de terminologia, 005, as quais deram base para o conhecimento do tema abordado, como forma de reparar os danos identificados. Foi efetuado no trecho destacado, um levantamento visual conjunto ao levantamento fotográfico que proporcionou perceber os defeitos existentes no local. O estudo delimita-se em observações “in loco” das irregularidades detectadas ao longo do trecho de estudo e análise baseada nos conhecimentos previamente adquiridos no trabalho. Para a verificação da capacidade de melhoria do sistema relacionado ao pavimento da avenida Beira Rio até a margem da BR- 153, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, de onde foram tirados análises que fundamentaram e apresentaram tal afirmativa. Os resultados alcançados por este trabalho serão expostos de forma qualitativa. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi analisado e constatado 5 patologias no perímetro da Avenida Beira Rio até à margem da BR- 153 sendo: trincas, afundamentos, ondulações, desgaste e panelas. As deformações foram registradas pelo o próprio autor deste trabalho no período de outubro de 2019. 14 Figura 17- Apresentação via satélite da Avenida Beira rio as margens da BR-153. Fonte: Google Maps. 4.1 Trincas As trincas encontradas na avenida apresenta dimensões variadas, mostrando-se sob a forma de trincas interligadas. Essas fendas permite a infiltração de água para as camadas inferiores do asfalto, diminuindo a reduzindo a resistência das mesmas, ocasionando recalque ou deformação da superfície de rolamento. Foi registrada trinca do tipo bloco. Figura 18- Trinca do tipo “bloco” Fonte: Próprio autor. 15 4.2 Afundamentos Consiste em uma deformação permanente (plástica) constituída por uma concavidade da superfície do pavimento e seguida de solevamento (compensação volumétrica lateral). Em alguns trechos da avenida foram constatados afundamentos decorrentes de deformações permanentes, podendo ter tido como causa a consolidação das camadas subjacentes. Figura 19- Afundamentos Fonte: Próprio autor. 4.3 Ondulações Movimento plástico do revestimento, constituído por ondulações ou corrugações (que são enrugamentos) transversais na superfície do pavimento. Uma parte do trecho foi analisado uma ondulação com deformação transversal ao eixo da avenida. Figura 20- Ondulação transversal Fonte: Próprio autor. 16 4.4 Desgaste Através da análise e registro de fotos, pôde-se detectar a patologia conhecida como desgaste ou polimento existentes no revestimento asfáltico, de acordo como a figura 21 abaixo. Figura 21- Desgaste a passagem de água proveniente das chuvas Fonte: Próprio autor. 4.5 Panelas Buracos de proporções variadas no revestimento asfáltico. Essa deficiência é provocada pela à fragilidade estrutural do pavimento, o qual pode, numa desintegração profunda do revestimento, resultar em bacias perigosas ao tráfego. Pode-se observar nas figuras 22 e 23 diversos trechos da avenida com buracos que obrigam os motoristas a deslocarem do sentido da via podendo ocasionar acidentes no percurso. Figura 22- Panela no trecho da Avenida Beira Rio Fonte: Próprio autor. 17 Figura 23- Panela com a presença de água Fonte: Próprio autor. No quadro 01 apresenta as patologias encontradas no trecho da avenida Beira Rio até a margem da BR 153 mostrando as suas causas prováveis conforme a Confederação Nacional do Transporte e os métodos que podem ser utilizados para a devida correção. Quadro 01- Causas possíveis de degradação e métodos de correção. Patologias Causas prováveis Métodos de correção Trincas Contração da capa asfáltica devido à oscilação entre altas e baixas temperaturas; alta vulnerabilidade à tração da mistura asfáltica. Consiste no emprego de Microrrevestimento asfáltico, técnicas de capa selante, tratamento superficial, lama asfáltica e tratamento superficial. Afundamentos Liquidez das camadas do pavimento ou camada do subleito; erro na dosagem de mistura asfáltica; excesso de ligante asfáltico e falha na escolha do revestimento asfáltico a ser aplicado conforme carga solicitante. Recapeamento e fresagem (Procedimento de aplicação de camadas do recapeamento, quando há necessidade de redução de trincas existentes no revestimento anterior, retardando a sua reflexão nas novas camadas). Ondulações Inexistência de estabilidade da mistura asfáltica; solo subleito com umidade excessiva; composição asfáltica infectada e debilidade de aeração das misturas líquidas de asfalto. Recapeamento e fresagem. 18 Desgaste Perda de coesão entre agregado e ligante; Presença de água no interior do revestimento e Deficiência localizada de ligante asfáltico. Capa selante (reparo temporário); Tratamento superficial; Lama asfáltica e recapeamento. Panelas Má execução; excesso de carga proveniente do tráfego; materiais de baixa qualidade e ação do meio ambiente. Reconstrução, conhecido como operação “tapa- buraco”. Uma outra alternativa para conservação com intuito de evitar o aparecimentode defeitos no pavimento é execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho apresenta uma análise de patologias em pavimentação asfáltica, sendo objeto de estudo avenida Beira Rio até a margem da BR- 153 com destaque dos possíveis fatores que ocasionam os problemas identificados e os melhores métodos para sua correção. Os principais erros no pavimento, em geral, estão associados aos procedimentos construtivos e erro na dosagem das misturas asfálticas. A falta da manutenção preventiva, por exemplo, é um fator primordial para as obras de recuperação do pavimento asfáltico gerar alta despesa, visto que a falta de manutenção contribui para o aparecimento de patologias no pavimento. Para isso, foram apresentados métodos e técnicas para o restauração com maior eficiência dos danos retratados buscando benefícios satisfatórios a sociedade a fim de possibilitar trafegabilidade aos usuários com melhor conforto e segurança. Junto com as propostas apresentadas para a melhoria do revestimento asfáltico, pode se destacar a possibilidade na operação “tapa-buraco” o emprego do asfalto borracha. Esse tipo de revestimento possui uma qualidade superior ao asfalto convencional, além de trazer benefícios a população reduzindo o acúmulo de pneus inservíveis que prejudica o meio ambiente e evita o aparecimento de doenças onde acarreta em um risco a saúde da população (MACEDO, 2013) Destaca-se a importância dos revestimentos asfálticos para a sociedade e a devida conservação e manutenção do pavimento com intuito de aprimorar o tráfego 19 urbano, a fim de reduzir os perigos a população. Diante disso, concluir-se, que os resultados obtidos foram satisfatórios. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARQUIVO. Por que o asfalto brasileiro é mesmo uma porcaria 2014. Disponível em: < https://www.oarquivo.com.br/temas-polemicos/verdades-inconvenientes/4447- por-que-o-asfalto-brasileiro-%C3%A9-mesmo-uma-porcaria.html >. Acesso em: 12 abril. 2019 BALBO, J. T. Pavimentação Asfáltica: materiais, projetos e restauração. São Paulo: Oficina de textos, 2007. BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. 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