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Ação Popular (Caso Concreto 06)

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AO JUIZO DA ... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO 
MUNICIPIO BETA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JOANA, brasileira, estado civil ..., profissão ..., portadora da cédula de identidade 
RG nº ..., e inscrita no CPF sob o nº ..., residente e domiciliando na Rua ..., nº ..., bairro 
..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., portador do título de eleitor nº ..., 
seção nº ..., zona ..., cidadã em pleno gozo de seus direitos políticos, conforme documento 
anexo, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, procuração em anexo, 
com escritório profissional situado na Rua ..., nº ..., bairros ..., Cidade ..., Estado ..., CEP 
..., endereço eletrônico ..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº 
4.717/65, impetrar 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
 Em face de ato do Sr. JOÃO, Prefeito do Município Beta, portador de cédula de 
identidade RG n ..., inscrito no CPF nº ..., residente e domiciliando na Rua ..., nº ..., bairro 
..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ...; em face do MUNICIPIO BETA, 
pessoa jurídica de direito público, inscrita no cadastro de pessoa jurídica CNPJ sob o nº 
..., situada na rua ..., nº ..., bairro ..., Cidades ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico 
...; e em face da sociedade empresaria WW, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no 
cadastro de pessoa jurídica CNPJ sob o nº ..., com sede na rua ..., nº ..., bairro ..., cidade 
..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., pelos motivos de fatos e direitos a seguir 
expostos. 
 
I – DOS FATOS 
 O prefeito municipal, Sr. João determinou que sua assessoria realizasse estudos 
para a promoção de uma ampla reforma dos prédios em que estão instaladas as repartições 
públicas municipais. Esses prédios, localizados na região central do município, que 
formam um belo e importante conjunto arquitetônico do século XVIII, tendo sua 
importância no processo evolutivo da humanidade reconhecida por diversas organizações 
nacionais e internacionais, tanto que tombados. 
 A partir desses estudos, foi escolhido o projeto apresentado por um renomado 
arquiteto modernista, que substituiria as fachadas originais de todos os prédios as quais 
passariam a ser compostas por estruturas mesclando vidro e alumínio. Concluída a 
licitação, o Município Beta, representado pelo prefeito municipal, celebrou contrato 
administrativo com a sociedade empresária WW, que seria responsável pela realização 
das obras de reforma, o que foi divulgado em concorrida cerimonia. 
 No dia seguinte à referida divulgação, a Autora JOANA formulou requerimento 
administrativo solicitando a anulação do contrato, o qual foi indeferido pelo prefeito 
municipal JOÃO, no mesmo dia em que apresentado, sob o argumento de que a 
modernização dos prédios indicados fora expressamente prevista na Lei municipal nº 
XX/2019, que determinara o rompimento com uma tradição que, ao ver da maioria dos 
munícipes, era responsável pelo atraso civilizatório do Município Beta. 
 
II – FUNDAMENTAÇÃO 
1) CABIMENTO 
A ação popular é o remédio constitucional cabível na forma do artigo 5º, inciso 
LXXIII da Constituição e do artigo 1º da Lei n. 4.717/65 para anular ato lesivo ao 
patrimônio público, neste caso do Prefeito JOÃO, Município Beta e da Sociedade 
empresária WW. 
 
2) LEGITIMIDADE 
Inicialmente cabe salientar que o autor preenche o requisito para ingresso da 
presente ação popular (artigo 1º, caput da Lei 4.717/65), como já demonstra, cidadã gozo 
de seus direitos passivos e ativos políticos, o que se comprova com a cópia do título de 
eleitor anexo. 
Os impetrados são partes legítimas para compor o polo passivo, uma vez que a 
ação popular pode ser proposta em face de pessoas públicas ou privadas, autoridades, 
funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado ou mesmo ratificado 
o ato impugnado (artigo 6º da Lei 4.717/65). 
Resta salientar que as partes aqui mencionadas no polo passivo na pessoa do sr. 
João decorre do fato de ter firmado o contrato administrativo, a Sociedade empresária 
WW, devido fato de ter celebrado e ser beneficiaria do contrato administrativo conforme 
(art. 6º da Lei 4.717/65). Por fim a prefeitura do Município Beta, ocorre por se almejar a 
anular o contrato administrativo celebrado art. 6º, § 3º da Lei nº 4.717/65). 
 
3) COMPETENCIA 
A competência para processar e julgar a ação popular depende da origem do ato 
impugnado e do interesse dos entes (artigo 5º da Lei 4.717/65), sendo neste caso atos 
praticados contra a fazenda pública municipal e a empresa pública Azul, a competência é 
do Juiz de Direito Local. 
 
” A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer 
autoridade, até mesmo do Presidente da República, é, via de regra, 
do juízo competente de primeiro grau. Precedentes. Julgado o feito 
na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais 
da metade dos desembargadores para apreciar o recurso 
voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a competência do 
STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da 
CF.” (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-
10-2001, Plenário, DJ de 1º-8-2003.) 
 
 
III – DO DIREITO 
É oportuno, ressaltar, por primeiro, que a Constituição Federal vigente impôs 
coercitivamente a todos os entes federativos, com a colaboração da comunidade, o dever 
de defesa dos bens culturais, de forma que a atuação positiva em tal matéria é 
obrigatória, não podendo se alegar discricionariedade para descumprir os mandamentos 
constitucionais, entre os quais podemos citar: 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios: 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor 
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais 
notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras 
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
 
A ação popular está diretamente ligada ao direito de acesso à justiça, uma vez que 
é a partir desta ação que qualquer cidadão poderá buscar repara ou prevenir dano ao 
patrimônio público em sentido amplo. 
Pretensão essa que se busca o autor da ação em questão, pauta no artigo 5º, LXXIII 
da CF/88, que menciona: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
 
Assim, como o ato é lesivo ao patrimônio histórico, é possível a declaração de sua 
nulidade via ação popular. 
Nessa toada, conquanto o regramento da ação popular esteja previsto na Lei 
4.717/65, tal norma precisa ser interpretada sob as luzes do novo ordenamento 
constitucional e dentro do contexto do microssistema de tutela jurisdicional coletiva 
composto da própria lei de ação popular que se integra à lei da ação civil pública e ao 
Código de Defesa do Consumidor. 
Em tal cenário, nos termos da dicção constitucional, basta que o ato seja lesivo ao 
patrimônio cultural para que possa ser questionado judicialmente pela ação popular, 
sendo prescindível a ilegalidade. 
A Lei Municipal nº XX/2019 é materialmente inconstitucional por afrontar o 
dever do município de proteger os bens de valor histórico (art. 23, inciso III, da CRFB ou 
Art. 30, inciso IX, da CRFB), de impedir suadescaracterização (23, inciso IV, da CRFB), 
sendo que o conjunto urbano de valor histórico, alcançado pelo contrato administrativo, 
integra o patrimônio cultural brasileiro (art. 216, inciso V, da CRFB). A 
inconstitucionalidade da Lei Municipal nº XX/2019 deve ser reconhecida 
incidentalmente. 
Em Consequência, o contrato administrativo celebrado é nulo, em razão da 
inobservância das normas constitucionais vigentes (ant. 2º, alínea c, parágrafo único e 
alínea c, da Lei nº 4.717/65) 
O posicionamento jurisprudencial também tem sido no sentido de que não há 
necessidade de prévia proteção administrativa para se buscar a tutela judicial a fim de 
evitar danos ao patrimônio histórico e artístico do país, como se extrai da seguinte decisão 
do TJ-SP: 
 
O tombamento é, sem dúvida, a principal e a mais tradicional forma 
de se preservar o patrimônio histórico e cultural de uma 
comunidade. Mas, não é a única. Tanto que mesmo no caso de 
omissão do Poder Executivo, possível é, para alcançar esse 
objetivo, valer-se da via judicial, com o emprego da ação civil 
pública ou da ação popular (TJ-SP – EI 55.415.5/3-02 – Voto 5.747 
– j. 28/3/2001 - rel. Gonzaga Franceschini). 
 
 
III – DA LIMINAR 
A concessão de provimento liminar é ato que deve ocorrer para impedir o início 
de execução do contrato administrativo, com a demolição parcial das fachadas, segundo 
o Art. 5º, parágrafo 4º da Lei nº 4.717/65. 
 O Fumus bonis iuris decorre da flagrante ofensa à ordem constitucional, o que 
acarreta a nulidade do ato, e o periculum in mora da iminência de serem causados danos 
ao patrimônio histórico cultural. 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Diante o exposto, requer: 
a) A citação do réu, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 
dias, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia; 
b) A citação do Município X em separado, na forma do art. 6º, §3º da Lei 
4.717/65; 
c) A intimação do ilustre representante do Ministério Público; 
d) A procedência dos pedidos para decretar a invalidade do ato lesivo ao 
patrimônio público e à moralidade, condenando o Réu no pagamento das 
perdas e danos; 
e) A condenação dos Réus no pagamento das custas e dos honorários 
advocatícios; 
f) A isenção das custas processuais e ônus processuais, nos termos do que 
prescreve o artigo 5º, inciso LXXII, da constituição Federal. 
g) A confirmação da liminar, nos termos em que foi requerida; 
h) A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente 
documental; 
i) A juntada dos documentos em anexo, em especial cópia do título de eleitor 
da autora da presente ação. 
 
 
DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
Município Beta, Data... 
 
 
Advogado 
OAB/UF nº

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