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Choque é um distúrbio hemodinâmico agudo, sistêmico que dificulta o sistema circulatório de manter a perfusão sanguínea Característica principal do choque: hipoperfusão tecidual sistêmica Divisão do choque Choque cardiogênico: origem de alteração no coração Choque hipovolêmico: perda de volume sanguíneo Choque distributivo dividido em: ● Choque anafilático : hipersensibilidade ● Choque séptico : processo inflamatório agudo ● Choque neurogênico : lesões na região da medula e bulbo que levam à perda da condição de contratilidade dos vasos e diminuição da frequência respiratória do paciente Choque obstrutivo: relacionado a mudanças que alteram o enchimento cardíaco Principal tipo de choque → distributivo (representa cerca de 59% dos choques, dentro dele, o choque séptico) Manifestações clínicas de choque Depende da causa inicial → Hipotensão arterial sistêmica → Hipoxemia -> extremidades frias e pálidas Ocorre uma tentativa de vasoconstrição para compensar a hipotensão arterial No choque distributivo ocorre vasodilatação -> pele mais rosada e quente Choque hipovolêmico cardiogênico -> pele pálida, fria e sudorese Pele sarapintada Choque hipovolêmico Hipo -> pouca vol -> volume emia -> sangue → Perda aguda de líquido (sangue, íons e água) → Ocorre intensa redução do volume circulante porque há perda de líquido por diversas causas, como: vômito, diarreia, hemorragia, queimadura, edema (passagem de líquido para o LEC) → A perda de volume causa diminuição do retorno venoso, consequentemente a pré-carga também diminui -> débito e pressão arterial também reduzem Quando o débito diminui a hipoperfusão tecidual diminui, o paciente se enquadra em choque (PCO 2 elevado, com acidose mista) O paciente fica com menor PO 2, desencadeando um quadro de hipóxia, isso leva à produção de ácido lático, paciente começa ter acidose Ocorre também produção de ADP Alterações irreversíveis do choque devido à hipóxia: - necrose coagulativa Adaptação Degeneração hidrópica -> por causa da não eliminação de sódio Essa degeneração ocorre em todos os choques em processos de hipóxia A falta de ATP decorrente da baixa perfusão leva à degeneração hidrópica Com o aumento do ácido lático, NO e ADP fazem a vasodilatação que acentua o baixo retorno venoso. E isso tudo aumenta a hipoperfusão tecidual. 1 Camila Guimarães Santos Choqu� Hemodinâmic� Se a pressão arterial diminui, a perfusão tecidual também diminui -> choque Se o paciente chocou existe mecanismo compensatório? Sim, existem 2 sistemas para compensar Paralelamente a diminuição do débito e da pressão, o corpo tenta compensar as perdas por meio dos centros autonômicos Fases de compensação 1. Ativação simpática : faz uma vasoconstrição e aumento da frequência cardíaca vasoconstrição + ↑FR 2. Mecanismo renal: o rim em uma hipovolemia secreta renina, que ativa angiotensina, aldosterona e ADH (ADH ocasiona retenção de sódio e de líquido) O paciente nesse estado de choque compensado urina menos, o paciente retém líquido para manter o volume. Quando ele volta a urinar é um indicativo de que ele está saindo do estado de choque porque o mecanismo compensatório não é mais necessário, ele já tem volume suficiente e não precisa mais reter líquido ADH e aldosterona -> retém sódio e água -> paciente urina menos -> estado de oligúria Um paciente com hipoperfusão: ● Aumenta ADP ● Aumenta ácido láctico -> ácido láctico + ADP -> induz acidose -> provoca vasodilatação -> diminuição do retorno venoso Alça de feedback positivo -> fase descompensada,que leva à necrose Sinais e sintomas Taquicardia -> tentativa de aumentar a FC Alteração do nível de consciência Taquipneia Pele fria Hipotensão Pulsos filiformes Débito urinário diminuído -> por conta das alterações de ADH Choque cardiogênico Surge por insuficiência cardíaca aguda, principalmente do ventrículo esquerdo -> sangue deixa de ir para a circulação periférica, se acumulando no pulmão Redução de massa miocárdica e da capacidade de ejeção ventricular Principais causas: Infarto agudo do miocárdio 2 Camila Guimarães Santos Alterações/rupturas nas valvas cardíacas e músculos papilares por processo de endocardite Se ocorre alteração no coração, o débito cardíaco estará diminuído, coração perde a capacidade de bombear Alteração no VR -> Hiperemia Sinais e sintomas: Baixo débito cardíaco Taquicardia -> tentativa compensatória Taquisfigmia filiforme -> pulso acelerado Hipotensão arterial Sudorese fria Confusão mental Oligúria Congestão pulmonar Choque distributivo Característica: vasodilatação arteriolar periférica -> o que diferencia de outros choques Vasodilatação -> hiperemia -> paciente corado por causa da vasodilatação (diferença dos outros choques) Sistema simpática tenta agir numa tentativa compensatória ↪ Choque anafilático: processo advindo de sensibilidade, reação de hipersensibilidade mediada por IgE Característica: reação de sensibilidade mediada por IgE (gerada no mastócito) Ocorre degranulação fagocitaria, ocorrendo liberação de histamina gerando vasodilatação significativa que leva à diminuição da pressão Vasodilatação ocasiona hiperemia ativa, essa hiperemia passa para hiperemia passiva causando diminuição do retorno venoso Processo que anda junto com a hiperemia: EDEMA Paciente pode caminhar para choque hipovolêmico por conta do edema A hipersensibilidade gera degranulação mastocitária, o mastócito libera histamina que causa vasodilatação arterial sistêmica e a pressão arterial cai, quando a pressão cai o paciente entra em quadro de choque O óxido nítrico é produzido pela lesão tecidual, provoca vasodilatação periférica ↪ Choque séptico : caracterizado por uma resposta inflamatória sistêmica , podendo não ser infeccioso. O choque séptico pode vir por DAMP ou por PAMP. Processo agudo com secreção exacerbada de citocinas A resposta inflamatória que é mediadapelas histaminas e prostaglandinas causam vasodilatação arterial Citocinas pró-inflamatórias (IL-1, TNF, IL-6) causam diminuição do débito cardíaco -> choque misto Perda de líquido (por causa do edema) em um choque séptico, leva a choque hipovolêmico -> choque misto No choque séptico há processo inflamatório mediado por DAMP ou PAMP (infecção ou dano). Esse processo inflamatório ativa células epiteliais/endoteliais e células inflamatórias (macrófagos, neutrófilos) que liberam moléculas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF alfa) -> ocasionam a vasodilatação 3 Camila Guimarães Santos A vasodilatação leva a hipoperfusão -> choque Processo inflamatório -> aumento da cascata de coagulação Se não houver compensação pelo processo renina/angiotensina/aldosterona, ocorre acúmulo de ADP e aumento de ácido láctico Um dos efeitos sistêmicos é o edema pulmonar que causa a SARS Os coronavírus são uma família de vírus que estão relacionados a SARS através dos choques sépticos Choque obstrutivo Causa: falta de enchimento das câmaras cardíacas Altera o enchimento das câmaras cardíacas. O coração não consegue encher devido a um processo obstrutivo Processos obstrutivos Líquido pericárdico: impede que o coração encha Pneumotórax: o pulmão não consegue encher e colaba, o colabamento causa congestão no coração, o coração tenta bombear e não consegue mandar sangue, consequentemente o enchimento do coração fica alterado Embolia pulmonar maciça: êmbolos pulmonares ocasionam uma resistência maior no coração impossibilitando ele de se encher e de mandar sangue O choque é um distúrbio progressivo que, se não corrigido, leva à morte. Três fases genéricas: • Uma fase não progressiva (fase hiperdinâmica) inicial durante a qual os mecanismos compensatórios reflexos são ativados e a perfusão de órgãos vitais é mantida. No choque distributivo, essa fase de compensação é chamada fase “quente”, já que existe vasodilatação periférica • Uma fase progressiva (Fase de descompensação) , caracterizada por hipoperfusão tecidual e início do agravamento do desequilíbrio circulatório e metabólico, incluindo a acidose lática 4 Camila Guimarães Santos Paciente começa a produzir ácido lático, ADP • Uma fase irreversível (fase final ou hipodinâmica) que se estabelece após o organismo ter sofrido lesão celular e tecidual tão intensas que, mesmo se os defeitos hemodinâmicos fossem corrigidos, a sobrevivência não seria possível Lesão tecidual -> morte por necrose -> em todos os órgãos -> falência de múltiplos órgãos -> estado de choque que o paciente teve uma lesão irreversível Fases do choque fase progressiva (Fase de descompensação) • Redução da função miocárdica e à acidose metabólica • Aumento da glicólise anaeróbia, acidose lática • A acidose deprime o miocárdio, • Abertura dos esfíncteres pré-capilares; • No choque séptico, essa fase torna-se ainda mais grave, por causa das vasodilatação • O quadro hemodinâmico agrava-se também porque citocinas pró-inflamatórias, como IL-1 e TNF-α, são depressores do miocárdio fase irreversível (fase final ou hipodinâmica) • Vasodilatação progressiva • Sequestro de sangue na microcirculação (vênulas e capilares) • Pele passa a ter aspecto cianótico e é fria • Lesão endotelial progressiva, especialmente por hipóxia ou hiperativação endotelial se o choque é séptico, aumenta o risco de trombose por exposição de fatores teciduais da coagulação e/ou por redução na atividade anticoagulante do endotélio. • Pode ocorrer coagulação intravascular disseminada (CID) • Com a manutenção da hipoperfusão, ocorrem hipóxia e, consequentemente, lesões degenerativas e necrose em diversos órgãos. • Sinais de insuficiência funcional vão se acumulando, e surge o que se denomina falência de múltiplos órgãos (FMO), fase final do processo. • Os territórios de menor perfusão, notadamente naqueles mais afastados do coração, é frequente necrose isquêmica. Alterações microscópicas - rim Nos rins, além de necrose tubular aguda pode haver necrose cortical subcapsular Isquemia causa necrose tubular aguda Ocorre apagamento dos túbulos, ausência de núcleos, o que fica marcado nas células tubulares são as proteínas, os túbulos estão só com aspecto rosa Alterações macroscópicas - coração No coração, aparecem infartos subendocárdicos em faixa, circunferenciais Alterações macroscópicas - SNC No sistema nervoso central, ocorre necrose em faixa 5 Camila Guimarães Santos Edema encefálico e infartos cerebrais simétricos Necrose liquefativa, se ocorre processo isquêmico em um lado, ocorre isquemia do outro lado também, há necroses simétricas. O que ocorre de um lado acontece também no outro lado Alterações microscópicas - fígado No fígado, encontra-se necrose centrolobular; no pâncreas, aparece necrose acinar No fígado ocorre necrose de coagulação A região centrolobular sofre necrose primeiro Zona 3 do fígado já tem menor baixa concentração de oxigênio devido à irrigação, se diminuir ainda mais, ocorre necrose coagulativa Alterações microscópicas - pulmão Agressão ao epitélio alveolar por radicais livres e enzimas liberados por leucócitos intravasculares e pelo exsudato no interstício alveolar, formando membranas hialinas. aumento da permeabilidade capilar, com edema alveolar Ocorre lesão do septo alveolar, por causa de uma série de células inflamatórias devido a lesão. Ocorre liberação de leucócitos entre os espaços alveolares, há também macrofagos Nas flechas há transformação hialina ou hialinose Se o paciente já chegou a essas alterações no tecido ele já está em um quadro muito grave 6 Camila Guimarães Santos
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